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8 de julho de 2022

  • Leite: preço pago ao produtor em julho pode ultrapassar R$ 3 por litro

    A previsão é do sócio-diretor da Milkpoint Mercado, Valter Galan, em função da falta do produto no mercado

    A forte queda de produção de leite no país neste ano, assim como a redução das importações do produto, que já caiu cerca de 30% no período, resultaram em falta de lácteos no mercado e na elevação do preço ao consumidor. De acordo com o sócio-diretor da Milkpoint Mercado, Valter Galan, essa alta deve chegar ao campo, fazendo o preço ao produtor superar R$ 3 por litro.

    “Para o pagamento de julho, referente ao produto comercializado em junho, deve ter uma elevação de R$ 0,40 a R$ 0,50 por litro na média [levantada pelo] Cepea, que foi 2,68 [por litro] no último mês. Então deve ultrapassar os R$ 3 para julho”, diz.

    Galan acredita que a tendência altista deva se manter nas próximas semanas. “Mas tem que ter atenção neste segundo semestre para o que vai acontecer com a demanda, já que o patamar de preços ao consumidor de leite e derivados está muito alto”, complementa.

    Ele lembra que a oferta de leite está sendo impactada porque muitos produtores estão abandonando a atividade, descontentes com o rendimento da pecuária leiteira. Além disso, há também no país menor número de vacas ordenhadas, que estão sendo direcionadas ao abate.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Chuva atrasa plantio do trigo em terras gaúchas

    Tempo vai seguir instável nos próximos 15 dias, em geral, no Brasil

    Cerca de 80% das áreas de plantio de trigo no Rio Grande do Sul já foram instaladas, informa a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Esse volume é inferior ao mesmo período do ano passado, quando 89% das lavouras do cereal já estavam plantadas.

    A porcentagem registrada agora também está abaixo da média dos últimos cinco anos, que foi de 90%. O aumento de volume de exportações do trigo traz expectativas para a próxima safra. Segundo os meteorologistas da Climatempo, o tempo ainda vai seguir instável em boa parte do estado gaúcho no decorrer dos próximos 15 dias.

    Fim de semana no Rio Grande do Sul e em outros estados

    Poucas mudanças climáticas para sábado (9) no Rio Grande do Sul, apenas com a frente fria se afastando e a chuva diminuindo. Há possibilidade de pancadas pontuais, com eventual trovoadas na metade sul do estado. A chuva será provocada por instabilidades em altos níveis da atmosfera, além de um fluxo de umidade que chega pelo interior do continente.

    Também há previsão de chuva em toda a faixa costeira que vai do norte do Rio de Janeiro até o Amapá, incluindo Roraima e o norte do Amazonas. Entre Bahia e norte do Rio de Janeiro, a chuva ocorrerá devido a entrada de umidade por circulação de ventos oceânicos. De Sergipe ao Rio Grande do Norte, ondas de leste provocam chuva. Em Alagoas e Pernambuco, o tempo fica fechado com chuva a qualquer hora. Pancadas acompanhadas de trovoadas entre Ceará e Acre. Isso por causa do calor e do aumento de umidade.

    O tempo firme predomina em grande parte do país, desde os estados do Norte até os do Sul, passando também pelo Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste brasileiro. Não há previsão de chuva. Com isso, o ar seco preocupa quanto aos índices de umidade do ar.

    Outros destaques climáticos pelo Brasil

    Para além do plantio de trigo, a chuva vai aumentar no Rio Grande do Sul e no meio oeste de Santa Catarina no domingo (10), com o avanço de uma nova frente fria. A chuva também continua presente no leste e na costa norte do Nordeste e no norte da região Norte. Tempo seco característico de bloqueio atmosférico no Brasil Central. Há uma queda de temperatura prevista para o início da semana no Sul e partes dos estados de São Paulo e Minas Gerais. O risco de geadas, porém, existe apenas para o Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina, principalmente na madrugada da próxima quarta-feira (13).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Safra recorde é praticamente certa, mas preço do alimento não deve cair, diz IBGE

    Demanda por grãos expressiva de outros os países influencia o mercado como um todo, afirma gerente do órgão

    O Brasil tem uma nova safra recorde de grãos praticamente assegurada para 2022, mas os preços dos alimentos devem permanecer elevados, avaliou Carlos Alfredo Guedes, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    “Independentemente de uma safra recorde, os preços não devem cair, porque a gente tem uma demanda muito grande dos outros países. Isso influencia no mercado como um todo”, disse Guedes nesta quinta-feira (7).

