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  • Soja: Cortes produtivos, recuperação em áreas e força argentina marcaram a semana

    Conab e Safras & Mercado apontaram reduções na produção da safra 23/24, mesmo com ajustes positivos em áreas produtivas importantes

    Com o avanço da colheita da soja, consultorias e entidades vão refazendo os cálculos sobre o tamanho da safra brasileira em 2023/24.

    Devido ao clima irregular, Safras & Mercado e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) cortaram, nesta semana, as suas projeções.

    Com isso, as projeções são de que a safra brasileira fique longe das estimativas iniciais, que previam uma colheita acima de 160 milhões de toneladas.

    Para a Safras, a produção brasileira de soja deverá totalizar 148,601 milhões de toneladas, com retração de 5,8% sobre a temporada anterior, indicada em 157,83 milhões de toneladas.

    Em 9 de fevereiro, data da estimativa anterior, a projeção era de 149,076 milhões de toneladas. A redução sobre a previsão anterior é de 0,32%.

    Área de soja semeada

    A consultoria indica aumento de 1,6% na área, estimada em 45,41 milhões de hectares. Em 2022/23, o plantio ocupou 44,68 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare (59,1 sacas) para 3.289 quilos (54,8 sacas).

    Foram feitos ajustes finos em produtividades médias esperadas para alguns estados, mas sem grandes alterações.

    “O avanço da colheita, que já supera metade da área, começa a revelar a realidade das lavouras nos principais estados do país. De uma forma geral, nota-se que as lavouras semeadas mais tardiamente foram beneficiadas por uma maior umidade que atingiu
    principalmente o Centro-Norte do país a partir de janeiro”, informa o analista de Safras, Luiz
    Fernando Gutierrez Roque.

    Segundo ele, esse comportamento levou a uma condição melhor para o desenvolvimento das plantas em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e estados das regiões Norte e Nordeste.

    “Diante disso, o estado de Mato Grosso sofreu um ajuste positivo em sua produtividade média esperada, mesmo que de forma pontual. No lado negativo, destaca-se a redução do potencial produtivo no estado do Paraná devido ao clima irregular. Nos estados das regiões Norte e Nordeste, destaca-se a manutenção do potencial produtivo diante da melhora climática, e abre-se a possibilidade de surpresas positivas nas próximas atualizações”, conclui o analista.

    Estimativa Conab

    A produção brasileira de soja deverá totalizar 146,86 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com recuo de 5% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 154,6 milhões de toneladas.

    A projeção faz parte do 6º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No relatório anterior, a previsão era de safra de 149,4 milhões de toneladas. Houve um corte de 1,7% entre um mês e outro.

    A entidade trabalha com uma área de 45,177 milhões de hectares, com elevação de 2,5% sobre o ano anterior, quando foram cultivados 44,080 milhões de hectares. A produtividade está estimada em 3.325 quilos por hectare (55,4 sacas). Em 2022/23, o rendimento ficou em 3.507 quilos por hectare (58,4 sacas), o que representa uma retração de 7,3%.

    Instabilidades climáticas na soja

    Desde o início da presente safra até meados de dezembro, as condições climáticas foram variáveis e desfavoráveis nas principais regiões produtoras. Essas instabilidades climáticas
    provocaram perdas significativas na produtividade das culturas, sobretudo na da soja, principal produto cultivado no período.

    De acordo com o documento, a queda verificada se deve às baixas precipitações e às temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras. No entanto, em locais em que o grão foi semeado mais tardiamente as precipitações têm favorecido o desenvolvimento das lavouras.

    Safra argentina

    Na Argentina, a sinalização é oposta e as revisões estão sendo feitas para cima. As regiões Centro e Norte da Argentina receberam chuvas na última semana, melhorando os níveis de
    umidade da soja.

    Segundo a Bolsa de Buenos Aires, aproximadamente metade das lavouras estão em período crítico do desenvolvimento. A safra do país é projetada em 52,5 milhões de toneladas. As lavouras se dividem da seguinte forma:

    • Boas: 30%
    • Médias: 54%
    • Ruins: 16%

    Na semana passada, eram 29%, 54% e 17%, respectivamente. Em igual período do ano passado, 2%, 23% e 75%. O déficit hídrico atinge 23% da área, contra 28% na semana passada e 70% um ano atrás.

