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6 de dezembro de 2022

  • Tecnologia permite selecionar cultivares de soja com sementes de melhor qualidade

    Para desenvolver a tecnologia, os pesquisadores analisaram os cerca de 60 mil genes da oleaginosa

    Com as mudanças climáticas globais os produtores de soja têm se deparado com novos problemas na lavoura, que têm resultado em grandes prejuízos econômicos. Um deles é a formação de sementes esverdeadas, em contraste com as de coloração amarela, próprias para a comercialização.

    Sobretudo, esse fenômeno é causado pela retenção de clorofila na semente e no grão em função de variações climáticas nas lavouras, como a ocorrência de temperaturas extremas e a falta de chuva no período de desenvolvimento da semente de soja, além de fatores genéticos, explica Edvaldo Aparecido Amaral da Silva, professor da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu.

    Estudo da semente da soja

    Por meio de um projeto selecionado para uma das chamadas conjuntas lançadas em bioeconomia, o pesquisador estabeleceu uma colaboração com colegas da Wageningen University and Research, dos Países Baixos, e da Embrapa Soja. Com o objetivo de avançar no entendimento dos mecanismos básicos associados à degradação da clorofila nas oleaginosas, um dos principais fatores limitantes para o desenvolvimento de soluções para o problema da semente verde.

    O estudo resultou no desenvolvimento de marcadores moleculares (SNPs, na sigla em inglês) que possibilitam selecionar precocemente genótipos da oleaginosa com tolerância à formação de sementes verdes.

    No entanto, para desenvolver a tecnologia, os pesquisadores analisaram os cerca de 60 mil genes da soja e encontraram dez genes candidatos. Um deles revelou-se o mais promissor para evitar o problema da semente verde. “Nossa expectativa é reduzir de 13 para seis anos o tempo de espera para se obter uma nova cultivar de soja que não apresente o problema da semente verde”, afirmou Amaral da Silva.

    Renovação da cooperação científica

    A Fapesp e a NWO mantêm um acordo de cooperação científica desde 2012, que foi renovado no início de novembro por mais cinco anos. O objetivo da parceria é estimular a colaboração em pesquisa de longo prazo entre o Brasil e os Países Baixos por meio do financiamento de pesquisas conjuntas com o intuito de fortalecer a posição internacional em ciência dos países e o impacto global dos resultados.

    O financiamento é concedido para consórcios interdisciplinares e transdisciplinares de São Paulo e grupos de pesquisa dos Países Baixos. Os projetos apoiados devem estar alinhados com agendas de pesquisa nacionais, bem como iniciativas internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Organização das Nações Unidas (ONU).

    Colaboração conjunta

    “A colaboração da Fapesp com a NWO é uma de nossas parcerias internacionais mais estratégicas e a renovação do acordo pela segunda vez é reflexo do sucesso dessa colaboração. Temos lançado chamadas quase anualmente e os projetos apoiados são acompanhados de perto pelas duas agências, com a organização de encontros que facilitam o aprendizado e a troca de experiências. Além das chamadas bilaterais, atuamos em colaboração no âmbito do Global Research Council [GRC, entidade que congrega agências de fomento à pesquisa de diversos países], sendo coanfitriões da Reunião Anual do GRC que será realizada em Haia em 2023″, disse Luiz Eugênio Mello, diretor científico da Fapesp.

    Em agosto, as duas agências lançaram uma chamada de propostas conjunta com o tema “Biomateriais projetados: materiais avançados para a saúde”. A chamada foi a nona lançada conjuntamente pelas duas instituições.

    “Já havíamos lançado anteriormente três chamadas na área de bioeconomia, com uma abordagem transdisciplinar bastante explícita, o que significa que gostaríamos que as equipes de pesquisadores com projetos apoiados trabalhassem em conjunto com o governo, organizações não governamentais e outros tipos de parceiros industriais e sociais para que os resultados das pesquisas tenham impacto”, disse Anita Hardon, membro do comitê executivo da NWO, na abertura do workshop.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: plantio da safra brasileira atinge 91,9%

    A produção do país na temporada para a oleaginosa deverá totalizar 154,53 milhões de toneladas

    O plantio da safra de soja 2022/23 do Brasil atingiu 91,9% da área total esperada até o dia 2 de dezembro. A estimativa parte de levantamento da consultoria Safras & Mercado. Na semana anterior, o plantio estava em 87,3%. A semeadura está atrasada na comparação com igual período do ano passado (94,5%) e em linha com a média dos últimos cinco anos (91,9%).

