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Oferta de leite nacional pode cair no fim do ano, diz Embrapa

Para o segundo semestre a expectativa é que os preços do leite encontrem um ponto de equilíbrio para cada elo da cadeia

produção brasileira de leite pode ser a menor em 10 anos, segundo o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, o pesquisador Paulo Martins.

“Nos últimos dois anos, os custos de produção subiram 62%. Teve muito produtor que vendeu sua vaca. Quando ele vende para o vizinho, que continua produzindo leite, não tem problema. Mas neste caso, muita vaca foi para o açougue. Nós vamos ter uma redução na produção significativa de leite no fim do ano, na comparação com o fim do ano passado. Talvez a gente involua cinco, dez anos em relação ao que a gente vinha tendo de oferta de leite nacional”, diz.

Preço pago ao produtor

preço pago ao produtor registrou novo aumento em junho, devido a escassez no mercado. O preço médio nacional foi de R$ 2,68 por litro.

De acordo com informações da Embrapa, houve importante melhora na relação de troca, tanto pela alta do leite quanto pela queda do preço do milho. Foram necessários 39,4 litros para aquisição de 60 kg de mistura, contra 48,6 litros observados em junho/21.

No varejo, o preço da cesta de lácteos apresentou aumento mensal de 5,7%. Todos os itens pesquisados apresentaram elevação de preço, com destaque para o leite condensado e o leite UHT.

Em 12 meses, os lácteos tiveram incremento de 25,4%, ficando acima da inflação oficial brasileira, o IPCA, que acumulou 11,9% em 12 meses.

“Realmente, os preços melhoraram bastante nos últimos meses, especialmente com a redução dos custos de grãos e do combustível.

Tendência

Para o segundo semestre a expectativa é que os preços encontrem um ponto de equilíbrio para cada elo da cadeia.

Neste mês de julho os preços de trigo, soja e milho estão com tendência de queda de preços na bolsa de Chicago e os combustíveis caíram de preço no mercado interno. Isso deverá reduzir a pressão sobre os custos de produção.

O preço ao produtor deverá recuar, como sempre ocorre no segundo semestre.

Neste momento, há produtores recebendo o equivalente a US$ 0,80 por litro produzido.

A tendência é de alguma aceleração das importações devido à competitividade atual do produto importado. A criação de novos empregos e a injeção de cerca de R$ 42 bilhões na economia, dinheiro novo aprovado no Congresso, deverão estimular o consumo de lácteos.

Fonte: https://www.canalrural.com.br/