    A Bolsa de Rosário ajustou ligeiramente sua estimativa de produção de soja para a safra 2023/24 da Argentina, passando de 49,5 milhões de toneladas, em fevereiro, para 50 milhões de toneladas, após as chuvas das últimas semanas.

    As precipitações iniciadas em fevereiro melhoraram as condições de enchimento da soja de primeiro ciclo. Para a segunda safra, embora tenham tido um grande impacto, é uma recuperação que em os termos produtivos é limitada, pois as lavouras foram muito afetados.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • La Niña aumenta risco de seca em regiões do Brasil; veja previsão

    Enquanto o Norte e Nordeste registram chuvas acima da média, o Centro-Oeste e Sul enfrentam períodos de seca

    fenômeno La Niña está prestes a substituir o El Niño, trazendo consigo a possibilidade do risco de seca em algumas partes do Brasil, de acordo com uma nota técnica divulgada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden).

    Autoridade climática global, o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) divulgou projeções que sugerem uma probabilidade de 55% para a ocorrência moderada do fenômeno climático La Niña durante o trimestre de agosto a outubro.

    Segundo o Cemaden, projeções indicam mudanças significativas nos padrões de chuvas e temperaturas em diferentes regiões do país.

    A análise apresentada na nota técnica revela que, durante a primavera, é esperado um cenário de chuvas abaixo da média histórica na Região Sul do Brasil.

    Por outro lado, regiões como o estado do Amapá e o trecho entre Minas Gerais e a Bahia podem receber chuvas acima da média.

    Além disso, são previstas temperaturas inferiores aos valores médios na Região Sul e em parte da Região Sudeste, assim como no Amapá, devido ao aumento da precipitação.

    Para o próximo verão, as projeções apontam para precipitações superiores à média no extremo norte do Brasil e temperaturas abaixo do normal em partes das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

    No entanto, há também a possibilidade de temperaturas acima da média em áreas do leste da Região Nordeste.

    É importante ressaltar que essas previsões estão sujeitas a variações conforme o desenvolvimento efetivo do fenômeno La Niña.

    O que é La Niña?

    La Niña é um fenômeno climático que causa o resfriamento anormal do Oceano Pacífico Tropical. Isso pode ter grandes impactos no clima global, incluindo o Brasil. A previsão é que a La Niña se estabeleça no país a partir de julho de 2024.

    La Niña na agricultura brasileira

    O Cemaden destaca os impactos da La Niña nas regiões produtivas do Brasil. Enquanto o Norte e Nordeste registram chuvas acima da média, o Centro-Oeste e Sul enfrentam períodos de seca. Essas variações na precipitação e na temperatura do ar podem influenciar as atividades agrícolas.

    De acordo com o Cemaden, eventos recentes como em 1995/1996, 2010/2011 e 2016/2017 demonstraram impactos diferentes. Em 1995, estados como Rio Grande do Sul, Amazonas e Minas Gerais foram severamente afetados, enquanto em 2010/2011, áreas como o sul do Rio Grande do Sul e partes do Mato Grosso sofreram mais.

    O evento de 2016/2017 trouxe impactos significativos para o Nordeste e Minas Gerais, especialmente na primavera. Condições de seca pré-existentes entre 2012 e 2017 intensificaram ou mitigaram os efeitos da La Niña nas áreas agroprodutivas.

    Atualmente, várias regiões, incluindo o Norte, Centro-Oeste, São Paulo e Minas Gerais, enfrentam seca, prejudicando atividades como o plantio de milho, arroz e algodão. Diante desse cenário, especula-se sobre a próxima estação chuvosa, com previsão de possível melhoria no Norte, enquanto São Paulo e Mato Grosso do Sul podem enfrentar manutenção ou agravamento da seca.

    No Sul, espera-se um aumento no número de municípios afetados pelas secas devido às chuvas abaixo da média previstas para o segundo semestre do ano. A incerteza quanto aos padrões de precipitação reforça a necessidade de medidas adaptativas e de gestão para enfrentar os desafios climáticos nas áreas agrícolas do país.

    Quais os impactos esperados?

