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16 de janeiro de 2023

  • Novo pneu que roda 500 mil km é feito de casca de arroz e óleo de soja

    Modelo fabricado pela Goodyear possui 90% de materiais ecológicos, trazendo o agro cada vez mais presente em inovações sustentáveis

    A Goodyear apresentou um modelo de pneu com 90% de materiais sustentáveis em sua composição. O produto já passou por todos os testes para circular nas ruas e estrada e deve estar disponível comercialemnte ainda neste ano.

    Ao todo, são 17 ingredientes utilizados na fabricação. O novo pneu apresenta quatro tipos de carbono que são produzidos a partir de matérias-primas de metano, dióxido de carbono, óleo vegetal e óleo de pirólise.

    Segundo a empresa, essas tecnologias visam emissões reduzidas, circularidade e o uso de carbonos de base biológica, ao mesmo tempo em que oferecem melhor desempenho. A estimativa é que ele seja capaz de rodar até 500 mil km, muito acima dos 60 mil km de vida útil dos tradicionais.

    Óleo de soja e casca de arroz

    óleo de soja tem papel de destaque no novo modelo da fabricante, já que ajuda a manter o composto de borracha do pneu flexível em mudanças de temperatura. O derivado do grão é um recurso de base biológica que ajuda a reduzir o uso de produtos provenientes de petróleo.

    O composto é obtido porque, enquanto quase 100% da proteína de soja é usada em aplicações de alimentos e de ração animal, sobra um excedente significativo de óleo disponível para uso em aplicações industriais.

    Já a sílica é um ingrediente frequentemente usado em pneus para ajudar a melhorar a aderência e reduzir o consumo de combustível. O novo pneu inclui uma sílica produzida a partir de resíduos de casca de arroz, um subproduto do processamento do cereal que geralmente é descartado e colocado em aterros sanitários.

    A Goodyear informa, também, que o poliéster utilizado no novo modelo não é à base de petróleo. A alternativa sustentável foi adotar resinas biorrenováveis de pinheiro.

    Pneu ajuda a economizar combustível

    O modelo também foi testado para ter menor resistência ao rolamento quando comparado aos tradicionais. Isso significa que o produto tem potencial para oferecer maior economia de combustível e uma menor emissão de carbono.

    No ano passado a Goodyear apresentou um pneu feito com 70% de material sustentável. Agora, a ideia é que esse novo modelo, que já está com a sua base de fornecedores sendo trabalhada, comece a ser vendido em 2023.

    A empresa lembra que para trazer o produto sustentável para o mercado, há necessidade de maior empenho da base de fornecedores para identificar a escala necessária de uso dos materiais inovadores em grandes volumes.

    Com esse e outros projetos, a empresa continua em busca de introduzir o primeiro pneu 100% sustentável na indústria até 2030.

    Atualmente, oito linhas de produtos e alguns pneus de corrida da marca incluem óleo de soja na composição.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Estiagem: 76 municípios estão em situação de emergência

    O governo do Rio Grande do Sul informou que vai atualizar o plano de enfrentamento à estiagem

    Rio Grande do Sul tem 76 municípios em situação de emergência por causa da estiagem desde dezembro de 2022, segundo dados mais recentes da Defesa Civil do Estado.

    O número cresceu na semana, ante as 34 cidades que haviam decretado situação de emergência até a quarta-feira (4).

    Do total, 16 tiveram a situação de emergência homologada pelo governo do estado e outras nove foram reconhecidas pela União.

    O reconhecimento da situação pelo Estado permite aos municípios receberem ajuda humanitária, enquanto que com a chancela da União as prefeituras podem receber recursos para enfrentar a seca.

    O reconhecimento estadual da situação de emergência possibilita também que os produtores rurais acionem o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).

    Na safra passada, ciclo 2021/22, 426 municípios gaúchos decretaram situação de emergência, enquanto 417 obtiveram reconhecimento da situação de emergência pela União.

    Plano de enfrentamento à estiagem

    O governo do estado confirmou, durante a primeira reunião de 2023 do Fórum Permanente de Combate à Estiagem, que realizará um plano atualizado de enfrentamento à estiagem.

    O projeto, ainda sem data definida, será apresentado ao governador Eduardo Leite pelos secretários estaduais que tratam do assunto.

    A informação foi dada pelo secretário da Casa Civil, Artur Lemos, durante o encontro, que teve a participação de outros representantes do governo e de entidades ligadas ao agro.

    “Alguns pontos prioritários levados em conta para elaborar o novo plano é o combate à fome e ao desabastecimento de água, assim como a distribuição de cestas básicas e a aquisição, por parte do governo, de produtos da agricultura familiar em cestas básicas, para fomentar a produção das famílias do campo. Outros tópicos que vamos trabalhar é reforçar os investimentos do programa Avançar e dar mais celeridade aos projetos que já estão em andamento”, detalhou Lemos.

