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4 de outubro de 2022

  • La Niña pode voltar a afetar safra no Sul

    Mesmo mais fraco, o La Niña continua a influenciar o clima. Esta é a terceira safra de verão no Brasil sob influência de um oceano Pacífico equatorial mais frio. Os problemas que o fenômeno pode carretar, entretanto, ainda gera muitas dúvidas.

    “O que se sabe é que, na maior parte das vezes, o La Niña reduz as chuvas no Sul e gera aumento no Norte. Mas já houve ano em que choveu acima da média no Sul, apesar do fenômeno”, diz Felipe Gustavo Pilau, professor da Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ (Esalq) e sócio da startup de meteorologia Weather Service. “Teremos que esperar chegar outubro para ter um panorama mais assertivo”, afirma.

    É fato que a primavera começou mais favorável às culturas agrícolas do que foi nos últimos dois anos. “A região Sul está mais chuvosa que o normal. No Sudeste e na região central, que estavam com pouca chuva, a situação está se regularizando”, diz Pilau. A chegada das precipitações deve colaborar para o plantio de grãos dentro da janela ideal. Para as lavouras mineiras e paulistas de café, que sofreram com períodos de estiagem severa por dois anos, a umidade também é um alívio.

    Apesar de a primavera ter começado gelada no Centro-Sul, o risco de geadas em áreas agrícolas é baixo. “Podemos ter esse fenômeno em regiões serranas, na Campanha gaúcha e em regiões de planalto do Paraná e Santa Catarina. E, é claro, teremos uma oscilação grande de temperatura, que é um dos efeitos do La Niña”, observa Nadiara Pereira, meteorologista da Climatempo.

    Ela alerta, contudo, que as chuvas no Centro-Sul devem se tornar mais espaçadas ao longo da primavera. Assim, é possível que o verão apresente condições clássicas de La Niña, com precipitações concentradas mais na metade norte do país. “Áreas ao sul do Brasil, além da Argentina e do Paraguai, devem sentir esses efeitos”, afirma a meteorologista.
    Problemas à vista no Sul

    Segundo o sócio da WS, simulações do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), indicam boas chances de chuva abaixo da média histórica no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e boa parte de Mato Grosso do Sul e São Paulo. “Isso pode atrapalhar as culturas de verão, principalmente a soja, levando a uma nova quebra no Sul”, diz Pilau.

    O sócio-diretor da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, reforça a importância de se olhar para além do La Niña. “O Atlântico, por exemplo, está esquentando”, disse, em evento organizado pela Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé). Ele lembrou que esse aquecimento do Atlântico influencia significativamente o clima no Brasil.

    Pilau concorda com o olhar mais amplo, até porque não existe uma relação direta entre a intensidade do La Niña e a quantidade de chuvas. “Se pegarmos séries históricas com vários anos e compararmos com a intensidade do La Niña, não existe uma correlação muito boa”, frisa.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • RTC/CCGL e cooperativas atualizam projeção para a safra de trigo no RS

    Dados foram coletados junto a 20 cooperativas parceiras da RTC

    Um novo levantamento realizado pela Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL) manteve os bons números para a safra de trigo 2022. Na área de atuação de 20 cooperativas, que juntas representam grande parte da área cultivada no RS, o levantamento segue consolidando uma produtividade recorde, ou seja, com uma média superior as médias históricas obtidas até o momento. A média projetada pelo levantamento foi de 56,6 sacos/ha (3396 kg/ha), muito similar a média projetada nos levantamentos anteriores realizados pela RTC/CCGL. A projeção vai de encontro com a condição atual das lavouras, onde 20% são consideradas excelentes e 80% boas. Condições regulares os ruins não foram reportadas neste levantamento. Considerando os números apurados pela RTC/CCGL no que tange a área cultivada com trigo no estado e mediante a confirmação destes números para a safra 2022, a expectativa é de que o RS caminhe para uma safra com produção recorde, estimada em 4,9 milhões de toneladas.

    Fonte: RTC/CCGL

  • 10 plantas brasileiras de esmagamento de soja interrompem atividades

    Unidades representam cerca de 8% da capacidade de processamento do país

    Até dez esmagadores de soja brasileiros interromperam as operações de processamento devido à queda nas margens de esmagamento e à demanda fraca, reduzindo o ritmo de moagem do país em 15 mil toneladas/dia. A informação foi transmitida pela Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), com base em informações colhidas pela agência Agricensus.

    Essas plantas desligadas representam coletivamente cerca de 8% da capacidade de processamento da oleaginosa no país, estimada em 194,4 mil t/dia, com a maior parte das operações concentrada nas regiões de Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, que respondem por cerca de 70% da capacidade total do país.

    As margens de esmagamento brasileiras para o resto do ano caíram em território negativo mais profundo nas últimas duas semanas, com margens calculadas para o quarto trimestre variando de US$ 56 a US$ 50t por mês, de acordo com dados da Agrinvest Commodities do Brasil.

    “As margens de esmagamento estão realmente ruins novamente”, disse Victor Martins, gerente sênior de risco da HedgePoint Global, à Agricensus. “Mas algumas usinas continuarão operando, pois é melhor moer com margens negativas do que ter o grão como estoque, para cumprir suas entregas – principalmente para importadores”, acrescentou.

    Plantas de esmagamento de soja desligadas antes do previsto

    As esmagadoras costumam fazer manutenção por volta de dezembro/janeiro, antes da colheita da soja no Brasil, mas este ano as plantas estão sendo desligadas mais cedo do que o previsto.

    “Não há muita liquidez no Brasil – muitos dos negócios de papel feitos na FOB Paranaguá são trituradores comprando hedges para vender no mercado interno (fixadores de biodiesel) – o mercado de biodiesel não tem estado muito ativo ultimamente, então pouca demanda disso também”, disse uma fonte do comércio local ao Agricensus.

    O Brasil é o segundo maior exportador mundial de óleo de soja, atrás da Argentina, e deve exportar 2,13 milhões de toneladas de óleo de soja e 18,8 milhões de toneladas de farelo de soja em 2022/23, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/