    • Região Norte e Nordeste:
      • Chuvas acima da média, principalmente na primavera e verão.
      • Aumento do volume de água nos reservatórios.
      • Possíveis inundações e deslizamentos de terra.
    • Região Sul:
      • Chuvas abaixo da média, principalmente no segundo semestre do ano.
      • Aumento do risco de secas e incêndios florestais.
      • Prejuízos para a agricultura.
    • Regiões Centro-Oeste e Sudeste:
      • Cenário mais incerto, com chances de chuvas abaixo da média na primavera e verão.
      • Possíveis impactos na agricultura, principalmente no plantio de milho, arroz e algodão.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

     

  • Agronegócio brasileiro bate recorde de geração de empregos em 2023, diz Cepea

    O setor atingiu a marca de 28,34 milhões de pessoas ocupadas, o que representa um crescimento de 1,5% em relação ao ano anterior

    Em 2023, o agronegócio brasileiro alcançou um marco histórico no mercado de trabalho, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em colaboração com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

    O setor registrou um recorde de 28,34 milhões de pessoas empregadas, marcando um aumento de 1,2% em comparação com o ano anterior (aproximadamente 341 mil pessoas).

    Esse registro representa um recorde na série histórica iniciada em 2012, com o setor respondendo por 26,8% do total de ocupações do país.

    De acordo com o levantamento, o aumento da população ocupada no agronegócio em 2023 foi impulsionado principalmente pelos setores de agrosserviços, que registrou um crescimento de 8,4%, e de insumos, com uma elevação de 5,1%.

    Esses avanços refletem o excepcional desempenho da produção dentro da porteira, estimulando os segmentos a montante e a jusante no agronegócio.

    No entanto, houve uma queda de 5% na população ocupada na agropecuária, atribuída a retrações em diversas atividades, como horticultura, cafeicultura, cereais, bovinocultura, cultivo de laranjas, produção florestal, entre outras.

    No segmento agroindustrial, a população ocupada permaneceu relativamente estável, com avanços nas agroindústrias pecuárias e recuos nas agroindústrias agrícolas.

    Crescimento com formalização e qualificação

    Outro destaque do estudo é a formalização do mercado de trabalho no agronegócio. O número de trabalhadores com carteira assinada cresceu 6%.

    Quanto à escolaridade, houve um aumento na proporção de trabalhadores com ensino médio e superior, completo e incompleto, desde 2012. Destaca-se um crescimento de 4,4% para os trabalhadores com ensino médio e de 7,5% para os com ensino superior, enquanto houve uma queda de 0,7% para os sem instrução e de 3,5% para os com ensino fundamental.

    Tanto a participação masculina quanto a feminina aumentaram em 1,2%, representando um acréscimo de 210,87 mil trabalhadores e 130,60 trabalhadoras, respectivamente. A taxa de participação feminina no agronegócio permaneceu praticamente inalterada em relação ao ano anterior.

    A pesquisa conduzida pelo Cepea se baseia nos microdados trimestrais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua versão trimestral (PNAD-C), do IBGE.

    Utilizando metodologias próprias para identificar as atividades relacionadas ao agronegócio, o Cepea realiza uma análise aprofundada desses dados.

    Segundo o Cepea, em 2023, eles implementaram mudanças metodológicas significativas que afetaram toda a série histórica da pesquisa.

    Entre essas mudanças, destaca-se a inclusão na análise da população ocupada (PO) daqueles indivíduos que se dedicam exclusivamente à produção para consumo próprio.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Manejo integrado pode impulsionar produtividade de soja em 24/25

    Além dos problemas climáticos, incidência de pragas foi maior em 23/24. Produtores devem se precaver contra cenários adversos

    Altas temperaturas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste e excesso de chuva no Sul. Basta um olhar de setembro de 2023 até aqui para notar que a irregularidade climática marcou todo o ciclo 2023/24 da soja.

    Esse cenário levou à quebra de safra de forma irreversível. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por exemplo, reduziu a estimativa de produção em 9,3% ao longo de toda a temporada: de 162 para 146,8 milhões de toneladas.

    Além das questões climáticas, pesquisa realizada pela Agroconsult aponta que os sojicultores também enfrentaram alta infestação de pragas, com aumento de 40% de incidência de percevejo-marrom e 29% de mosca-branca.

