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1 de julho de 2022

  • Soja: relatório analisa produção, exportação e pontos de atenção ao mercado

    Documento estima que as exportações alcancem 76 milhões de toneladas e também projeta outros números do complexo do grão

    A safra brasileira de soja alcançará 126 milhões de toneladas, uma redução de 12 milhões de toneladas se comparada a safra 2020/21. Essa constatação faz parte do relatório AgroInfo, do Rabobank, de junho.

    Segundo o documento, a elevação das cotações em Chicago desde o início de 2021 vem impactando negativamente as margens de esmagamento na China. Associado a este cenário, as perdas ocasionadas pelo La Niña na safra brasileira de soja reduzirão as exportações da soja em grão em 10 milhões de toneladas durante o ciclo 2021/22.

    No acumulado de janeiro a maio de 2022, os embarques de soja indicam uma redução de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. A estimativa é que os envios da oleaginosa para o exterior alcancem 76 milhões de toneladas.

    Esmagamento da soja

    O esmagamento de soja no Brasil deverá aumentar 1,5% e alcançar patamares recordes, de acordo com o relatório. A estimativa é que o volume esmagado atinja 48,8 milhões de toneladas. A guerra entre Rússia e Ucrânia reduziram a disponibilidade de óleo de girassol no mercado internacional, o que favoreceu os preços de outros óleos vegetais, entre eles o de soja.

    Além disso, o governo da Argentina anunciou no início de 2022 o aumento do imposto para as exportações do complexo da soja, o que vem favorecendo as exportações brasileiras de farelo e óleo de soja durante a temporada 2021/22.

    Nos Estados Unidos, impulsionado pela alta das principais commodities agrícolas e a consequente competição pela área plantada, espera-se uma retomada do aumento da área plantada de soja, sugerindo uma produção recorde em 2022/23 de cerca de 126 milhões de toneladas, 5% superior ao observado no ciclo anterior.

    Mesmo considerando uma redução das exportações, os estoques da soja no Brasil ao final de 2022 devem permanecer em níveis baixos, o que deve favorecer os preços da o grão. Para a safra brasileira 2022/23, o Rabobank estima um aumento de área de 4,5% impulsionado por preços e margens positivas.

    Pontos de atenção

    O relatório do Rabobank destaca dois pontos de atenção ao mercado:

    • Momentos de volatilidade devem ser monitorados especialmente no que diz respeito ao clima durante o desenvolvimento da safra nos EUA.
    • O risco relacionado ao abastecimento de insumos agrícolas para a safra de soja 2022/23 vem diminuindo para o início das atividades no campo, impulsionado pela elevação das importações brasileiras de fertilizantes.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Prazo de emissão da DAP é prorrogado

    A implementação do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), em substituição à Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), será gradativa e regionalizada

    O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta quarta-feira (29) a Portaria nº 174, com alterações à Portaria nº 242/2021, que estabelece as condições e os procedimentos gerais para inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). De acordo com o ato normativo, a emissão de Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) continuará sendo feita somente até o dia 31 de outubro de 2022. A data anterior estabelecida era 30 de junho de 2022.

    Com a mudança, a partir de novembro só será emitido o CAF, que passará a ser a principal ferramenta do agricultor familiar para o acesso a ações, programas e políticas públicas voltadas para a geração de renda e o fortalecimento da agricultura familiar.

    De acordo com o coordenador-geral do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar do Mapa, Gabriel Assmann, a implementação do CAF será gradativa e regionalizada, de forma a garantir que não ocorra a interrupção do acesso dos agricultores familiares às políticas públicas do governo federal.

    “Os beneficiários que possuem DAP válida podem ficar tranquilos, pois à medida que as DAPs vigentes perderem a validade, novas inscrições serão emitidas por meio do CAF. Não sendo necessário que o beneficiário se antecipe ao fim da vigência de sua DAP, explica.  Somente os agricultores que não têm a DAP ativa precisarão buscar, a partir de 1º de novembro deste ano, à Rede CAF. Depois disso, a inscrição no CAF terá caráter permanente e a validade do registro será renovada a cada dois anos.

