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ago 29 2022 Pesquisadores desenvolvem capim que permite prolongar o pastejo
A descoberta é importante pois o capim é amplamente empregado na alimentação de gado leiteiro, especialmente na Região Sul
Pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma nova cultivar de capim azevém (Lolium multiflorum Lam.) com produtividade de folhas até 20% maior em comparação às tradicionais da mesma espécie.
Trata-se de um avanço importante uma vez que esse capim é amplamente empregado na alimentação de gado leiteiro, especialmente na Região Sul. Em produtividade de forragem, o material recém-desenvolvido gerou 2% mais do que as cultivares BRS Ponteio e a Fepagro, dois importantes materiais de azevém que estão no mercado. Chamada de BRS Estações, a nova cultivar ficou entre as mais produtivas em experimentos realizados no Paraná.
Com lançamento agendado para 1º de setembro a BRS Estações apresenta ciclo produtivo longo, persistindo até novembro, de acordo com a pesquisadora da Embrapa Gado de Leite Andréa Mittelmann.
“O capim permite prolongar o pastejo, contribuindo para o enfrentamento do vazio forrageiro de primavera”, destaca a pesquisadora.
“Por ser proveniente de populações adaptadas à Região Sul do Brasil, a planta tem boa adaptação e sanidade, além de possuir alta produtividade de forragem, com excelente qualidade, devido ao florescimento tardio e à excelente relação folha/colmo”, relata a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado Fernanda Bortolini.
A pesquisadora realça ainda a produtividade das sementes, por ter espigas densas e capacidade de ressemeadura natural. O analista da Embrapa Sérgio Bender diz que o capim se destaca, principalmente, pela boa produtividade das folhas, o que dá mais qualidade ao pastejo.
Essa é a terceira cultivar de capim azevém desenvolvida pela Embrapa. A primeira, BRS Ponteio, ocorreu há uma década e foi considerada um sucesso pelo setor, com uma produtividade 7% maior que as concorrentes, na época. A segunda, BRS Integração, lançada em 2017, possui um ciclo mais curto (20 dias a menos), produzindo 5% a mais que a BRS Ponteio e se adapta bem aos sistemas de Integração Lavoura Pecuária (ILP).
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
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ago 29 2022 Brasil será autossuficiente em trigo em até 5 anos, diz presidente da Embrapa
Depois que o Brasil adaptou a produção do trigo ao solo do Cerrado, o país passou a contar com a possibilidade da autossuficiência
O Brasil vai ser tornar autossuficiente na produção de trigo em até 5 anos.
A previsão é do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Luiz Moretti.
“Esse ano nós temos uma demanda estimada de 13 milhões de toneladas, mas o Brasil já vai produzir 9 milhões de toneladas. Ou seja, nós acreditamos que com essa velocidade, com esse crescimento que estamos vendo nos últimos anos é possível que em 5 anos o Brasil seja autossuficiente na produção de trigo”, previu.
Segundo o presidente da Embrapa, depois que o Brasil adaptou a produção do trigo ao solo do Cerrado, o país passou a contar com a possibilidade da autossuficiência.
Tradicionalmente, o trigo é produzido em regiões mais frias, como no sul do Brasil, na Argentina, Canadá, Estados Unidos, Rússia e Ucrânia.
O grão é uma das poucas commodities que o Brasil importa.
“Há mais de 40 anos nós começamos a trabalhar com o melhoramento genético do trigo para fazer adaptação. E a partir de 2010, quando começamos a trazer o trigo ao Cerrado, começamos a desenvolver variedades adaptáveis. E isso tem crescido de forma bastante interessante, e que até impressiona as pessoas no mundo, que conhecem o trigo produzido em regiões frias. E a Embrapa mostrou que é possível produzir e colher trigo nos trópicos”, explicou.
A produção mundial de trigo gira em torno 779 milhões de toneladas. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia — que respondem por 30% dessa produção — os preços aumentaram, e com o aumento da produção interna, o Brasil pode ter capacidade melhorada de importação e consumo interno.
Embrapa premiada
Especializada em desenvolver tecnologias que aumentem a produtividade, melhorem a qualidade e garantam a sustentabilidade da agricultura e pecuária, a empresa teve a pesquisadora Soja Mariangela Hungria incluída no ranking dos 100 principais cientistas em fitotecnia e agronomia do mundo.
Hungria é a única cientista da América do Sul na lista. O ranking foi publicado pelo research.com, site com contribuições mundiais da ciência.
O presidente da Embrapa lembrou que a pesquisa que levou Mariangela Hungria a fazer parte da lista, a fixação biológica de nitrogênio, foi desenvolvida pela empresa.
“Foi uma tecnologia que começamos a trabalhar na década de 1990. É uma bactéria que é colocada junto com as sementes no solo, e como a maior parte do ar que nos circunda é nitrogênio, a bactéria captura o nitrogênio e entrega para a planta da soja. E isso reduz a necessidade do uso de adubo químico. Além de o produtor brasileiro economizar recursos, nos contribuímos para a redução de gases do efeito estufa”, disse.
De acordo com Moretti, o Brasil vem se preparando com a ajuda da Embrapa para produzir com mais sustentabilidade, para ter uma agricultura digital, a partir do uso de drones, sensores, internet das coisas, inteligência artificial, e, por fim, a chamada biorevolução, que avança no uso da edição genômica das plantas e animais para ter produção mais produtiva, resistente e adaptada às mudanças climáticas.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
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ago 29 2022 Com demanda aquecida, produtores apostam na canola
Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Canola, a área com a cultura avançou 45% no Rio Grande do Sul nesta safra
Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Canola (Abrascanola) a área com a cultura avançou 45% no Rio Grande do Sul nesta safra.
Com preço bom, alta demanda e ótima opção na rotação de culturas, a canola pode expandir para regiões que não apostavam no cultivo.
Essa é a época de floração da canola, período que dura uns 70 dias e dá um espetáculo na lavoura.
Dessa maneira, a cultura ganha cada vez mais espaço, especialmente na rotação de culturas.
“Pensando em aumentar a produtividade, e no sistema de produção como um todo, inserir culturas de inverno é vantajoso”, diz o engenheiro agrônomo Lucas Marin.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área com canola cresceu 30% nesta safra no Rio Grande do Sul, passando de 38 mil hectares na safra passada para quase 50 mil hectares em 2022.
Por outro lado, a produção é estimada em 70 mil toneladas.
No Brasil, apenas Paraná e Rio Grande do Sul plantam canola e os produtores gaúchos estão motivados pelas oportunidades e incentivo à produção.
Canola
A Associação Brasileira dos Produtores de Canola diz que a área é bem maior. Ela pode chegar a 70 mil hectares, alta de 45%, em relação a safra passada.
O que motiva a expansão é uma combinação de fatores como o novo zoneamento climático da cultura (Zarc), que abriu mais possibilidades de áreas. Além disso, há o baixo custo de implantação da lavoura e preços semelhantes ao da soja, uma boa forma de rentabilizar o produtor que sofreu com a estiagem.
“Os produtores que entram nos projetos integrados, que compram as sementes de empresas que fomentam, eles já têm a garantia de compra e essas garantias hoje estão atreladas ao preço da soja”, afirma Vantuir Scarantti, presidente da Abrascanola.
Da canola saem produtos como óleo comestível, biodiesel e até ração animal.
Hoje as industrias estão localizadas no noroeste gaúcho, região que detém a maior área, mas a perspectiva com a expansão da cultura é alavancar todo o setor.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/