    Segundo o pesquisador em entomologia, Clérison Perini, essas pragas não prejudicam apenas a qualidade das sementes, mas reduzem a produtividade com perdas de até 30% na colheita.

    De acordo com ele, o percevejo-marrom, por exemplo, se reproduz mais intensamente no desenvolvimento do cultivo, momento em que a praga tem alimento de qualidade.

    “É importante que o agricultor faça o monitoramento nesse período crítico para um melhor controle, pois essa praga causa danos significativos, com perdas de produtividade de mais de uma saca por hectare a cada inseto por m², reduzindo a qualidade de sementes e dos grãos”, explica.

    Soluções para o manejo

    Esses desafios têm exigido dos agricultores a busca por soluções mais avançadas e sustentáveis para o manejo integrado na cultura da soja, visando mitigar os impactos negativos sobre a produção.

    Assim, para a próxima safra, é fundamental que os sojicultores estejam preparados para lidar com os desafios nas lavouras. De acordo com Perini, o manejo de pragas está entrando em uma nova era, com mais conhecimento sobre o comportamento desses insetos, os danos causados por eles e sua tolerância a determinados produtos.

    “Com base nessas informações, a indústria está desenvolvendo e disponibilizando novas formulações, com diferentes ingredientes ativos, que potencializam o efeito inseticida, garantindo um melhor controle desses detratores de produtividade”, reforça o pesquisador em etimologia.

    Nessa área, uma inovação recente é o inseticida Terminus, da Ihara, que potencializa os ingredientes ativos contra o percevejo-marrom, garantindo maior poder de choque e residual prolongado.

    Com duas aplicações em um intervalo de sete dias, o produto promete reduzir a densidade populacional do inseto, ficando abaixo dos níveis de causar danos às plantações.

    “Para proteger as próximas safras e garantir a viabilidade econômica das lavouras de soja, o produtor deverá contar com acompanhamento técnico especializado, que dará o suporte necessário, visando com que os desafios específicos de cada região e em cada ciclo do cultivo sejam enfrentados com as melhores práticas de manejo e tecnologias disponíveis”, destaca o agrônomo e gerente de Marketing Regional da Ihara, Roberto Rodrigues.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Sustentabilidade do solo é missão de vida de produtor indicado ao Personagem Soja Brasil

    Oli Fiorese produz soja em Água Boa, Goiás, e exalta a importância de pensar nas próximas gerações ao executar as atividades de hoje

    O produtor rural Oli Fiorese começou na agricultura na década de 1980, no Paraná. De lá para cá, a soja ganhou protagonismo em sua vida, levando-o a se mudar para o município de Água Fria de Goiás, em Goiás.

    Na região, a propriedade de sua família, a Fazenda Nossa Senhora de Aparecida, é tida como modelo de sustentabilidade.

    “Fazemos agricultura de precisão todo ano, então tudo o que é necessário ao solo, temos aplicado. Pensamos que é preciso fazer para ele se manter cada vez mais sustentável e produtivo, para que dê retorno financeiro ao longo de várias décadas”, afirma.

    As futuras gerações e a soja

    Para o produtor, é fundamental que se pense no solo desde o início da produção, focando na capacidade de retenção de água e de matéria orgânica.

    “É um conjunto de várias ações que precisam ser feitas, mas diria que as mais importantes são a preservação dos mananciais, manter intactas as reservas [legais] e colaboradores que tenham a ciência da importância de fazer essas ações”.

    Fiorese ressalta que é essencial pensar nas próximas gerações, em netos e bisnetos. “Temos que ter esse ideal na cabeça: não é só extrair, precisa repor e preservar a natureza”.

    Pensar no futuro é algo que já traz frutos ao produtor. Isso porque depois de formados, os filhos decidiram seguir com o negócio da família. Assim, a nova geração implementou novas tecnologias à produção do grão, levando a propriedade a conseguir um grande feito: a certificação internacional de produção de soja sustentável.

