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6 de fevereiro de 2023

  • Movimento quer promover cultivo e uso do sorgo

    Com a coordenação da Embrapa, iniciativa público-privada visa solidificar a imagem do cereal como cultura sustentável

    Uma mobilização perene, sem divisas e fronteiras, voltada para o estímulo ao cultivo e à diversificação de uso e consumo sustentáveis do sorgo nos mais variados segmentos agropecuários e agroindustriais. Esta é a ideia central do “Movimento + Sorgo” estruturado no âmbito da Embrapa, em parceria com a Latina Seeds, e que prevê participação e adesão de empresas e organizações públicas e privadas interessadas no crescimento e no fortalecimento da cultura.

    Em função de seu know-how e participação em outras parcerias (como a Associação Rede ILPF), a Embrapa está coordenando a estruturação do processo de governança e de um fundo de financiamento do movimento (recursos dos parceiros interessados nesta aliança).

    De acordo com as informações da Embrapa, a iniciativa está sendo costurada para lançamento oficial ainda neste ano (2023). Período em que comemoram os 50 anos da Embrapa e que marca também a realização da Conferência Global do Sorgo – Resiliência e Sustentabilidade Diante das Mudanças Climáticas (Global Sorghum Conference – Resiliency and Sustainability in the Face of Climate Change), de 5 a 9 de junho, em Montpellier, na França.

    Dentre as ações projetadas estão as:

    • Alianças estratégicas entre empresas e organizações;
    • Mapeamento da produção;
    • Definição de regiões prioritárias potenciais;
    • Viabilização de recursos entre os parceiros;
    • Canalizados para um fundo de gestão;
    • Estratégias de comunicação e marketing (expedições e caravanas técnicas, canais em mídias sociais, etc.).

    Avanços tecnológicos

    Para o chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Frederico Ozanan Machado Durães, os avanços tecnológicos e o bom momento da cultura no País reforçam ainda mais o movimento:

    “O sorgo é um alimento energético rico, funcional e estratégico para o Brasil. Seu cultivo está em plena evolução no território brasileiro. É altamente responsivo na perspectiva do binômio inovação e mercado e na governança de uma moderna matriz de insumos e produtos. Atualmente, é possível distinguir um cinturão do sorgo granífero no Brasil, um “sorghum belt brasileiro”, sobretudo nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Tocantins, além do Distrito Federal”.

    Além disso, toda esta mobilização tem como objetivo final potencializar a produção e a disponibilidade de alimentos em diversas cadeias produtivas. Nesse aspecto, o sorgo é compreendido não como uma cultura individual, mas como um agente coletivo para a segurança alimentar.

    O movimento, portanto, não prevê o estímulo do seu uso em detrimento de demais cultivos. Ao contrário, prevê que o sorgo funcione como elemento agregador de valor e de impulsão de produtividade em diversos modelos agropecuários adotados nas propriedades rurais, sobretudo no âmbito tropical, bastante afetado nos últimos anos por episódios climáticos.

    Uma das ofensivas previstas no movimento é o esclarecimento para o produtor de como o sorgo (tanto o granífero quanto o forrageiro) é funcional para a pecuária para ampliar a janela de produção de alimento para consumo do animal durante os meses secos. Isso acontece porque, em geral, ele é mais resistente ao déficit hídrico e apresenta um ciclo de desenvolvimento mais curto do que o milho.

    Portanto, ao invés de substituí-lo, o sorgo é extremamente eficiente para formar uma dobradinha com o milho, para garantir uma oferta maior e de melhor qualidade de silagem e/ou de grãos para servir no cocho.

    Uso do sorgo para outras funções

    O movimento também quer fortalecer outras vertentes de uso da planta, como é o caso do sorgo biomassa (produção de bioenergia – via queima em caldeira), do sorgo sacarino (produção de biocombustível), do sorgo vassoura (produção de vassoura artesanal) e de sua versatilidade para a alimentação humana.

    “O grão do sorgo é uma grande alternativa para se produzir etanol, enquanto sua fibra tem enorme potencial para a geração de energia renovável, sem esquecer seus compostos bioativos, fundamentais para a saúde humana”, observa Willian Sawa, diretor-executivo da Latina Seeds.

