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13 de junho de 2022

  • Zoneamento Agrícola de Risco Climático ganha nova regra

    Até que a instrução normativa seja publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento continua valendo a regra atual

    Uma nova regra passa a valer para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) a partir da próxima safra. Baseada em pesquisas desenvolvidas pela Embrapa, a regra dobra de três para seis as classes de água disponível (AD) no solo, passando a representar 99% das terras agrícolas brasileiras. Com isso, a nova norma fortalece a operacionalização do Zarc como instrumento de política pública.

    Até que a instrução normativa seja publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) continua valendo a regra atual. A nova vai sendo implementada conforme as novas instruções para as culturas.

    De acordo com a Embrapa, o conceito de AD indica a quantidade de água que pode ser armazenada no solo e utilizada pelas plantas. Trata-se de um atributo de extrema importância para a agricultura, pois impacta diretamente no tempo em que uma cultura conseguirá sobreviver sem chuva. A metodologia antiga do Zarc considerava três classes de água disponíveis no solo sendo uma para solo arenoso, outra para solo de textura média e outra para solo argiloso, diferenciadas pelo conteúdo de argila do solo.

    Com a atualização, o Zarc passa a considerar seis classes de água disponível, abrangendo um intervalo desde 0,34 mm de água por centímetro de solo até valores maiores que 1,84 mm/cm, o que compreende mais de 99% dos solos agrícolas brasileiros na atualidade.

    “O maior número de classes permitiu considerar adequadamente uma amplitude maior de condições hídricas em diferentes tipos de solos e regiões brasileiras, ao mesmo tempo em que aumentou a precisão da estimativa do risco hídrico dentro do intervalo de cada classe”, diz o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital (SP), José Eduardo Monteiro.

    “O objetivo da nova regra é aperfeiçoar o uso da informação, aumentar o número de cenários, os diferentes ambientes ou ocorrências de tipos de solos e funcionamentos deles associados às relações clima e planta. As novas classes de AD dos solos do Brasil serão estimadas não só pelos teores de argila, mas também pelas demais frações granulométricas do solo: areia e silte,” diz o pesquisador Balbino Evangelista, da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO).

    “No passado, todo o risco era estimado para apenas três tipos de solo, caracterizados por três níveis fixos de água disponível (AD = 0,7; 1,1 e 1,5 mm/cm), os quais eram estabelecidos basicamente pelo teor de argila. Tal metodologia era usada desde o início dos trabalhos de Zarc (1996) e eram frequentes os questionamentos quanto à água disponível a ser considerada numa determinada região. Além disso, hoje sabe-se que a composição granulométrica (textural) do solo é muito mais complexa do que apenas o teor de argila para a definição da água disponível de um solo”, explica José Renato Bouças Farias, pesquisador da Embrapa Soja (PR).

    ​​O que é o Zarc?

    O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais, agentes financeiros e demais usuários. O Zarc atualmente contempla 44 culturas e sempre busca ampliar as culturas analisadas. Atualmente, está em estudo, por exemplo, o Zarc-palmeiras, que fará estudos para os cultivos do açaízeiro, coqueiro, dendezeiro e a macaubeira.

    O Zarc tornou-se imprescindível para identificar, quantificar e mapear as regiões com climas mais favoráveis ao plantio dos cultivos de sequeiro e de alguns cultivos irrigados. Na atualidade, os estudos do ZARC contemplam a indicação das épocas de plantio e percentual de risco associado para todas as unidades da federação.

    Em 2021, a adoção do Zarc proporcionou uma economia superior a R$ 8,7 bilhões à produção agrícola brasileira, de acordo com o Balanço Social da Embrapa. O valor equivale principalmente a prejuízos que o País deixou de sofrer com perdas de safras e às consequentes indenizações securitárias que elas provocaram.

    O Zarc influencia diretamente o seguro agrícola. Em alguns programas de governo, como o Proagro, o seguro já está no financiamento. Esses seguros se baseiam no calendário agrícola que o ZARC faz para cada cultura.

    O ZARC nada mais é do que é um calendário agrícola. Se o produtor deseja plantar milho no Rio de Janeiro, por exemplo, é indicada certa época do ano na qual terá 80% de chances de acerto, se plantar logo depois cai para 70% e se deixar para plantar no fim de dezembro, por exemplo, o risco é de 20% de dar certo, se o plantio for em março a chance de dar errado é de 100%. É um trabalho técnico que vira uma política pública.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Brasil pode ser autossuficiente em trigo em 10 anos, apontam especialistas da Embrapa

    Embrapa já testou cultivo de trigo nos cerrados de Roraima

    O Brasil pode se tornar autossuficiente na produção de trigo para consumo em até dez anos. A afirmativa foi dada por pesquisadores da Empresa, que já colheram significativos resultados em suas pesquisas de campo. O desafio será ultrapassar a casa de 13 milhões de toneladas consumidas hoje no país, uma vez, que 50% da demanda interna é importada.

