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junho 2022

  • Energia solar pode oferecer mais autonomia ao produtor rural

    Brasil terminou o ano passado com 61.294 sistemas de energia solar rural instalado

    O agronegócio brasileiro mostrou, nos últimos anos, um desenvolvimento sem igual e uma resiliência invejável. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2021, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) atingiu R$ 1,129 trilhão, 10,1% acima do valor alcançado em 2020, fazendo com que o setor atingisse 27,4% do PIB brasileiro, a maior marca desde 2004.

    Com crescimento tão expressivo, é natural que haja grandes oportunidades de inovação na área, já que as empresas apresentam balanços financeiros que permitem investir em aprimoramentos tecnológicos, em prol de melhorar os processos e os produtores rurais conseguem ir acompanhando esse movimento conforme ele fica mais acessível.

    Entre as diversas soluções e tendências do setor, algumas se destacam por oferecer melhorias em pontos específicos da cadeia de produção, como aumento na segurança das áreas de plantio, de armazenamento e da própria propriedade rural, enquanto outras promovem mudanças estruturais no negócio, como o uso de energia solar, que auxilia na redução dos custos e promove uma agricultura mais sustentável. Vamos dar uma olhada nos benefícios que são apresentados ao unir essas duas tecnologias.

    Energia solar como protagonista

    A energia fotovoltaica pode ser uma grande aliada do agronegócio e extremamente vantajosa para o produtor rural. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil terminou o ano passado com 61.294 sistemas de energia solar rural instalados, que totalizaram mais de 1,2 gigawatt (GW) de potência instalada.

    No território brasileiro existem muitas propriedades rurais de pequeno a grande porte que possuem acesso à rede elétrica, mas com altos gastos com conta de luz por causa de seus processos produtivos. Nesse contexto, a energia solar é uma das alternativas mais promissoras, já que as soluções tecnológicas aplicadas ao agronegócio proporcionam qualidade e segurança com a possibilidade de aumento da produtividade e estímulo ao crescimento.

    Existem dois tipos de aplicações de um sistema fotovoltaico: On Grid e Off Grid. No sistema On Grid, a propriedade deve ter acesso à rede de distribuição pública, uma vez que a produção de energia excedente pelos painéis será entregue à concessionária, que concede créditos ao consumidor por forma de compensação de energia. Já o sistema Off Grid funciona de maneira autônoma, utilizando um banco de baterias para o armazenamento e fornecimento de energia à noite ou em dias nublados. Esse sistema é ideal para propriedades isoladas que não têm acesso à rede pública de energia — e o que traz mais benefícios para o produtor rural ou empresa agrícola.

    São diversas possibilidades de utilização do uso de eletricidade solar em uma área rural, seja na irrigação da plantação; bombeamento de água para os animais e quem trabalha na área; na estufa solar; nos equipamentos de segurança do perímetro, entre outros. Além disso, existem equipamentos de iluminação solar que possuem módulos solares e baterias integrados, permitindo a iluminação de áreas externas, como estradas de acesso à propriedade, sem depender da rede elétrica. Ou seja, a energia solar pode atuar tanto para reduzir os custos de manter uma fazenda que depende de uma concessionária de energia, quanto para dar mais autonomia para o produtor rural, permitindo o desenvolvimento de áreas de plantio em regiões mais distantes, que não possuem cobertura de rede elétrica.

    Soluções de segurança se beneficiam da energia solar

    Com a implementação de energia fotovoltaica também é possível ampliar a utilização de outros equipamentos que trazem novos benefícios para a fazenda, principalmente referente à segurança patrimonial. Seja com o aumento no número de câmeras de monitoramento, no uso de aparelhos de radiodetecção ou na iluminação de áreas do terreno.

    Como exemplos, tem-se a utilização de um gerador off-grid, que garante alimentação de equipamentos em diversos cenários, como as câmeras de monitoramento, que podem ser instaladas em todo o perímetro da fazenda e, por terem baterias nos geradores fotovoltaicos, esse trabalho pode ser feito 24h por dia. Já conectar um radar perimetral a esse gerador garante que seja possível detectar movimentação tanto de veículos quanto de pessoas, fazendo o acompanhamento de ambos.

