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23 de junho de 2022

  • CNA solicita mais R$ 710 milhões em 2022 para seguro rural

    Segundo nota da CNA, o crédito extra é necessário para garantir a cobertura do plantio da próxima safra de verão 2022/23

    Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou ao Ministério da Economia a liberação de R$ 710 milhões de suplementação orçamentária para a execução do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) em 2022.

    Segundo nota da entidade, o crédito extra é necessário para garantir a cobertura do plantio da próxima safra de verão 2022/23 – soja e milho primeira safra – , que começa em setembro, e permitir que o orçamento do PSR deste ano atenda à mesma demanda de 2021.

    O pedido foi feito na terça-feira (21), por meio de ofício encaminhado ao secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago. No documento, a entidade explica que, dos R$ 990 milhões aprovados na Lei Orçamentária Anual de 2022, mais de 52% foram utilizados, principalmente para culturas de inverno. Os R$ 710 milhões se somariam aos R$ 990 milhões previstos na Lei Orçamentária Anual de 2022, totalizando R$ 1,7 bilhão.

    No ano passado, o montante de R$ 1,18 bilhão para subvenção ao seguro rural garantiu atendimento a mais de 120 mil produtores, com 217 mil apólices e cobertura de 14 milhões de hectares, de acordo com a CNA. “Considerando o cenário atual, os recursos liberados para esse ano só serão suficientes para cobrir 8,1 milhões de hectares, ou seja, está muito aquém do total segurado no ano anterior”, explica o presidente da CNA, João Martins, no ofício.

    A CNA argumenta que em virtude da intensidade dos eventos climáticos e da alta sinistralidade na safra 2021/22, bem como do aumento expressivo dos custos de produção, os prêmios (preços das apólices) subiram, demandando mais recursos para subvenção para manter os mesmos indicadores do PSR em 2021. A maior adesão dos produtores aos seguros agrícolas, continua a CNA, também reflete o aumento das perdas por adversidades climáticas: R$ 5,8 bilhões foram pagos pelas seguradoras em indenizações de janeiro a março de 2022.

    “Isso demonstra que a política de subvenção ao seguro rural vem funcionando para garantir a permanência de milhares de produtores na atividade”, acrescentou Martins no documento.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Brasil estima safra recorde de trigo em 2022

    A Conab prevê que a produção brasileira de trigo alcance 8,4 milhões de toneladas em 2022, um crescimento de 8%

    Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a produção brasileira de trigo alcance 8,4 milhões de toneladas em 2022, um crescimento de 8% em comparação com a safra passada, quando foram produzidas 7,6 milhões de toneladas.

    No Paraná, onde o plantio começa mais cedo, 82% da área de 1,17 milhão de hectares já está semeada. E tem produtor com expectativa de aumento de área.

    É o caso do triticultor Gustavo Ribas, de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, no Paraná, que começou o plantio nesta terça-feira, primeiro dia de inverno.

    “Estou aumentando em 40% a minha área plantada, e a gente vê pessoas trabalhando muito forte no trigo, produtores chegando a plantar, mas daí é aquele trigo, lá de fevereiro, 100% da área de trigo, isso aí é muito difícil. E a gente vê que o mercado, o clima têm promessa de conduzir bem e a gente tem uma perspectiva de aumento de preços”, explica o produtor.

    A previsão de safra recorde é puxada pelos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, que respondem por 90% da produção nacional do cereal.

    O Rio Grande do Sul pode ter a maior produção de trigo da história, com 3,9 milhões de toneladas, incremento de 12% em relação ao ano passado, quando o estado colheu 3,5 milhões.

    A área plantada no estado gaúcho é a maior desde 1980, com 1,4 milhão de hectares.

    No Paraná, a produção prevista também é recorde. O Departamento de Economia Rural do Estado (Dereal) estima 3,8 milhões de toneladas, volume 21% acima do registrado no ciclo 20/21.

    “Esse ano a expectativa é de que a gente tenha uma safra cheia, se isso se concretizar com certeza a gente vai ter recorde. Então a partir de agora que as culturas começam a entrar num risco maior. Daqui até agosto é o principal momento da cultura do trigo para gente definir se realmente a gente vai ter uma boa produtividade ou não”, destaca o agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho.

    Exportações de trigo

    As exportações do cereal estão aquecidas. Segundo dados do Ministério da Economia, na parcial de janeiro a junho deste ano, o Brasil embarcou 2,5 milhões de toneladas de trigo.

    No ano passado inteiro, o país exportou pouco menos da metade, 1,120 milhão toneladas.

    Para a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), a venda do cereal para o mercado externo está sendo estimulada por causa da guerra na Ucrânia, que é um dos principais produtores de trigo no mundo, junto com a Rússia, no entanto, para o Rio Grande do Sul o mercado externo sempre foi mais acessível.

    “É muito mais fácil você exportar trigo para África, para Ásia, do que a gente mandar para São Paulo ou pro Ceará ou pro Rio de Janeiro é um emaranhado de tributação, a própria logística é muito cara. Então o que que nós fizemos, nós nos preparamos para exportar trigo para o mundo. O preço da exportação é sempre competitivo, nós do cooperativismo do Rio Grande do Sul, entendemos que a exportação é um caminho que baliza o mercado”, explica o presidente da Fecoagro, Paulo Pires.

    “Então a gente tem que entender esse novo modal de mercado, que é o mercado exportador, ou seja, você compra e você vende no lugar que estiver te pagando mais, nós não temos essa precaução da segurança alimentar, ela pode ser feita como um programa de governo”, complementa.

    O embate entre Rússia e Ucrânia, que representam 30% das exportações globais de trigo, também empurrou a ampliação das lavouras gaúchas em 16% nesta safra de inverno.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Produtor deve adotar governança na propriedade para driblar custos

    Entre as dicas para evitar a escalada de preços estão compras coletivas e travamento de cotações

    Com a alta dos custos de produção ao produtor rural já anunciada por diversos levantamentos realizados por entidades e associações, em especial dos insumos agrícolas e combustíveis, os agricultores precisam organizar o planejamento de forma a minimizar os impactos da elevação de preços. Em algumas situações, mesmo com a alta das cotações, o cultivo se torna inviável. Neste caso a gestão entra como ferramenta chave para amenizar os problemas gerados por esta disparada.

    De acordo com o sócio da Guapo Consultoria, o advogado Márcio Weiler, o ano de 2022 está sendo marcado por um aumento dos custos de produção da atividade agropecuária, tanto custos fixos quanto custos variáveis. “Dentro deste cenário é importante termos em mente que a governança corporativa é uma ferramenta fundamental para uma melhor gestão da empresa rural. Quem melhor se organiza dentro da propriedade e dentro da família, certamente passa uma imagem para o mercado de que está mais preparado para enfrentar as turbulências, que costumam vir no curso da própria atividade, inerentes ao risco da produção”.

    O especialista lembra que quem busca ter uma governança familiar aplicada a sua atividade estará bem preparado para fazer aquilo que sabe, ou seja, produzir alimentos protegendo o seu patrimônio. É o caso do produtor rural Edimar Ceolin, de Santiago (RS). Entre as principais recomendações para estes momentos, o produtor dá a dica: nunca comprar todo o insumo no mesmo momento e parcelar em algumas vezes se for possível, além de buscar comprar coletivamente com outros produtores para negociar preço. O ideal é escalonar em duas ou três frações de compra e buscar travamento de preços. E claro, cotar preços com mais de um fornecedor.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/