Dara Luiza Hamann

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  • USDA em Brasília reduz safra de soja 23/24 em 3,9%

    Departamento norte-americano cortou estimativa de produtividade média para a safra brasileira, apostando, agora, em 3.376 kg/ha

    O Brasil deve colher 152,6 milhões de toneladas de soja na safra 2023/24, de acordo com estimativa da representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília.

    A projeção representa queda de 3,9% ante a estimativa anterior, de janeiro, de 158,5 milhões de toneladas. O volume fica abaixo do estimado para 2022/23, de 162 milhões de toneladas, e para 2024/25, de 157,5 milhões de toneladas.

    Área plantada

    O USDA em Brasília manteve a previsão da área plantada da oleaginosa em 45,2 milhões em 2023/24, pouco abaixo do projetado para 2024/25, de 45,6 milhões de hectares, mas acima dos 44,6 milhões de hectares de 2022/23.

    Além disso, a estimativa de rendimento para a safra 2023/24 foi reduzida para 3.376 kg/ha (56,2 sacas), menor do que o estimado para a safra anterior, de 3.632 kg/ha (60,5 sacas), e abaixo da projeção para a próxima safra, de 3.450 kg/ha (57,5 sacas).

    Quanto às exportações, o país deve embarcar 95 milhões de toneladas em 2023/24, 5% abaixo da estimativa anterior, de 100 milhões de toneladas. O volume fica 9% abaixo dos 103,9 milhões de toneladas de 2022/23.

    O USDA atribuiu a redução à “menor produção estimada devido ao mau tempo no fim do ano passado e ao aumento da demanda doméstica, impulsionada por uma maior exigência de biocombustíveis”.

    Contudo, para 2024/25, a estimativa é de que as exportações alcancem 99 milhões de toneladas, com uma demanda internacional sólida.

    Esmagamento de soja

    O esmagamento de soja deverá totalizar 54,5 milhões de toneladas em 2023/24, recuo de 3% ante a previsão anterior, de acordo com o USDA.

    O volume é ligeiramente maior que a estimativa para 2022/2023, de 54,2 milhões de toneladas, mas abaixo dos 55 milhões de toneladas projetados para 2024/25.

    A produção de farelo deve ser de 42,3 milhões de t em 2023/24, ante estimativas de 42 milhões de t em 2022/23 e de 42,6 milhões de t em 2024/25.

    Já a produção do óleo de soja deve ficar em 10,5 milhões de t na temporada atual, enquanto em 2022/23 a estimativa é de 10,4 milhões de t e a de 2024/25 é de 10,6 milhões de t.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços dos fertilizantes no Brasil podem cair em 24/25, diz analista

    Maísa Romanello, da Safras & Mercado, destaca condições climáticas favoráveis e bom andamento da safra como fatores que podem ditar os preços

    Os preços dos fertilizantes no Brasil podem cair na safra 2024/25, segundo Maísa Romanello, analista da Safras & Mercado. A previsão foi feita nesta terça-feira (26), durante o primeiro dia da 7ª edição da Safras Agri Week.

    Em 2023, o Brasil importou 39,4 milhões de toneladas de fertilizantes, um aumento de 8% em relação a 2022.

    As entregas foram próximas do recorde de 2021 e cresceram 12% no mesmo período.

    “Em 2021, tivemos uma rápida recuperação da demanda e as relações de troca foram bastante favoráveis, o que levou ao consumo recorde dos fertilizantes e à escalada dos preços. Em 2022, esperava-se um reequilíbrio desse setor. No entanto, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia levou os preços dos fertilizantes a patamares ainda mais altos, com o temor de que o país não conseguiria exportar os seus volumes. Já em 2023, os preços voltaram aos patamares médios e a demanda foi retomada”, disse.

    Preços dos fertilizantes

    ureia atingiu o pico em outubro de 2021 devido a uma forte demanda do Brasil e da Índia. Já no final do ano, o preço recuou. Mas, com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços voltaram a subir rapidamente e atingiram um recorde em 2022.

    MAP também apresentou um desempenho similar ao da ureia, havendo um aumento nos preços ao longo de 2021.

    Em 2022, foi atingido um patamar recorde entre março e abril diante das consequências da guerra.

    Já o potássio (KCL) obteve uma evolução nos preços em 2021, atingiu recorde em abril de 2022 e foi caindo gradualmente no segundo semestre de 2022.