    No Paraná, o plantio chega a 99%, contra média para o período de 99,6%. No Rio Grande do Sul, os trabalhos estão em 74%, contra média de 78%. Em Mato Grosso, o plantio terminou (média do período é 99,6%).

    Em Mato Grosso do Sul, os trabalhos também terminaram (média para o período de 99,8%). Em Goiás, o plantio chega a 97%, levemente abaixo da média de 97,4%. Em São Paulo, a semeadura é de 90% (97,4% na média) e em Minas Gerais atinge 97%, contra média de 98,0%.

    A produção brasileira de soja em 2022/23 deverá totalizar 154,53 milhões de toneladas, com elevação de 21,3% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 127,44 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por Safras & Mercado. Se confirmada, será a maior safra da história.

    Relatório anterior sobre plantio da soja

    Em 15 de julho, quando foi divulgado o relatório anterior, a projeção era de 151,5 milhões de toneladas. A elevação sobre a estimativa anterior é de 2%.

    Levantamento da Safras indica aumento de 3,7% na área, estimada em 43,74 milhões de hectares. Em 2021/22, o plantio ocupou 42,16 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.038 quilos por hectare para 3.551 quilos.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • BNDES aprova novas regras do programa para descarbonização

    Com orçamento de R$ 2 bilhões, o objetivo desta ação é ampliar a adesão de empresas ao programa que estimula a redução nas emissões

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a alteração das regras do Programa BNDES de Incentivo à Redução de Emissões de CO2 no Setor de Combustíveis (RenovaBio). Com orçamento de R$ 2 bilhões, o objetivo desta ação é ampliar a adesão de empresas ao programa que estimula a redução nas emissões, ao fornecer descontos de até 0,4% nas taxas de juros para clientes que comprovem melhoras de indicadores ambientais. A iniciativa também visa fortalecer a política de descarbonização da matriz de combustível do Brasil.

    Em seu novo formato, o BNDES RenovaBio estipula as metas de redução de emissões de carbono de acordo com o estágio atual de eficiência energético-ambiental de cada cliente. Para aqueles considerados mais eficientes, a meta exigida será reduzida para 2%. Por outro lado, clientes que ainda necessitam melhorar seus padrões de emissão terão metas aumentadas para 10%. Para as demais empresas o percentual de redução permanecerá em 5%.

    Além disso, haverá redução da taxa de juros inicial, formada pela TLP ou por referenciais de custo de mercado, uma taxa de risco de crédito, mais a remuneração básica do BNDES, que passará de 1,5% para 1,3% ao ano. Caso o cliente comprove, após o período de carência, ter alcançado as metas de redução de emissão de CO2 definidas pelo programa, a taxa de juros inicial será reduzida em até 0,4%.

    “Temos o potencial de evitar a emissão de 2,2 milhões de toneladas de carbono anualmente” — Bruno Aranha

    “As mudanças propostas buscam reconhecer que os padrões atuais de emissões do setor de biocombustíveis são heterogêneos, sendo necessário pensar em metas compatíveis com a realidade de cada cliente. Considerando apenas as operações já aprovadas, temos o potencial de evitar a emissão de 2,2 milhões de toneladas de carbono anualmente. Esperamos que essa medida amplie o potencial de impacto do Programa e possamos acelerar a descarbonização do setor”, explicou o diretor de crédito produtivo e sustentável do BNDES, Bruno Aranha.

    BNDES RenovaBio

    O programa financia empresas produtoras de biocombustíveis para estimulá-las a melhorar sua eficiência energético-ambiental. Aquelas que, ao longo do período de pagamento dos empréstimos, alcançarem as metas de redução de emissão de CO2 estipuladas pelo programa usufruem redução na taxa de juros.

    Outro objetivo do RenovaBio é fomentar o aumento de combustíveis renováveis na matriz energética brasileira. Lançado no início de 2021, o Programa teve até o momento 10 operações aprovadas, que somam aproximadamente R$ 900 milhões em financiamentos. Em média, as operações aprovadas projetam crescimento médio de 4% da eficiência energético-ambiental. Com isso, as usinas apoiadas terão potencial para emitir cerca de 2,2 milhões de créditos de descarbonização, os chamados CBIOs.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/