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6 de setembro de 2022

  • Vacas mais resistentes ao calor são foco de estudos

    À medida que as temperaturas aumentam em todo o mundo, o estresse térmico está se tornando um problema global. Um novo estudo pode ajudar os produtores de leite a criar um rebanho mais resistente às ondas de calor.

    O estresse térmico é uma condição que surge quando um animal não é mais capaz de regular adequadamente sua temperatura corporal – ele superaquece. O estresse térmico também torna os animais mais suscetíveis a doenças e é uma das principais causas de perdas de produção em animais de fazenda em países tropicais que experimentam temperaturas quentes durante todo o ano.

    Um estudo recente na Tanzânia descobriu que a produção de leite em vacas leiteiras caiu 0,5 litro para cada unidade de aumento de temperatura.

    Bonnie Mallard, professora do Departamento de Patobiologia da Universidade de Guelph, no Canadá, e a estudante de doutorado Shannon Cartwright, criaram a tecnologia High Immune Response (HIR) para determinar vacas com respostas imunes altas, médias ou baixas.

    Vacas com alta resposta imune

    Cartwright, enquanto trabalhava no Ontario Dairy Research Centre, usou a tecnologia HIR da Mallard para testar vacas quanto a uma alta resposta imune. Os pesquisadores também submeteram as vacas a temperaturas mais altas, inicialmente para determinar mudanças na função das células imunes no sangue sob condições adversas.

    Eles descobriram que as vacas com alta resposta imune também tinham uma maior tolerância ao aumento da temperatura. Descobriu-se que essas vacas têm mais moléculas que ajudam na vasodilatação da pele, no alargamento dos vasos sanguíneos para resfriar o corpo e no aumento da proliferação celular, quando expostas ao calor.

    “Essas altas respostas imunes parecem ter melhores mecanismos de resfriamento”, explica Cartwright. “As vacas que foram identificadas como respondedoras imunes altas também têm uma maior produção de moléculas que protegem as células durante o estresse térmico”, afirma Cartwright. “O estresse térmico leva a um aumento na temperatura corporal que pode resultar em morte celular, mas as vacas que produzem maiores concentrações de moléculas protetoras podem resistir melhor à morte celular”.

    A mudança climática é um problema em andamento que provavelmente não será resolvido tão cedo, tornando importante identificar animais resistentes ao estresse térmico. A criação seletiva de vacas mais resistentes ao estresse térmico pode resultar em um rebanho mais resistente ao calor.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Emater/RS: melhora na oferta de forragem diminuiu os custos de produção do leite

    Com as condições de luminosidade, temperatura e umidade favoráveis, a oferta de forragem melhorou significativamente, ajudando a elevar a produtividade e diminuindo os custos de produção do leite. A esse cenário favorável soma-se a elevação dos preços recebidos pelos produtores.

    As condições sanitárias foram adequadas, e com a redução da umidade e do barro no entorno das instalações, ocorreu uma diminuição importante do controle das mastites.

    Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção de leite ainda se encontra em patamares inferiores na comparação com o mesmo período de anos anteriores devido ao clima adverso para o desenvolvimento das pastagens cultivadas de inverno, além da menor disponibilidade de feno e silagem decorrentes da estiagem do último verão. Porém, conforme as áreas com azevém, trevos e cornichão atingem melhores taxas de crescimento, a dieta das matrizes se qualifica com reflexo direto na produtividade.

    No regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, os bovinocultores de leite estão otimistas com os preços recebidos pelo litro de leite.

    Na regional de Caxias do Sul, a sanidade dos bovinos foi satisfatória, e o escore corporal das vacas de leite foi mantido.

    Na regional de Frederico Westphalen, as pastagens perenes de verão, como a tifton, jiggs, capim kurumi e pioneiro, já estão em brotação, e as áreas novas estão no início do preparo. A chuva dos últimos dias tem ajudado no desenvolvimento das culturas.

    Na regional de Ijuí, com a elevação no preço do leite pago ao produtor, os produtores estão estimulados a realizar novos investimentos na atividade.

    Na regional de Passo Fundo, a recuperação parcial das pastagens ampliou a oferta de alimentos volumosos a campo.

    Na regional de Pelotas, em Pedras Altas, o tempo favoreceu as pastagens devido à ocorrência de dias com bastante luminosidade, apesar da chuva intensa que ocorreu no início do período. Já em Rio Grande, as pastagens estão em ligeiro e discreto crescimento, mas a produção ainda está abaixo do esperado para a época. Em Pelotas, alguns produtores já planejam o plantio do milho no cedo para a silagem.

