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9 de agosto de 2022

  • Produtor tem queda de 19% na produção de leite

    Levantamento realizado com produtores atendidos pela SIA mostra que mesmo com o valor do litro em alta, os custos não cobrem margem para lucro

    Um levantamento realizado pela equipe de consultores da SIA, Serviço de Inteligência em Agronegócios, com base em dados de 350 produtores atendidos no Rio Grande do Sul, mostra que a produção diária de leite nestas propriedades teve uma redução de 19%, ou seja, de 17 para 13 litros diários por vaca. O reflexo também foi sentido na média de comercialização mensal do produto, que  teve queda de 32%, passando de 12,47 mil litros por mês para 8,47 mil litros por mês na comparação com o ano de 2021.

    Segundo o engenheiro agrônomo Armindo Barth Neto, gerente Técnico da SIA, os aumentos dos preços das rações assim como os custos de produção de milho e pastagens nas propriedades subiram fortemente devido à alta dos preços dos insumos, como os fertilizantes, onde a elevação chegou a mais de 100% entre 2021 e 2022. Todo este cenário afetou os produtores principalmente com perda de competitividade, ou seja, menor margem de lucro pelo aumento dos custos de produção, e redução na receita total, já que a estiagem afetou a produção leiteira.

    O especialista lembra que a indústria de laticínios vem tentando compensar essa baixa na produção aumentando o valor do litro do leite pago ao produtor. Nestes produtores atendidos pela SIA, o valor médio pago pelo litro do leite no segundo trimestre de 2022 foi de  R$ 2,33, um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2021.  No entanto, esse aumento foi insuficiente, comparando todo o aumento de custos de produção e a queda na produção total de leite no período. Desta forma, Barth Neto sinaliza que as condições desfavoráveis de produção e a queda no faturamento e na renda acabam por desestimular os produtores, que passam a não investir em tecnologia, refletindo na redução de produção e oferta de leite no mercado. “Muitos produtores espremidos pelas margens e pouca escala (pequenas propriedades), acabam abandonando a atividade”, afirma.

    Conforme ressalta o gerente técnico da SIA, no acumulado do último ano os aumentos no custo de produção do leite chegaram a bater a casa dos 28%, valor expressivo se comparado à inflação geral que, ao longo do mesmo período, soma 11,89% de elevação (IPCA). “Essa alteração no valor pago pelo consumidor no litro do leite em 2022 é resultante da combinação de fatores que vão além da entressafra – que naturalmente resulta na elevação do preço de produtos lácteos – período compreendido entre outono e inverno”, ressalta.

    Barth Neto coloca, ainda, que a  escassez de chuvas no Rio Grande do Sul, registrada entre novembro de 2021 e março de 2022, prejudicou a produção de alimentos para as vacas leiteiras, como soja e milho, principais ingredientes das rações, e também a produção de milho silagem e pastagens, principais fontes de alimento volumoso para os animais. Segundo estimativa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de milho no Estado teve uma redução de cerca de 32% em comparação ao ano anterior. No entanto, na média nacional, a produção aumentou aproximadamente 33%. Já para a soja, o volume total produzido foi 50% menor que na safra 2020/2021, enquanto na média nacional a queda foi de 11%.

    O gerente técnico da SIA finaliza afirmando que tudo isso resulta em menos leite disponível no mercado. “Muitas indústrias têm reduzido as suas jornadas de trabalho ou paralisado setores dentro das fábricas. O pouco leite no mercado e a alta concorrência pelo produto, acabam aumentando o preço para o consumidor final. Uma crise como esta, não é boa para ninguém, todos os elos da cadeia são afetados, produtores, indústria e consumidores”, alerta.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Anvisa bane em definitivo o uso do carbendazim no Brasil

    Produto não poderá mais ser utilizado para fins agrícolas, reforçam diretores da agência

    Defensivos agrícolas feitos à base de carbendazim estão proibidos no Brasil de forma definitiva. Em reunião extraordinária realizada nesta segunda-feira (8), a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, de forma unânime, barrar a utilização do produto nas lavouras do país.