    A nova ferramenta trará ainda mais transparência e segurança jurídica, pois permitirá o cruzamento de dados com outras bases do Governo Federal. Se ocorrer alguma inconsistência o sistema bloqueará na hora do cadastro, evitando assim possiblidade de fraude. Além disso, o CAF fará a identificação de todas as pessoas da unidade familiar – superando o limite atual de apenas 2 titulares na DAP –, inclusive os menores de idade. Outro destaque é que o CAF passa a ser mais inclusivo, pois permitirá cadastrar beneficiários com renda superior a R$ 500 mil.

    A Secretaria de Agricultura Familiar (SAF/Mapa) está realizando uma série de reuniões técnicas nos estados para explicar aos secretários de Agricultura Municipais e aos agentes cadastradores do CAF sobre a implantação do Cadastro. Nos próximos meses, os agentes cadastradores do CAF continuarão sendo capacitados e receberão certificados para operacionalizar o novo sistema e emitir o Registro de Inscrição no CAF (Ricaf).

    Rede CAF

    Entidades de todo o Brasil que realizam a emissão da DAP precisarão solicitar autorização junto ao Mapa por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF) para passar a emitira a DAP. O processo ocorrerá de forma totalmente online no Portal de Serviços da plataforma do Governo Federal.

    Para solicitar a autorização de ingresso na Rede CAF, o primeiro passo é se cadastrar na plataforma Gov.br. Clique aqui para acessar o passo a passo de como realizar o cadastro de um CPF e aqui para obter orientações sobre como cadastrar um CNPJ. Em seguida, é preciso entrar na página de solicitação de autorização para ingresso na Rede CAF, dentro do Portal de Serviços da plataforma do Governo Federal, acessando o link https://www.gov.br/pt-br/servicos/solicitar-autorizacao-para-ingresso-na-rede-caf, e clicar no botão “Iniciar”.

    No primeiro formulário, que abrirá automaticamente, é necessário confirmar os dados apresentados no cabeçalho e selecionar o tipo de entidade que o solicitante representa. No caso de entidade pública, será preciso informar também se é central ou regional. Para prosseguir, basta clicar no botão “Preencher dados da entidade”. Na etapa seguinte, o solicitante deve informar os dados do representante legal da entidade, requeridos no segundo formulário, e clicar no botão “Preencher dados do responsável técnico”. Na sequência, aparecerá um novo formulário, que também deve ser preenchido com dados do técnico responsável pelas operações da entidade. Ao concluir, é necessário clicar em “Preencher documentação” e seguir para a última etapa, na qual será anexada toda a documentação solicitada.

    Após o envio da documentação, o requerimento será analisado pela Coordenação de Cadastro do Agricultor Familiar do Mapa e deferido ou não. A entidade autorizada poderá compor a Divisão de Rede Emissora de CAF e passará a emitir o referido documento aos agricultores familiares, empreendimentos familiares e formas associativas da agricultura familiar.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Novas cultivares são apresentadas na 15ª Reunião de Trigo

    Evento ocorreu entre os dias 28 e 30 de junho

    O cerne da pesquisa é a inovação. E dentro dos programas de melhoramento da Biotrigo, isso não é diferente. Naturalmente, as constantes inovações se transformam em novas cultivares de trigo. Elas, por sua vez, se traduzem em mais eficiência na produção do agricultor. E a partir da próxima safra, o mercado brasileiro de trigo passa a contar com seis novas cultivares: o TBIO Motriz, TBIO Capaz, TBIO Sagaz e TBIO Ênfase, além do Roos90 e FPS Xerife. Elas foram apresentadas e aprovadas pelo corpo científico presente na 15ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (RCBPTT), que ocorreu nos dias 28 a 30 de junho, em Brasília (DF). O evento foi organizado pela Embrapa Trigo.