    Assim, fica evidente que o movimento da energia solar para o agronegócio está em expansão, mas existem outras oportunidades a serem atendidas e a área de segurança com certeza é uma delas. Com a contínua adoção dessas tecnologias, novas soluções vão surgir — ou serem adaptadas — para atenderem ainda mais o público que trabalha com agronegócio, garantindo melhorias tanto para o terreno quanto para os processos de produção e colheita da safra.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Vazio sanitário da soja inicia em 13 de julho no RS

    No período de 13 de julho a 10 de outubro, produtores de soja do Rio Grande do Sul não podem plantar, nem manter vivas plantas de soja

    No período de 13 de julho a 10 de outubro, produtores de soja do Rio Grande do Sul não podem plantar, nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento. É o vazio sanitário da cultura no Estado, definido pela Portaria nº 516, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

    De acordo com as informações divulgadas pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), a finalidade é reduzir a quantidade de inóculo na área. O fungo causador da ferrugem asiática se espalha (dissemina) pelo vento, e a doença não é transmitida por semente.

    O monitoramento deve ser constante, desde a germinação das sementes até o período próximo à floração.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • CMN aprova condições das linhas de crédito do Plano Safra 2022/2023

    Governo disponibilizará R$ 340,8 bilhões em crédito para o agronegócio; votação da CMN ocorreu em reunião extraordinária para apreciação dos votos do Ministério da Economia

    Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, nesta quarta-feira (29), as regras e condições das linhas de crédito rural do Plano Safra 2022/2023. A votação ocorreu em reunião extraordinária para apreciação dos votos do Ministério da Economia. Em nota, a pasta salientou que, embora tenham sido elevadas em relação àquelas definidas na safra passada, todas as taxas de juros ficaram abaixo da taxa Selic atual, que está em 13,25% ao ano.

    O novo Plano Safra foi anunciado, também nesta quarta, em cerimônia no Palácio do Planalto, com vigência a partir de julho. Ao todo, será disponibilizado um total de R$ 340,88 bilhões em financiamentos para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano. O valor, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, representa um aumento de 36% em relação ao Plano Safra anterior, quando foram disponibilizados R$ 251 bilhões a produtores rurais.

    As taxas de juros mais baixas serão aplicadas aos financiamentos contratados por agricultores vinculados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Nas operações de custeio e investimento para esse público, no caso de itens relacionados à produção de alimentos ou com forte adicionalidade ambiental, a taxa ficou em 5% ao ano (a.a). Para os demais itens, a taxa de juros ficou em 6% (a.a). Foram estabelecidas taxas favorecidas para os financiamentos aos médios produtores rurais do Pronamp (8% a.a.) e para os Programas ABC e PCA (8,5% a.a.), bem como para o investimento empresarial (10,5% a.a.).

    O CMN também alterou o Manual de Crédito Rural para priorizar os programas de financiamento nos produtores de menor porte e em atividades ambientalmente sustentáveis ou que promovam aumento da produtividade. Também foram criados novos limites nas linhas de financiamento, como o de R$ 40 milhões no Programa para Construção de Armazéns (PCA), para armazenagem de grãos.

    As taxas de juros definidas pelo CMN para os Fundos Constitucionais de Financiamento, e para o crédito rural em geral, foram definida entre 6,67% a.a. a 11,69% a.a., considerando-se o bônus de adimplência:

    O CMN autorizou ainda a individualização de contratos de financiamento coletivos no Fundo de Terras e da Reforma Agrária, realizados até 30 de junho de 2011, para permitir que esse processo possa ocorrer até o fim da operação de financiamento do contrato coletivo, conforme prevê lei de refinanciamento de créditos agrícolas.

    Por fim, o CMN fixou os preços de garantia das 19 culturas amparadas pelo Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), envolvendo operações de crédito com vencimento no período de 10 de julho de 2022 a 9 de julho de 2023, considerando os custos variáveis de produção ou os preços mínimos vigentes.

    O CMN é um órgão colegiado presidido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pelo secretário Especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Exportação de soja em junho deve superar a do mesmo mês de 2021

    De janeiro a maio, a China importou 28,743 milhões de toneladas do grão brasileiro

    As exportações brasileiras de soja em grão deverão ficar em 10,154 milhões de toneladas em junho, conforme levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Em junho do ano passado, os embarques somaram 10,129 milhões de toneladas.

