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28 de novembro de 2022

  • Bioinsumo pode reduzir em 25% o nitrogênio usado na adubação de cobertura do milho

    Durante dez anos, a Embrapa Soja conduziu 30 ensaios a campo (26 deles em primeira safra) para avaliar a inoculação em 12 genótipos comerciais (híbridos e variedades) de milho

    Resultados de pesquisas conduzidas pela Embrapa Soja (PR) nos últimos dez anos mostram que a inoculação de sementes de milho com a bactéria Azospirillum brasilense (estirpes Ab-V5 e Ab-V6) permite a redução de 25% da adubação nitrogenada de cobertura, considerando a dose de 90 quilos (kg) por hectare (ha) de N-fertilizante.

    “O uso de microrganismos promotores do crescimento de plantas – capazes de substituir, parcial ou totalmente, os fertilizantes químicos – representa uma estratégia-chave para o Brasil, que importa a maior parte dos fertilizantes usados na agricultura”, defende a pesquisadora da Embrapa Mariangela Hungria.

    De acordo com Mariangela Hungria, a tecnologia de inoculação do milho com a bactéria Azospirillum brasilensepropicia redução na adubação nitrogenada de cobertura e ainda permite um incremento médio de 3,1%     na produtividade de grãos.

    “Todos os experimentos realizados confirmam esses benefícios, em diferentes níveis de rendimento, condições tropicais e subtropicais, solos argilosos e arenosos, com alto e baixo teor de matéria orgânica”, destaca a cientista.

    Dez anos de resultados positivos

    Durante dez anos, a Embrapa Soja conduziu 30 ensaios a campo (26 deles em primeira safra) para avaliar a inoculação em 12 genótipos comerciais (híbridos e variedades) de milho com as estirpes Ab-V5 e Ab-V6 de A. brasilense. O pesquisador Marco Antonio Nogueira explica que as plantas receberam a mesma adubação de base com macro e micronutrientes e a inoculação foi realizada na semeadura, quando também foram aplicados 24 kg/ha de nitrogênio (N).

    Segundo o pesquisador, ao redor dos 35 dias após a emergência do milho, foram fornecidos 0%, 50%, 75% e 100% de N em cobertura, sendo 100% correspondente a 90 kg/ha de nitrogênio, aos tratamentos inoculados e não inoculados. “O rendimento de grãos das plantas inoculadas e com 75% da adubação nitrogenada em cobertura foi igual ao das plantas não inoculadas e que receberam 100% da adubação nitrogenada, o que indica ser possível reduzir a adubação nitrogenada de cobertura em 25%, sem perda de produtividade”, comemora Nogueira.

    Para os pesquisadores, esses resultados são reflexo de dois processos microbianos complementares, coordenados pelas bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP). Um deles é a fixação biológica de nitrogênio que, embora modesta, em geral é capaz de atender de 5% a 20% das necessidades da planta.

    Favorece o crescimento do milho

    Sobretudo, o outro processo favorece o crescimento radicular do milho, via síntese de fitormônios, principalmente ácido indolacético, o que permite melhorar a exploração do solo por água e nutrientes. “O inoculante aumenta a eficiência de uso do fertilizante nitrogenado que, nas condições brasileiras, raramente é superior a 50%, sendo boa parte perdida por lixiviação, contaminando águas de rios e lençóis freáticos, e pela emissão de gases de efeito estufa”, relata.

    A Embrapa lançou as primeiras estirpes comerciais de A. brasilense para as culturas do milho e do trigo; e os primeiros inoculantes comerciais foram lançados na safra 2009/2010. Segundo levantamento do mercado, o uso de inoculantes com essas bactérias já supera dez milhões de doses anualmente.
    Benefícios ambientais e econômicos

    Mariangela destaca, também, que a tecnologia de inoculação do milho na semeadura com A. brasilense (estirpes Ab-V5 e Ab-V6) propicia redução importante na emissão de gases de efeito estufa.

    Considerando a dose de 90 kg/ha de N em cobertura, a redução de 25% do N implica uma mitigação de 236 kg/ha de equivalentes de CO2 (considerando a taxa de conversão de 1 kg de N = 10,5 kg de equivalentes de CO2). Em termos econômicos, considerando o preço médio da ureia no mercado brasileiro em julho de 2022, a economia foi de cerca de R$ 260/ha.

    Processo de inoculação a campo

    Apesar dos benefícios da inoculação do milho com as estirpes Ab-V5 e Ab-V6 de A. brasilense, os pesquisadores alertam para a necessidade de se adotar boas práticas de inoculação, que envolvem cuidados desde a compra até o uso do inoculante a campo.

