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18 de outubro de 2022

  • Inclusão de alimentos fibrosos na dieta de bezerros leiteiros

    A introdução de alimentos sólidos na dieta de bezerros é um fator crucial para que os animais se tornem, de fato, seres ruminantes, uma vez que dietas líquidas não são capazes de estimular o desenvolvimento ruminal, além de atrasar as atividades de ruminação e mastigação (Cozzi et al., 2002).

    Para que essa transição ocorra, primeiramente, é necessário que o rúmen do animal, até então inativo, se torne capaz de metabolizar e absorver os nutrientes ofertados, através do desenvolvimento das papilas ruminais, estimuladas fisicamente pelos alimentos concentrados, e da fermentação microbiana, oriunda da microbiota ruminal que irá se formar (Leão, 2017).

    Já a inclusão de alimentos fibrosos promove o desenvolvimento da parede muscular ruminal, a integridade do epitélio do rúmen, mantem o pH ruminal mais elevado, devido ao seu perfil de fermentação, e proporciona efetiva ruminação ao final do período de aleitamento, que ocorre em torno de 12 semanas de vida. Isso garante que, após este período, os pré-estômagos do animal tenham características, proporções, frequência e formas dos ciclos de motilidade semelhantes à vida adulta (Berchielli et al., 2011).

    Por isso, é necessário determinar o nível ideal e o momento adequado para a inclusão de forragem na dieta de bezerros (Aragona et al., 2020).

    A grande maioria das fazendas leiteiras adotam o feno como volumoso de escolha para introdução de forragem na dieta sólida dos animais (Khan et al., 2011). É importante ressaltar que a forragem escolhida deve ser de boa qualidade e possuir adequada porcentagem de fibra em detergente neutro (FDN; componente principal do alimento fibroso). Caso contrário, o volumoso será ineficiente para o desenvolvimento ruminal e na digestibilidade dos nutrientes, podendo também causar queda no consumo de alimento (Berchielli et al., 2011).

    A suplementação com feno picado, para bezerros ainda em aleitamento, com acesso ilimitado a concentrado e água, pode promover melhor ingestão voluntária de sólidos, sendo benéfico para a formação do rúmen e retículo, sem afetar o ganho de peso (Khan et al., 2011). Além disso, após desaleitados, esses animais podem apresentar maior consumo e parâmetros de desenvolvimento corporal superiores aos animais que consumiram apenas concentrado (Khan et al., 2016).

    Seguindo a recomendação de Davis e Drackley (1998) para o teor de fibra no concentrado de bezerros entre 16% e 15% de FDN da dieta, Virgínio Jr. (2020) avaliou a inclusão de feno de coast-cross com 22% de FDN ou casquinha de soja com 31% de FDN, no concentrado inicial de bezerros com 8 semanas de idade. A introdução do feno na dieta sólida dos bezerros resultou em maior diversidade na microbiota fecal dos animais, sugerindo efeitos importantes na composição da microbiota intestinal, que podem acarretar em melhor desempenho e saúde animal.

    Castells et al. (2012) avaliaram a inclusão de diferentes fontes de forragem picada no desempenho alimentar de bezerros de 3 semanas de vida, sendo as forragens analisadas: feno de alfafa, centeio ou de aveia, palha de cevada e silagem de milho ou de triticale. ,

    Os resultados obtidos indicam que a suplementação volumosa pode promover aumento no consumo de concentrado, porém que, forragens frescas (com alta palatabilidade) ou palha (baixa digestibilidade) podem contribuir para o rápido enchimento ruminal e, consequentemente, deprimir o consumo.

    O fornecimento de feno picado ou de silagem melhorou o consumo de concentrado e o desempenho dos animais, sem prejudicar a digestibilidade dos nutrientes.

    O acúmulo de material forrageiro de baixa digestão ou a inclusão de forrageiras, na dieta, quando as papilas ruminais ainda não estão devidamente estabelecidas podem deprimir o consumo voluntário de concentrado e evitar que o rúmen se desenvolva de forma eficiente (Drackley, 2008).

    Segundo Baldwin et al. (2004), os bezerros são considerados pré-ruminantes até a terceira semana de vida, pois o rúmen se encontra, anatomicamente e fisiologicamente, subdesenvolvido. Sahoo et al. (2005) relatam que, antes da quarta semana de idade do animal não há atividade celulolítica completa pela microbiota ruminal, cuja função principal é degradar os componentes fibrosos.

    Aragona et al. (2020) avaliaram a inclusão de feno para bezerros leiteiros com idade aproximada de 8 semanas e 90 kg de peso vivo. O experimento foi constituído pela inclusão de feno picado em diferentes níveis, sendo 0% de inclusão na dieta controle, 5% e 10% de inclusão de feno, em relação à matéria seca (MS) da dieta, sendo ofertado até que os animais atingissem 16 semanas de idade, com tamanho de partículas de 2,5 cm.