    Já no mês passado, o país registrou o envio de 10,261 milhões de toneladas de soja para o exterior.

    Na semana entre 19 e 25 de junho, o Brasil embarcou 2,328 milhões de toneladas. Para o período entre 26 de junho e 2 de julho, a Anec indica a exportação de 2,377 milhões de toneladas.

    Para o farelo de soja, a previsão é de embarques de 2,209 milhões de toneladas em junho. No mesmo mês do ano passado, o total exportado foi de 1,840 milhão de toneladas. Em maio, o volume ficou em 1,888 milhão de toneladas. Na semana passada, as exportações atingiram 353,405 mil toneladas e a previsão para esta semana é de 550,609 mil toneladas.

    Maior comprador

    China importou 28,743 milhões de toneladas de soja do Brasil de janeiro a maio de 2021. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o volume é 12% inferior às 32,735 milhões de toneladas em 2021. O país é o maior comprador da oleaginosa brasileira.

    Em segundo lugar, ficou a Espanha, com 2,098 milhões de toneladas, 21% acima de igual período do ano passado. Em terceiro lugar aparece a Holanda, com 1,371 milhão de toneladas, queda de 11% ano a ano.

    No geral, as exportações brasileiras de soja em grão totalizaram 43,023 milhões de toneladas em 2022, com uma receita cambial de 24,1 bilhões de dólares. No entanto, em igual período do ano passado foram 46,471 milhões de toneladas, sendo que em todo o ano de 2021 o Brasil exportou 86,1 milhões de toneladas, faturando 38,6 bilhões de dólares.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • La Niña enfraquece mas vai avançar até o verão de 2023

    Período de enfraquecimento será observado entre julho e setembro, mas, posteriormente, o resfriamento do Pacífico se intensificará novamente

    A anomalia negativa da temperatura do oceano Pacífico equatorial diminuiu de -1 °C em meados de maio para -0,5 °C atualmente, indicando que o fenômeno La Niña está em um breve período de enfraquecimento. De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), esse período de enfraquecimento será observado entre julho e setembro, mas, posteriormente, o resfriamento do Pacífico se intensificará novamente, completando o terceiro ano seguido sob La Niña.

    Do ponto de vista prático, mesmo sob La Niña, há registro de chuva forte na região Sul desde março. Isso aconteceu pela formação de bloqueios atmosféricos e gradientes de temperatura mais favoráveis no oceano Atlântico.

    De acordo com a previsão probabilística da Universidade de Colúmbia, a chuva forte prosseguirá entre junho e agosto, porém mais ao sul, na Metade Sul do Rio Grande do Sul, além do Uruguai e leste da Argentina. Mais ao norte, a chuva fica abaixo da média em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.

    No leste e norte do Nordeste, há previsão de chuva acima da média, inclusive com tempestades intensas, como as que aconteceram em maio em Pernambuco. A temperatura ficará acima da média no interior das regiões Sul e Sudeste e em boa parte do Centro-Oeste.

    Isso não quer dizer que não há previsão de frio, mas apenas indica que as ondas de frio devem vir de forma mais espaçada no inverno.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Portaria estabelece calendários de semeadura de soja para 2022/23

    Ação deve ser seguida por 21 estados do país e visa racionalizar o número de aplicação de fungicidas nas lavouras

    O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta terça-feira (28), no Diário Oficial da União, a Portaria nº 607 que estabelece os calendários de semeadura de soja referentes à safra 2022/2023, para serem seguidos por 21 unidades da Federação.

    Em relação aos períodos dos calendários estabelecidos na safra anterior, as alterações para essa nova temporada levaram em consideração a análise dos dados relativos ao acompanhamento da safra de soja, realizado semanalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que evidenciam o reduzido percentual da área cultivada de soja semeada nas últimas semanas dos calendários estipulados e, consequentemente, o impacto destes cultivos tardios na resistência da praga a fungicidas.

    As medidas fitossanitárias adotadas pelo Mapa atendem as sugestões de calendários enviadas pelos Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Vegetal, conferindo maior autonomia para a gestão do programa no nível estadual.

    O calendário de semeadura é uma medida fitossanitária, implementada no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), que visa racionalizar o número de aplicação de fungicidas e reduzir os riscos de desenvolvimento de resistência do fungo Phakopsora pachyrhizi às moléculas químicas utilizadas no controle desta praga.

