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25 de outubro de 2022

  • Enfezamento pode reduzir em mais de 70% a produção de grãos

    Cultura do milho segue enfrentando um dos principais desafios fitossanitários de sua história

    A cultura do milho segue enfrentando um dos principais desafios fitossanitários de sua história, o enfezamento, que pode reduzir em mais de 70% a produção de grãos em plantas suscetíveis, de acordo com informações da Embrapa. Além de cuidar para que a área esteja livre de plantas de milho voluntárias (tiguera ou guaxas), outro método que pode colaborar com a redução da incidência do problema é o tratamento de sementes, que auxilia na proteção da planta de milho até ela emergir e ganhar suas primeiras folhas.

    Segundo o especialista em cultura do milho da Bayer, Paulo Garollo, tratar as sementes é uma prática de manejo determinante para manter longe da lavoura recém implantada de milho, os adultos das cigarrinhas (Dalbulus Maidis), inseto vetor e disseminador do complexo de enfezamento. “Esse manejo pode trazer uma eficiência de até 90% no início da semeadura, isso diminui sensivelmente a incidência da praga na lavoura, além de facilitar o manejo contra ela mais para a frente. Ou seja, é mais um cuidado preventivo que ajudará a evitar que o problema saia do controle”, comenta.

    Um dos tratamentos de sementes que tem apresentado maior eficiência e bons resultados no campo é o grupo químico dos neonicotinóides, comenta Garollo, que não só colaboram com o manejo da cigarrinha, mas também de outra praga difícil de controlar, o percevejo barriga verde.

    “A primeira dica para o produtor é observar se o tratamento de sementes adquirido tem registro na praga alvo, neste caso a cigarrinha, com a dose específica para ela. Alguns produtos comerciais recomendam maiores doses para cigarrinha, em relação ao percevejo, por exemplo.”

    Tratamento industrial X Na fazenda

    No ato da compra de sementes, o produtor tem a opção de escolher se as sementes já serão entregues com o tratamento industrial (TSI) ou farão a aplicação do revestimento na própria fazenda. Segundo Garollo, apesar dos custos parecerem mais baixos quando a opção é fazer por conta própria, vários fatores demonstram que isso não compensa.

    “O tratamento feito com máquinas industriais garante que cada semente receba a quantidade exata do ingrediente ativo, de maneira homogênea e com maior aderência. No tratamento feito na fazenda, o produtor terá que dividir o tempo que já é corrido durante a semeadura para fazer o processo e, não conseguirá se dedicar como deveria. Além disso, o ingrediente ativo é colocado no tanque de mistura e não há garantia de que cada semente receberá a quantidade certa do mesmo, sendo capaz de gerar imperfeições que podem comprometer a proteção individual das plantas, além de aumentar a chance de travar a distribuição da plantadeira”, comenta o especialista em cultura do milho.

    O tratamento industrial também evita que sementes fora do padrão de tamanho sejam repassadas ao produtor e que os maquinários específicos não causem fissuras ou rachaduras durante a aplicação dos ingredientes ativos. Já na fazenda, o manejo é mais rústico, realizado normalmente em tanques que podem gerar dano à semente.

    “Se após o tratamento na fazenda a semente tiver uma fissura ou rachadura há grande chance de isso gerar doenças no período de emergência, ou mesmo facilitar a entrada de fungos que causam a morte de plantas antes mesmo de emergir. Ou seja, a economia gerada no tratamento trará prejuízos por conta dessa lavoura desuniforme e com falhas”, comenta Garollo. “Essa é uma dor de cabeça desnecessária, já que o custo benefício não compensa.”

    Cuidados no armazenamento

    Definido o método de tratamento, outro ponto de atenção que pode mudar drasticamente a eficácia dessa estratégia é o armazenamento das sementes. Segundo o especialista da Bayer, o produtor precisa estar atento ao momento combinado do recebimento da semente e que seja adequado ao calendário de início de plantio do milho, para não estender o tempo de galpão desta semente.

