PESQUISA, INFORMAÇÃO E RENTABILIDADE MARCAM O 10º CAMPO TECNOLÓGICO DE VERÃO DA COTRIJUC

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Nos dias 14, 15 e 16 de fevereiro, a Cotrijuc realizou a 10ª edição do Campo Tecnológico de Verão. Este foi o segundo evento realizado na nova área experimental da cooperativa junto à Fepagro, desde que foi firmado o acordo de cooperação com o Governo do Estado, em 2022. Ao longo dos três dias de programação, cerca de 400 pessoas visitaram as estações técnicas e comerciais, além dos estandes das empresas parceiras.

O roteiro contou com seis estações técnicas, que abordaram correção de solo, plantabilidade, manejo de doenças, pragas e plantas daninhas, cultivares de soja e projetos desenvolvidos pelo Centro Estadual de Pesquisas e Sementes. Nas estações comerciais, Bayer, BASF, Prime Agro e FMC apresentaram seus portfólios para a cultura da soja.

Junto à recepção, o público também pode conferir o espaço das tecnologias da Cotrijuc, onde a equipe do Setor de Inteligência explicou sobre os aplicativos da cooperativa e suas funcionalidades. No entorno, os participantes ainda visitaram os estandes das demais empresas parceiras do Campo Tecnológico: Yara, Corteva, UPL, Vittia, Brandt, Fortgreen, Timac, Ihara, Adama, Mosaic, Unifertil, Microquímica, Sumitomo, Sinon e Piratini.

Após três dias de atividades, a avaliação é positiva. O coordenador técnico de campo, Felipe Michelon, também destaca o engajamento da equipe na condução dos trabalhos. “A sensação é de dever cumprido, com um bom público, de produtores, alunos, parceiros. Entendemos que o Campo cumpriu seu papel, que é difundir a informação e a tecnologia, para que o produtor tenha mais rentabilidade na propriedade”, completa.

ESTAÇÕES TÉCNICAS

Desafios e oportunidades na correção da acidez do solo – pesquisador da RTC, Dr. Jackson Fiorin: Ainda é um grande desafio a correção da acidez do solo nas propriedades. Na área de atuação da Cotrijuc, com base no diagnóstico de fertilidade do solo, de 2010 a 2018, entre 3340 propriedades, 93% precisam corrigir a acidez do solo. O estudo mostra uma situação preocupante, pois 40% das propriedades necessitam altas doses de calcário, de cinco a mais de 15 toneladas por hectare. É uma situação que precisa ser repensada, pois o potencial produtivo das cultivares é alto, muito além dos 100 sacos por hectare, mas perdem produtividade em razão de o PH da lavoura não estar adequado. Ou seja, a correção da acidez do solo é uma grande oportunidade para aumentar a produtividade e a rentabilidade

Tudo começa pela semeadura – coordenador técnico de campo da Cotrijuc, Felipe Michelon: O objetivo é trazer para o produtor o tamanho da importância de implantar bem a lavoura, ou seja, ter plantas emergidas uniformemente. Abordamos dois pontos: velocidade de semeadura e umidade do solo na semeadura. Fazemos uma demonstração, em cada velocidade, quantos metros a plantadeira percorre em um segundo e, depois, falamos do impacto na produtividade. Os resultados de 18 experimentos, três safras em seis locais, mostram que, a partir de 2,5 a 3 Km/h, a cada 1Km adicionado, há uma perda de produtividade de 0,95 sacas por hectare. Em relação à umidade do solo, destacamos a importância de semear com a umidade ideal: nem muito seco, que a semente não possa germinar, nem tão úmido, que possa causar problemas na plantadeira. Mas cada propriedade é diferente, cada lavoura tem seu sistema. Tudo que começa bem, pode terminar bem.

Projetos do Centro Estadual de Pesquisa de Sementes – Fepagro: A equipe da Fepagro apresentou os projetos que são desenvolvidos no Centro: 1. Projeto Integrado de Pesquisa em Sistemas Produtivos de Feijoeiro Comum na Região Centro do Rio Grande do Sul; 2. Consórcio Mandioca e Feijão Comum: Potencialização da Produção na Agricultura Familiar; 3. Avaliação e Comparação das Respostas de Componentes Produtivos e da Qualidade da Semente de Soja Manejada com Adubação Nitrogenada, Inoculação por Bradyrhizobium spp e Coinoculação por Azospirillum brasilense; 4. Avaliação dos Híbridos de Milho do Programa Troca-Troca do Rio Grande do Sul; 5. Projeto de Melhoramento Genético da Soja; 6. Projeto Integrado de Pesquisa e Difusão de Técnicas Conservacionistas de Manejo de Solo; 7. Manutenção da Qualidade Fisiológica de Sementes de Culturas Agrícolas Armazenadas em Atmosfera Controlada sob Diferentes Temperaturas.

Uso de pré-emergentes no controle de invasoras – Getagri: Conforme os técnicos da Getagri, o uso de pré-emergentes é uma ferramenta eficaz no controle de plantas daninhas, além de ser importante para proteger as novas tecnologias das sementes de soja. Foram apresentadas 10 parcelas, com explicações sobre os protocolos e manejos utilizados. Na oportunidade, também foi apresentado o drone para monitoramento fotográfico de lavouras, gerando mapas de precisão com as informações sobre as lavouras, e os demais serviços oferecidos pela Getagri, nas áreas de assistência técnica, elaboração de projetos agropecuários e geração de dados para agricultura de precisão.

Manejo de tripes na cultura da soja – Ello: A equipe orientou os produtores sobre a tripes, uma praga que tem se tornado um problema frequente nas lavouras de soja, principalmente nas últimas duas safras, reduzindo a produtividade. A solução é monitorar a frequência para posicionar as ferramentas de forma mais assertiva, adequando o intervalo de aplicação conforme a situação da lavoura. Na ocasião, também colocaram à disposição os serviços realizados pela Ello, como assistência técnica agrícola e pecuária, gestão da propriedade, gestão da fertilidade, projetos de crédito rural e planejamentos.

Curva de potencial de cultivares de soja nas safras 2017 a 2021 – líder operacional de campo, Dener Rossato, e líder de sementes e serviços, Gabriel Pasinatto: A dupla apresentou um compilado dos dados de cultivares dos últimos quatro anos, com avaliação bifatorial. Conforme Dener, foram avaliados grupos de maturação, produtividade e época de plantio, com o objetivo de adequar os materiais na melhor janela de plantio, aproveitando o máximo do teto produtivo. Gabriel apresentou o campo de cultivares, com 40 materiais que integram o portfólio da Cotrijuc, implantados em três épocas: 27 de outubro, 15 de novembro e 05 de dezembro, mostrando o desempenho de cada um de acordo com a época de plantio, entre materiais base, já conhecidos, e novas tecnologias que possam agregar rentabilidade aos produtores.

DEPOIMENTOS

Valdir Pettine, produtor rural de Itaara: Tudo bem organizado, bem localizado, melhor que a área anterior e, ao meu ver, cumpriu as metas, deu pra ver bem os materiais. Todos os itens foram bem apresentados, trocando materiais, de acordo com o potencial. Por isso é importante, o dia de campo, sempre inovar e não parar no tempo.

Marlon Stradiotto, produtor rural de São Martinho da Serra: Um campo excelente, bem posicionado, diversificado, bem conduzido pelas equipes, os profissionais dominam o que estão apresentando. Sempre é um aprendizado, a busca de novas tecnologias, incrementa no dia a dia, tendências, abrir espaço para novos produtos, ir testando.

Texto e fotos: ASCOM Cotrijuc