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23 de agosto de 2022

  • Safrinha de milho leva agronegócio a recorde

    Segunda safra do cereal deve atingir 87,4 milhões de toneladas nesta temporada, 44% a mais que a anterior

    O Brasil vai bater mais um recorde no agronegócio neste ano, com a maior safra de grãos da história. Para isso, teve ajuda considerável da chamada “safrinha” de milho. Antes considerada uma espécie de “xepa”, apenas para manter o solo coberto, a safrinha ganhou importância à medida que a produção se sofisticou e agregou tecnologia.

    Espremida entre a colheita do verão e a entressafra do inverno, a safrinha deve atingir 87,4 milhões de toneladas, 44% a mais que a anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essa será a maior colheita da série histórica da safrinha que, há vários anos, se transformou em um “safrão”, superando em área e volume de produção a safra de milho no verão.

    Analistas apontam que a virada da “xepa” abre perspectivas para o Brasil dobrar a produção de milho nos próximos anos e se aproximar dos líderes mundiais Estados Unidos e China. Além de ter campo para aumentar a produção do grão, que é a base da produção brasileira de proteína animal, o país passou a usar milho para fazer etanol.

    O Brasil vai produzir este ano 114,7 milhões de toneladas de milho, alta de 31,7% em relação à safra anterior. Com isso, vai ajudar a compor outra safra recorde de grãos, com 271,4 milhões de toneladas, acréscimo de 6,2%, ou 15,9 milhões de toneladas ante a colheita anterior.

    O resultado do milho poderia ter sido ainda melhor, não fosse a queda de 15,3% na produção da Região Sul na primeira safra por falta de chuvas.

    Crescimento da segunda safra

    “Temos muito espaço para crescer, tanto em área como em produtividade”, diz o CEO da Agroconsult, André Pessoa. Ele lembra que o Brasil levou 15 anos para passar de 100 milhões de toneladas de grãos para 200 milhões, mas, para chegar às 300 milhões de toneladas vai levar menos tempo.

    Pessoa destaca o crescimento da segunda safra do milho como um diferencial agrícola brasileiro, pois esse plantio já representa quase 50% da área de cultivo tradicional de todos os grãos no verão. Só neste ano, a safrinha de milho ocupou 1,64 milhão de hectares a mais, graças a um cenário favorecido pelos bons preços nos mercados interno e externo, e o calendário antecipado da soja.

    Quanto mais cedo ocorre a colheita da soja, melhor fica a “janela” para o plantio do milho safrinha, evitando que a lavoura avance no período mais frio e seco do ano. “Com o calendário favorável, a maior parte do plantio ficou concentrada em janeiro e fevereiro, período ideal”, diz Pessoa.

    Transformação da safrinha pela tecnologia

    Durante as décadas em que fez parte da rede extensionista da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, o engenheiro agrônomo Vandir Daniel da Silva acompanhou a transformação da safrinha de milho no estado. “Antes o produtor plantava trigo no inverno e milho no verão. Com a entrada da soja, passou a investir no cultivo do milho na entressafra para plantar soja no verão”, diz Silva.

    Segundo ele, no início era uma lavoura de baixa tecnologia mas, com o tempo, o produtor percebeu que, caprichando na adubação do milho, conseguiria ganho maior na soja seguinte.

    Agora aposentado, Silva aplica os conhecimentos em sua própria lavoura. Ele plantou milho safrinha em fins de dezembro, em Itapeva (SP), e conseguiu uma produtividade próxima de 6 mil kg por hectare (ha). O resultado é superior à média estadual, de 5,2 mil kg/ha, mas poderia ser melhor.

    “Faltou chuva entre maio e junho, fase crítica para a lavoura, e tivemos o ataque da cigarrinha do milho”, afirma.

    Milho em Mato Grosso

    Em Mato Grosso, maior produtor nacional de milho, as condições foram favoráveis à safrinha, diz o produtor Egidio Batista, de Primavera do Leste. Ele fez o plantio em janeiro e está encerrando a colheita com média de 6,1 mil kg/ha.