    As recomendações de manejo e cultivo das variedades aprovadas serão publicadas no livro ‘Indicações Técnicas para Trigo e Triticale – Safra 2023’. Conforme o gerente de melhoramento da Biotrigo, Ernandes Manfroi, os programas de melhoramento da empresa, espalhados no Brasil e na América do Sul, possuem focos específicos para suas regiões de adaptação. Porém, de forma geral, os três principais objetivos são a produtividade, a segurança e a qualidade industrial das cultivares. “Buscamos desenvolver materiais de alto rendimento, que também tragam bons níveis de resistência às principais doenças do trigo, sobretudo às de difícil controle, como a giberela e brusone da espiga, e uma boa qualidade industrial, para que essas cultivares atendam a demanda da indústria e do consumidor final”, explica Ernandes.

    TBIO Motriz: maior segurança para elevados rendimentos

    Uma das novidades apresentadas pela Biotrigo na reunião é TBIO Motriz, considerada a evolução de TBIO Toruk, importante cultivar da história recente da triticultura brasileira. Lançado em 2022, Motriz oferece ainda mais rendimento e segurança para o agricultor em comparação ao seu antecessor. “Quando comparado a Toruk, Motriz tem se mostrado mais produtivo em quase todos os ambientes”, afirma o melhorista da Biotrigo, Francisco Gnocato. Além da excelente produtividade, a cultivar apresenta avanços relevantes em seu pacote fitossanitário, proporcionando mais facilidade no manejo quanto à giberela, brusone da espiga e mancha amarela, principalmente. Em termos de ciclo, Motriz se assemelha a TBIO Ponteiro que, por ser médio tardio, possibilita a semeadura em uma janela mais antecipada, minimizando o efeito de intempéries climáticas como a geada, dado seu maior período vegetativo. TBIO Motriz será indicado comercialmente para as mesmas regiões tritícolas que Toruk. A cultivar passará pelo processo de multiplicação na próxima safra.

    TBIO Capaz: mais rendimento e segurança para um trigo branqueador

    Junto ao Motriz como um dos lançamentos do portfólio da Biotrigo neste ano está TBIO Capaz. A cultivar, de farinha branqueadora, chega para atender as demandas de um importante mercado, apresentando ótima eficiência produtiva, sobretudo se comparado a outras cultivares branqueadoras. Além disso, a cultivar oferece um excelente nível de resistência ao mosaico comum do trigo, assim como uma boa reação à mancha amarela e queima da folha, causada por bactérias do gênero Pseudomonas. Seu ciclo superprecoce faz com que a cultivar seja uma ferramenta útil aos agricultores que busquem escalonar sua semeadura e combinar outras culturas no sistema produtivo. “TBIO Capaz é inovador no segmento dos branqueadores por reunir em uma única cultivar um tipo de planta de porte baixo, ciclo superprecoce e alto teto produtivo, se traduzindo em alta eficiência no campo”, aponta o melhorista da Biotrigo, Gustavo Mazurkievicz. Assim como Motriz, a cultivar passará por multiplicação na próxima safra. Conforme Gustavo, o agricultor que adere a uma plataforma de trigos branqueadores nunca esteve tão próximo de contar com materiais de mesmo patamar àqueles que não atendem a esse segmento. “Sem abrir mão de rendimento e segurança no campo, o produtor agora pode contar com uma cultivar que atenda ao segmento e traga uma oportunidade de obter um valor diferenciado, pela rentabilidade adicional que esse mercado pode oferecer”, complementa.

    TBIO Sagaz: parceiro ideal de TBIO Audaz

    Outra variedade apresentada pela Biotrigo na 15ª Reunião de Trigo foi TBIO Sagaz. Por apresentar um ciclo e estatura de planta muito similar a TBIO Audaz, Sagaz se tornou a parceira ideal da cultivar na composição do primeiro mix de cultivares de trigo para a produção de grãos do Brasil, o XBIO Fusão. De acordo com Gustavo, Sagaz possui boa reação ao oídio, ferrugem da folha e brusone da espiga. No grão, a cultivar traz uma ótima estabilidade de PH, enquanto na farinha, apresenta coloração ainda mais branca que TBIO Audaz. “Agronomicamente, a mistura dos dois materiais se complementa, oferecendo maior estabilidade produtiva aos agricultores, que podem contar com o mesmo potencial produtivo de Audaz, porém com maior segurança no manejo a campo, especialmente quanto ao oídio. Se tratando de qualidade na indústria, Audaz já é um material renomado por esse quesito. Contudo, ao ser complementado com Sagaz, a mistura torna-se ainda mais robusta, especialmente na panificação”, ressalta. A cultivar será multiplicada neste ano e o XBIO Fusão estará disponível ao agricultor já na próxima safra.