    A ferrugem-asiática é considerada a doença mais severa que incide na cultura da soja, podendo ocorrer em qualquer estádio fenológico. Nas diversas regiões geográficas onde a praga foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.

    Confira o calendário

     

    calendários soja

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Portaria que reconhece a adoção das boas práticas agrícolas entra em vigor em julho

    Além de fomentar práticas sustentáveis de produção agrícola e estimular a melhoria da qualidade de vida da população rural

    A partir de 1° de julho deste ano, entra em vigor a Portaria nº 448 que estabelece o procedimento para a submissão da documentação necessária ao reconhecimento de programas voltados à promoção de boas práticas agrícolas.

    O documento também regulamenta a Portaria n° 337, publicada em 2021, que estabelece requisitos mínimos e reconhece programas de promoção de boas práticas agrícolas no Brasil, na etapa primária da cadeia produtiva agrícola, aplicados por entes públicos e privados no território nacional.

    O objetivo é estimular a produção de alimentos seguros e de qualidade, promover ações que visem melhorar a qualidade da produção de alimentos, além de fomentar práticas sustentáveis de produção agrícola e estimular a melhoria da qualidade de vida da população rural.

    coordenador-geral de Sistemas Integrados de Produção Agrícola do Mapa, Marcus Vinícius de Miranda Martins, destaca a importância da adoção de boas práticas e como ela impacta na produção sustentável. “Quando o produtor rural adota as boas práticas agrícolas conseguimos ter o produto com mais qualidade e com mais garantia. Isso ocorre porque o produtor está fazendo do jeito correto que tem que ser feito, baseado na ciência, na pesquisa de campo”, explica.

    Para ter o programa de boas práticas reconhecido e chancelado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os entes públicos e privados interessados devem protocolar o Termo de Declaração junto ao Ministério. A adesão ao programa é voluntária e os interessados devem fazer uma autodeclaração alegando que estão adequados segundo a Portaria 337. Após o envio, a documentação será analisada pela Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação (SDI/Mapa).

    O que são as Boas Práticas Agrícolas?

    As Boas Práticas Agrícolas são o conjunto de princípios, normas e recomendações técnicas aplicadas nas etapas da produção, processamento e transporte de produtos vegetais alimentícios e não alimentícios, orientadas a promover a oferta de alimento seguro, de forma a cuidar da saúde humana, proteger o meio ambiente e melhorar as condições dos trabalhadores rurais e sua família.

    São considerados como requisitos mínimos de reconhecimento de adoção dessas práticas na etapa primária da cadeia produtiva agrícola o planejamento e gestão do estabelecimento rural; a organização e higiene no estabelecimento rural; o cumprimento da legislação ambiental e trabalhista vigente; a nutrição de plantas, fertilidade e conservação do solo; o uso racional e qualidade da água; o uso correto de insumos; o manejo integrado de pragas; e a rastreabilidade do processo produtivo com registros e controles da produção.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Febraban pede mudanças no crédito rural

    Febraban solicitou ao Mapa que altere a base de cálculo dos 25% de depósitos à vista que os bancos são obrigados a aplicar em crédito rural

    Federação Brasileira de Bancos (Febraban) solicitou ao Ministério da Agricultura que, na safra 2022/23, que se inicia em 1º de julho, a pasta altere a base de cálculo dos 25% de depósitos à vista que os bancos são obrigados a aplicar em crédito rural.

    Hoje, esses 25% são calculados sobre o saldo médio dos depósitos à vista nos 12 meses anteriores ao novo ano-safra, que se inicia em 1º de julho de um ano e se estende até 30 de junho do ano seguinte. A entidade argumenta que, com o aumento dos depósitos à vista no último ano e a limitação de emprestar recursos de linhas do Plano Safra além do teto de financiamento estabelecido para cada perfil de produtor, as instituições financeiras “certamente” não conseguirão cumprir a meta pelas normas atuais.