    A medida de hoje confirma a determinação anterior da própria Anvisa. Em junho, a agência havia sido responsável por medida cautelar que suspendia temporariamente o carbendazim. Na ocasião, a decisão foi tomada em meio ao processo de revalidação do defensivo agrícola — que teve a sua legalidade atestada em 2019.

    O banimento em definitivo do carbendazim foi validado pelos quatros diretores que participaram da reunião de hoje. O relator do processo sobre o defensivo agrícola foi Alex Machado Campos, que votou “sim” pela proibição do uso do produto para fins agrícolas no país. Ele teve o entendimento seguido por Romison Rodrigues Mota, Meiruze Sousa Freitas e pelo diretor-presidente Antonio Barra Torres.

    Na visão do grupo, o carbendazim apresenta riscos à saúde humana, sobretudo aos produtores rurais que o manipulam em meio às propriedades rurais. “Presumidamente tóxico para reprodução em humanos”, afirmou Campos durante a reunião da diretoria da Anvisa, ao destacar o resultado feito pela equipe técnica do órgão.

    diretoria da Anvisa definiu que a decisão contra o carbendazim entrará em vigor de forma imediata a partir da divulgação do resultado da votação de hoje.

    Proibição do carbendazim é criticada por entidades

    O parecer da Anvisa vai na contramão da posição de entidades ligadas ao agronegócio. Em julho, mais de 30 organizações se posicionaram contra a suspensão do carbendazim. Já neste mês de agosto, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) avisou que se organizava para formular projeto de decreto legislativo (PDL) com intuito de derrubar a suspensão então imposta.

    “Defendemos o carbendazim para continuarmos a fazer o tratamento das sementes e facilitar o acesso do produtor rural a um fungicida mais econômico e eficiente”, afirmou, em material enviado com exclusividade na última semana ao Canal Rural, o presidente da FPA, o deputado federal Sérgio Souza, do MDB do Paraná.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Safrinha vem com tudo no Brasil: EUA e Europa vão precisar

    AgResource aumentou a perda total de produção do Hemisfério Norte para 25 milhões de toneladas

    A colheita de milho segunda safra chegou a 79,2% da área projetada, aponta a Consultoria AgResource Brasil. De acordo com os analistas, o ritmo está mais acelerado em comparação ao ano passado, devido principalmente ao adiantamento da janela de plantio no ciclo 2021/22, o que adiantou a janela de colheita.

    Para as regiões Centro e Sul brasileiras a colheita da safrinha de milho atingiu 80,3% da área estimada até a semana passada, aponta a Consultoria TF Agroeconômica. Houve avanço em comparação com 72,7% uma semana antes e 58,4% no mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento de uma consultoria privada brasileira. A colheita está encerrada em Mato Grosso e na reta final em Goiás.

    Por outro lado, a semeadura do milho-verão da safra 2022/23 já teve início no Rio Grande do Sul com “boa umidade no solo, previsão de mais chuva e sem sinais de geada no curto no prazo”. A ideia dos produtores gaúchos é colher esse primeiro milho no fim de dezembro e início de janeiro e, na sequência, fazer safrinha de soja.

    ESTADOS UNIDOS

    A AgResource reduziu o rendimento nacional de milho dos EUA para 173,5 bushels por acre. Isso, juntamente com o maior abandono projetado nas áreas mais secas das Planícies, coloca a produção em 14.141 milhões de bushels, sendo 364 milhões de bushels abaixo da estimativa do USDA em julho.

    O número de produção norte-americano atualizado da AgResource aumentou a perda total de produção do Hemisfério Norte para 25 milhões de toneladas, visto os “déficits no milho europeu devido à forte seca na região. Em meio ao aumento dos custos de transporte, e produtos químicos, os agricultores dos  EUA não estarão ansiosos para precificar o milho à vista abaixo de 6 dólares por bushel. Os ralis nos preços a 7 a 8 dólares por bushels estão previstos para o final de 2022 e em 2023”.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/