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26 de julho de 2022

  • Custos e dificuldade de investimento são entraves para produtores de leite

    Mesmo com o bom preço do leite, atividade enfrenta desafios como custos de produção, falta de mão-de-obra e dificuldades de investir

    Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de leite no Brasil, depois de Minas Gerais e Paraná.

    No entanto, no estado, cresceu o número de famílias que largaram a atividade nos últimos anos.

    De acordo com a Emater-RS, em 2015, eram mais de 85 mil produtores. Atualmente, são apenas 40 mil.

    Alta nos custos de produção, dificuldade de investimento em infraestrutura na propriedade e falta de mão-de-obra estão entre as principais dificuldades.

    família Reichert, de Rolante, no leste do Rio Grande do Sul, está na atividade leiteira há mais de 20 anos. Durante todo esse tempo, foram altos e baixos.

    Em alguns momentos, quase desistiram de tudo por causa da baixa rentabilidade.

    “Muitos produtores deixam a atividade todos os anos. E eles saem pela falta de garantia de renda. Eles não conseguem fazer um planejamento. Com as intempéries da natureza e do mercado, eles não conseguem administrar e acabam desistindo e indo para outras atividades onde o risco é menor, mais seguro. E o jovem não quer ficar porque o leite é 365 dias no ano”, diz o produtor de leite Olester Reichert.

    Na propriedade da família Reichert, são mais de 60 vacas em lactação, com uma produção média de 1.800 litros por dia.

    A melhora na situação só veio com investimento. A nova sala de ordenha e o galpão custaram R$ 500 mil, mas valeu a pena.

    As vacas ganharam mais conforto e saúde e a produção aumentou.

    “A gente tem que estar sempre investindo e aprimorando para diminuir a mão-de-obra, que está bastante escassa hoje em dia”, diz a produtora Andréia Reichert.

    Pecuária leiteira 

    Segundo dados da Emater-RS, em 2019, 40% das famílias desistiram da atividade leiteira e o número de cabeças produtivas de leite diminuiu 20,8%.

    Os produtores mais afetados são os que produzem no máximo 50 litros por dia. A representatividade desse perfil caiu de 23% em 2015 para 8% no ano passado.

    A produção de leite no Rio Grande do Sul está presente em 94% dos municípios.

    A média de produção evoluiu. Em 2004, eram 2,36 milhões de litros e em 2020 foram 4,29 milhões, uma alta de 81%.

    Competitividade

    Mesmo com a valorização do preço do leite, os produtores do Rio Grande Sul não têm poder para competir com produtores de outros estados.

    De acordo com o Sindicato da Indústria de Lacticínios do Rio Grande do Sul, o Sindilat, estados como Minas Gerais, São Paulo e Paraná têm políticas para a atividade como incentivo a venda externa e barreiras para o leite que vem de fora.

    “Para que nós possamos manter os 100% dos créditos de incentivo à produção precisamos comprar todos os insumos dentro do estado. E o estado não tem embalagens. E isso acaba provocando uma perda competitiva”, diz o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.

    Preços

    Segundo o Sindilat, o leite no atacado valorizou 100% de janeiro a julho deste ano. E para o produtor está na casa dos R$ 3 reais o litro.

    Para a família Reichert o equilíbrio para se manter é produzir grande parte do alimento para as vacas é se planejar para os momentos de baixa na atividade.

    “A ideia é ficar. A gente se preparou para isso e vem se organizando exatamente para ocupar essa brecha, onde talvez os grandes não querem ir por causa da questão de mão-de-obra e tudo mais, talvez seja o nosso espaço de continuar vivo na atividade”, diz Andreia Reichert.

    técnica agrícola Gabriele Rodrigues, que atende mais de 200 produtores ligados a uma cooperativa, aconselha a levar em consideração o perfil de propriedade, produção e o balanço entre dificuldades e potencialidades para não sair da atividade leiteira. “Quem produz como há 30 anos tem grande chance de ter que abandonar. O investimento em estrutura para melhorar o trabalho e driblar a falta de mão-de-obra é fundamental”, explica.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Projeto de irrigação diversifica lavouras gaúchas

    “Visitamos algumas propriedades onde já existia irrigação, e fomos amadurecendo a ideia”

    Produtores rurais do Rio Grande do Sul estão começando a investir em irrigação para diversificar as lavouras depois de as últimas estiagem terem gerado muitos prejuízos. Segundo o mais recente levantamento das safras brasileiras 2021/2022, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa mostra mais uma vez uma quebra de safra de 41,2% devido à estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul na primavera e, de forma mais intensa, no verão.