    “Os filhos são jovens, têm uma cabeça muito mais aberta, com maior conhecimento de tecnologias, o que faz e já está fazendo muita diferença na agricultura brasileira. Esse jovem está vendo que precisa preservar. Se eles estiverem ao seu lado desde o início, percebendo a importância de devolver ao solo o que foi tirado, o futuro é promissor”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Colheita da soja está em 52,7% da área; Veja a evolução de 12 estados

    Ritmo segue mais avançado em comparação à safra passada e também em comparação à média dos últimos cinco anos

    Em uma semana, a colheita da safra 2023/24 da soja avançou sete pontos percentuais, de acordo com a consultoria Safras & Mercado. Assim, foi de 45,7% em 1 de março para 52,7% da área na última sexta-feira (8).

    O ritmo está mais adiantado do que em igual período do ano passado (48,9%) e, também, levemente mais acelerado do que a média das últimas cinco safras (51,3%).

    Veja a evolução dos estados

    • Rio Grande do Sul: 2%
    • Santa Catarina: 1%
    • Paraná: 67%
    • Mato Grosso do Sul: 64%
    • Mato Grosso: 91%
    • Goiás: 65%
    • São Paulo: 47%
    • Minas Gerais: 50%
    • Bahia: 15%
    • Maranhão: 18%
    • Piauí: 7%
    • Tocantins: 40%
    • Outros: 10%

    Estima-se que a área plantada com soja nesta temporada seja de 45 milhões de hectares. Conforme o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve produzir 149,4 milhões de toneladas da oleaginosa.

    Porém, a estimativa está longe de ser consensual. A Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), por exemplo, acredita que a safra não ultrapassará as 135 milhões de toneladas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • USDA quase não altera previsão de safra de soja brasileira

    Órgão manteve projeções para os Estados Unidos e para a Argentina e aumentou indicação de importação chinesa

    O relatório de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou safra mundial de soja em 2023/24 de 396,85 milhões de toneladas.

    Em fevereiro, a previsão era de 398,21 milhões. Os estoques finais foram reduzidos de 116 milhões para 114,3 milhões de toneladas. O mercado esperava um número de 114,5 milhões de toneladas.

    Para os três principais produtores da oleaginosa, a projeção do órgão ficou assim:

    • Brasil: 155 milhões de toneladas, corte de 1 milhão de toneladas sobre a estimativa anterior.
    • Estados Unidos: 113,3 milhões de toneladas, mesmo número do relatório anterior.
    • Argentina: 50 milhões de toneladas, sem alteração.

    O mercado esperava número de 152,5 milhões para o Brasil e de 50,2 milhões para a Argentina.

    A China deverá importar 105 milhões de toneladas de soja. Em fevereiro, a previsão era de 102 milhões de toneladas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Cultivar de capim-elefante é opção de forragem durante seca

    A variedade se destaca pela sua resistência ao déficit hídrico, característica essencial para garantir a produção de forragem em períodos de escassez de chuvas

    Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) recomendam o uso da cultivar de capim-elefante BRS Capiaçú como alternativa de forragem produtiva viável e nutritiva para o gado, durante períodos de seca, graças à sua ampla resistência ao déficit hídrico.

    A produção de alimento para rebanhos bovinos em épocas de estiagem é um desafio constante para pecuaristas brasileiros, que precisam fazer um planejamento forrageiro e escolher espécies de capim adequadas com antecedência, para que cresçam durante o período de chuvas.

    Desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 2016, a BRS Capiaçú tem sido recomendada para regiões tropicais e subtropicais, pois apresenta altos níveis de produtividade, mesmo em épocas de escassez hídrica, podendo chegar a 300 toneladas por hectare ao ano.

    Além disso, as plantas apresentam touceiras eretas e densas, o que faz com que tenham tolerância ao tombamento, fator que facilita a colheita mecânica. A cultivar é indicada tanto para o fornecimento verde direto no cocho quanto para a ensilagem, processo no qual a forragem é cortada, compactada e vedada, para que ocorra fermentação e, com isso, a preservação de suas qualidades nutricionais.

    “Outra característica importante da BRS Capiaçú é que ela apresenta uma fibra de melhor qualidade em relação às outras cultivares de capim-elefante, propiciando um melhor desempenho animal”, explica a pesquisadora da Epamig Karina Toledo. “Ela também possui um teor mais alto de carboidratos solúveis, o que favorece o seu fornecimento verde no cocho dos bovinos”, complementa.

    Experimentos na Epamig Atualmente, a Epamig conduz pesquisas que avaliam produtividade, valor nutricional, diferentes idades de corte e estratégias mais eficazes de ensilagem da BRS Capiaçú.