    Na regional de Porto Alegre, o baixo desenvolvimento das pastagens cultivadas em função do clima chuvoso tornou essencial o aumento na suplementação tanto de ração quanto de silagem.

    Na regional de Santa Rosa, a produção de leite diária está acima de 1,8 milhões de litros, apresentando normalização da produção para esta época. O predomínio de dias com temperaturas mais amenas é benéfico para o estado corporal dos animais, que permanecem por mais tempo pastejando. O preço do leite pago ao produtor em média, na região, continua aumentando, satisfazendo os produtores, uma vez que os valores são considerados muito bons se comparados com a média histórica.

    Na regional de Soledade, a oferta de pastagens está satisfatória para o rebanho leiteiro. As pastagens perenes de verão que haviam brotado em função do calor do mês de julho foram queimadas parcialmente pela geada. Com a redução do valor dos insumos, a relação entre o custo e o valor pago ao produtor pelo litro do leite está satisfatória.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Contratações de crédito rural crescem 19% no país, para R$ 73,7 bi

    As contratações de crédito rural reagiram em agosto, depois da demora na liberação de recursos no início do Plano Safra 2022/23, e alcançaram R$ 73,7 bilhões nos dois primeiros meses da safra, montante 19% superior ao do mesmo período do último ciclo (R$ 61,9 bilhões).

    Os dados foram compilados ontem pelo Valor Econômico, a partir de informações da matriz do Banco Central.

    Os financiamentos para o custeio da produção cresceram 58% nesses dois meses, puxados pela alta de custos das lavouras. Os desembolsos nessa modalidade foram de R$ 55,8 bilhões – eles haviam somado R$ 35,2 bilhões entre julho e agosto de 2021. Os recursos para comercialização mantiveram-se em cerca de R$ 3,6 bilhões.

    As contratações para investimentos continuaram abaixo do ano passado. Nos primeiros dois meses da temporada, foram R$ 11,2 bilhões, um recuo de 35% em comparação com os R$ 17,2 bilhões do mesmo período de 2021. Os financiamentos para industrialização caíram quase pela metade, passando de R$ 5,7 bilhões no ano passado para R$ 3 bilhões em 2022

    No Pronaf, os agricultores familiares acessaram R$ 14,8 bilhões, ou 13% a mais que os R$ 13 bilhões do início da safra passada. Em agosto, o governo fez dois remanejamentos de limites equalizáveis para reforçar os recursos para o custeio dos pequenos produtores, cujo montante final passou para mais de R$ 60 bilhões.

    Os médios produtores contrataram R$ 13,3 bilhões no Pronamp, alta de 54%, e a agricultura empresarial acessou R$ 45,6 bilhões. O número total de contratos em julho e agosto caiu quase 15%, para 378,6 mil.

    Os bancos públicos lideram os desembolsos, principalmente por conta do desempenho do Banco do Brasil, que já liberou quase R$ 40 bilhões de crédito rural. As cooperativas de crédito emprestaram R$ 15,5 bilhões (alta de 11%) e superaram os bancos privados, que recuaram de R$ 14,4 bilhões em 2021 para R$ 11,5 bilhões nos dois primeiros meses da temporada 2022/23.

    A principal fonte dos recursos dos desembolsos feitos até agora são as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), com R$ 27,3 bilhões, quase três vezes mais que os R$ 7,6 bilhões do bimestre inicial de 2021/22.

    O desempenho dos títulos parece não ter sido afetado pela alta das taxas de juros médias dos financiamentos, que passaram de 6,5% em 2021/22 para 11,1% agora, de acordo com o boletim do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro do BC (Derop).

    Os juros médios aumentaram em todas as fontes e linhas do Plano Safra 2022/23. Os recursos livres saíram de 7,1% para 12,4%, e a poupança rural livre subiu de 6,5% para 9,9%. Os recursos com subvenção também ficaram mais caros. A poupança rural subvencionada para o Pronaf, que custava, em média, 3,7% na safra passada, subiu para 4,1%. No Pronamp, a taxa oscilou de 5,1% para 5,6% ao ano. Os demais produtores acessam a 7,5%; no ciclo passado, a taxa era de 6%.

    No caso dos recursos obrigatórios, os juros aumentaram de 3,5%, em média, para 3,8% no Pronaf, de 5% para 5,4% no Pronamp e de 5% para 6,5% na agricultura empresarial.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/