    No fórum, também foram debatidas propostas que amenizem os efeitos econômicos e sociais desencadeados pela falta de chuva no Rio Grande do Sul.

    Entre as proposições, estão questões relacionadas ao pagamento do auxílio emergencial de R$ 1 mil para famílias de pequenos agricultores, a construção de novas cisternas, recursos para a manutenção e ampliação do número de caminhões-pipa para o abastecimento humano, financiamento com juros subsidiados e renegociação de dívidas, entre outros.

     Fonte: https://www.canalrural.com.br/
  • Vacas leiteiras: saiba por que a nutrição é crucial para a fertilidade

    A maioria dos problemas reprodutivos ocorre não só devido a genética, mas sim ao mau manejo dos animais, prejudicando a produção de leite

    Nos últimos anos, houve um declínio acentuado em todo o mundo no desempenho reprodutivo de vacas leiteiras devido à seleção inadequada, aumento do tamanho do rebanho, manejo inadequado e nutrição abaixo do ideal.

    E por trás de tudo está uma ênfase desequilibrada na produção de leite. A conclusão é de Colleen Engelbrecht, nutricionista de ruminantes da DSM Nutrition and Health.

    Engelbrecht explicou que, para aliviar o impacto dos baixos preços do leite, os produtores têm se concentrado cada vez mais na produção ao selecionar a genética leiteira.

    Infelizmente, isso tem negligenciado a reprodução, a longevidade e as características de saúde. O resultado é que muitos animais acabam sendo abatidos por problemas reprodutivos e de fertilidade antes de atingirem a terceira lactação e poderem começar a gerar dinheiro para a fazenda.

    Problemas

    A nutricionista enfatizou, no entanto, que a genética é apenas parte do problema. A maioria dos problemas reprodutivos ocorre devido ao mau manejo e “coisas que dão errado na fazenda”. Ela culpou o “tamanho cada vez maior das fazendas” visando melhorar as economias de escala.

    “A desvantagem desses grandes rebanhos é que os agricultores gastam menos tempo verificando seus animais por causa de suas crescentes responsabilidades de manejo, tornando-os mais dependentes da equipe da fazenda e da tecnologia para detectar problemas.

    “Ter rebanhos maiores também torna mais difícil detectar problemas subclínicos e evitar que eles fiquem fora de controle. A prevenção e o tratamento precoce são sempre a melhor opção, pois é mais barato, mais eficaz e melhor para o bem-estar animal do que medidas curativas”.

    Outros culpados incluem detecção de cio ineficiente, técnica de inseminação artificial inadequada, baixa qualidade do sêmen, risco de doenças e, principalmente, má nutrição.

    “O intervalo entre partos é prolongado como um subproduto negativo das práticas mencionadas acima. Isso se deve em detrimento da produção eficiente de vacas ao longo da vida”, explicou ela. As doenças que afetam a fertilidade incluem doenças metabólicas, como cetose e febre do leite; distúrbios/doenças reprodutivas, como distocia (parto difícil, retenção de placenta, metrite, endometrite e mastite); e distúrbios não reprodutivos, como laminite e doenças que reduzem o apetite no período de transição.

    Nutrição pobre

    É o problema da má nutrição, no entanto, que é o foco principal de Engelbrecht. Inclusive, ela é a primeira a admitir que desenvolver uma ração que atenda aos requisitos de uma vaca em diferentes estágios de produção é muito mais fácil falar do que fazer.

    A nutricionsita lembrou que durante uma de suas palestras na University of the Free State, os alunos identificaram mais de 630 fatores que influenciam as necessidades dietéticas de uma vaca. Isso, disse ela, ilustra claramente a importância de consultar um nutricionista ou dietista animal ao desenvolver rações para animais.

    Ao formular uma ração, o nutricionista estuda as necessidades dos animais. A seguir, estabelece o que está disponível na fazenda e o que deve ser comprado para atender a essas necessidades de maneira econômica.

    É fácil, disse ela, culpar as especificações da ração quando ocorrem problemas. Contudo, a má nutrição geralmente se deve a outros fatores. Como a ração é misturada e armazenada, mudanças na composição nutricional dos ingredientes ao longo do tempo, gerenciamento do banco de ração e como a está o estado das rações.

    Regras de ouro para vacas

    Para Engelbrecht, existem quatro regras de ouro que regem a boa nutrição das vacas.

    A primeira é que o almoço tem de ser regrado e bem nutritivo.

    “Poupar comida se traduzirá em deficiências ou escassez nutricional, ou excesso de suprimento de nutrientes, o que, por sua vez, levará a problemas de saúde e afetará negativamente a produção de leite e a reprodução”, alertou.

    Em segundo lugar, ao avaliar a eficiência de um sistema de alimentação, não ajuda focar nos ingredientes, mas no que foi deixado de fora.