    “Uma semente tratada armazenada por muito tempo pode perder a qualidade fisiológica e com isso ter seu potencial germinativo e o vigor reduzidos. É claro que o local de armazenamento também deve ser adequado, o espaço não pode ser muito quente e abafado. O ideal é optar por guardá-las sobre estrados, para garantir a boa circulação de ar e menor captação de umidade do solo, assim como evitar colocá-las próximas ao adubo ou sal para alimentação animal, que capturam umidade que podem ser transmitidas para as sementes”, diz Garollo.

    Caso o produtor já tenha iniciado o plantio e tenha que interromper os trabalhos, principalmente em função das chuvas, é importante que as sementes armazenadas nos tanques da plantadeira não entrem em contato com a umidade.

    “Manter as sementes nos depósitos da plantadeira de um dia para o outro não é um problema. Entretanto, este maquinário precisa ficar fora da chuva, guardado em um barracão, ou mesmo sob uma lona para que as sementes não entrem em contato com a umidade. Se elas tiverem contato com a umidade, além de ter boa chance de começarem a germinar, podem inchar, travar no disco e estragar o plantio”, comenta Garollo.

    Manejo integrado e monitoramento

    Garollo destaca que o tratamento de sementes isoladamente não é suficiente para minimizar o nível de incidência e os prejuízos causados pela cigarrinha. Também se juntam ao Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIPD) a escolha de híbridos mais tolerantes, eliminação do milho voluntário e o monitoramento recorrente das áreas. Isso porque nem todo agricultor planta na mesma data e, como as cigarrinhas são capazes de se deslocar por grandes distancias por dia (acima de 20 km em um dia), a explosão de população pode acontecer até de um dia para o outro, por isso é importante ficar atento e agir antes de perder o controle.

    “Tomados todos esses cuidados iniciais, o produtor deve ficar atento e seguir monitorando suas áreas. E, ao notar que a população de cigarrinha está aumentando, já optar pelo controle químico, completando as ações para minimizar os prejuízos gerados pelo complexo de enfezamento. Cada uma destas ações de manejo se complementam e diminuem a população da cigarrinha, aumentando a chance de sucesso”, finaliza o especialista.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Preparo para a seca já deve ser iniciado neste ano

    Para se manter na atividade da pecuária todo produtor sabe que o planejamento é fundamental
    Se antecipar, prever situações e estar preparado para possíveis adversidades são garantias de sucesso dentro e fora da porteira. Por isso, o produtor rural já deve estar preparado para a seca de 2023.

    Isso mesmo, o período das águas está chegando e o produtor já deve estar de olho na seca do próximo ano, quem afirma isso é o diretor técnico da Nutroeste, Luiz Antonio Monteiro. Segundo ele, quem não se preparar agora para a seca do ano que vem, vai ter problemas. “Os problemas sempre se repetem ano a ano”, diz ele. Monteiro, que também é agrônomo e mestre em zootecnia, explica que o primeiro passo é fazer uma análise de solo. “Para melhorar a qualidade desse solo, o produtor pode usar o gesso e o calcário, pois assim estaremos dando condição ao capim para ter um crescimento mais vigoroso durante as chuvas.”, orienta.

    O especialista esclarece que o gesso é importante porque tem o papel de puxar a raiz da planta para baixo, o que faz que a planta puxe mais água no período seco. “Essa preparação com o calcário pode começar entre os meses de setembro e dezembro, não importa qual desses meses, o importante é que se faça”, pontua Monteiro.

    Ele lembra também que é só após o uso do calcário que o pecuarista deve pensar em outra adubação como o fosfato, por exemplo.

    Quando usar as outras adubações

    Outra dica importante do especialista é sobre a aplicação do calcário. Ele explica que quando o produtor aplica só o calcário sobre o pasto e não passa uma niveladora, ele vai precisar de mais tempo para ter a reação no solo. “O esperado é chegar, pelo menos um ano depois, em uma saturação por base de no mínimo 60%. Se conseguirmos isso, aí sim a adubação fosfatada, nitrogenada, potássica poderão ser feitas”, lembra ele.