    “Como as chuvas vieram na época certa, usamos um bom pacote tecnológico, com sementes de alta produtividade. Foi uma das melhores safras de milho que já colhemos”, afirma. O estado deve produzir 21 milhões de toneladas este ano.

    “Safra estendida”

    Em Capão Bonito (SP), o produtor Marcos Alberto de Souza conseguiu média de 132 sacas por hectare – 7,92 mil kg -, uma das mais altas do país. “Em 20 anos que faço a safrinha do milho, essa foi a melhor colheita que tive.”

    Souza fez o plantio após a colheita da soja, na época mais propícia, entre 20 de janeiro e 22 de fevereiro. Ele integra a Cooperativa Agrícola de Capão Bonito, cujos cooperados cultivaram 15 mil hectares de milho safrinha neste ano.

    “Tivemos média de 103 sacas por hectare, pois as chuvas vieram na época certa. Aqui chamamos de safra estendida, pois o milho entra na sequência da colheita da soja para evitar as geadas do início do inverno”, diz o gerente da cooperativa, Luiz Carlos Mariotto.

    Paraná

    Segundo maior produtor nacional de milho, com 17,6 milhões de toneladas nesta safra – 14,6 milhões da segunda safra -, o Paraná vem batendo recordes de produtividade, conforme Edmar Wardensk Gervásio, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

    “A segunda safra do período 2021/2022 no Paraná é recorde em área plantada, com 2,7 milhões de hectares, 8% maior que a da safra anterior”, diz. “A produtividade média é de 5,4 mil kg por hectare, mas temos produtores com média de 6 mil kg.”

    Conforme Gervásio, a produção de milho perdeu espaço para a soja na primeira safra e, em consequência, a segunda safra ganhou espaço, competindo com o trigo. Ele diz que a segunda safra tem gerado renda maior para o produtor.

    Para um custo de produção de R$ 46,73, a saca de milho está cotada em R$ 80. Em Mato Grosso do Sul, a colheita do milho safrinha avança com produtividade média de 78 sacas por hectare, o que deve garantir 9,34 milhões de toneladas para a produção nacional.

    O problema é que falta armazenagem. “O milho está chegando, mas ainda temos soja nos silos. Estão sendo utilizados bags (grandes sacos) para colocar essa safra”, explica o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura, Jaime Verruck.

    Produção de etanol de milho

    A produção de etanol, novo mercado para o consumo interno de milho, deve consumir este ano 10,3 milhões de toneladas do grão no Brasil, alta de 30% em relação a 2021, de acrodo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem).

    Segundo o presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, o setor de etanol de milho está em expansão.

    “O etanol de milho se consolidou como alternativa para a verticalização da produção de milho, agregação de valor e, desde a última safra, como importante equalizador no mercado de combustível.”

    Hoje, 17 usinas de etanol de milho estão em operação, sendo 10 em Mato Grosso, 5 em Goiás, 1 no Paraná e 1 em São Paulo.

    Desde o ano passado, usinas que já atuam no mercado vêm anunciando expansão de suas unidades. Além disso, pelo menos duas novas unidades deverão entrar em operação este ano, uma delas em Dourados (MS).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Mercado do trigo está apreensivo com efeito das geadas no Sul do Brasil

    Segundo o analista Élcio Bento, as informações ainda não são precisas, mas o consenso é de que as perdas no trigo foram pontais

    mercado brasileiro de trigo começou a semana com as atenções voltadas para as notícias em relação ao frio intenso nos últimos dias 19 e 20.

    Segundo o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento, as informações ainda não são precisas, mas o consenso é de que as perdas foram pontais.

    No Paraná, as lavouras da região Sudoeste foram as mais atingidas, porém, os estragos devem ocorrem apenas em áreas mais baixas.

    No Rio Grande do Sul, as lavouras suscetíveis se localizavam próximas à fronteira com a Argentina. Mesmo assim, eventuais estragos devem ter atingido um percentual muito baixo delas.

    “Em suma, o sentimento é de que o evento climático não foi suficiente para frustrar a expectativa de uma safra recorde no país. Claro que, com praticamente toda a safra nacional no campo, o clima segue sendo um fator chave. Além do frio na fase de enchimento de grão e de floração, as colheitas que começam a ficar prontas para a colheita podem sofrer perdas pelo excesso de chuvas”, explicou.