    “É importante certificar-se sobre a origem e a qualidade do inoculante, principalmente se contém as estirpes recomendadas pela pesquisa na concentração indicada, se o produto tem o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para essa finalidade, assim como se o produto foi mantido em condições adequadas de transporte e armazenamento, com temperatura máxima de 30º C”, frisa a pesquisadora.
    “Como o inoculante contém seres vivos, sensíveis ao calor, após a aquisição é preciso conservar o produto em local protegido do sol e arejado até o momento de uso”, recomenda.

    bioinsumo usado no milho

    Efeitos da inoculação com as estirpes Ab-V5 e Ab-V6 de Azospirillum brasilense no (A) crescimento das raízes; (B) teor de clorofila; (C) altura das plantas; (D) nutrição nitrogenada; (E) uniformidade das espigas de milho. Fotos A, B e C: Total Biotecnologia; (D) Fábio Bueno dos Reis Junior; (E) os autores.

    bioinsumo usado no milho
    Fonte: https://www.canalrural.com.br/
  • Agronegócio é responsável por quase 1/3 do PIB do país

    Número de vagas de emprego no setor cresceu 96.4% nos últimos quatro anos em plataforma de recrutamento e seleção

    O agronegócio é um dos setores de maior crescimento no país. Ele é responsável por uma fatia substancial do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, calculada em 27,4% em 2021 – a maior desde 2004.

    Dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), apontam que o setor bateu recordes sucessivos nos anos de 2020 e 2021.

    O bom desempenho é refletido, principalmente, no mercado de trabalho.

    Para suprir a demanda, muitos profissionais estão sendo contratados para trabalhar no setor, que sofreu diversas mudanças com o avanço da tecnologia. Então a área vê um aumento na procura por profissionais que atuem em áreas como tecnologia, estratégia, marketing e comercial, além das oportunidades para cargos operacionais, como cultivo e manejo dos alimentos.

    Geração de empregos no agronegócio

    Dados do Empregos.com.br, um dos maiores portais de recrutamento do país, apontam que o número de vagas criadas no setor cresceu 96,4% nos últimos quatro anos. Em 2019, eram 2.200 vagas e, em 2022, a oferta subiu para 4.321. No momento, o site está com 425 vagas abertas no setor.

    De acordo com a empresa, os cargos com mais oportunidades, são representante comercial (7%), motorista (4%) e operador de máquinas (3%).

    Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro, explica que a modernização do agronegócio, seja na área da gestão de negócios ou nas atividades de cultivo, é um dos pontos-chave para a mudança no perfil do colaborador.

    “Hoje, existem vagas que vão além do trabalho no interior, onde está concentrada a maior parte das companhias. Assim, isso traz oportunidades para diversas funções ligadas ao agronegócio”, conclui Sodré.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Plantio da safra brasileira de soja 2022/23 atinge 87,3%

    Consultoria mostra evolução dos principais estados produtores e traça projeções sobre área e produtividade

    O plantio da safra de soja 2023/23 do Brasil atingiu 87,3% da área total esperada até o dia 25 de novembro, de acordo com estimativa de Safras & Mercado. Na semana anterior a semeadura estava em 76,7%. Os trabalhos estão atrasados em comparação com o registrado em igual período do ano passado (90,6%), mas em linha com a média dos últimos cinco anos (85,7%).

    Veja o andamento nos principais produtores:

    • Mato Grosso: já terminou, com exceção da região nordeste do estado, onde áreas pontuais estão em finalização
    • Mato Grosso do Sul: os trabalhos também terminaram (média para o período de 98,2%)
    • Paraná: o plantio chega a 97%, abaixo da média de 98,2%
    • Rio Grande do Sul: os trabalhos estão em 61%, contra 62,4%
    • Goiás: semeadura em 91%, abaixo da média de 92,4%
    • São Paulo: 85% (93,2% na média)
    • Minas Gerais: atinge 92%, contra média de 91,4%

    A produção brasileira de soja em 2022/23 deverá totalizar 154,53 milhões de toneladas, com elevação de 21,3% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 127,44 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada pela Safras e, se confirmada, será a maior temporada da história.

    Em 15 de julho, quando foi divulgado o relatório anterior, a projeção era de 151,5 milhões de toneladas.

    A consultoria indica aumento de 3,7% na área, estimada em 43,74 milhões de hectares. Em 2021/22, o plantio ocupou 42,16 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.038 quilos por hectare (50,6 sacas) para 3.551 quilos (59,1), incremento de 16,7% nos resultados.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/