    Os animais receberam, além do volumoso, alimento concentrado composto por farelo de milho, grãos de aveia, suplemento proteico e melaço. A digestão da MS, matéria orgânica e dos componentes da fibra (principalmente FDN) aumentaram com a inclusão de 5% de feno na dieta.

    Ao incluir 10% de feno na dieta houve redução do consumo de nutrientes, o que indica que a capacidade ruminal pode ter sido excedida pelo volume de feno, embora o mesmo tenha sido picado. A digestibilidade total do trato digestório, da MS e dos componentes da fibra foi maior em bezerros com 8 a 12 semanas de idade.

    Em estudo semelhante, Mitchell e Heinrichs (2020) avaliaram a inclusão de feno em 10, 17,5 e 25% da MS da dieta de bezerros em aleitamento, com 7 semanas, sendo observados até atingirem 16 semanas de idade e, concluíram que a inclusão acima de 10% da MS da dieta para bezerros pode reduzir o consumo de nutrientes, o crescimento do bezerro e, ainda, alterar a fermentação ruminal.

    A inclusão de forragem como fonte de fibra na dieta de bezerros resulta em melhor ambiente ruminal para os animais em período de aleitamento e/ou desaleitamento (Castells et al., 2012).

    momento ideal para a introdução de alimentos volumosos ainda é, de fato, um tema a ser bastante discutido. Considerando que é preciso garantir o início do desenvolvimento das papilas ruminais nas primeiras semanas de vida, pelo concentrado, a introdução de alimentos fibrosos, provavelmente, não se faz necessária durante este período.

    Após essa fase inicial, quando o animal se encontra apto para iniciar a metabolização e absorção desses tipos de nutrientes no rúmen, a quantidade de fibra a ser fornecida e a qualidade da mesma são extremamente importantes para que o animal coma os alimentos fornecidos como um todo, sem predileção por alimentos concentrados ou volumosos, e para que os mesmos não causem um preenchimento ruminal exacerbado, capaz de prejudicar o consumo e o desenvolvimento do animal.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Lavouras de trigo registram prejuízo em função das chuvas

    Acamamento e doenças vem comprometendo o trigo nacional

    Progresso: 30.6% Colhido; 1.4% Desenvolvimento Vegetativo; 11.6% Floração; 31.7% Enchimento de Grãos; 24.8% Maturação;

    Semana Anterior: 25.5% Colhido; 2.7% Desenvolvimento Vegetativo; 18.7 Floração; 33.4% Enchimento de Grãos; 19.9% Maturação;

    No Rio Grande do Sul, chuvas e ventos acamaram as lavouras em maturação, na região do Alto Uruguai, assim como interromperam a colheita em algumas áreas. No Planalto Superior, o alto volume das precipitações no início do enchimento de grãos preocupa devido a suscetibilidade de doenças fúngicas. Nas lavouras da Campanha e Zona Sul, as chuvas foram benéficas.

    No Paraná,  as áreas colhidas chegam a 50% nas regiões Norte, Oeste e Centro-Oeste, porém as chuvas recentes atrasam a colheita. A produtividade está abaixo do esperado, entretanto a maior parte da qualidade dos grãos é boa.Em Santa Catarina, chuvas nas regiões produtoras causam perdas qualitativas e quantitativas em algumas lavouras, principalmente as que se encontram em floração. As doenças fúngicas de final de ciclo manifestam-se em algumas áreas e seu controle tem sido dificultado em decorrência da alta umidade.

    PROGRESSO DA SAFRA

    Semana de 09 a 15 de Outubro de 2022

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Lavouras de soja apresentam excelentes condições

    Chuvas seguem ditando o ritmo da semeadura

    Progresso: 55.8% Emergência; 44.2% Desenvolvimento Vegetativo

    Semana Anterior: 65.2% Emergência; 34.8% Desenvolvimento Vegetativo

    No Mato Grosso, as chuvas mais abrangentes e regulares, permitiram o avanço da área semeada, que alcança 41,9% no estado. No Mato Grosso do Sul, a evolução da semeadura está lenta, devido às precipitações frequentes, mas o desenvolvimento está excelente. Em Goiás, o ritmo do plantio acompanha o regime das chuvas. No Sudoeste, principal região produtora, 43% da área já foi semeada.

    No Paraná, as chuvas frequentes e as baixas temperaturas, atrasaram o desenvolvimento inicial e provocaram erosão em algumas regiões. No Rio Grande do Sul, o plantio teve seu início após o fim do vazio sanitário, mas a baixa umidade do solo preocupa os agricultores na região de Campanha e Fronteira do Oeste. Em Santa Catarina, as chuvas constantes impediram o avanço na semeadura.

    PROGRESSO DA SAFRA

    Semana de 09 a 15 de Outubro de 2022

    PROGRESSO DA SEMEADURA

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/