    “O KCL vem em queda até este ano, mas voltou a subir devido ao Brasil identificando bons preços no momento”, ponderou Romanello.

    Panorama de oferta e demanda

    Segundo a analista da Safras, os Estados Unidos têm sido o principal comprador de fertilizantes no primeiro semestre, mas ainda com uma demanda muito cautelosa.

    Enquanto isso, a Europa tem aguardado por melhorias nas condições climáticas e há potencial para intensificar as suas compras em abril.

    “No Brasil, apenas a importação de KCL é um fator de mercado importante. O Brasil não tem comprado fosfatados e nitrogenados de forma significativa no momento”, concluiu.

    Mercado interno

    Em 2023, o Brasil importou 39,4 milhões de toneladas de fertilizantes, apresentando um aumento de 8% em relação a 2022.

    As entregas foram próximas do recorde de 2021 e cresceram 12% em relação a 2022.

    Com isso, o Brasil apresenta preços mais baixos, pouca demanda nos primeiros meses, relações de troca ruins para soja e para o milho e o KCL com bons patamares.

    Por fim, a analista falou sobre as perspectivas para a safra 2024/25.

    “As condições climáticas devem ser mais favoráveis, bom andamento da safra nos Estados Unidos, Brasil e na Argentina, o que deve levar a uma possível queda nos preços dos grãos e também provocar piora nas relações de troca e bons preços para os fertilizantes entre maio e junho”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preço de referência do leite no RS em março é 1,14% superior ao de fevereiro

    O estudo é elaborado considerando os primeiros 20 dias de negociações de março

    O valor de referência do leite no Rio Grande do Sul neste mês é de R$ 2,2456, 1,14% acima do consolidado de fevereiro (R$ 2,2202), segundo projeção do Conseleite. O dado foi divulgado em reunião realizada em Estrela (RS). O estudo é elaborado considerando os primeiros 20 dias de negociações de março.

    Segundo o coordenador do Conseleite, Allan André Tormen, promover reuniões no interior é fundamental para estar mais próximo dos produtores.

    De acordo com ele, até o fim deste ano o Conseleite terá encontros em Erechim, Passo Fundo e Esteio, além de Porto Alegre.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Colheita de soja 2023/24 atinge 69% da área no Brasil, aponta AgRural

    No mesmo período do ano passado, índice era de 70%; semeadura do milho segunda safra alcançou 100% da área do Centro-Sul

     A colheita da safra de soja 2023/24 atingiu 69% da área cultivada no Brasil, até quinta-feira passada (21) em comparação com 63% uma semana antes e 70% no mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento da AgRural.
    Os trabalhos agora estão concentrados no Matopiba (acrônimo para a região formada por áreas de Cerrado do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no Rio Grande do Sul, onde os produtores relatam boas produtividades.

    Milho

    O plantio da safrinha de milho 2024 alcançou na última quinta-feira 100% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil, em comparação com 97% na semana anterior e 96% no mesmo período do ano passado, segundo levantamento da AgRural.

    “Com a semeadura encerrada, agora o foco se desloca definitivamente para o clima e seu impacto sobre o desenvolvimento das lavouras. No momento, o calor e a irregularidade das chuvas preocupam especialmente no Paraná e no sul de Mato Grosso do Sul. Embora as temperaturas tenham recuado nos últimos dias, as precipitações nos dois Estados ainda deixam a desejar”, comentou a empresa.

    O milho verão 2023/24 do Centro-Sul estava 75% colhido até quinta passada, ante 68% da semana precedente e 58% um ano atrás.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Quando o La Niña chega? Veja o que diz previsão

    Modelos climáticos indicam a formação do fenômeno La Niña ainda no segundo semestre de 2024, com 60% de probabilidade

    fenômeno climático La Niña pode chegar ao Brasil no segundo semestre de 2024, de acordo com a previsão do boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs). A probabilidade é de 60%.

    A previsão é que o clima passe por um período de neutralidade antes da possível formação do La Niña, fenômeno se caracteriza pela queda de mais de 0,5 °C na temperatura da porção equatorial do Oceano Pacífico.

    De acordo com o boletim trimestral do Copaaergs, o volume de chuvas no Rio Grande do Sul deve variar de normal a acima da média na maioria das regiões entre abril e junho.