    “Qualquer [erro], seja a omissão de um ingrediente ou uma má prática de gerenciamento, irá alcançá-lo com o tempo”, disse ela.

    Ao todo, 46 ​​minerais desempenham um papel na nutrição das vacas, e é improvável que um agricultor veja qualquer diferença na saúde animal se os minerais forem alimentados com 100% das necessidades.

    “No entanto, pequenas deficiências, desequilíbrios ou outros problemas resultarão em imunidade reduzida, tornando os animais mais suscetíveis a doenças. Essas doenças, infelizmente, raramente são [atribuídas] a problemas nutricionais”. À medida que o desequilíbrio ou deficiência aumenta, o crescimento e a fertilidade também reduzem.

    “Infelizmente, os desequilíbrios e deficiências minerais geralmente só são identificados como fonte de problemas quando já é tarde. Aí leva o dobro do tempo para consertar e fica muito caro”, explica.

    Em terceiro lugar, a análise de alimentação não precisa ser 100% precisa.

    “Existem muitos modelos e ferramentas para informar as exigências nutricionais das vacas. O segredo é escolher um sistema que funcione para sua fazenda.”

    E, por último, acrescentou, não há mágica envolvida no desenvolvimento de rações. Tudo tem base na matemática e ciência.

    Reprodução

    Engelbrecht enfatizou que a alimentação tem um impacto em todos os aspectos da reprodução. Isso se refere tanto a superalimentação quanto a subalimentação têm um efeito negativo na ovulação, resultando em problemas de fertilidade. Ela acrescentou que uma boa reprodução começa com o nascimento de um bezerro saudável uma vez por ano.

    “Para retornos ótimos, o ideal é uma lactação de 305 dias, com um período seco de 60 dias entre eles.”

    Para conseguir isso, as vacas devem conceber entre 60 e 85 dias após o parto. O período coincide com o momento em que estão no pico da produção.

    “O desafio aqui é que a condição corporal é mais baixa nesta fase da produção, pois a ingestão de matéria seca ainda não havia se recuperado. A vaca, na verdade, está em uma curva de energia negativa, o que significa que as reservas corporais precisam ser usadas para suportar a ovulação”, explicou ela.

    Condição corporal

    Para determinar se uma vaca está ou não em boas condições, um fazendeiro pode usar a pontuação da condição corporal, que envolve a avaliação da cabeça da cauda e áreas do lombo do animal de acordo com uma escala de cinco pontos. Uma vaca com uma cavidade profunda ao redor da cabeça da cauda e uma área óssea do lombo é muito magra e pontuará 0.

    No outro extremo, um animal com gordura enterrada na cabeça da cauda e dobras de tecido adiposo no lombo, de modo que os ossos fiquem escondidos, é grosseiramente gordo e pontuará 5.

    Para garantir reservas de energia suficientes e, com efeito, boa saúde e fertilidade, uma vaca deve ter uma condição corporal de pelo menos 3,5 quando seca e não perder mais de um ponto durante os primeiros 60 dias em leite. Uma vaca que perde mais atingirá apenas um terço de seu potencial reprodutivo.

    Outro perigo, explicou Engelbrecht, é a memória metabólica. Uma vaca que está em más condições por muito tempo terá dificuldade em conceber, mesmo que bem alimentada.

    Vacas: desenvolvimento fetal

    Engelbrecht disse que, embora 70% do crescimento fetal ocorra durante o final da lactação, muitos fazendeiros “negligenciam” suas vacas durante esse período, enviando-as para a savana e não dando alimentação ou suplementos adicionais para manter sua condição.

    Além disso, alguns fazendeiros intencionalmente alimentam menos suas vacas, pois querem bezerros pequenos ao nascer para evitar complicações. Esta abordagem geralmente sai pela culatra. No entanto, as vacas que estão em boas condições geralmente têm menos problemas de parto do que as subalimentadas ou subnutridas.

    Essas práticas também ameaçam o desenvolvimento fetal, alertou Engelbrecht.

    “Se o feto não se desenvolver de maneira ideal e expressar padrões normais de desenvolvimento de órgãos e tecidos, inclusive no pulmão, cérebro, coração e órgãos reprodutivos, a qualidade e a composição desses órgãos mudarão. Um bezerro negligenciado durante o desenvolvimento fetal não atingirá todo o seu potencial de produção e nunca alcançará [os outros bezerros]. Não importa o que seja feito mais tarde durante o desenvolvimento fetal ou após o nascimento, o dano nunca pode ser totalmente corrigido.”

    Por fim, a superalimentação durante esse estágio também afetará o desenvolvimento fetal, acrescentou ela. Quando as vacas estão muito gordas, o feto se torna “programado” para usar os nutrientes em um nível de eficiência diferente. Com efeito, os bezerros se alimentarão com mais avidez, terão menos músculos e mais gordura e estarão propensos a desenvolver diabetes.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/