    A idealização do “Movimento + Sorgo” teve como embrião uma proposta de campanha para ampliação do cultivo de sorgo, surgida internamente na Latina Seeds (empresa reconhecida com expertise em sementes de sorgo e de milho) e apresentada a seus colaboradores em 17 de junho de 2022, em Foz do Iguaçu-PR. Posteriormente, constatou-se que não bastava apenas estimular o plantio, mas também outras etapas de cadeia, como o processamento industrial e o consumo final.

    Esse conceito foi levado a potenciais parceiros pessoalmente por Sawa, e acabou recebendo definitivo impulso de viabilização por parte da equipe da Embrapa, que abraçou e ampliou a ideia.Uma das primeiras apresentações do arcabouço do movimento foi feita no último dia 10 de janeiro, pelo pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Frederico Botelho, durante o VII Encontro Nacional da Cultura do Sorgo, promovido (de modo on-line) pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz – Fealq (Piracicaba-SP).

    “Este é um movimento de parcerias. Portanto, convidamos as empresas e organizações interessadas em colaborar na construção e execução deste movimento, para se integrar à Embrapa e à Latina Seeds neste projeto de incentivo à expansão do cultivo e uso do sorgo no Brasil e em outros países”, observou o cientista, avisando que em breve será divulgado o modelo de participação nas parceiras, assim como sua institucionalização.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Embrapa lança bioinseticida para controle da mosca-branca

    Produto chega ao mercado a partir de parceria com empresa canadense Lallemand Plant Care

    Uma parceria público-privada entre a Embrapa e a empresa Lallemand Plant Care coloca no mercado o inseticida biológico Lalguard Java, uma alternativa sustentável para o controle da mosca-branca (Bemisia tabaci), praga que causa danos a mais de 40 cultivos no Brasil.

    De acordo com as informações da Embrapa, o inseto é responsável por prejuízos diretos (sucção da seiva, injeção de toxinas e distúrbios fisiológicos) e indiretos, pela excreção de substância açucarada, que favorece o crescimento de fungos nas folhas. Além disso, é vetor de diversas doenças transmitidas por vírus nas plantas. A mosca-branca apresenta resistência a vários inseticidas químicos sintéticos, o que dificulta e encarece seu manejo.

    O Lalguard Java foi formulado a partir de uma cepa do fungo Cordyceps javanica, que demonstra eficiência no controle de ninfas (forma jovem) e adultos de mosca-branca, especialmente por seu comportamento classificado como “caçador” (cresce extensivamente a partir de insetos mortos e infecta outros insetos nas folhas), o que resulta em alta mortalidade da praga.

    Aliado a isso, é inofensivo a seres humanos e outros vertebrados e apresenta baixo impacto em insetos benéficos, que atuam como inimigos naturais de pragas no campo. Diferentemente de pesticidas químicos, o Lalguard Java é inócuo para o meio ambiente e deixa zero resíduo em alimentos.

    Sobretudo, o bioproduto é resultado de uma pesquisa que começou em 2012 e envolveu especialistas da Embrapa. Houve um trabalho de coleta do fungo em áreas com alta mortalidade natural de mosca-branca em cultivos de soja, feijão, milho, goiaba, tomate e algodão, nos estados de Goiás e Maranhão, e no Distrito Federal.

    As cepas do fungo coletadas de ninfas e adultos da mosca-branca a campo foram isoladas em meio à cultura para dar início às pesquisas. Após essa etapa, foi conduzida análise molecular, via sequenciamento genético, para determinar as espécies presentes nas amostras, quando foram identificadas 11 cepas do fungo Cordyceps javanica.

    Teste da ação contra a mosca-branca

    O passo seguinte foi testar essas amostras quanto ao grau de efetividade para controle da mosca-branca em experimentos de laboratório, casa telada e campo. O resultado desses trabalhos foi a seleção da cepa BRM 27666 de Cordyceps javanica.

    Além do estabelecimento do zoneamento climático favorável para a cepa selecionada, foi avaliada ainda a sua compatibilidade com mais de 30 produtos comerciais comumente utilizados nos cultivos, entre adjuvantes, inseticidas, fungicidas e herbicidas. O objetivo foi testar se havia algum efeito tóxico de produtos químicos sintéticos sobre a eficiência do componente fúngico (esporos ou conídios) no controle da mosca-branca.