    No período de abril e maio, o ar mais úmido predomina, enquanto que junho pode ser mais seco, exceto na fronteira com o Uruguai.

    No mês de maio, a chuva fica mais concentrada no norte do Rio Grande do Sul.

    Eventos com tempestades, rajadas de vento forte e queda de granizo podem ocorrer no estado, mesmo com a perda de intensidade do El Niño.

    Os meses de abril e maio devem ser mais chuvosos que junho, em função da passagem de frentes frias, dos ciclones extratropicais e de áreas de instabilidade que se formam especialmente no oeste do estado.

    Eventos de frio mais intenso podem ocorrer especialmente no oeste e sul do estado.

    Em junho, a chance aumenta na maioria das regiões, inclusive com formação de geadas.

    As temperaturas devem ficar um pouco acima da média mais ao norte do estado, especialmente na divisa com Santa Catarina; devem ficar próximas da média no centro e podem ficar ligeiramente abaixo mais ao sul e oeste.

    Ou seja, espera-se contraste térmico em função das massas de ar mais quentes que devem predominar no Brasil Central.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Exportações de soja do Brasil devem cair em 2024, aponta Safras

    Total deve chegar a 94 milhões de toneladas em 2024, contra 101,86 milhões em 2023

    O corte recente na estimativa de Safras & Mercado para a produção brasileira de soja trouxe poucas alterações no quadro de oferta e demanda.

    As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 94 milhões de toneladas em 2024, contra 101,86 milhões em 2023, o que representa uma queda de 7,7%.

    A previsão, divulgada por Safras & Mercado, faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro. No relatório anterior, divulgado em fevereiro, a projeção era também de 94 milhões de toneladas.

    Safras indica esmagamento de 54,3 milhões de toneladas em 2024, contra 53,74 milhões de toneladas em 2023, o que representa uma elevação de 1%.

    Não houve alteração na previsão na comparação com fevereiro.

    A consultoria indica importação de 650 mil toneladas em 2024, contra 181 mil toneladas em 2023.

    Em relação à temporada 2024, a oferta total de soja deverá recuar 6%, passando para 154,317 milhões de toneladas.

    A demanda total está projetada por Safras em 151,3 milhões de toneladas, recuando 5% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão cair 40%, passando de 5,066 milhões para 3,017 milhões de toneladas.

    Farelo e óleo de soja

    A Safras & Mercado trabalha com uma produção de farelo de soja de 41,68 milhões de toneladas em 2024, um aumento de 1% em relação a 2023. As exportações deverão cair 7%, para 21 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 18,5 milhões, aumentando 3%. Os estoques deverão subir 81% para 4,88 milhões de toneladas.

    A produção de óleo de soja deverá ficar praticamente estável em 10,96 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 1,5 milhão de toneladas, com queda de 36%. O consumo interno deve subir 10% para 9,5 milhões de toneladas. O uso para biodiesel deve aumentar 18% para 5,2 milhões de toneladas. A previsão é de estoques recuando 4% para 535 mil toneladas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • RS: Declaração de Rebanho em 2024 tem novo prazo; confira

    A alteração acata solicitações para que o período de declaração de rebanho seja o mais próximo possível do antigo prazo, de janeiro a maio

    A Declaração Anual de Rebanho no Rio Grande do Sul em 2024 terá um prazo diferente dos últimos dois anos. O período é de 15 de abril a 14 de junho. As novas datas foram publicadas pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

    Conforme a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal, Rosane Collares, a alteração acata solicitações das entidades representativas dos produtores para que o período de declaração de rebanho seja o mais próximo possível do antigo prazo, de janeiro a maio.

    “Nos últimos anos, passamos a declaração para o segundo semestre devido a ajustes no Sistema de Defesa Agropecuária, para implantar a declaração online. A ideia agora é retomar e permanecer em um período mais próximo ao que era habitualmente estabelecido”, afirma.

    A Declaração de Rebanho é uma obrigação sanitária de todos os produtores rurais gaúchos detentores de animais. “Além do atendimento à legislação vigente, os dados nos dão embasamento para que tenhamos uma radiografia da distribuição das populações animais, das faixas etárias. Com isso, podemos ser mais assertivos em nossas políticas públicas de saúde animal”, detalha Rosane.

    Em 2023, a declaração teve adesão de 84,19%, índice que se manteve condizente com a média de declarações de rebanho entregues nos anos anteriores.