    Em audiência pública realizada na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, na semana passada, os pesquisadores da Embrapa divulgaram os resultados das últimas pesquisas quanto à tropicalização da cultura do trigo e as perspectivas de expansão da produção para os estados das regiões Norte e Nordeste.

    Conforme estudos, Roraima, Ceará, Piauí e Maranhão são alguns dos estados que aparecem como novas fronteiras do trigo, hoje produzido em maior parte na região Sul (90%). Atualmente, 19% do consumo está localizado na Região Sul; 42% na Região Sudeste; 5,5% na Região Centro-Oeste; 22% na Região Nordeste; e 10% na Região Norte, em um total de 12,7 milhões de toneladas demandados.

    Pesquisador em trigo da Embrapa Cerrado, Júlio Albrecht mostrou que a área de produção do trigo está migrando para a região do Cerrado. “Temos, no Cerrado, 204 milhões de hectares e podemos explorar sem derrubar árvores, só cultivando em regiões degradadas. A Embrapa sempre acreditou no trigo nessa região. Temos condições de chegar a autossuficiência e até a exportação de trigo em menos de 10 anos”, ressaltou.

    Em termos de custos de importação para o Brasil, o trigo só perde para o petróleo, segundo Albrecht. A aposta é congregar genética, pesquisa e produtores qualificados. A média nacional é de de 2,8 toneladas por hectare, mas, em 2021 já houve recorde com um produtor nacional obtendo 9 toneladas.

    Roraima

    Para o chefe-geral da Embrapa Roraima, Edvan Alves Chagas, o estado tem mais de 2 milhões de hectares aptos para a produção de grãos, porém enfrenta alguns desafios, como baixas latitude e altitude, altas temperaturas e umidade relativa do ar. Contudo, as pesquisas da Embrapa apontam bons resultados na produção do trigo.

    A produção de trigo tropical em Roraima trará segurança alimentar e fonte de divisas, segundo o chefe-geral da unidade em Roraima, e será uma opção de cultivo após a safra da soja, que no estado já sofre com a ferrugem (doença que atinge a cultura). Ele acredita ainda que com o cultivo do trigo será possível atrair indústrias voltadas para a moagem.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • USDA eleva produção e estoques de soja

    No Brasil, para o ano de 2021/2022, a produção de soja foi elevada para 126 milhões de toneladas

    O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu novo relatório elevando os estoques e estimativa de produção, tanto de safra nova, quanto de safra velha. Nesse contexto, os números de produção e de estoques finais globais da safra de 2021/2022 fecharam em 351,99 milhões e 86,15 milhões de toneladas, respectivamente. Os dados de 2022/2023 foram estabelecidos em 395,37 milhões e 100,46 milhões de toneladas.

    No Brasil, para o ano de 2021/2022, a produção de soja foi elevada para 126 milhões de toneladas, com 21,86 milhões e exportações caindo para 82,25 milhões de toneladas. Para a safra de 2022/2023 a produção deve permanecer em 149 milhões de toneladas, como o estipulado no mês anterior, enquanto os estoques finais ficarão em 30,76 milhões e exportações em 88,5 milhões de toneladas.

    Já no caso dos Estados Unidos, os únicos dados que foram elevados para a safra de 2021/2022 foram as exportações, revisadas para 59,06 milhões de toneladas, enquanto a produção fica em 120,71 milhões de toneladas e os estoques finais reduzidos para 5,58 milhões de toneladas. Para 2022/2023 a produção deve ficar em 126,28 milhões de toneladas, com estoques caindo para 7,62 milhões de toneladas e exportações permanecendo em 59,87 milhões de toneladas.

    Para a Argentina, quando se fala em safra 2021/2022, a produção deve subir para 43,4 milhões de toneladas, assim como os estoques finais para 20,65 milhões e as exportações devem permanecer em 2,75 milhões de toneladas. Para 2022/2023, a produção e a exportação devem permanecer em 51 milhões de toneladas e 4,7 milhões de toneladas, respectivamente. Os estoques finais devem subir para 23,51 milhões de toneladas.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/