    A BRM 27666 mostrou eficácia em ambientes com alta ou baixa umidade, o que é um ponto positivo para sua aplicação nas lavouras. Além disso, essa cepa se multiplica dentro do hospedeiro, produzindo muitos esporos, que são as estruturas de disseminação do fungo, podendo ser espalhados pelo vento, pela chuva ou pelo próprio inseto, causando novas infecções.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Agronegócio do RS exportou US$ 15,6 bilhões em 2022

    O resultado representa um aumento de 3% em relação a 2021; em volume, o total comercializado foi de 21,5 milhões de toneladas

    O agronegócio do Rio Grande do Sul atingiu US$ 15,6 bilhões nas exportações acumuladas entre janeiro e dezembro de 2022.

    O resultado representa um aumento de 3% em relação ao mesmo período de 2021. Em volume, o total comercializado foi de 21,5 milhões de toneladas.

    Queda de 16% na comparação entre o ano passado e o anterior. Os dados estão no Relatório de Comércio Exterior do Agronegócio do RS, divulgado pela Farsul.

    Em dezembro de 2022, o agronegócio foi responsável por US$ $ 1,37 bilhão, dos US$ 1,9 bilhão exportados pelo estado, o equivalente a 72%.

    Em volume, o percentual foi de 90% do total comercializado pelo Rio Grande do Sul. Em valor, o resultado do último mês do ano é 14% superior ao de dezembro de 2021.

    Já em volume houve redução de 2,1 milhões de toneladas para 1,8 milhão de toneladas. Na comparação entre novembro e dezembro de 2022, houve queda de 1% no valor e aumento de 14% no volume exportados.

    A Assessoria Econômica da Farsul destaca que a queda nas exportações de soja em grãos é equivalente às perdas na produção em resultado da estiagem, indicando que neste tipo de situação o mercado interno é privilegiado, a redução é no mercado externo.

    Carnes bovinas tiveram vendas expressivas.

    Houve queda nos preços do mercado interno pelo aumento das escalas.

    A produção de frango também teve desempenho excelente, gerando boa expetativa mercadológica para o próximo ciclo em razão da gripe aviária em outros países. Já a carne suína teve sua crie refletida no mercado externo.

    O bom desempenho das exportações do arroz garantiu preços acima dos custos de produção, levando a um patamar acima do início do ano. A novidade em 2022 foi o trigo que chegou próximo a US$ 1 bilhão em vendas externas, quase o dobro do arroz que é mais tradicional e estabelecido.

    O resultado, aponta a Assessoria Econômica da Farsul, indica haver potencial para o cereal.

    “Destacamos o nosso programa voltado para este setor, o Duas Safras, que vêm estimulando a produção de Trigo no RS. Sempre defendemos que existe um grande mercado externo para o Trigo gaúcho e estes resultados são a prova”, descreve o relatório.

    Nas importações, o grupo Adubos (fertilizantes) e seus ingredientes passou de US$ 301 milhões em dezembro de 2021 para US$ 90 milhões em dezembro 2022.

    Em volume, a retração foi de 528 mil toneladas para 181 mil toneladas. Representando uma queda de 70% no valo e 6% no volume. Na comparação com novembro de 2022, as quedas foram de 62% e 5% respectivamente.

    As exportações para a Ásia (sem Oriente Médio) totalizaram US$ 668 milhões e 872 mil toneladas. A Europa atingiu US$ 289 milhões, sendo US$ 203 milhões para a União Europeia. Em seguida temos o Oriente Médio com US$ 186 milhões, América do Norte com US$ 93 milhões, América do Sul com US$ 85 milhões, África com US$ 100 milhões, Oceania com US$ 3 milhões e América Central e Caribe com US$ 30 milhões.

    Quanto aos países, a China aparece em primeiro lugar com US$ 403 milhões e participação de 29% no valor. Em segundo lugar temos os Estados Unidos com 5,6%, Índia com 5,3%, Arábia Saudita com 5,3% e Indonésia com 4,6%.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/