    “Estamos testando diferentes alturas de corte e inclusões do fubá de milho como aditivo sequestrante de umidade. Esses aditivos absorvem a água presente no material que será ensilado e elevam o conteúdo da matéria seca, melhorando a fermentação e reduzindo possíveis perdas durante o processo de ensilagem”, detalha a pesquisadora Fernanda de Kássia Gomes, também da empresa.

    Segundo ela, a equipe do Campo Experimental Santa Rita, localizado em Prudente de Morais, iniciou, nos últimos meses, a coleta de materiais para o projeto, oriundos de uma Unidade Demonstrativa de BRS Capiaçú implantada no local.

    “É válido ressaltar que, graças a essa Unidade Demonstrativa, também pudemos realizar doações de mudas para alguns produtores da região, que nos enviaram um retorno muito positivo”, comenta Fernanda.

    Sucesso entre os produtores

    O pecuarista e engenheiro agrônomo, José Arnaldo Cardoso Pena, foi um dos produtores que aderiu ao uso da BRS Capiaçú em sua propriedade, em Sete Lagoas. Há três anos, ele utiliza a cultivar como forragem para os animais de seu rebanho, que conta com cerca de 650 cabeças de boi. Ele destaca a produtividade significativa da cultivar e a boa aceitação por parte dos animais.

    “Hoje, cada corte da BRS Capiaçú dá acima de 50 toneladas por hectare, o que representa quase o dobro do que eu produzia com a Napier, cultivar de campim-elefante que utilizávamos antes”, revela o produtor.

    “Foi uma tecnologia de grande impacto, pois o perfilhamento das plantas e o desempenho dos animais também têm sido superiores. As empresas de pesquisa, como a Embrapa e a Epamig, têm nos auxiliado bastante a alcançar maior produtividade, com melhores resultados e custos reduzidos”, finaliza José Arnaldo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Aumento de chuva em fevereiro favoreceu lavouras de soja no RS, diz Emater

    Apesar de expectativa posivita com o rendimento das lavouras, incidência de ferrugem tem colocado os produtores de soja em alerta

    A área cultivada com soja no Rio Grande do Sul foi reavaliada em 6.681.716 hectares, sendo 0,35% superior aos 6.658.472 hectares cultivados na safra 2022/2023, de acorodo com a Emater/RS-Ascar.

    Na projeção realizada em agosto de 2023 pelo órgão, a área seria ainda superior (em 0,94%), mas a dificuldade de implantação de lavouras, devido às condições climáticas adversas, como chuvas recorrentes durante um longo período, impediu esse crescimento.

    No entanto, as sucessivas precipitações, apesar da distribuição geográfica desuniforme, proporcionarão um aumento na produtividade em 70,83% se comparado à temporada passada:

    • De 1.949 kg/ha (32,4 sacas)
    • Para 3.329 kg/ha (55,4 sacas)

    Produção total de soja

    Em decorrência do aumento de rendimento médio das lavouras, a produção estadual da oleaginosa deverá alcançar 22.246.630 toneladas, sendo 71,52% maior do que em 2023, quando chegou a 12.970.362.

    De acordo com a Emater/RS-Ascar, em termos de cultivo, as lavouras apresentaram melhora significativa após o aumento da frequência de precipitações, em fevereiro. O volume ultrapassou 200 mm em parte do estado, mas, nas Regiões Sul e Campanha, foi significativamente menor, gerando um quadro de estiagem localizado.

    A fase preponderante é a de enchimento de grãos, abrangendo 68% dos cultivos. A maturação atinge 8%, e algumas lavouras, ainda sem relevância estatística, foram colhidas.

    Ferrugem-asiática ameaça

    A pressão de doenças, especialmente ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), permanece elevada, antecipando a queda de folhas baixeiras em áreas no estágio inicial de maturação.

    Segundo o Consórcio Antiferrugem, até o momento o Rio Grande do Sul é o segundo estado com mais focos da doença, com 104 registros. Em primeiro aparece o Paraná, com 128 casos.

    Locais com ineficácia na aplicação de fungicidas, como oscilação das barras, proximidade de obstáculos e bordaduras de lavouras revelam desfolha prematura das plantas, indicando severidade da ferrugem, relata a Emater.

