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5 de janeiro de 2023

  • Clima no Sul afeta safra nacional de soja, aponta consultoria

    De acordo com a StoneX, recuos nas produções do Rio Grande do Sul e do Paraná provocaram o corte na estimativa geral do país

    O ano de 2022 acabou com condições adversas para a produção de soja no país, sobretudo na região Sul. Com o clima desfavorável nas lavouras de soja no Rio Grande do Sul e no Paraná em dezembro, a consultoria StoneX revisou para baixo a estimativa para a produção brasileira da oleaginosa na safra 2022/23.

    No mais novo levantamento, a consultoria projeta 153,8 milhões de toneladas de soja produzidas no Brasil no atual ciclo. Volume esse que representa recuo de 0,8% em relação ao número apresentado anteriormente.

    De acordo com a equipe da StoneX, o recuo de produção do Paraná foi de 2,1%. No Rio Grande do Sul, a quebra foi ainda maior, ficando na casa dos 5%. Por outro lado, a empresa ressaltou que São Paulo e Goiás amenizaram o resultado negativo. O primeiro pelo incremento da área. O segundo, por sua vez, pela ampliação da produtividade.

    “Segundo dados oficiais divulgados da exportação do Brasil, ao longo do ciclo 2021/22, o país embarcou 79,05 milhões de toneladas, volume levemente inferior ao estimado no último relatório da StoneX”, observa a consultoria. “Em meio à revisão, os estoques finais estão agora estimados em 1,36 milhão de toneladas.”

    Projeção para os estoques finais da soja

    Apesar de levemente maiores em 2021/22, o incremento nos estoques da safra de soja recém-encerrada não foi capaz de compensar a queda na produção do novo ciclo. Com isso, os estoques finais em 2022/23 da soja no Brasil recuaram para 6,35 milhões de toneladas, segundo o relatório da StoneX.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • StoneX reduz estimativa de produção da 1ª safra de milho por causa da seca

    A 2ª safra do cereal, a chamada safrinha, tem perspectivas mais animadoras, afirma a consultoria em relatório

    Em função da irregularidade das chuvas observadas durante a segunda quinzena de novembro e ao longo das primeiras semanas de dezembro no Rio Grande do Sul, a StoneX já havia revisado em meados do último mês seu número para a produção gaúcha de milho, de 5,4 para 4,5 milhões de toneladas. Nas últimas semanas do último mês de 2022, o desenvolvimento das lavouras continuou sendo penalizado pelo clima seco, acarretando mais uma redução na produção gaúcha, para 3,5 milhões de toneladas.

    Com isso, a consultoria StoneX reduziu a produção da 1ª safra de milho 2022/23 de 28,6 para 26,9 milhões de toneladas. Ou seja, contração de 5,8% em comparação com a estimativa divulgada em dezembro. Para a segunda safra de milho 2022/23, o grupo promoveu uma alteração marginal em seu número, que está agora estimada em 99,58 milhões de toneladas, volume 5% maior que o registrado no ciclo 2021/22.

    “Atualmente, as expectativas são favoráveis para a segunda safra 2022/23, mas é importante ressaltar que haverá um longo caminho até a sua colheita e que o ciclo de inverno é mais arriscado”, afirma João Pedro Lopes, analista de inteligência de mercado da StoneX. “Será importante continuar acompanhando de perto o clima, visto que os números estão sujeitos a revisões”, pondera o especialista.

    Novas estimativas para o milho

    Em função do corte na primeira safra, a produção total passou de 130,3 para 128,7 milhões de toneladas. Em relação ao balanço de oferta e demanda, a StoneX não promoveu alterações em suas estimativas para as variáveis de consumo. Sendo assim, as exportações e a demanda doméstica em 2022/23 seguem estimadas em, respectivamente, 46 milhões e 81 milhões de toneladas.

    Desse modo, em função da menor produção esperada para a próxima temporada, os estoques finais em 2022/23 passaram de 16,34 para 14,71 milhões de toneladas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: ferramenta inédita monitora incidência de lagartas na safra gaúcha

    Objetivo da iniciativa é disponibilizar uma plataforma de monitoramento para prevenção ao produtor rural do Rio Grande do Sul

    Em um iniciativa inédita, cooperativas gaúchas estão monitorando a incidência de lagartas na safra de soja do Rio Grande do Sul. Estações espalhadas em todas as regiões do estado identificam e avisam quando alguma espécie aparece. Assim, o produtor rural pode prever o controle.

