-
jul 10 2025 Prazo para se inscrever no Programa Irriga+ termina dia 29 de julho
Produtores têm mais 20 dias para apresentar projetos
O produtor João Henrique Maldaner, do município de Lagoa dos Três Cantos, produz milho, soja, trigo, canola, aveia e diversas forrageiras em uma área de 250 hectares. Para ele, a irrigação é fundamental.
“Tendo a água, a gente garante produção, garante renda para a propriedade, tem uma estabilidade um pouco melhor na propriedade”, afirma Maldaner.
Ele é um dos produtores que participaram da segunda etapa do Programa Irriga+, executado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), recebendo uma subvenção de R$ 100 mil para irrigação por pivô. “A gente planta milho, soja, e já irrigamos estas lavouras e estamos avaliando se depois vamos entrar com feijão safrinha ou com soja safrinha, para fazer uma segunda safra, para conseguir trabalhar mais safras em cima da área irrigada”, conta o produtor. A proporção, neste momento, é de 15% da área total com irrigação.
“Um dos maiores problemas, um dos gargalos, é a questão ambiental, a questão da água, que nós não temos uma facilidade em armazenar água na propriedade. E com a irrigação a gente vê que vai produzir mais, esperamos ganhar no milho de 10 a 20% a mais na produção em anos normais, e quando houver estiagem, esperamos ter uma produção de até 50% mais em comparação com as áreas sem irrigação”, calcula Maldaner.
O Programa Irriga+ destina recursos para projetos de irrigação e reservação de água, que podem ser financiados por bancos ou com recursos próprios, com 20% de subvenção no projeto e um teto máximo de R$ 100 mil por beneficiário. O edital segue aberto até o dia 29 de julho, com prazo de execução de 12 meses após aprovação da Seapi.
“O Irriga+ tem sido extremamente importante na ampliação da área irrigada, fomentando novos sistemas de irrigação nas mais diferentes culturas e em diferentes tamanhos de propriedade. Tem tido uma boa adesão de produtores, já são mais de mil projetos recebidos, e os que têm interesse em participar ainda podem enviar projetos até o dia 29 de julho que nossos técnicos farão as análises”, afirma o subsecretário de Irrigação da Seapi, Paulo Salerno. Segundo ele, já está sendo estudada uma terceira etapa a ser lançada, provavelmente, no mês de agosto.
Nas duas primeiras fases do programa já foram recebidos 1.121 projetos, com uma área total irrigada de mais de 17 mil hectares e 220 municípios envolvidos.
Fonte: https://www.agricultura.rs.gov.br/inicial
-
jul 10 2025 Chuvas extremas e doenças no rebanho: ameaça crescente à pecuária
Ambientes úmidos favorecem surtos de mastite, pododermatite e verminoses. Saiba como proteger seu rebanho
Entre 2020 e 2023, o Brasil registrou 7.539 desastres relacionados a chuvas intensas, como enxurradas, inundações e deslizamentos, segundo o relatório Temporadas das Águas, da Unifesp. O número representa um aumento de 223% em relação à década de 1990 e deve seguir crescendo, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde se projeta aumento de até 30% no volume de chuvas até 2100.
Esse novo cenário climático não afeta apenas estradas, lavouras e estruturas. Ele representa também uma ameaça silenciosa à sanidade dos rebanhos, com impactos diretos na produtividade, bem-estar e rentabilidade das fazendas.
Doenças ligadas à umidade aumentam com intensidade das chuvas
A combinação entre solo encharcado, barro acumulado e matéria orgânica em decomposição forma o ambiente ideal para a proliferação de bactérias, fungos e vermes. Conheça as principais doenças que tendem a crescer com as chuvas intensas:
Mastite
O contato constante dos tetos com lama e sujeira eleva o risco de infecção nas vacas leiteiras. A doença compromete a qualidade e o volume do leite, além de demandar tratamentos prolongados e custo adicional com medicamentos.