    Conforme o órgão estadual, os produtores estão monitorando continuamente a pressão de doenças, reduzindo o intervalo entre as aplicações de fungicidas e optando por produtos de ação tópica em detrimento daqueles que penetram na estrutura foliar para evitar o aumento do estresse das plantas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Antecipar a dessecação da soja reduz massa e quantidade de óleo no grão, diz pesquisa

    Em uma lavoura com rendimento de 60 sacas, dessecar antes do tempo pode levar o produtor a perder até 15 sacas

    A antecipação da dessecação das lavouras de soja é uma prática usada por produtores para homogeneizar as plantas, para fugir de períodos chuvosos na colheita ou mesmo para adiantar a semeadura da segunda safra.Contudo, uma pesquisa realizada pela Embrapa em Mato Grosso mostrou que a operação fora do período recomendado reduz a massa dos grãos e a quantidade de óleo.

    De acordo com o estudo – realizado no campo experimental da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT) – a dessecação no início da formação e enchimento dos grãos (estádio fenológico R5.5) representou uma massa de mil grãos entre 26% e 19% menor do que a massa de mil grãos de uma lavoura dessecada no início da maturação (R7.1 e R7.3) nas duas cultivares avaliadas.

    Extrapolando os dados para uma lavoura com produtividade média de 60 sacas por hectare, essa diferença representa redução de produção entre 15 e 11 sacas por hectare.

    As perdas de massa podem ocorrer também com a dessecação feita após o estádio R7 ou com a colheita sem dessecação, em R9. Nesses casos os valores são menores, com 4% a 6% de redução, o que representaria duas a três sacas a menos por hectare em um cenário de produtividade média de 60 sacas/ha. A pesquisa encontrou, no entanto, uma situação de colheita em R9 cuja massa de mil grãos foi estatisticamente igual ao resultado da lavoura dessecada em R7.

    Antecipação reduziu teor de óleo

    Outra característica avaliada na pesquisa foi o teor dos constituintes dos grãos. A diferença mais significativa se deu na quantidade de óleo, com relação direta entre a antecipação da dessecação e o menor teor de óleo.

    “Uma inferência que fizemos desse trabalho é que o óleo parece ser o último constituinte a ser sintetizado na soja. Nas parcelas dessecadas nos primeiros estádios estudados, a quantidade de óleo foi mais baixa devido à interrupção do processo fotossintético pela planta. Parece não ter havido tempo para a planta sintetizar todo o óleo”, sugere a pesquisadora da Embrapa Sílvia Campos.

    Os dados mostraram que a amostra dessecada em R5.5 teve teores de óleo de 21,86% em uma cultivar IPRO analisada e de 22,24% em uma cultivar convencional. Nos estádios R7, o teor de óleo ficou entre 25,67% e 24,26%, na cultivar convencional, e entre 23,62% e 23,94%, na cultivar transgênica.

    Avarias nos grãos de soja

    A pesquisa também avaliou as avarias nos grãos colhidos nas lavouras com diferentes pontos de dessecação. Os dados demonstraram menor presença de grãos verdes conforme o avanço nos estádios de maturação.

    As amostras analisadas tiveram baixo índice de grãos ardidos ou mofados. Já a quantidade de quebrados teve aumento não linear, mas que pôde ser verificado conforme o avanço no tempo de dessecação.

    No entanto, a pesquisadora ressalta que esses critérios podem estar associados às condições climáticas no período entre dessecação e colheita e também à regulagem de máquinas.

    “A antecipação da dessecação pode aumentar o teor de grãos verdes. Eles por si só podem não ser um problema, mas, se somados aos ardidos, quebrados e mofados, podem levar a descontos na hora da entrega no armazém”, alerta Campos.

    Outra análise feita para avaliar a qualidade dos grãos foi a condutividade elétrica da solução de exsudatos. O teste é feito mergulhando amostras de soja por 24 horas na água, tempo em que são liberadas substâncias conhecidas como exsudatos.

    Maior presença de exsudatos na solução é confirmada pela maior condutividade elétrica e indica redução na qualidade dos grãos. Nesse teste, a soja dessecada entre R6 e R7.3 obteve os melhores desempenhos.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/