1

O primeiro modelo de risco de ocorrência de ferrugem asiática desenvolvido no Rio Grande do Sul é do sistema cooperativista

RTC/CCGL realiza monitoramento de esporos em 25 municípios do Rio Grande do Sul

A soja tem grande peso na balança comercial do agronegócio brasileiro, sendo o principal grão exportado no país. Considerando-se o complexo de doenças que acometem a cultura, a ferrugem asiática é a principal delas. A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e pode se manifestar em qualquer momento do desenvolvimento da cultura, principalmente no início do florescimento (R1).

Em virtude do grande risco que a doença representa para a cultura da soja, as cooperativas associadas à CCGL manifestaram demanda por uma ferramenta para auxiliar na previsão de ocorrência da doença e para obter maior assertividade no manejo.

Em agosto de 2021, teve início a Rede de Monitoramento por meio de coletores de esporos. O projeto é coordenado por Carlos A. Pizolotto, Pesquisador de Fitopatologia da CCGL e tem como objetivo auxiliar no monitoramento da flutuação de inóculo do patógeno durante todo o ano. A rede surgiu por meio de uma parceria entre a multinacional BASF e as cooperativas. A empresa realizou a doação de 25 coletores de esporos, os quais funcionam com aquisição controlada de ar, onde todo o material é depositado na área de coleta de uma lâmina de microscopia.

O monitoramento é realizado através de coleta de esporos, as lâminas são substituídas a cada sete dias e são enviadas para o Laboratório de Fitopatologia da CCGL para leitura em microscópio óptico, com a finalidade de identificar e quantificar os esporos do fungo. Os coletores de esporos estão instalados em 25 municípios, contemplando a área de atuação das 17 cooperativas: Coopermil, Cotrirosa, Coopatrigo, Cotripal, Cotricampo, Agropan, Cotrijuc, Camnpal, Coagril, Cotribá, Cotrisal, Cotrijal, Cotriel, Coasa, Cotrisul, Cooperoque e CCGL.

Carlos A. Pizolotto explica que os dados do monitoramento de esporos estão sendo utilizados em um modelo de previsão de risco de ocorrência de ferrugem, o qual traz a previsão de risco de ocorrência da doença para até cinco dias, possibilitando ao produtor maior assertividade e robustez na escolha do programa de aplicação de fungicidas. – No Rio Grande do Sul, existem algumas redes de monitoramento de esporos do fungo causador da ferrugem, no entanto, em nenhum destes projetos tem-se utilizado modelos de previsão de risco de ocorrência da doença, o que torna o modelo de previsão desenvolvido pela CCGL e pela empresa Sensor On o primeiro modelo de previsão de risco de ocorrência de ferrugem do RS – completou Carlos.

O modelo não tem o intuito auxiliar o produtor na tomada de decisão de aplicar ou não fungicida, o produtor deve seguir com o programa de aplicações calendarizadas, devido ao complexo de doenças que afetam a cultura da soja. O Pesquisador da Embrapa e parceiro da pesquisa, José Mauricio Cunha Fernandes, ressalta que com o alerta é possível realizar o manejo de forma inteligente e obter maior eficiência de controle da ferrugem asiática, além de maior rentabilidade e, consequentemente, benefícios em termos econômicos para a propriedade, visto que, sem os cuidados adequados, as perdas podem chegar a 90% em lavouras.

O modelo de previsão está disponível na plataforma digital SmartCoop para consulta dos técnicos das cooperativas, trazendo um cenário totalmente disruptivo, com o intuito de não apenas se observar a flutuação de inóculo do patógeno e, sim, trazer cenários de previsão de risco de ocorrência da ferrugem, fazendo com que os produtores deixem de ser apenas reativos nas tomadas de decisão para o controle da doença e sim proativos e assertivos no manejo da ferrugem.

Fonte: ASCOM CCGL