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6 de janeiro de 2023

  • Entregas de fertilizantes caem 11% no acumulado de janeiro a outubro, aponta Anda

    Em cenário atípico e com desafios relativos às crises geopolíticas, mercado brasileiro continua abastecido e recebendo as importações do insumo

    As entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro encerraram o mês de outubro de 2022 com 3,8 milhões de toneladas, registrando uma redução de 17,8% em relação ao mesmo mês de 2021, quando o volume foi de 4,7 milhões de toneladas. No acumulado de janeiro a outubro de 2022, foram 33,96 milhões de toneladas, com redução de 11,4% na comparação com igual período de 2021, no qual se registraram 38,33 milhões de toneladas. O levantamento é da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

    O Estado de Mato Grosso, líder nas entregas ao mercado, concentra maior volume no período analisado, cerca de 23%, atingindo 7,98 milhões de toneladas. Logo depois, vem o estado do Rio Grande do Sul com 3,72 milhões, Goiás com 3,69 milhões, São Paulo com 3,59 milhões, Paraná com 3,51 milhões e Minas Gerais atingindo 3,22 milhões.

    “Em 2022 estamos tendo cenário atípico, com desafios relativos às crises geopolíticas, mas o mercado brasileiro continua abastecido e recebendo as importações dos fertilizantes”, explica Ricardo Tortorella, diretor-executivo da Anda, acrescentando: “É importante que o novo governo tenha o foco em produzir mais no Brasil e reduzir cada vez mais a dependência de fertilizantes do exterior”.

    Produção

    A produção nacional de fertilizantes intermediários encerrou outubro de 2022 em alta. Foram 641 mil toneladas, representando crescimento de 1,9% na comparação com o mesmo mês de 2021.No acumulado de janeiro a outubro de 2022, foram 6,26 mil toneladas, com aumento de 6,2% em relação a igual período do ano passado, quando foram produzidas 5,90 mil toneladas.

    Importação

    De acordo com a associação, as importações de fertilizantes intermediários continuam chegando ao Brasil, alcançando em outubro 2,62 milhões de toneladas, indicando uma redução de 18,7%. No acumulado de janeiro a outubro, o total foi de 30,03 milhões de toneladas, significando redução de 4,6% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram importadas 31,47 milhões de toneladas.

    No porto de Paranaguá, principal porta de entrada dos fertilizantes, ingressaram 8,25 milhões de toneladas, indicando redução de 7,7% em relação a 2021, quando foram descarregadas 8,94 milhões de toneladas. O terminal representou 27,5% do total importado por todos os portos.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Produtores de soja temem perdas produtivas por quebramento de hastes

    Agricultores relatam que tombamento de plantas pode levar a prejuízos maiores do que os observados com o apodrecimento de vagens

    A chamada anomalia da soja continua a preocupar os produtores de Mato Grosso. Nas últimas semanas, muitos observaram o quebramento de hastes em diversas lavouras, fator que pode trazer perdas produtivas significativas. É o caso do consultor agronômico Cledson Guimarães Dias Pereira, que presta atendimento em 25 mil hectares dedicados à oleaginosa no estado.

    Segundo ele, na safra 2021/22, o maior percentual de perdas foi causado pelo apodrecimento dos grãos, outra consequência da misteriosa doença. Por conta disso, mudou o manejo de algumas cultivares. Contudo, nesta temporada, o tombamento das plantas é mais presente e tem o potencial de comprometer ainda mais os resultados da lavoura.

    O especialista conta que a diferença entre os sintomas da anomalia se reflete diretamente na colheita. Isso porque o apodrecimento dos grãos impacta a produtividade em cerca de 20%, enquanto que o problema que atinge as hastes das plantas pode gerar prejuízos de até 50%. “Poderia estar colhendo 70 sacas, mas posso colher 35”, afirma.

    Perdas produtivas na soja

    O Médio-Norte de Mato Grosso foi uma das regiões com maiores concentrações de lavouras prejudicadas pela anomalia da soja na safra passada. Conforme levantamento técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), as perdas na safra 21/22 giraram entre cinco e seis sacas por hectare em média.