    Ele lembra que os preços dos grãos estão elevados desde o aumento da demanda e problemas logísticos provocados pela pandemia de Covid-19 no cenário externo, que agora permanece sob impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia. Para Carlos Guedes, “a tendência é os preços continuarem elevados nos próximos meses”.

    “Os preços sofrem mais influência do mercado externo do que do mercado interno”, afirmou. “E acaba que dentro dos produtos, que são os principais grãos, eles mexem com outros produtos. Porque o produtor acaba direcionando suas áreas pras culturas que estão mais valorizadas”, acrescentou.

    Safra recorde

    A safra agrícola brasileira deve totalizar um recorde de 261,4 milhões de toneladas em 2022, 8,2 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2021, um aumento de 3,2%, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho, divulgado pelo IBGE nesta quinta. O resultado é 1,5 milhão de toneladas menor que o previsto no levantamento anterior, de maio, uma queda de 0,6%.

    “A gente tem trigo, que ainda pode apresentar problemas climáticos na colheita, mas não tem peso tão grande quanto soja e milho”, lembrou Guedes.

    Apesar de perdas no cultivo de soja, o país deve ter as maiores colheitas já vistas para o milho e o trigo. As safras de arroz e feijão, por ora, atendem ao consumo doméstico, disse o gerente do IBGE.

    A estimativa da produção de feijão, considerando-se as três safras do grão, deve ser de 3,087 milhões de toneladas, alta de 11,2% ante 2021, embora 3,4% menor que o estimado em maio. A estimativa de produção do arroz é de 10,7 milhões de toneladas, queda de 8,1% em relação ao ano passado provocada por problemas climáticos no Rio Grande do Sul.

    “O feijão ainda atende a demanda interna”, disse Guedes. “E o arroz também. Na verdade, a gente teve produções muito boas de arroz nos últimos dois anos. Caiu um pouco este ano”, disse ele, lembrando que algumas áreas com plantações de arroz no Rio Grande do Sul não tiveram água suficiente para serem irrigadas durante um período de estiagem.

    Trigo

    A produção nacional de trigo deve alcançar um recorde de 8,863 milhões de toneladas este ano, um avanço de 13,4% em comparação com 2021, segundo os dados hoje divulgados pelo IBGE. Na comparação com a projeção de maio, houve uma redução de 0,2% em junho.

    “Nosso consumo gira em torno de 12 milhões de toneladas. A gente ainda importa, mas vai importar menos do que importava em anos anteriores”, disse Carlos Guedes. “Se a gente conseguir colher em torno de 9 milhões (de toneladas), a gente teria que importar entre 3 milhões e 4 milhões de toneladas. Em alguns momentos a gente importou muito mais para abastecer o mercado”, acrescentou.

    O pesquisador lembra que os preços do trigo estão em alta por causa da invasão da Rússia à Ucrânia, ambos os países produtores e exportadores de trigo, o que incentiva os agricultores brasileiros a investirem na cultura.

    Quanto aos demais principais cereais de inverno produzidos pelo Brasil, a estimativa para a colheita da aveia em 2022 é de 1,1 milhão de toneladas, crescimento de 0,2% em relação ao previsto no mês anterior. Se confirmada, a produção terá um aumento de 8,3% em relação ao colhido em 2021.

    Para a cevada, a produção foi estimada em 483,2 mil toneladas, alta de 1,6% em relação ao estimado em maio. O montante é 10,6% superior ao registrado em 2021.

    Milho

    As revisões nas estimativas para a colheita de milho de segunda safra e de soja reduziram a projeção para a safra de grãos brasileira em 2022. Na passagem de maio para junho, a projeção para o milho de segunda safra encolheu e mais de 900 mil toneladas, enquanto a de soja diminuiu em mais de 650 mil toneladas.

    “O milho foi condições climáticas, principalmente no Paraná, problema de excesso de chuvas, que está trazendo algumas doenças”, disse Carlos Guedes. Segundo ele, o excesso de chuvas na região Sul do país também tem prejudicado o desempenho do feijão de segunda safra. No caso da soja, que já está praticamente toda colhida, houve reavaliação nos dados de Mato Grosso do Sul. “Acredito que a gente não tenha mais grandes reavaliações na soja. É um produto que já está praticamente colhido”, justificou.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/