Pododermatite
Áreas alagadas favorecem lesões nos cascos, causando dor, claudicação e perda de desempenho. O animal reduz o consumo de alimentos e o ganho de peso, afetando diretamente os índices zootécnicos.
Verminoses gastrointestinais
A umidade constante nas pastagens acelera o ciclo de vida de parasitas internos. Os bovinos infectados apresentam perda de apetite, fraqueza e maior suscetibilidade a outras doenças.
Além da saúde, o estresse provocado por ambientes úmidos e insalubres também afeta a imunidade dos animais, dificultando a recuperação e aumentando os riscos de novos surtos.
Impactos econômicos vão além da sanidade animal
As consequências das doenças causadas por chuvas extremas não param nos diagnósticos clínicos. Há elevação nos custos com tratamento veterinário, perdas de produção, aumento da mortalidade em rebanhos jovens e queda na fertilidade de matrizes.
Em propriedades com produção intensiva ou genética de alto valor, qualquer prejuízo sanitário representa perdas expressivas. O manejo diário também se torna mais difícil em áreas com lama excessiva, atrasando manejos como apartação, vacinação e alimentação.
Boas práticas ajudam a prevenir prejuízos sanitários
Diante do aumento da frequência de eventos extremos, o pecuarista deve adotar estratégias estruturais e sanitárias adaptadas ao novo clima. Confira as principais recomendações:
1. Reavalie áreas de manejo
- Evite deixar os animais em locais alagadiços.
- Mapeie áreas de drenagem deficiente.
2. Melhore a infraestrutura
- Use pisos drenantes em currais e áreas de ordenha.
- Proteja cochos e bebedouros com coberturas.
- Mantenha locais de descanso secos e limpos.
3. Refine o controle sanitário
- Faça vermifugação estratégica com base em exames.
- Atualize o calendário vacinal.
- Reforce a limpeza de piquetes e descarte de matéria orgânica.
4. Conte com assistência técnica
- A atuação de um médico-veterinário é essencial para prevenir surtos, adaptar protocolos e responder com agilidade a qualquer sinal clínico.
O avanço das chuvas intensas como padrão climático exige uma mudança de mentalidade na pecuária nacional. A adoção de medidas preventivas, o fortalecimento da estrutura sanitária das fazendas e a atenção constante ao bem-estar animal são caminhos sem volta para garantir produtividade com sustentabilidade.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
-
jul 10 2025 Conectividade no campo avança, mas 20% das propriedades rurais seguem sem internet
Ricardo Amaral, da Hughes, destaca que conexão via satélite é solução para áreas rurais sem fibra ou rádio
Uma pesquisa do IBGE mostrou que o número de fazendas com acesso à internet subiu de 78,1% em 2022 para 81% em 2023. Ainda assim, cerca de 20% das propriedades brasileiras seguem sem conexão, o que limita a adoção de tecnologias que já transformam a produtividade no campo.
Segundo Ricardo Amaral, vice-presidente da Hughes do Brasil, a conectividade rural pode ser viabilizada por fibra óptica, rádio ou satélite. “O satélite tem o benefício de cobrir todo o território nacional, sem as limitações da fibra, que depende de densidade populacional e poder aquisitivo locais para expansão”, afirmou.
Nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde estão muitas grandes propriedades rurais, o acesso por fibra ainda é limitado. “As torres com antenas irradiam sinal de rádio, mas onde não há viabilidade de rádio ou fibra, o satélite é a alternativa”, explicou Amaral. Ele destacou que, apesar de a internet estar disponível em todo o Brasil via satélite, muitos produtores ainda não percebem o valor do investimento para seus negócios.
A conectividade possibilita o uso de tecnologias como sensores em pivôs de irrigação, que ajustam a distribuição de água conforme relevo e radiação solar, e sistemas de manutenção preditiva em máquinas agrícolas. “Esses recursos evitam que funcionários precisem se deslocar por quilômetros para corrigir falhas, prevenindo prejuízos ou multas por uso irregular de recursos hídricos”, disse.