    Monteiro também afirma que o pecuarista deve avaliar se aquele pasto precisa ser reformado ou precisa apenas ser realimentado. “Se tiver capim você joga a comida e ele vai crescer. Se não tem capim, precisa começar do zero”, orienta.

    Outra alternativa importante, acrescenta o agrônomo, é produzir comida para os animais, ou seja, plantar sorgo, milho, capim para fazer o silo. Monteiro observa que é preciso ter alternativas de alimentação na seca, principalmente, para os animais mais novos. “Esse produtor pode fazer uma silagem do próprio capim que tem na propriedade, ou plantar um capiaçu, sorgo forrageiro ou milho para silagem. O importante é ter comida garantida para seca”, explica.

    Silo de superfície

    Uma boa fonte de alimentação é o silo dentro do próprio cercado para os bezerros. Monteiro conta que o pecuarista pode optar por um silo de superfície que é muito simples de ser produzido. “O produtor deve colocar uma madeira para o silo não sair e uma cerca elétrica de modo que o animal consiga comer sem colocar a mão dentro do silo”, ensina o especialista.

    Monteiro diz que com o silo de superfície, o produtor vai precisar colocar uma quantidade pequena de ração, uma vez por dia, para que tenha o ganho de peso desejado. “Em bezerro desmamado, por exemplo, nós queremos um ganho de mais ou menos 600g por dia, que serão três arrobas durante o período de seca. Esse ganho é considerado excelente”, diz.

    Ele conta ainda que já acompanhou casos de produtores que fizeram uma arroba de bezerro por R$ 140,00, que é considerado um custo excepcional. “O silo de superfície também é conhecido como “self service”, no qual o animal tem alimentação disponível 24 horas por dia e fica assim até chegar a época das águas. Dessa maneira, o produtor economiza o trato dos animais”, acrescenta ele.

    Monteiro ainda faz uma conta rápida para entender o custo para o produtor. “É super simples de entender. O bezerro vai consumir por dia de 10 a 12kg de silagem e 0,5% do peso dele em ração, ou seja, um bezerro de 200Kg vai comer 1kg de ração por dia. Assim conseguimos baixar custos para obter um resultado razoável lá na frente”, finaliza ele.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Plantio da soja segue em ritmo lento no Rio Grande do Sul

    Por outro lado, a Emater avisa: a semeadura do milho avança no estado

    No Rio Grande do Sul, o plantio da soja ainda está em ritmo lento. Por outro lado, a semeadura do milho segue avançando no estado gaúcho. Os dados sobre as duas culturas constam no boletim semanal divulgado pela Emater-RS.

    O Rio Grande do Sul já está liberado pelo zoneamento agrícola de risco climático a semear a soja desde o dia 11 de outubro, mas os produtores estão cautelosos e retardando o plantio. Isso porque este deverá ser mais um ano com a incidência do fenômeno La Ninã.

    Diante dessa condição climática, o plantio precoce da oleaginosa faz com que a florada venha em dezembro, quando os índices de chuvas podem estar abaixo do esperado. Outro fator é que as temperaturas ainda estão baixas no estado sulista, o que atrasa a germinação.

    Na região de Bagé, especificamente a falta de chuvas desacelerou o preparo do solo. Dessa forma, o estado prevê plantar 6,5 milhões de hectares com a soja e, assim, voltar a marca das 20 milhões de toneladas.

    Soja, milho e culturas de inverno

    No milho, a semeadura alcança 70% das áreas e também tem ritmo lento, especialmente no norte gaúcho, onde choveu bastante. Nas regiões de Ijuí e Passo Fundo, a semeadura ultrapassa 92%. Em Erechim, o plantio foi concluído.

    Por fim, nas culturas de inverno segue o bom desenvolvimento do trigo, da canola, da cevada e da aveia. O que confirma, assim, as altas produtividades aguardadas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/