    Trigo

    No norte do Paraná a colheita já iniciou. Ainda é incipiente, mas deve ganhar força a partir do início de setembro. “Com isso, e com os preços internacionais e câmbio acomodando, a pressão
    sobre as cotações tende a persistir”, analisou.

    No Rio Grande do Sul a safra velha é indicada por volta de R$ 1.840/tonelada.

    Para exportação, com pagamento em janeiro as últimas indicações foram a R$ 1.700/tonelada, porém, sem interesse de vendedor. A indicação no FOB para a safra nova fica entre R$ 1.630 e R$ 1.650 a toneladas, mas insuficiente para atrair o apetite do vendedor. No Paraná as indicações no FOB ficam próximas a R$ 1.850 a tonelada na compra.

    Chicago

    Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços acentuadamente mais altos. O mercado foi impulsionado pelos sinais de boa demanda pelo produto dos Estados Unidos.

    As inspeções de exportação norte-americana de trigo chegaram a 594.273 toneladas na semana encerrada no dia 18 de agosto, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O mercado esperava 450 mil toneladas. Na semana anterior, as inspeções de exportação do cereal haviam atingido 389.914 toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado fora de 729.288 toneladas.

    No fechamento desta segunda-feira, os contratos com entrega em setembro de 2022 eram cotados a US$ 7,70 1/2 por bushel, ganho de 17,25 centavos de dólar, ou 2,29%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em dezembro de 2022 eram negociados a US$ 7,88 1/4 por bushel, baixa de 17,25 centavos, ou 2,23%, em relação ao fechamento anterior.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • XII Dia de Campo CCGL debaterá tendências e tecnologias da produção de leite

    Evento terá como foco o Programa Mais Sólidos Maior Valor

    Com o objetivo de acompanhar as tendências e tecnologias da produção de leite, a CCGL, através do setor de Difusão de Tecnologia e Pesquisa, realizará o XII Dia de Campo, em 25 de agosto, a partir das 9h, no Tambo Experimental da CCGL em Cruz Alta/RS.

    O evento retorna de forma presencial, após a edição on-line devido à pandemia, e terá foco no Programa Mais Sólidos Maior Valor CCGL. O projeto inovador inicia um novo momento no sistema de precificação do leite, com base na quantidade de gordura e proteína entregues pelos produtores.

    Os temas da estação serão: manejo nutricional para Mais Sólidos, produtor do futuro, impactos da CCS no ganho do produtor, conforto animal ao alcance de todos, qualidade de forragem, ordenha robótica no Tambo Experimental e correção de solo.

    Conforme o Gerente de Suprimento de Leite da CCGL Jair da Silva Mello, os Dias de Campo são fundamentais para discutir, na prática, as tecnologias e recomendações aos produtores de leite atendidos pelas cooperativas associadas e Difusão de Tecnologias da CCGL. — Neste momento de retomada das operações presenciais, é muito importante a presença dos nossos produtores, pois inúmeros processos e tecnologias foram implantados nos últimos dois anos — explica Jair.

    Ele também salienta que o grande diferencial da CCGL e suas Cooperativas é o investimento em conhecimento aos técnicos e produtores, para fazer diante das dificuldades impostas pelo mercado, fazendo com que o produtor possa assegurar renda e ter qualidade de vida. — Nesse dia de campo, em especial, teremos o foco no Programa Mais Sólidos, implantado em julho deste ano, sendo inédito, inovador e pioneiro nessa modalidade no Brasil. Iremos, em médio prazo, mudar o perfil da produção de leite dos nossos produtores, com todos ganhando mais, de acordo com o leite produzido — ressalva o Gerente de Suprimento de Leite da CCGL.

    O evento é uma realização da CCGL, com patrocínio do BRDE e apoio da SmartCoop, RTC e Delaval, sendo exclusivo para produtores CCGL e com vagas limitadas. Para mais informações, entre em contato com o técnico de sua cooperativa.

    Fonte: ASCOM CCGL