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26 de setembro de 2022

  • Giberela: Uma das doenças com maior potencial de danos

    O fungo se desenvolve em condição de alta precipitação

    A Giberela (Gibberella zeae), doença fúngica que ataca o trigo, pode causar perdas significativas de produtividade e produção de grãos na cultura. O fungo se desenvolve em condição de alta precipitação, com incidência de chuva por períodos de 48 a 72 horas, e temperaturas amenas, entre 20 e 25ºC.

    A identificação das plantas afetadas se dá pela senescência antecipada das espiguetas, glumas com coloração salmão e alteração nas aristas. O estádio mais vulnerável do trigo é o período reprodutivo, onde a infecção pode ocasionar deficiência na formação de peso e tamanho dos grãos, abortamento de flores, produção de grãos “chochos”, enrugados e de coloração alterada. Após o florescimento, o patógeno não causa o chochamento do grão, contudo, pode haver acumulo de micotoxinas nocivas à saúde humana e animal.

    Para evitar ou minimizar os danos da doença, é indispensável a adoção de práticas integradas, como o manejo preventivo, realizado com rotação cultural, planejamento da semeadura e controle químico, visto que, atualmente as cultivares de trigo não apresentam nível satisfatório de resistência ao fungo. Estudos apontam que o controle químico é a ferramenta mais utilizada, apesar da taxa de eficiência atingir no máximo 60%.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Projeto quer favorecer convivência entre abelhas e soja

    O intuito do projeto, que tem duração de três anos (2022-2025), é impulsionar a convivência harmônica entre sojicultores e apicultores

    Embrapa e a Basf assinaram acordo de cooperação técnica e financeira para validar um modelo tecnológico, a partir da safra 2022/2023, pautado em boas práticas agrícolas e apícolas. O intuito do projeto, que tem duração de três anos (2022-2025), é impulsionar a convivência harmônica entre sojicultores e apicultores.

    O projeto será feito a partir de ações conjuntas em três regiões brasileiras importantes para a produção de soja no Brasil: Paraná (Maringá), Mato Grosso do Sul (Dourados) e Rio Grande do Sul (São Gabriel). A partir da validação de um protocolo de boas práticas agrícolas, as instituições pretendem comprovar que o desenvolvimento das atividades em espaços integrados pode ser benéfico para os dois setores.

    “Para a Embrapa, é fundamental propor ações em parceria, que promovam a boa convivência e estimulem o respeito às diferentes atividades de campo, com foco na sustentabilidade dos sistemas produtivos. No caso específico do relacionamento entre sojicultor e apicultor, é importante a valorização da responsabilidade mútua, o que significa respeitar os limites além de suas áreas de cultivo ou propriedades”, destaca Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja (PR) sobre o projeto.

    Projeto sustentável

    De acordo com Maurício do Carmo Fernandes, gerente de Stewardship e Sustentabilidade, da Divisão de Soluções para Agricultura da Basf, a empresa estabeleceu como meta aumentar em 7% ao ano a parcela de soluções que contribuem significativamente com a sustentabilidade. Além disso, também continuar fortalecendo as ações que promovem o uso correto e seguro das soluções com as boas práticas agrícolas.

    “Acreditamos que investir nessa iniciativa vai contribuir para o legado da agricultura. Todos podem sair ganhando nessa relação da produção de soja e de mel. A Basf  apoia e promove esse trabalho conjunto, e é por isso que nos unimos à Embrapa nesse desafio. Afinal, estamos em busca do equilíbrio ideal entre a produção agrícola e o meio ambiente”, afirma Fernandes.

    Para o acompanhamento das atividades dessa iniciativa, o pesquisador Décio Gazzoni, da Embrapa Soja, explica que será criado um protocolo de Boas Práticas Agrícolas e Apícolas, cuja função é orientar as ações dos grupos de trabalho de sojicultores e apicultores participantes.

    “Nossa ideia é verificar a adequação desse protocolo, efetuar os ajustes necessários, validando sua factibilidade nas microrregiões geográficas estabelecidas, durante as safras de soja 2022/2023 e 2023/2024”, ressalta.

    Depois de validados, os resultados irão compor uma cartilha contendo um conjunto de práticas sustentáveis para a produção de soja com baixo impacto na criação de abelhas. A cartilha também conterá boas práticas apícolas para instalação de apiários próximos às lavouras de soja. Outras estratégias de transferência de tecnologias e comunicação serão adotadas, ao longo do projeto, como a produção de conteúdo em vídeo e materiais impressos.