    O Clóvis Panta já tem 40 anos dedicados ao plantio da soja. No começo eram só alguns hectares. Nesta safra, porém, a área soma 900 hectares em Rio Pardo, município da região central do Rio Grande do Sul. Em sua propriedade , as lagartas já deram trabalho em anos anteriores.

    “Dava muito problema. A gente perdia soja, venenos mal aplicados, tecnologia de aplicação muito ruim e isso aí foi melhorando com o tempo. Já faz três anos que eu não vejo mais lagarta na minha lavoura”, conta o produtor.

    Agora, Panta e outros sojicultores do estado sulista têm mais uma forma de ver se realmente os insetos não estão na lavoura. Isso porque produtores de soja de várias regiões gaúchas receberam estações de monitoramento. As novas ferramentas são autônomas, mantidas com energia solar e mandam avisos para o celular.

    “Ela é uma armadilha auto-limpante. Funciona até dois meses sem nenhuma intervenção do agrônomo. Atrai as mariposas que são grudadas no piso colante e tem acima dela uma câmera de alta resolução que identifica qual que é a mariposa e manda para o agrônomo o relatório da incidência de pragas”, explica o engenheiro agrônomo Douglas Pedroso.

    Ação contra a proliferação de lagartas na soja

    As lagartas estão presentes em todas as regiões produtoras de soja do país e as perdas podem ser grandes caso a situação saia do controle. As desfolhadoras, por exemplo, podem levar ao comprometimento de 100% da lavoura. Outras afetam a formação das vagens. Por isso, a ideia da equipe responsável pelo projeto é ser mais uma ferramenta de alerta para que o produtor realize o controle em tempo hábil.

    A tecnologia de monitoramento de lepidópteros foi criada por uma startup e implantada pela Rede Técnica Cooperativa, que reúne 13 cooperativas gaúchas.

    O equipamento é capaz de identificar as lagartas Spodoptera frugiperda, S. cosmioides e S. eridania. E ainda a falsa-medideira e a Helicoverpa armigera.

    “Lagartas pequenas que, muitas vezes, o monitoramento convencional não conseguiria quantificar essa população, recomendar táticas de manejo onde elas vão ser mais assertivas porque nós temos lagartas mais pequenas, que são mais factíveis de controle. Em consequência, essas lagartas provocaram pouco dano na cultura, visto que, dentro do desenvolvimento larval, essas lagartas têm um baixíssimo consumo nos estágios iniciais. A maior quantidade de desfolhamento ou danos nas estruturas reprodutivas são lagartas de maior tamanho”, afirma o pesquisador em entomologia Glauber Stürmer, da Cooperativa Central Gaúcha Ltda e da Rede Técnica Cooperativa (CCGL/RTC).

    À espera dos primeiros resultados do projeto

    O projeto foi validado na safra passada e colocado em prática no ciclo 2022/23. Caso os resultados sejam satisfatórios, a ideia é expandir para outras culturas.

    “A ideia é que a gente monitore pragas da soja, mas também utilize essas ferramentas para monitorar pragas no milho”, afirma Stürmer.

    “Estamos passando nos últimos anos muita pressão de Spodoptera frugiperda, com hábitos de rosca atacando cereais de inverno no processo de implementação, de semeadura da culturas, falando de aveia, trigo com uma alta população. Esses equipamentos também podem nos direcionar para preparar os técnicos dos nossos agricultores para não pegar de surpresa para a chegada dessa praga”, completa o pesquisador em entomologia.

    Para o produtor Clóvis Panta, há segurança em aplicar somente quando precisa, gerando economia e cuidado com toda a cadeia produtiva.

    “Às vezes a gente faz a aplicação de um químico muito forte e quando vê dá outro problema lá na frente. Isso aí ajuda muito para a prevenção. Temos que tentar melhorar cada vez mais tanto na produção, no financeiro e no meio ambiente”, diz.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/