    Para não ficar refém das condições climáticas e tampouco colocar a sua produção em risco, o produtor e engenheiro agrônomo, Leandro Granella, de Getúlio Vargas, região Noroeste, distante cerca de 350 km da capital Porto Alegre, resolveu investir em um sistema de irrigação. “Nos últimos 30 anos passamos por muitas estiagens severas e veranicos, além disso muitos planos econômicos nos deixaram descapitalizados, era preciso buscar alternativas”, diz.

    “Visitamos algumas propriedades onde já existia irrigação, e fomos amadurecendo a ideia. Tínhamos todos os elementos que precisávamos, um açude pronto e uma coxilha, o pivô dava volta e perdia muito pouco, a rede elétrica também passava bem pertinho. Quando a representação da Lindsay, com a marca Zimmatic chegou na região, foi a hora de arriscar”, lembrou o produtor.

    Já com o equipamento em operação na safra de 2019/20, Granella obteve um bom resultado tanto no milho quanto no feijão. No ano seguinte, a safrinha foi excepcional, e segundo ele, despertou o interesse em investir em mais um pivô. Foi quando adquiriu um equipamento de 35 hectares. “Para esse segundo, por ser bem maior, tive que fazer um novo açude de dois hectares e puxei uma nova linha de transmissão para fazer uma subtração interna”, lembra.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • 5G deve acelerar tecnologia no agronegócio

    Adoção da nuvem pode permitir a conectividade no campo, impulsionando a agricultura de precisão e agricultura 4.0, fundamentais para segurança alimentar do planeta

    O sinal de 5G puro (sem interferência de outras frequências) estreou no Brasil no início do mês e deve chegar a todas as capitais até 29 de setembro. A tecnologia oferece velocidade média de 1 Gigabit por segundo (Gbps), dez vezes superior ao sinal 4G, e tem a possibilidade de chegar a 20 Gbps. Entre outras vantagens, a novidade pode ajudar a acelerar a digitalização do agronegócio, fundamental para o futuro da segurança alimentar do planeta.

    “O agronegócio é uma atividade que ocorre em área aberta e 70% destas áreas produtivas ainda são descobertas de conectividade, são os chamados pontos cegos ou pontos de sombra. Com a chegada do 5G, além de mais qualidade no sinal de internet, haverá maior cobertura e mais ofertas de conectividade, futuramente levando a tecnologia para todos estes pontos”, destacou o account manager para o agronegócio da dataRain — empresa 100% nacional dedicada à tecnologia em nuvem, parceira da AWS —, Bruno Barros.

    Barros destaca a importância da adesão da nuvem para o setor, que pode trazer benefícios que garantem a chamada Agricultura de Precisão e a Agricultura 4.0, conceitos de otimização da gestão agrícola por meio de conectividade, sensoriamento remoto, softwares gerenciais,dispositivos Internet das Coisas (IoT) e Big Data, que coletam e analisam dados sobre a lavoura para viabilizar a automação e dar base para decisões mais assertivas. “Com o uso dessas ferramentas, é possível ter acesso a informações sobre diferentes culturas e solos, além de previsões meteorológicas, fundamentais para o sucesso na colheita, permitindo a tomada de decisões estratégicas”, ressaltou Barros.

    O especialista dá exemplos práticos de como a computação em nuvem pode contribuir com o agronegócio, incluindo o acompanhamento das mudanças climáticas, monitoramento da lavoura para detecção e combate às pragas, programação para irrigação automática, a operação autônoma de máquinas agrícolas e a telemetria, que permite a coleta remota de informações, garantindo um raio-x completo de toda a operação, auxiliando uma produção sustentável e capaz de entregar resultados mais expressivos de cultivo e colheita.

    Entre as funções em destaque, estão o armazenamento e segurança de dados e informações, a capacidade computacional escalável, disponibilidade, acessibilidade e o acesso à tecnologias como Machine Learning, Data Lake, Data Analytics. “Quando falamos em nuvem, falamos de uma vasta gama de soluções que podem ser moldadas, visando atender à necessidade de cada área.  Assim que conhece os benefícios da tecnologia para o agronegócio, o produtor percebe a eficiência e passa a tê-la como uma aliada para enfrentar as adversidades inerentes ao setor”, destaca.

    Para ele, a tecnologia é fundamental para otimizar o setor no País, atividade em franco crescimento, que atualmente é responsável por 27% do PIB brasileiro e deve finalizar o ano em 30%.  Além do crescimento econômico, Barros destaca o papel fundamental da tecnologia para garantir a segurança alimentar do planeta. “Até 2050, a previsão é passarmos de 7 para 10 bilhões de habitantes no planeta Terra. Por esta razão, a demanda pela produção de alimentos crescerá muito e o Brasil é um grande expoente neste cenário. Hoje, a cada cinco pratos de alimentos servidos no mundo, um é cultivado pelo Brasil. Nossa demanda vai dobrar e por isso, a única saída é a tecnologia, que começa com a conectividade no campo”, finalizou Barros.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/