    Por isso, a Febraban pede que o governo tome por base os desembolsos feitos nos 12 meses anteriores à safra 2022/23, a fim de emprestar na temporada que começa em 1º de julho aproximadamente o mesmo valor proveniente de depósitos à vista aplicado no ciclo 2021/22, ou seja, R$ 68,40 bilhões, explicou o diretor adjunto de Produtos da Febraban, Rafael Baldi da Silva. Caso a regra não seja alterada, a Febraban calcula que instituições com depósitos à vista terão de destinar ao crédito rural em 2022/23 um montante 24,9% maior, de R$ 85,45 bilhões – diretamente ou repassando o recurso a outras instituições financeiras para que façam a aplicação.

    A maior dificuldade dos bancos no cumprimento das exigibilidades é conseguir liberar os recursos para agricultores familiares atendidos pelo programa Pronaf e médios produtores do Pronamp, ambas linhas do Plano Safra. Isso porque o número de beneficiários é muito maior do que o grupo de grandes produtores, têm cultivos mais diversificados do que as tradicionais commodities agrícolas (soja, milho, algodão, trigo, cana) e estão mais pulverizados pelas regiões do País, o que demanda tempo e investimentos em equipe, especialização para atender a esses grupos e para cumprir as regras do Manual do Crédito Rural (MCR) estabelecidas para cada programa.

    Se a regra dos 25% do saldo médio dos depósitos à vista for mantida, dificilmente bancos conseguiriam ampliar na proporção e velocidade necessárias o número de clientes com tais perfis. Além disso, apesar de produtores precisarem de mais recursos para a próxima temporada de plantio, em virtude do aumento dos custos de produção, os bancos não podem emprestar além do limite de cada tomador, lembra Silva. “A quantidade de produtores atendidos não sobe nem desce de forma significativa nos bancos. Subir o valor de contratação por faixa de renda depende de política pública, o banco não pode emprestar dinheiro a mais (além do limite)”, argumenta.

    Atualmente, dos recursos de depósitos alocados para crédito rural, 22% devem se destinar ao Pronaf (programa de apoio à agricultura familiar), 28% para o Pronamp (voltado a médios produtores) e 50% para os demais produtores. Tais porcentuais são conhecidos no mercado como “subexigibilidades”. Na safra 2021/22, o montante de depósitos à vista dirigido ao crédito rural aumentou 20,8%, de R$ 56,6 bilhões em 2020/21 para R$ 68,4 bilhões em 2021/22. Para o Pronaf, o saiu de R$ 12,45 bilhões em 2020/21 para R$ 15,1 bilhões em 2021/22. No caso do Pronamp, o montante foi de R$ 15,85 bilhões para R$ 19,2 bilhões. Para os demais produtores, de maior porte, o total aumentou de R$ 28,3 bilhões para R$ 34,2 bilhões. “Na última safra (2021/22), os bancos já tiveram muita dificuldade em cumprir as subexigibilidades”, disse Silva.

    Para a safra 2022/23, com a projeção de que R$ 85,5 bilhões provenientes de depósitos à vista sejam dirigidos a linhas de crédito rural, os bancos terão, naturalmente, mais recursos para obrigatoriamente desembolsar em cada programa: para Pronaf, serão R$ 18,8 bilhões (R$ 3,7 bilhões a mais); Pronamp, R$ 23,92 bilhões (acréscimo de R$ 4,7 bilhões); na categoria “demais produtores”, R$ 42,73 bilhões (mais R$ 8,53 bilhões).

    “A situação exigirá das instituições financeiras um volume de contratações muito superior ao praticado (na safra 2021/22). Apesar de todos os esforços pretendidos para se buscar o pleno atendimento da regra, certamente o mercado não vai conseguir atingir a meta determinada se as condições atuais forem mantidas”, afirma a Febraban no ofício enviado à Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

    Silva pondera que, se o governo elevar os limites de empréstimo por programa, a demanda da Febraban poderia ser flexibilizada, a depender da dimensão do aumento do teto. A elevação permitiria aos bancos desembolsar mais para um mesmo produtor, o que ajudaria no cumprimento das regras. No documento, a entidade propõe que os limites de financiamento de beneficiários do Pronaf, Pronamp e da categoria “demais” sejam elevados em torno de 30%.

