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5 de outubro de 2022

  • Governo que expandir alcance da Cédula de Produto Rural

    CPR é um título representativo de promessa de entrega futura de produto agropecuário e pode ser emitida pelo produtor ou associações

    Representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e um grupo de especialistas em mercado de capitais voltado ao agronegócio reuniram-se para debater a expanção do alcance da Cédula de Produto Rural (CPR) para o setor de comercialização de produtos agropecuários e ampliar ainda mais o saldo negociado dos títulos vinculados ao setor.

    De acordo com José Angelo Mazzillo, secretário adjunto de Política Agrícola do Mapa, o volume negociado em CPR até agosto de 2020 era de R$ 17 bilhões.

    “Dois anos depois, em agosto de 2022, esse saldo subiu para R$ 178 bilhões”, afirmou Mazzillo.

    O que ocorreu para essa explosão nas negociações dos títulos do agro?

    Segundo o secretário, foi justamente o primeiro upgrade na legislação que os regulamenta.

    A CPR foi instituída pela Lei 8.929, de 1994, e houve uma grande remodelação com a Lei 13.986, de abril de 2020.

    Em julho de 2021, ocorreu outra remodelação dessa legislação, com a Lei 14.421.

    “A gente está tornando a CPR um título muito atraente, tanto para o credor, quanto para o tomador de recursos.

    Ambos querem um mercado financeiro bem desenhado, por isso ‘fechamos o circuito’ entre quem precisa de dinheiro e quem quer investir no agro”, explicou Mazzillo.

    A expectativa, segundo o secretário, é que o volume de recursos negociados via CPR alcance R$ 200 bilhões em breve e chegue à casa do trilhão entre cinco e dez anos.

    O agronegócio brasileiro movimenta hoje mais de R$ 2,5 trilhões, que correspondem a pouco mais de um quarto do PIB do país, que é de aproximadamente R$ 9 trilhões.

    “Nos últimos anos, a gente está impulsionando as finanças privadas do agro para deixar a agricultura mais robustecida em termos de recursos, de financiamento. O Plano Safra é uma peça importante, mas a nossa agricultura está crescendo como um foguete”, reforçou Mazzillo.

    Esse crescimento justifica a necessidade de ampliar a oferta de capital de giro e de capital para investimento, trabalho que o Mapa vem desenvolvendo.

    A adequação do marco legal é uma das estratégias adotadas. Nos últimos anos, a CPR se expandiu de dentro da porteira para a agroindústria, depois para a indústria, setor de insumos, máquinas e implementos e, mais recentemente, para equipamentos de armazenagem. A ideia é abarcar toda a cadeia do agronegócio.

    Players

    A participação de players do mercado na atualização do marco legal é estratégica. “Como a lei é para impulsionar o mercado, precisamos envolver nas conversas o maior número de players que a gente conseguir. Tanto por parte de quem emite a CPR e precisa do dinheiro, quanto por parte de quem vai comprar a CPR e fazer investimentos”, disse Mazzillo.

    Quando um cliente vai ao banco e pretende investir no agro, ele encontra recebíveis “empacotados” em instrumentos sofisticados de mercado de capitais, como o CRA, o Fiagro, a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), um dos mais conhecidos. Pessoas físicas podem adquirir cotas desses produtos.

    Estruturadoras e securitizadoras que estruturam as operações entre investidores da cidade e produtores do campo participaram da reunião, assim como bancos, cooperativas agropecuárias, cooperativas de crédito e escritórios de advocacia. “Os estruturadores e securitizadores são empresas que desenvolvem o modelo para calcular o risco de crédito do produtor rural e, com isso, oferecer esse serviço para o credor”, explicou o secretário. Essas empresas levam em conta a possibilidade de inadimplência do produtor rural para estabelecer a taxa de juros adequada a esse risco.

    Investir em CPR é um bom negócio?

    Segundo Mazzilo, a rentabilidade é calculada pela CDI, que, em geral, expressa a variação da taxa Selic definida pelo Banco Central.

    “A rentabilidade normalmente é medida pela CDI mais um valor fixo, que pode variar de 4%, 5%, podendo chegar a até 10% ao ano, dependendo do tipo de risco, do tipo de operação.”

    O mais comum é encontrar no mercado esses instrumentos estruturados com a taxa de CDI mais juros de 6% a 8% ao ano.

    Mazzillo disse acreditar que, com as alterações legais em andamento, o Brasil poderá ter um dos melhores mercados de crédito para o agronegócio do mundo. “Se a gente conseguir emplacar essas mudanças, vai ser difícil ter um mercado de crédito ao agronegócio melhor que o brasileiro”, afirmou.