    “As ações visam ao compartilhamento de um conjunto de boas práticas para a cultura da soja, especialmente no tocante ao uso de medidas fitossanitárias e de boas práticas apícolas, gerando recomendações básicas aplicadas à realidade do campo”, esclarece Gazzoni.

    Vantagens

    A soja está presente em praticamente todas as regiões brasileiras e ocupa, aproximadamente, 40 milhões de hectares, na safra 2021/2022. Dessa forma, em alguns casos, as áreas cultivadas com soja estão próximas de apiários fixos tradicionais, ou mesmo dos locais de colocação de colmeias em apiários migratórios.

    Apesar do desafio da convivência harmônica, há vantagens para ambas as atividades. Segundo Gazzoni, de um lado, a florada da soja tem possibilidade de uso como pasto apícola, pelos criadores de abelhas, especialmente de Apis mellifera (a abelha africanizada), em períodos de pouca disponibilidade de alimento.

    “Além disso, podemos afirmar que, sob condições adequadas de visitação, a produtividade de soja pode ser incrementada em cerca de 13% pelo processo de polinização propiciado pela visitação das abelhas na soja”, diz Gazzoni.

    Experimentos

    Para investigar o efeito da polinização por abelhas na produtividade de soja, instalou-se três experimentos  no campo experimental da Embrapa Soja, em Londrina (PR).  Os testes ocorreram nas safras de soja de 2017/2018 a 2019/2020.

    Na metodologia foram utilizados três tratamentos. O primeiro possibilitava o livre acesso de abelhas na cultura da soja. Já o segundo consistiu na introdução de uma colmeia de Apis mellifera no interior de uma parcela de soja engaiolada. Por fim, o terceiro tratamento mantinha uma parcela de soja engaiolada sem o acesso de abelhas ou qualquer outro polinizador.

    De acordo com Gazzoni, monitorou-se a visitação de abelhas na floração da soja , durante todo o período de florescimento. As contagens de abelhas foram feitas às 9 horas, às 10 horas e às 11 horas. “Pudemos observar que o maior número de abelhas foi observado às 11 horas.  Isso é um indicativo importante para se planejar as pulverizações de agroquímicos na soja”, explica.

    “Nos três anos do estudo, o incremento médio da produtividade da soja, nas parcelas engaioladas com uma colônia de abelhas, foi de 639 quilos por hectare (kg/ha). Isto representa, 12,97% , sendo de 274 kg/ha (5,58%) nas parcelas abertas, sem gaiolas, quando comparadas com as parcelas engaioladas, que não permitiam o acesso de polinizadores”, relata.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • La Niña vai se manter até 2023, afirma meteorologista

    No entanto, fenômeno tende a correr de forma mais moderada, avisa Francisco de Assis Diniz

    O fenômeno climático La Niña está bem estabelecido este ano e deve prosseguir no ano que vem, embora de forma um pouco mais moderada, disse na última semana o consultor climático e meteorologista Francisco de Assis Diniz. Ele participou de live promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com o tema “Perspectivas Climáticas e de Mercado para a 1ª Safra do Ciclo 2022/23”.

    Segundo ele, com base em dados climáticos norte-americanos, há probabilidade de:

    • 82% de manutenção de La Niña no último trimestre deste ano;
    • 75% entre novembro/2022 e janeiro/2023;
    • 60% entre dezembro/2022 e fevereiro/2023.

    “Ou seja, há probabilidade para ocorrência de La Niña neste início de primavera e também no início do ano que vem, o que mostra não ser uma coisa boa para o Sul do Brasil”, disse o especialista em condições climáticas.

    Em decorrência do fenômeno climático La Niña, que provoca um resfriamento das águas do Pacífico Equatorial e, consequentemente, reduz a ocorrência de chuvas no Sul do país, pode haver quebra de produção em 2022/23, como houve no ciclo 2021/22.

    La Niña x produção agrícola

    Na safra passada, conforme informações de Diniz na mesma live, as perdas na produção de soja no Sul somaram 23,4 milhões de toneladas. “Na Argentina as perdas foram de 6 milhões de toneladas e no Paraguai, algo em torno de 4 milhões de toneladas”, disse Diniz.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/