Máquinas autônomas também dependem de conexões confiáveis, não apenas da internet convencional. “A conectividade ideal é privada e de alta disponibilidade, para que máquinas de precisão não sofram falhas durante a operação”, explicou. Essa automação reduz desperdícios e aumenta a eficiência operacional no campo.
Amaral citou exemplos de alto retorno do investimento, como o monitoramento de pneus agrícolas que, por meio de sensores, amplia a vida útil em até cinco meses. “Apesar do alto custo inicial, o benefício compensa pela produtividade e economia geradas.”
Ele ressaltou que o Brasil está entre os líderes mundiais em agricultura competitiva e adoção de tecnologia, mas ainda enfrenta um gap geracional. “Produtores mais velhos, acostumados a registrar dados em cadernos, resistem à digitalização, enquanto os sucessores já veem a tecnologia como parte essencial do negócio”, afirmou.
Para o futuro, Amaral projeta um campo cada vez mais automatizado, com inteligência artificial gerenciando operações, softwares amigáveis e conectividade confiável. Ele destacou tendências como sistemas integrados e até chips cerebrais para comunicação direta em algumas décadas.
“A tecnologia não é apenas algo legal, é um investimento estratégico. Ela traz produtividade, redução de custos e competitividade. Quem não adotar pode acabar ficando para trás”, concluiu.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
-
jul 09 2025 Brasil deve exportar quase 12 milhões de toneladas de soja em julho
Line-up dos portos brasileiros registra alta para julho, o que reforça a forte demanda internacional pela soja brasileira
O line-up, que representa a programação oficial de embarques nos portos brasileiros, projeta uma exportação de 11,929 milhões de toneladas de soja em grão para o mês de julho. O dado foi divulgado pela consultoria Safras & Mercado e aponta para um crescimento expressivo em relação ao mesmo período do ano passado, quando os embarques somaram 9,579 milhões de toneladas.
O volume previsto para julho demonstra a continuidade da forte demanda internacional pela soja brasileira, especialmente com a recuperação do mercado global e a redução da competitividade da soja argentina devido a aumentos nas taxas de exportação daquele país. Em junho, o Brasil exportou 13,931 milhões de toneladas, mantendo o ritmo elevado que se espera também para agosto, embora com uma previsão mais modesta de 664,183 mil toneladas.
No acumulado do primeiro semestre de 2025, o line-up indica que o Brasil deverá embarcar cerca de 80,915 milhões de toneladas de soja, superando os 75,709 milhões exportados no mesmo período do ano anterior. Esse aumento reforça a importância do Brasil como um dos principais players globais no mercado de soja, beneficiado pela ampla safra atual e pela crescente demanda da China e de outros países consumidores.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
-
jul 09 2025 Estimativa de produção de trigo é cortada em 10,5% por consultoria
Revisão se deve à área plantada menor no Rio Grande do Sul e no Paraná; por conta disso, importações devem aumentar em 4,2%
A safra 2025/26 de trigo no Brasil foi reduzida em 10,5% pela StoneX em balanço divulgado nesta terça-feira (8). Assim, a produção agora é estimada em 6,9 milhões de toneladas, ao passo que o relatório do início de junho apontava colheita de 7,59 milhões de toneladas.
De acordo com a empresa, a diminuição se deve a cortes da área plantada nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul.
Segundo o consultor em gerenciamento de riscos da StoneX Jonathan Pinheiro, os principais motivos para a redução de área em território paranaense estão relacionados a frustrações ao longo das últimas safras, dificuldade de acesso ao crédito agrícola e também à perda de área para o milho safrinha.
“Apesar da expressiva redução na área plantada do estado, ainda se estima que a produção seja superior à do último ano, devido aos ganhos de produtividade no comparativo anual”, pontua.
Já no Rio Grande do Sul, além dos fatores que afetam o Paraná, os agricultores ainda lidam com agravantes climáticos. Segundo Pinheiro, houve perdas na safra de verão, o que reduziu sua capacidade de investimentos.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
-
jul 08 2025 Confinamento com milho reidratado: pode tirar o volumoso?