    Além de mudanças no que se refere aos depósitos à vista, a Febraban também solicitou ao Ministério da Agricultura alterações relacionadas a outra fonte de crédito para o agronegócio, os Fundos Constitucionais, cujos recursos são destinados a investimentos de pequenos, médios e grandes produtores. O pedido é que agentes financeiros privados possam distribuir recursos dos fundos, a exemplo do que já ocorre com dinheiro do Funcafé e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Atualmente, a distribuição do Fundo Constitucional do Centro-Oeste é feita majoritariamente pelo Banco do Brasil e, o do Nordeste, pelo Banco Nacional do Nordeste.

    Outra demanda é ampliar o porcentual (hoje de 5%) do dinheiro de poupança que precisa ir para crédito rural e que pode ser aplicado em Cédulas de Produto Rural (CPR). A entidade não estabeleceu o novo porcentual. “Quisemos abrir um debate sobre esta questão, achamos que há espaço para crescer”, disse Silva.

    Novo processo de contratação

    Uma das pautas estratégicas da Febraban para a safra 2022/23, de acordo com Silva, é avançar nas conversas com Agricultura, Economia e Banco Central para mudar o processo de contratação de crédito de linhas do Plano Safra regidas pelo Manual de Crédito Rural (MCR). Hoje, cabe às instituições financeiras coletar, junto aos produtores rurais, informações que vão além das exigidas de clientes em linhas comerciais, a fim de atender ao MCR, o que torna o processo mais caro e moroso.

    Nas solicitações de crédito de linhas regidas pelo MCR, apresentadas por produtores aos bancos, devem constar dados agronômicos, como coordenadas geodésicas da propriedade e compras de insumos feitas para a safra seguinte, histórico de produtividade, informações sobre reserva legal, áreas de proteção permanente, destino dos recursos solicitados e muitos outros. De acordo com Silva, atualmente são cerca de 80 itens. Todos esses dados e documentos comprobatórios são coletados pelas instituições financeiras e encaminhados ao governo, para que a operação possa ser validada e os recursos, liberados.

    A Febraban quer que o Ministério da Agricultura centralize a coleta desses dados em uma plataforma integrada e disponível às instituições financeiras para consulta, gerida pela pasta. Neste modelo, produtores alimentariam o bureau com informações exigidas pelo governo, para serem elegíveis ao crédito. O sistema também integraria dados das bases da Receita Federal, Incra e outros órgãos. Na época da contratação de financiamentos, os produtores solicitariam os recursos aos bancos, que então consultariam a plataforma (desde que com autorização dos clientes) e receberiam informações sobre o perfil do produtor, como porte, programas elegíveis conforme a atividade e se está regularizado.

    A federação também solicitou a abertura de dados do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor), gerido pelo Banco Central (BC). Hoje os bancos alimentam o Sicor, mas não têm acesso a todas as informações do sistema. No novo modelo, as instituições financeiras solicitariam diretamente dos clientes somente dados estritamente relacionados à sua capacidade de pagar pelo empréstimo, referentes a endividamento, garantias e nível de comercialização da safra.

    “Queremos passar para a Agricultura o trabalho agronômico que hoje os bancos fazem. Tenho certeza de que, se adotado, esse novo modelo transformará o crédito rural. Vai diminuir o tempo que o produtor leva para obter o crédito, aumentar oferta e reduzir o custo”, afirmou Silva.

    Segundo o executivo, o fato de hoje os bancos precisarem ter uma equipe maior para levantar dados e documentos não relacionados à operação financeira e enviá-los para o governo, além dos custos com sistemas e procedimentos internos, inibe a entrada de mais instituições financeiras no crédito rural. “Pelo menos metade das que têm exigibilidade (têm depósitos à vista e a obrigação de destinar 25% deles para linhas do agro) e hoje não operam crédito rural teriam interesse (em entrar no segmento). Umas dez instituições, pensando conservadoramente”, disse.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Agronegócio brasileiro exporta mais de US$ 15 bilhões em maio

    Nos cinco primeiros meses de 2022, as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 63,62 bilhões, valor histórico para o período

    As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 15,11 bilhões em maio de 2022, com uma alta de 14,2% em relação ao mesmo mês do ano passado.

    O aumento do valor foi causado pela elevação nos preços médios de exportação dos produtos agropecuários brasileiros.

    De acordo com levantamento elaborado pela Secretaria de Comércio de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, o volume de produtos exportados teve uma queda de 12,6% em maio, na comparação com maio de 2021.

