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2 de fevereiro de 2023

  • Dessecação pré-colheita mostra eficácia sem diminuir o rendimento da lavoura

    Especialista comenta sobre a importância do procedimento para promover a uniformidade na maturação dos grãos de soja e melhorar a qualidade da produção

    A dessecação pré-colheita da soja é uma prática importante para os sojicultores, pois promove a uniformidade de maturação e umidade da cultura da soja antes da colheita. Isso permite uma colheita mais fácil e eficiente, pois a secagem da soja e o controle de plantas daninhas aumenta o rendimento operacional do maquinário, evitando o “embuchamento” promovido por hastes e folhas verdes.

    Segundo o doutor em proteção de plantas Vitor Muller Anunciato, ao dessecar as lavouras de soja, os agricultores também podem obter sementes de maior qualidade, pois os grãos terão um menor teor de umidade, evitando danos mecânicos e facilitando processos de secagem, armazenagem e transporte. “Isso pode resultar em maiores taxas de germinação de sementes e melhor viabilidade das sementes”. Segundo Muller a dessecação ainda pode permitir que agricultores programem sua colheita.

    “O uso da dessecação pré-colheita também permite que os agricultores programem sua colheita no momento mais conveniente para eles, sendo que a dessecação pode antecipar a colheita em até cinco dias em média, facilitando a logística e a operacionalidade da colheita da soja e semeadura do milho segunda safra em algumas regiões do Brasil”, comenta.

    O estágio ideal para a dessecação pré-colheita da soja varia dependendo da cultivar específica e das condições de crescimento. De acordo com o especialista, em geral, a dessecação deve ser realizada quando a soja atingir o estágio de maturidade fisiológica, ou seja, quando as folhas começarem a amarelar e as vagens atingirem o tamanho máximo. Isso ocorre normalmente quando cerca de 80-90% das folhas estão amareladas e a umidade das sementes está em torno de 30-35%.

    “Nesta etapa, a soja terá atingido seu potencial máximo de rendimento e o processo de secagem pode começar. Uma boa referência para esse ponto é quando as sementes de soja estão desprendidas das vagens, ponto ideal de dessecação para soja semente. Realizar a dessecação antes desse estágio de desenvolvimento pode gerar perdas de até 25% de produtividade, pois os grãos podem não estar completamente desenvolvidos”, completa Muller.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Copom mantém juros básicos da economia em 13,75% ao ano

    A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano; é 4ª vez seguida em que o BC não mexe na taxa

    Apesar da alta recente na inflação, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

    A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a quarta vez seguida em que o BC não mexe na taxa, que permanece nesse nível desde agosto.

    Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

    De março a junho de 2021, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro.

    No início de agosto do mesmo ano, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião.

    Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro de 2021 até fevereiro de 2022.

    No ano passado, o Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.

    Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986.

    Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo.

    A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

    Inflação

    A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

    Em 2022, o indicador fechou em 5,79%.

    Desde o fim do ano passado, a inflação vem subindo por causa da alta do preço dos alimentos e da reversão parcial das desonerações sobre os combustíveis.

    O índice fechou o ano passado acima do teto da meta de inflação.

    Para 2022, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

    O IPCA, portanto, não podia superar 5% nem ficar abaixo de 2% no ano passado. Para 2023, a meta de inflação está em 3,25%, também com margem de 1,5 ponto percentual, o que garantiria um intervalo entre 1,75% e 4,75%.

    No Relatório de Inflação divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA fecharia 2023 em 5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de março.

    As previsões do mercado estão menos otimistas. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 5,74%. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 5,31%.

    Crédito mais caro

    A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava crescimento de 1% para a economia em 2023.

    O mercado projeta crescimento menor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) neste ano.

    A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

    Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/