Especialista explica por que o milho reidratado sozinho não garante o sucesso na engorda de bovinos em confinamento. Assista ao vídeo
Dá para engordar boi só com milho reidratado no cocho? Essa é uma dúvida comum entre pecuaristas que buscam reduzir custos ou facilitar o manejo no confinamento. No entanto, segundo o doutor em zootecnia Rogério Coan, a resposta é clara: não dá para abrir mão da fibra. Quer saber a resposta definitiva do especialista e evitar erros no seu confinamento?No quadro “Giro do Boi Responde”, exibido nesta segunda-feira (7), Coan esclareceu a dúvida enviada por Bruce Guerra, produtor de Porto Velho (RO).
Ele explicou que, embora o milho reidratado seja uma excelente fonte de energia, ele não consegue suprir sozinho todas as necessidades nutricionais do gado confinado.
Por que o milho reidratado não é suficiente?
O milho reidratado oferece alta digestibilidade e valor energético, mas peca na ausência de fibra. E é justamente essa fibra que mantém o funcionamento adequado do rúmen, essencial para a digestão dos bovinos.
“Sem fibra, o rúmen para. E se o rúmen para, o animal para de ganhar peso, perde saúde e pode até morrer”, alerta Coan.
Mesmo em sistemas modernos, como os adotados nos Estados Unidos, Austrália ou África do Sul, não se prescinde da inclusão de volumoso na dieta.
O que não pode faltar na dieta do confinamento?
Além do milho reidratado, uma dieta balanceada exige os seguintes componentes:
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
-
jul 08 2025 Tecnologia da Embrapa usa satélites para medir capim no pasto e ajudar a produzir mais
Nova metodologia usa imagens e dados climáticos para estimar massa de forragem com alta precisão
Uma nova metodologia desenvolvida pela Embrapa está transformando a forma de monitorar as pastagens brasileiras e estimar a quantidade de forragem disponível para o gado. A inovação alia modelagem agrometeorológica e sensoriamento remoto, utilizando dados climáticos e imagens de satélite para orientar o manejo e apoiar a intensificação sustentável da pecuária, indicando o capim disponível no pasto.
O método foi testado em três sistemas produtivos diferentes – extensivo, intensivo rotacionado e integração lavoura-pecuária (ILP) – na Fazenda Canchim, unidade da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). O modelo aplicado explicou mais de 67% da variação observada na massa de forragem disponível, com destaque para o sistema extensivo, onde a acurácia chegou a 86%, animando os pesquisadores.
“Os resultados são promissores e demonstram a eficácia da metodologia em diferentes contextos”, afirma Gustavo Bayma, analista da Embrapa Meio Ambiente.
O estudo utilizou o modelo Safer (Simple Algorithm for Evapotranspiration Retrieving, ou algoritmo simples para recuperação de evapotranspiração), tradicionalmente aplicado para estimar demanda hídrica, mas que teve pouca aplicação em pastagens até agora.
O modelo Safer integra dados climáticos como radiação solar, temperatura, umidade e vento com imagens do produto HLS (Harmonized Landsat Sentinel-2), que reúne registros dos satélites Landsat-8, da Nasa, e Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia (ESA). Segundo Bayma, o grupo é pioneiro em usar essa abordagem para estimar forragem, com potencial de ampliar a eficiência produtiva da pecuária.
Diferencial no monitoramento
Um dos diferenciais do estudo foi aplicar a metodologia simultaneamente nos três sistemas de produção, além de diferenciar matéria seca total (MST) e matéria verde (MV) da forragem. Essa distinção aumentou a precisão das estimativas.
“Enquanto a matéria seca total inclui material de baixa qualidade, a matéria verde está diretamente relacionada à produtividade e ao consumo pelos animais”, conta a pesquisadora Sandra Nogueira, coautora do estudo.