    CPR Verde

    A atualização dos decretos envolve aperfeiçoamentos pontuais, especialmente na regulamentação da CPR com fins de sustentabilidade.

    Mazzillo explica que a Cédula de Produto Rural pode ser usada para financiar atividades convencionais ou atividades sustentáveis, neste caso, regulamentada no Decreto 10.828, de 2021.

    “Decreto e lei têm que andar juntos, têm que conversar. Já que a Lei 14.421 mudou bastante as CPRs, permitindo a expansão de seu uso, a gente tem que atualizar o decreto.”

    Um dos pontos a ser alterado está relacionado à nomenclatura.

    No caso da CPR Verde, há uma nomenclatura usada internacionalmente que o investidor estrangeiro está acostumado e os grandes investidores brasileiros começam a entender.

    “A gente tem que explicitar isso no decreto para todo mundo falar a mesma língua. Quando a gente falar CPR do tipo tal, todos devem entender o que significa aquela CPR”.

    Hoje, quando se fala em CPR Verde, os investidores a associam a questões ambientais, socioambientais, conservação, prestação de serviço ambiental, produção sustentável, o que pode levar a uma confusão conceitual.

    “O termo CPR Verde é utilizado indistintamente para todas as modalidades de título sustentável. O mercado internacional já faz isso e o mercado nacional está começando a operar com uma nomenclatura específica. A gente quer trazer essa nomenclatura para a CPR e, dessa forma, favorecer as operações desse título no Brasil.”

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • RS deve expandir trigo para áreas que não investiam no cereal

    O Rio Grande do Sul deve colher a maior safra de trigo de sua história e expandir o cereal para áreas que antes não investiam no cultivo

    Rio Grande do Sul deve colher a maior safra de trigo de sua história e expandir o cereal para áreas que antes não investiam no cultivo.

    Benefícios como a rotação de cultura e a valorização da saca têm incentivado os produtores.

    Nesta safra o estado dedicou ao trigo 1,4 milhões de hectares, 22% a mais que no ciclo passado.

    O estado deve colher cerca de 4 milhões de toneladas de trigo, de acordo com o Emater-RS.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Fertilizantes: ritmo de importação atenua no Brasil

    Até o fim do primeiro semestre do ano, país havia importado cerca de 19,2 milhões de toneladas de fertilizantes

    Muito foi dito após o início dos conflitos entre a Rússia e Ucrânia, especialmente que as sanções impostas à Rússia restringiriam a oferta global de fertilizantes. Esta possibilidade fez com que os preços dos adubos disparassem no mercado internacional. Desta forma, quem quisesse comprar fertilizantes durante o segundo trimestre do ano pagaria um preço salgado. E o mercado brasileiro foi às compras.

    Até o fim do primeiro semestre do ano, o Brasil havia importado cerca de 19,2 milhões de toneladas de fertilizantes, 20% a mais do que no mesmo período do ano anterior. Contudo, uma vez já garantido boa parte dos volumes necessários para a safra, o ritmo de importação se atenuou e ao final de agosto, a diferença das importações em relação ao ano anterior diminuiu e 2022 está apenas 10% acima do ano passado.

    Melhor pagar mais caro do que não ter o fertilizante? O cloreto de potássio (KCl), já vinha a alguns meses sendo negociado a USD 795/t, um patamar bastante elevado em relação ao seu histórico. Após o início dos conflitos, o preço do KCl chegou a ultrapassar os USD 1.200/t. Ou seja: um aumento de mais de 50% em apenas algumas semanas. A ureia foi outro fertilizante que apresentou uma alta bastante expressiva nesse período, passando de USD 550/t para USD 985/t, uma alta de quase 80%.

    A necessidade de garantir o adubo para a safra fez com que muitos produtores fizessem a aquisição com um custo bastante elevado, mas ainda assim, com uma relação de troca aceitável, dado que a cotação da soja era bastante atrativa no período. Porém, nem todos os produtores pensaram dessa forma. Quando olhamos as entregas ao consumidor final ainda observamos atrasos.

    Fertilizantes: dados da Anda

    Até o final de julho deste ano, as entregas de fertilizantes reportadas pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) apontaram um atraso de 3% em relação ao ano anterior, especialmente nos estados que plantam a soja mais tarde. Este fato indica que sim, temos uma possibilidade de redução no consumo total de fertilizantes este ano no Brasil.

    Porém, com uma estimativa de área plantada maior do que no ano passado, ainda é cedo para apontar uma redução muito forte no consumo total deste ano. A combinação de aumento de área plantada e forte queda no volume total consumido implicaria em uma expressiva redução por hectare, algo que, dada as elevadas cotações das commodities, pode ser negativo para as margens dos produtores. As informações são do Rabobanl Agroinfo de setembro de 2022.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/