    O agricultor Eder Ferreira Bueno conta que a anomalia tem tirado o sono dos produtores da região, temerosos que as perdas do ciclo passado se repitam – ou até piorem – neste ano. “Conheço áreas, principalmente em áreas de pivô, que tiveram prejuízos de até 50% de [grãos] avariados”, conta.

    Já o produtor Tiago Strapasson, do município de Vera, se empenha no monitoramento constante da lavoura, mas lamenta que ainda não haja respostas a respeito do que tem causado a anomalia. “Não temos como solucionar esse problema, se [precisamos] aplicar mais fungicidas […], até agora não temos explicação nenhuma das pesquisas”.

    De acordo com ele, nos anos anteriores em que o problema incidiu em sua lavoura, verificou perdas entre 17 e 18 sacas de soja por hectare.”

    Pesquisa atrás de resposta

    Atualmente, a Embrapa coordena uma rede de ensaios com diferentes cultivares e fungicidas atrás de respostas. A pesquisa é feita em 17 instituições de Mato Grosso e uma em Rondônia. A expectativa é apresentar resultados no final desta safra 22/23.

    A pesquisadora da instituição, Dulândula Silva Miguel Wruck, conta que os possíveis fungos causadores da anomalia da soja estão sendo identificados. “O problema é que a gente pega esse fungo, inocula em uma planta sadia e não reproduz o sintomas. Então fica a questão: o fungo está presente como causa ou consequência?”, detalha.

    Assim, para ela, é prematuro afirmar que determinado agente é a causa da anomalia, uma vez que não se está conseguindo reproduzir os mesmos sintomas da doença em condições artificiais. “Temos uma metodologia, estamos seguindo, priorizou- se entre as instituições. A gente espera agora no final da safra, assim que começar a analisar os dados, eu não digo achar a causa, mas pelo menos eliminar o que não seja”, explica.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Verão marca proliferação do carrapato-do-boi em todo território nacional

    Segundo a Embrapa, pecuária brasileira soma prejuízos anuais na casa dos US$ 2 bilhões devido à infestação do parasita

    Com a chegada do verão e o aumento da temperatura, o produtor pode se deparar com a chegada de um novo inimigo na sua produção. Trata-se do Rhipicephalus microplus, conhecido popularmente como carrapato-do-boi. 

    Após um ciclo mais lento durante o inverno, quando o parasita entra em estado de hibernação, a praga volta com força total neste período, devido às condições ambientais favoráveis, baseadas no clima quente e úmido da estação por causa da elevada quantidade de chuva.

    De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a pecuária brasileira soma prejuízos anuais na casa dos US$ 2 bilhões devido à infestação do carrapato-do-boi, que causa doenças e problemas graves nos animais. Uma delas é a Tristeza Parasitária, que traz para o gado um quadro clínico de febre, letargia, apatia, desidratação, alteração das mucosas e perda de apetite e de peso.

    “É uma doença que eleva os custos da propriedade com o tratamento do animal infectado e gera prejuízos pela deficiência reprodutiva e alimentar, além de levar a óbito em casos mais graves”, explica Lucas von Zuben, CEO da Decoy Smart Control, agtech de biotecnologia que oferece soluções sustentáveis no controle de pragas.

    Como controlar 

    Segundo a startup, a solução pode ocorrer por meio do controle biológico. A técnica essa se baseia na proteção dos bovinos a partir do uso de outros organismos vivos que conseguem controlar a população da praga, fazendo com que a densidade populacional do parasita se mantenha abaixo do “nível de dano econômico”. Ou seja, abaixo do nível de prejuízos para os produtores.

    “Além disso, é importante salientar que o desenvolvimento de cada geração sofre impacto direto da anterior. Por isso, o sucesso do controle depende da redução do parasita já na primeira geração. Tomar as medidas corretas de controle desde o início, impede que o crescimento da infestação e o controle seja mais eficiente”, explica o CEO.

    O especialista ainda destaca a importância de realizar um comprovadamente eficaz e sem causar qualquer dano a saúde do animal ou ao meio ambiente. “Não existe uma regra quando se trata de controle de carrapatos, porém tratar os animais, assim como as infestações em pasto, de forma planejada é a melhor forma de reduzir o problema”, avalia.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/