    TBIO Ênfase: rendimento e qualidade específica para biscoitos

    Lançado em 2022, TBIO Ênfase agrega ainda mais o portfólio de Trigos Especiais da Biotrigo. Por ser classificado como trigo Básico, a cultivar é mais uma opção para as indústrias de bolos e biscoitos, atendendo plenamente as especificações desses segmentos. Além de satisfazer essas exigências, Ênfase traz um grande ganho para o agricultor, que é um alto potencial de rendimento, fato inovador dentro dos trigos com aptidão para biscoito. Ainda, a cultivar oferece uma ótima estabilidade de seu PH, bem como bons níveis de resistência a mosaico, queima da folha (Pseudomonas) e giberela. “Produzido em circuitos fechados, para a segregação e consequente manutenção da identidade, quando se trata de qualidade industrial, TBIO Ênfase atenderá uma das principais e mais antigas demandas dos agricultores que participam deste nicho, o rendimento”, indica Gnocato. TBIO Ênfase será multiplicado a partir do próximo ano.

    Cultivares licenciadas

    Além de Ênfase, duas outras cultivares com a genética Biotrigo foram apresentadas e aprovadas no evento. Uma delas é o Roos90, cultivar licenciada para a Sementes Roos. Ela é classificada como trigo Melhorador e apresenta ciclo precoce e porte médio. Em seu pacote fitossanitário, a cultivar se destaca por um excelente nível de resistência à giberela, boa reação ao vírus do mosaico do trigo, bem como ao oídio e à ferrugem da folha. A variedade estará disponível para agricultores já na próxima safra. A outra cultivar é o FPS Xerife, licenciada para a Fundação Pró-Sementes. O material também é classificado como trigo Melhorador, possuindo porte e ciclo médio. Além disso, conta com um bom nível de resistência ao oídio, ferrugem da folha e à brusone da folha. A cultivar será multiplicada no próximo ano.

    Apresentações

    Além de apresentar as novas opções em genética, que servirão como ferramenta para os agricultores, a equipe da Biotrigo exibiu três trabalhos, que servirão de subsídio para as atividades da assistência técnica, bem como às decisões do produtor no momento do cultivo. O primeiro tema tratou de mix de cultivares de trigo para uma maior estabilidade produtiva. Em paralelo, foram apresentados trabalhos sobre o controle de giberela e germinação de sementes de trigo tratadas com fungicidas e a profundidade de semeadura na cultura do trigo. Ainda, a Biotrigo mostrou as extensões de cultivo para sete variedades já lançadas, sendo elas o TBIO Aton, Astro, Blanc, Calibre, Duque, Ponteiro e Trunfo.

    A retroalimentação da pesquisa

    Para a inovação em uma empresa de melhoramento genético acontecer – e consequentemente o produtor contar com novas e melhores cultivares –, a retroalimentação da pesquisa se faz fundamental. Isso só é possível através de formas que remunerem adequadamente as empresas pelos materiais lançados no mercado ano após ano. E a única forma de realizar isso é investindo em sementes certificadas. “A informalidade no mercado de sementes afeta todas as cadeias produtivas das culturas, uma vez que ela oferece um produto muito inferior em todos os aspectos, pois não há controle algum sobre a sua produção”, pontua o gerente comercial da Biotrigo para a América Latina, Fernando Michel Wagner. De acordo com ele, a indústria de sementes, em contrapartida, faz a ponte entre todo o esforço realizado dentro dos programas de melhoramento, levando genética inovadora e atendendo, em seus processos, a legislação que envolve a produção de sementes.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/