    A Declaração Anual de Rebanho conta com um formulário de identificação do produtor e características gerais da propriedade. Formulários específicos devem ser preenchidos para cada tipo de espécie animal que seja criada no estabelecimento, como equinos, suínos, bovinos, aves, peixes, entre outros.

    No formulário de caracterização da propriedade, há campos como situação fundiária, atividade principal desenvolvida na propriedade e somatória das áreas totais, em hectares, com explorações pecuárias. Já os formulários específicos sobre os animais têm questões sobre finalidade da criação, tipo de exploração, classificação da propriedade, tipo de manejo, entre outros.

    Desde o ano passado, a declaração pode ser feita diretamente pela internet, em módulo específico dentro do Produtor Online. Caso prefira, o produtor também pode fazer o preenchimento nos formulários em PDF ou presencialmente nas Inspetorias ou Escritórios de Defesa Agropecuária, com auxílio dos servidores da Seapi e assinando digitalmente com sua senha do Produtor Online.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Carne Baixo Carbono: Embrapa aprova diretrizes técnicas para produção

    Validação serve como modelo de certificação da marca-conceito em fazendas de pecuária de corte que desejarem adotar esse modelo

    Depois de lançar a marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN), que valoriza sistemas pecuários com a presença do componente florestal e neutralização da emissão de gases de efeito estufa (GEE), a Embrapa validou as diretrizes de mais um protocolo que vai ajudar o pecuarista a produzir com foco em sustentabilidade: o da Carne Baixo Carbono (CBC).

    Os resultados da avaliação de parâmetros técnicos do protocolo CBC durante dois ciclos produtivos no Cerrado baiano contemplam sistemas pecuários sem a presença de árvores na pastagem, mas com potencial de mitigação das emissões de GEE a partir da adoção de boas práticas agropecuárias, envolvendo os componentes solo, pasto e animal.

    Foram oito parâmetros técnicos avaliados durante os dois anos de validação do protocolo CBC: densidade do solo, estoque de carbono e qualidade do solo, disponibilidade da forragem e cobertura do solo, ganho de peso médio diário dos animais, ganho de peso por área dos animais e emissões entéricas.

    Esses parâmetros estão sendo contemplados nos requisitos obrigatórios propostos no Protocolo CBC juntamente com requisitos de legislação trabalhista e ambiental.

    Segundo a pesquisadora que coordenou o trabalho de validação das diretrizes para produção de CBC, Márcia Silveira, à época na Embrapa Pecuária Sul (RS) e atualmente na Embrapa Milho e Sorgo (MG), os resultados mostram que a implantação do protocolo garante produtividade e qualidade da carne, de forma a aumentar a lucratividade do produtor, sem abrir mão da manutenção ou aumento do estoque de carbono do solo e da mitigação da emissão de GEE, além do efeito poupa-terra, ou seja, com menor pressão sobre a vegetação nativa.

    “É mais um passo na busca pela eficiência produtiva que leva em conta a qualidade do produto e do seu ambiente de produção”, destaca Silveira.

    Estas marcas, como a CBC e a CCN, vêm sendo desenvolvidas no âmbito da Plataforma Pecuária de Baixa Emissão de Carbono, que visa valorizar produtos pecuários produzidos em sistemas mais eficientes e com menor impacto ambiental.

    As diretrizes técnicas para a produção de Carne Baixo Carbono foram lançadas em 2020, e estão alinhadas ao Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+).

    Estes parâmetros necessitavam de validação em um ambiente de produção comercial antes da disponibilização do protocolo para adesão voluntária por parte dos pecuaristas.

    “Nesse sentido, o trabalho de validação desenvolvido pela Embrapa servirá como modelo para certificação da marca-conceito CBC nas fazendas de pecuária de corte que desejarem produzir carne dentro deste escopo”, ressalta Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa Gado de Corte e líder da Plataforma Pecuária de Baixo Carbono.

    Projeto Trijunção

    O estudo de caso foi realizado na Fazenda Santa Luzia, pertencente à Fazenda Trijunção, localizada entre os municípios de Cocos e Jaborandi (BA). A propriedade é referência na produção de bovinos de corte mediante as Boas Práticas Agropecuárias (BPA), com dados estruturados e sequenciais de todo o sistema produtivo.

    O período utilizado nessa fase de validação das diretrizes técnicas foi de maio de 2019 a setembro de 2021, totalizando dois ciclos completos de avaliações de produção animal no sistema.