    A redução de volume exportado pode ser explicada em função, principalmente, da diminuição das exportações de soja em grão, que apresentaram queda de 4,3 milhões de toneladas em maio de 2022 frente a maio de 2021.

    A participação relativa do setor nas exportações totais brasileiras alcançou 51% em maio.

    Nos cinco primeiros meses de 2022, as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 63,62 bilhões (+29,0%), valor histórico para o período. O recorde anterior para o período (de janeiro a maio) foi em 2021, quando as exportações registraram US$ 49,33 bilhões.

    Setores

    Os cinco maiores setores exportadores do agronegócio foram: complexo soja (53,9% de participação); carnes (14,8% de participação); produtos florestais (10,4% de participação); complexo sucroalcooleiro (4,4% de participação); e café (4,2% de participação).

    O principal setor exportador do agronegócio brasileiro é o complexo soja, que registrou um valor recorde em maio de 2022, atingindo US$ 8,15 bilhões. O valor foi 6,2% superior na comparação com o exportado em maio de 2021. O principal fator responsável por esse valor recorde foi o aumento dos preços médios de exportação dos produtos do setor, que subiram, em média, 39%.

    As exportações de carnes chegaram ao montante recorde de US$ 2,23 bilhões (+34,3%). Esse valor ocorreu em função do incremento das vendas externas de carne bovina e de carne de frango. As vendas externas de carne bovina subiram 49,7% e alcançaram US$ 1,08 bilhão.

    O complexo sucroalcooleiro foi o único entre os cinco principais setores exportadores do agronegócio que apresentou redução nas vendas externas. O valor exportado caiu de US$ 848,23 milhões em maio de 2021 para US$ 659,28 milhões em maio de 2022 (-22,3%). A queda ocorre em função, principalmente, da redução do volume exportado de açúcar (-36,4%).

    Importações

    As importações brasileiras do agronegócio somaram US$ 1,53 bilhão em maio de 2022 (+25,3%). As importações de fertilizantes somaram US$ 3,11 bilhões, com alta de 277,8% em relação a maio de 2021. O volume importado aumentou 56,7%, passando de 2,6 milhões de toneladas para 4,07 milhões de toneladas em 2022.

    O principal fator responsável pelo incremento das importações de fertilizantes foi a elevação do preço médio de aquisição da tonelada, que subiu 141,2%, chegando a US$ 763,9 por tonelada.

    Em maio de 2022, os cinco principais países fornecedores de fertilizantes para o Brasil foram: Rússia (US$ 881,10 milhões; 28,4% de participação); Canadá (US$ 373,09 milhões; 12,0% de participação); Marrocos (US$ 3646,60 milhões; 11,7% de participação); Estados Unidos (US$ 152,02 milhões; 4,9% de participação); e Omã (US$ 141,30 milhões; 4,5% de participação).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Colheita de milho avança lentamente

    As geadas ocorridas na semana de 06 a 12/06 afetaram as lavouras cultivadas em safrinha

    A colheita de milho avançou lentamente, mesmo com o tempo mais seco entre os dias 13 e 16/06, e alcançou 99% da área de cultivo. Foram colhidas as lavouras de melhor potencial produtivo. Permanecem pequenas lavouras destinadas ao autoconsumo, colhidas escalonadamente em processo manual, conforme a necessidade dos produtores, pois estes não possuem estrutura adequada para armazenar os grãos. Na região de Caxias do Sul, a colheita ainda está em andamento nas pequenas propriedades dos Aparados da Serra, região das Hortênsias e nos municípios da serra localizados mais próximos ao município.

    Conforme dados da Emater, as geadas ocorridas na semana de 06 a 12/06 afetaram as lavouras cultivadas em safrinha. Houve danos em lavouras nas regionais de Ijuí e Soledade, impactando na maturação das lavouras que se encontravam em estádio de grão dentado, período em que há o aumento do conteúdo de amido e a redução da umidade nos grãos. Na regional de Bagé, em São Gabriel, houve perda total nas lavouras em enchimento dos grãos, ocasionando a requeima das folhas pelo frio e a paralização do metabolismo das plantas.

    Na de Santa Rosa, as lavouras destinadas à produção de grão foram colhidas ou foram cortadas para silagem, pois as geadas que atingiram as plantas em plena maturação obrigaram o corte.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/