As medições de campo foram feitas durante dois anos, com amostragens destrutivas alinhadas aos pixels das imagens de satélite (30 x 30 metros), permitindo validar os resultados com dados reais. A maior eficácia foi observada no sistema extensivo, devido à estabilidade do manejo. No ILP, a alternância entre milho e pastagem trouxe maior complexidade, mas os resultados permaneceram satisfatórios. Já no intensivo rotacionado, a precisão foi ligeiramente menor, reflexo da dinâmica acelerada do manejo.
Sensoriamento remoto avança na agropecuária
Para Marcos Adami, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a evolução de satélites, sensores hiperespectrais, drones e inteligência artificial tende a ampliar as possibilidades de monitoramento forrageiro. “Essas tecnologias poderão prever variações nas pastagens com maior antecipação e acurácia”, diz. Ele destaca que o avanço pode ser incorporado a programas estratégicos como o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD).
Patrícia Santos, pesquisadora da Embrapa, ressalta que o sensoriamento remoto representa um avanço significativo na gestão pecuária. “Permite identificar variações na quantidade de forragem ao longo do tempo, favorecendo decisões assertivas no planejamento e manejo sustentável.”
Segundo ela, os dados podem orientar políticas públicas e iniciativas privadas para recuperação de áreas produtivas, contribuindo para a meta do PNCPD de reduzir pastagens degradadas.
Intensificação sustentável como meta
O Brasil possui hoje 113,2 milhões de hectares de pastagens com manejo, segundo o IBGE. Entre 2000 e 2020, essas áreas cresceram 27,9%, um aumento de 24,7 milhões de hectares. Apesar disso, ainda existem 28 milhões de hectares de pastagens degradadas com potencial para recuperação e expansão agrícola, conforme dados da Embrapa.
Os sistemas integrados de produção ocupavam 17,4 milhões de hectares em 2020 e a meta é alcançar 30 milhões até 2030. Para Bayma, o novo método de monitoramento contínuo em larga escala pode ser estratégico para atender à crescente demanda global por alimentos, sem comprometer os recursos naturais. “É uma contribuição concreta para a intensificação sustentável da pecuária brasileira”, conclui.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
-
jul 07 2025 Inverno rigoroso nas lavouras de soja do RS: saiba como está o vazio sanitário na região
Em meio ao frio intenso, presidente da Aprosoja-RS destaca a importância do vazio sanitário para proteger a safra contra doenças
Começou, nesta quinta-feira (3), o período de vazio sanitário de soja no Rio Grande do Sul. A medida, que se estende até 30 de setembro, proíbe a presença de plantas vivas de soja em qualquer fase de desenvolvimento nas lavouras do estado ao longo desses 90 dias. O objetivo é interromper o ciclo da ferrugem-asiática e de outras doenças, ao eliminar plantas voluntárias que possam servir de hospedeiras ao fungo durante o entressafra.
Segundo o presidente da Aprosoja-RS, em anos com inverno rigoroso, como é o caso de 2025, o vazio sanitário no Sul do Brasil ocorre de forma praticamente natural. “Quando temos geadas fortes, como agora, as plantas voluntárias de soja são eliminadas pelo frio intenso, e praticamente não há necessidade de intervenção com produtos químicos”, explica.
Em situações em que o inverno é mais ameno, a fiscalização e o uso de herbicidas se tornam necessários para eliminar plantas voluntárias, também chamadas de “guaxas”, que nascem espontaneamente sem o uso de sementes ou defensivos. Essas plantas podem manter pragas e doenças ativas no campo, mesmo fora do período de cultivo.
Ainda de acordo com o dirigente, este ano, com as geadas generalizadas no estado, a tendência é de que a fiscalização tenha papel mais simbólico, já que as condições climáticas extremas devem eliminar naturalmente qualquer planta remanescente.