    A Unidade de Referência Tecnológica (URT) foi composta por dois talhões, bem como por uma área de vegetação nativa (Cerrado). O primeiro talhão, com a forrageira Brachiaria brizantha cv. Marandu, contou com 115 hectares divididos em quatro piquetes, representando o manejo convencional.

    O segundo talhão, de pastagem recuperada, com Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã, contou com 85 hectares, também dividido em quatro piquetes e manejado segundo as diretrizes técnicas para produção de CBC. As áreas foram usadas para recria e terminação de machos da raça nelore.

    Essa pesquisa faz parte de um projeto coordenado pela pesquisadora Flávia Santos (à esquerda, na foto com Márcia Silveira), também da Embrapa Milho e Sorgo, intitulado: “Intensificação agrícola visando à sustentabilidade do uso de solos arenosos – Projeto Trijunção”. As diretrizes decorrentes dos estudos contribuem com o principal objetivo do trabalho, de definir a melhor estratégia de intensificação agrícola com base em sistemas de produção sustentáveis para solos arenosos.

    Santos considera que a importância de se trabalhar em solos arenosos incide sobre o fato de que eles correspondem a cerca de 20% da área do Matopiba, que é a última fronteira agrícola do País. “Contudo, por esses solos apresentarem matriz arenosa, em que os teores de argila não alcançam 15% nos primeiros 50 cm de profundidade, há uma série de limitações: baixos teores de matéria orgânica, baixa CTC (capacidade de troca de cátions), baixa retenção de água, estruturação fraca, elevada acidez, baixa fertilidade, entre outros”, pontua a pesquisadora.

    “Portanto, o manejo adequado desses solos é um grande desafio e deve-se focar em construção de fertilidade em profundidade, aumento de matéria orgânica, cobertura de solo, rotação e consorciação de culturas, integração da produção, etc., fatores fundamentais para a sua incorporação ao processo produtivo de forma sustentável.

    Nesse sentido, os sistemas integrados são alternativas viáveis de manejo e as diretrizes técnicas apresentadas estão perfeitamente alinhadas a esse propósito”, complementa Santos.

    O trabalho de validação das Diretrizes CBC foi dividido em pesquisas com os componentes solo, forrageiro e animal, envolvendo desempenho e emissões entéricas, além da avaliação econômica dos resultados da URT. Para tanto, houve o envolvimento de uma equipe multidisciplinar da Embrapa Pecuária Sul, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Cerrados e Embrapa Cocais.

    Resultados em números

    A pesquisadora Flávia Santos ressalta que os dados do componente solo mostraram que os teores de nutrientes se mantiveram mais altos no CBC em relação ao manejo convencional, e também em relação ao Cerrado, bem como a atividade biológica avaliada por meio das enzimas betaglicosidase e arilsulfatase.

    “Considerando a camada de 0-20 cm do solo, no ano de 2019, o estoque de carbono no solo sob o CBC foi maior que no solo sob Cerrado (5,4 toneladas por hectare a mais), e no ano de 2021 foi maior que o manejo convencional (2,5 toneladas por hectare a mais), diferença essa que não foi observada na camada de 0-40 cm de solo.

    Mas, devido à textura arenosa, em que não há proteção física da matéria orgânica pelas partículas do solo, o acúmulo de matéria orgânica e de estoque de carbono é mais difícil e demorado”, relata Santos.

    Como destacado pelos pesquisadores Manoel Ricardo, da Embrapa Milho e Sorgo, e Manuel Macedo, da Embrapa Gado de Corte, “esses resultados mostram que, em solos arenosos, é preciso monitorar mais frequentemente a fertilidade, densidade e os estoques de C, pois seu baixo teor de argila, menor proteção da matéria orgânica e estrutura física fraca levam também a variações mais frequentes em suas características”.

    “Em relação ao componente forrageiro, a massa de forragem (quilograma por hectare, kg/ha, de matéria seca – MS) e a cobertura do solo (%) foram maiores no tratamento CBC quando comparadas ao tratamento convencional, apresentando valores superiores a 2.000 kg/ha de MS e cobertura do solo acima de 80%, conforme preconizado nas diretrizes do CBC”, observa a pesquisadora Márcia Silveira.

    Quanto ao desempenho animal, os ganhos médios diários de peso por animal foram semelhantes entre os tratamentos, sendo os ganhos médios diários (GMDs) de 440 gramas por dia (g/dia) e 404 g/dia no CBC, no primeiro e segundo ciclos avaliados, e 430 g/dia e 375 g/dia no manejo convencional, no primeiro e segundo ciclos avaliados.

    Porém, Silveira destaca que no tratamento CBC foram registrados maiores ganhos por área em função da possibilidade de trabalhar com maiores taxas de lotação, no caso, 2,33 e 2,77 unidades animal por hectare (UA/ha) nos dois ciclos de avaliação do CBC e 0,89 e 0,70 UA/ha nos dois ciclos de manejo convencional. Esses maiores ganhos por área não proporcionaram aumento de intensidade de emissão de metano entérico.Quanto à visão econômica, as análises comprovaram maior lucratividade do CBC em comparação ao manejo convencional, devido à maior produção por área ao longo do período analisado e, na segunda safra, à possibilidade dos animais CBC terem alcançado o peso mínimo de entrada no confinamento e, posteriormente, terem sido abatidos.

    “Logo, os resultados indicam que a implementação do protocolo CBC proporciona maior produção por área de carne, com aumento da lucratividade”, destaca Mariana Aragão, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte.

    “Na perspectiva ambiental, o sistema de produção CBC propiciou boa cobertura do solo, que impactou na manutenção do estoque de carbono, na mitigação da emissão de gases de efeito estufa, além de promover o efeito poupa-terra e a resiliência do sistema de produção”, completa Giolo.

    Marcas-conceito

    A Plataforma Pecuária de Baixa Emissão de Carbono é uma iniciativa genuinamente brasileira, desenvolvida pela Embrapa e empresas parceiras.

    Ao longo de dez anos, a proposta trouxe a concepção de marca-conceito para a realidade do pecuarista. “As marcas-conceito carregam a concepção de ciência e seguem padrões internacionais, além de estarem associadas a um processo de certificação – monitoramento, reportagem e verificação”, destaca Giolo.

    Ainda segundo Giolo, as marcas CCN e CBC buscam a sustentabilidade do sistema agrícola. Criada entre 2012 e 2020, a CCN pode ser usada em sistemas pecuários com árvores, como silvipastoris e agrossilvipastoris, sendo o componente florestal responsável pelo sequestro de carbono para compensar as emissões dos animais em pastejo. No Brasil, o protocolo CCN tem potencial para ser aplicado entre dois e dez milhões de hectares.

    Por sua vez, a marca CBC está associada a sistemas pecuários sem a presença de árvores, que a partir das boas práticas agropecuárias, envolvendo a recuperação e manejo correto da pastagem, e integração lavoura-pecuária, promovem aumento do estoque de carbono no solo, mitigando as emissões de GEE do sistema.

    Estima-se que as pastagens armazenem de 20% a 30% do carbono do solo no mundo e que possuam potencial para sequestrar carbono por meio da melhoria no manejo do sistema de produção animal em pasto, trazendo benefícios significativos para a sustentabilidade ambiental, em virtude da grande extensão de área que ocupam.

    Assim, estudos apontam que o correto manejo das pastagens pode ser considerado a segunda tecnologia agrícola disponível mais importante para a mitigação das mudanças climáticas globais.

    Lançamento do protocolo CBC

    Para entrar em vigor, o Protocolo CBC deverá ser disponibilizado ao público na plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em 2024.

    Para aderir à certificação, o produtor deverá demonstrar, já na auditoria inicial, que a propriedade está em conformidade com 20 requisitos mínimos obrigatórios para a implantação do sistema, de um total de 67, que serão requeridos progressivamente ao longo de auditorias bienais.

    O protocolo na íntegra será disponibilizado apenas aos produtores que ingressarem na plataforma. A adesão ao protocolo CBC, assim como a do protocolo CCN é voluntária. O intuito da criação da marca-conceito é possibilitar a valorização de sistemas pecuários que apresentem potencial de mitigação das emissões de gases de efeito estufa.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Colheita de soja 23/24 atinge 61,9% da área no país, afirma Conab

    Há atraso de 0,6 ponto porcentual em relação a igual período do ano passado

    A colheita da safra brasileira de soja 2023/24 atingia, até domingo (17), 61,9% da área plantada no país, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em levantamento semanal de progresso de safra. Há atraso de 0,6 ponto porcentual em relação a igual período do ano passado e avanço de 6,1 pontos porcentuais em uma semana. Entre os Estados que estão retirando a oleaginosa do campo, Mato Grosso tem os trabalhos de campo mais avançados, com 94,8% da área colhida, seguido por Mato Grosso do Sul, com 85%. O Rio Grande do Sul iniciou a colheita da safra e conta com 1% da área já ceifada. Assim, todos os Estados produtores estão em plena colheita da oleaginosa da safra 2023/24.