Orth destaca que a realidade no Sul é diferente da observada no Centro-Oeste, especialmente em regiões como o Matopiba, onde não há incidência de geadas. Nessas áreas, o controle químico é indispensável, inclusive com aplicação de produtos específicos para o controle de soja transgênica resistente. Nesses estados, a fiscalização costuma ser rigorosa, com participação ativa dos próprios produtores, que denunciam vizinhos que descumprem as regras, para evitar prejuízos coletivos.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
-
jul 04 2025 CNA discute modernização na classificação de soja
Tecnologias automatizadas estão nas discussões para tornar o processo com a soja mais justo e transparente
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, nesta quarta-feira (2), para discutir a modernização do processo de classificação de soja no país. O encontro teve como foco os testes com tecnologias automatizadas e as principais demandas do setor produtivo.
- Segundo o presidente da Comissão, André Dobashi, a entidade tem trabalhado em duas frentes: promover a adoção de métodos automatizados de classificação e revisar as normas de qualidade a partir das percepções trazidas pelos produtores rurais.
“Embora exista uma instrução normativa em vigor, muitos compradores não a aplicam corretamente, especialmente no que diz respeito ao uso adequado dos equipamentos e ao cumprimento do roteiro de classificação. Precisamos avançar na transparência da comercialização para dar mais segurança ao setor como um todo”, afirmou Dobashi.
Durante a reunião, o consultor técnico da CNA, Mauro Cézar Barbosa, apresentou os resultados das avaliações feitas com diferentes tecnologias. Entre elas, estão dispositivos baseados em NIR (infravermelho próximo), raio-X e imagem hiperespectral, que demonstraram alto potencial de uso comercial.
“Esses equipamentos permitem identificar com mais exatidão defeitos nos grãos, como danos por umidade ou pragas, reduzindo a margem de erro das análises visuais e a subjetividade dos laudos”, explicou Barbosa.
Para o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, é essencial que a discussão sobre modernização avance de forma estruturada, com base nas contribuições das federações estaduais. Ele destacou três pontos principais levantados pelos produtores: a ausência de critérios de desconto mais transparentes e justos, a permanência da subjetividade nas análises e a falta de um mecanismo claro de arbitragem em caso de divergência.
Ao final do encontro, a CNA reafirmou seu compromisso com o setor e se colocou à disposição para seguir liderando as articulações técnicas e institucionais por uma classificação mais moderna, confiável e alinhada com a realidade do campo.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
-
jul 04 2025 Cooperativa rural fortalece pequenos produtores no campo
Com apoio do Sebrae, o cooperativismo no campo fortalece a produção, reduz custos, melhora a renda e abre portas para mercados mais exigentes
Com o apoio de instituições como o Sebrae, o cooperativismo rural tem se consolidado como uma importante alternativa para pequenos produtores que buscam mais competitividade, acesso a mercados e renda com previsibilidade. De acordo com Joaci Medeiros, especialista do Sebrae, a organização por meio de cooperativas traz ganhos expressivos aos empreendedores do campo.
O tema ganha ainda mais relevância com a celebração do Dia Internacional das Cooperativas, comemorado anualmente no primeiro sábado de julho. Em 2025, a data será lembrada no dia 5 de julho, destacando a importância das cooperativas no desenvolvimento econômico e social em todo o mundo, especialmente no campo.
“Ao se organizarem por meio de uma cooperativa, os pequenos empreendedores rurais passam a atuar de forma coletiva e integrada, o que amplia sua capacidade de oferta, possibilita a padronização de produtos e fortalece seu poder de barganha”, afirma.
Além de promover o fortalecimento da produção, as cooperativas também viabilizam acesso a serviços que, de forma individual, seriam economicamente inviáveis. Isso inclui desde capacitação técnica até estrutura de logística e canais de comercialização.
“Importante ressaltar ainda que no cooperativismo também é oferecido suporte técnico e logístico, o que favorece o acesso a mercados mais exigentes, melhora as condições de comercialização e reduz ou elimina a dependência de intermediários, resultando em melhores preços e maior previsibilidade de renda”, completa Joaci.
Cada vez mais, produtores rurais têm percebido que o caminho coletivo pode ser o diferencial entre a estagnação e o crescimento sustentável no campo. Ao unir forças em cooperativas, eles transformam a realidade local, agregam valor à produção e conquistam autonomia na tomada de decisões.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/