    A colheita da primeira safra de milho alcançou, no país, 37% da área plantada, avanço de 4,1 pontos porcentuais na semana e de 2 pontos porcentuais entre as temporadas. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais começaram a retirada do cereal do campo, com, respectivamente, 75%, 62%, 82%, 45% e 22% da área colhida.

    A Conab informou, ainda, que o plantio da segunda safra 2023/24 de milho atingia 92,3% da área prevista no domingo, avanço de 6,1 pontos porcentuais na semana e 7,2 pontos porcentuais à frente de igual período da temporada anterior. Mato Grosso, Goiás e Tocantins já concluíram o plantio. Já o Paraná tem 91% da área semeada, seguido por Mato Grosso do Sul, com 86%.

    A semeadura da safra de algodão 2023/24 foi concluída na semana passada, avanço de 0,1 ponto porcentual ante a semana anterior e porcentual estável em relação à semeadura da safra da fibra em 2022/23. Apenas Goiás (99%) ainda cultiva a pluma.

    A Conab informou também que a colheita da safra de feijão alcançou 49,3% da área semeada, 2,5 pontos porcentuais mais que há uma semana e 21,8 pontos porcentuais atrás de igual período da temporada passada. Goiás, São Paulo e Paraná já concluíram a retirada do grão do campo, enquanto Minas Gerais está à frente nos trabalhos de campo, com 98% da área colhida.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Máquina da Embrapa promete aumentar produtividade do plantio de forrageiras em até 8 vezes

    Equipamento reduz número de operações de preparo do solo com a prática do plantio direto, gerando maior economia

    A Embrapa desenvolveu em conjunto com o produtor Joaquim Kurz Filho uma máquina para atender à demanda de produtores de gado de leite e de corte que querem expandir áreas de capim plantados por mudas. Trata-se da Topa Tudo, que possibilita a ampliação da disponibilidade de forragens para a alimentação animal.

    Com o método convencional, o plantio é feito manualmente, muito mais trabalhoso e lento. Com a plantadeira o tempo de plantio é consideravelmente reduzido. Ela reduz o número de operações de preparo do solo com a prática do plantio direto, gerando maior economia.

    Além das forrageiras, o equipamento também é capaz de plantar outras espécies arbóreas. A Topa Tudo é acoplável a tratores de média potência e permite melhor resultado econômico da atividade de produção animal (leite e carne). Aumenta em até oito vezes a eficiência do trabalho quando comparada ao sistema convencional de plantio manual de mudas.

    Em seu programa de melhoramento genético de forrageiras, a Embrapa lançou várias cultivares de capim-elefante com alto rendimento por hectare e qualidade nutritiva para a alimentação animal. No entanto, essas cultivares são de reprodução vegetativa (por meio de mudas), o que acarreta elevado custo de plantio, uma vez que não existem máquinas disponíveis para essa finalidade.

    Dessa forma, o plantio é manual, demorado e penoso para os agricultores. Em consulta aos produtores rurais e aos produtores de mudas, essa demanda foi a mais importante e apontada como limitante para a expansão das áreas dos capins BRS Kurumi e BRS Capiaçu. O desenvolvimento da plantadeira de mudas Topa Tudo foi uma resposta a essa demanda.

    Como funciona a plantadeira

    A Topa Tudo é um implemento acoplável a tratores de média potência, que permite o
    preparo do leito do solo com a utilização opcional de um disco sulcador/cortador de
    palha/solo frontal ou de um escarificador, com profundidade regulável e acionado pela
    tomada de força do trator, que corta/descompacta a terra para a colocação das mudas,
    permitindo o plantio direto, sem o revolvimento convencional do solo.

    De acordo com a cultivar a ser plantada e do espaçamento planejado, pode ser ajustado o
    conjunto mecânico para a colocação das mudas. O rotor terá o número de “injetores” de
    acordo com o espaçamento recomendado para o plantio entre as plantas. A plantadora/transplantadora possui uma linha de plantio.

    As mudas, colmos ou toletes são colocados em bandejas que são depositadas em suportes metálicos laterais e ficam ao alcance do operador, facilitando o processo de colocação das mudas nos injetores do equipamento. Após o plantio, as mudas são cobertas e apertadas contra o solo por dois rolos movimentados pelo arraste do equipamento. O equipamento é de fácil manuseio e operação.

    É estruturada sobre chassi de ferro e é monobloco. É um equipamento de pequena dimensão e que pode ser transportado na carroceria de uma camionete. Não possui engrenagens o que facilita sua utilização sem a necessidade de infraestrutura especial, mão-de-obra especializada ou conhecimento técnico diferenciado. Para a adoção, é necessário a aquisição do equipamento e a utilização de um trator de potência em torno de 65 cv. Sua manutenção, quando necessária, poderá ser feita em pequenas oficinas de reparo.

    Onde ela pode ser usada

    Ela pode ser empregada em todo o segmento da pecuária nacional, especialmente o de
    produção de leite e de carne bovina, ovina e caprina, pelos fornecedores de mudas de
    espécies forrageiras. Também envolve as organizações de pesquisa e de assistência técnica e extensão rural públicas e privadas, empresas fornecedoras de insumos e serviços para esses segmentos.

    O equipamento pode ser utilizado em todos os biomas nacionais não apresentando restrições para a sua utilização em função das condições climáticas, tipo de solo e topografia. Pode ser utilizado em terrenos previamente preparados ou em terrenos brutos sem prévio preparo. Não há restrições para o uso do equipamento.

    Atualmente, o plantio das forrageiras BRS Kurumi e BRS Capiaçu é feito de forma manual.
    Para o plantio manual de um hectare são utilizadas em torno de 25 mil mudas dessas
    cultivares e necessários o trabalho de cinco homens pelo período de dois dias, cerca de dez
    homens por hectare a cada dia.

    A Topa Tudo realiza o mesmo trabalho com apenas dois operadores: um tratorista e um auxiliar para posicionamento das mudas. A máquina deve beneficiar, especialmente, a agricultura familiar, que sofre carência de equipamentos de mecanização dos cultivos.

    Como surgiu a Topa Tudo

    O implemento agrícola foi desenvolvido em parceria entre a Embrapa e o produtor Joaquim
    Kurz Filho com apoio do projeto “Estratégias tecnológicas para a racionalização do uso da
    mão de obra em sistemas agroflorestais visando o uso sustentável da Reserva Legal na
    agricultura familiar (SAF Legal)”. O valor da tecnologia pode ser estimado pelo seu potencial
    benefício social, ambiental e econômico.

    Socialmente, irá contribuir para a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos agricultores
    familiares (diminuição da penosidade e otimização do tempo de trabalho e descanso).
    Ambientalmente o equipamento contribuirá com a redução da erosão hídrica e eólica por
    utilizar o sistema de plantio direto e com o incremento da captação de carbono devido à
    implantação de áreas de gramíneas forrageiras com o incremento da biomassa da parte
    aérea e das raízes das plantas.

    Economicamente, a ampliação das áreas de produção de forragem melhora o desempenho produtivo de carne e leite com ganhos na renda dos produtores. A produção atual de máquinas e equipamentos agrícolas está destinada prioritariamente às grandes áreas de plantio em escala comercial, como soja, milho, algodão, cana-de-açúcar, entre outras culturas.

    As empresas produtoras desses equipamentos não atendem, de forma adequada, às necessidades dos agricultores familiares do País. Essa situação provocou o lançamento do Programa Nacional de Máquinas, Equipamentos e Implementos para Produção Sustentável de Alimentos pela Agricultura Familiar, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) no âmbito do programa Mais Alimentos.

    A plantadeira Topa Tudo não tem concorrente no mercado, é pequena, leve, fácil de ser
    transportada. Vai ao encontro da política pública proposta pelo MDA de ampliar a oferta
    dessas máquinas e equipamentos de pequeno porte como forma facilitar o trabalho e
    aumentar o rendimento no campo.

    A agricultura familiar representa em torno de 3,5 milhões de estabelecimentos rurais em todo o País. Há perspectiva de inclusão deste tipo de equipamento em projetos financiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), conforme sinalização do MDA, o que impulsionaria a sua adoção.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/