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14 de fevereiro de 2023

  • Soja: manejo com bioinsumos auxilia no controle pragas e doenças nas lavouras

    Conforme especialistas, o uso de bioinsumos cresce pelo menos 90% ao ano nos últimos três anos e vai duplicar até 2030 no Brasil

    A utilização de bioinsumos para o controle de pragas e doenças nas lavouras, em especial de soja, cresce pelo menos 90% ao ano nos últimos três anos e deve duplicar até 2030 no Brasil na avaliação de especialistas. Um dos fatores para isso é a demanda mundial por uma agricultura sustentável.

    Flávio Medeiros, professor do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), comenta que, além do interesse do produtor por insumos de origem biológica, o aumento de empresas com produtos de qualidade, volumes necessários para atender a essa demanda crescente, auxiliaram para o incremento da adoção dos bioinsumos nos últimos anos.

    “Os biológicos são uma opção que somada à várias outras medidas – como escolha de cultivares, época de semeaduras, aplicação de fungicida, rotação de culturas – entra como mais uma ferramenta para agregar em relação a manejo de doenças, em relação ao aumento de produtividade das lavouras e produção mais sustentável”, apontou o pesquisador durante o Open Sky Soja realizado em três principais regiões produtora de Mato Grosso, pela Proteplan, empresa mato-grossense de pesquisa agrícola.

    Uso correto de biológicos traz ganho à produtividade

    Resultados de pesquisas agrícolas mostram que o uso correto de biológicos na lavoura podem proporcionar ganho de no mínimo uma saca por hectare de soja. Segundo Medeiros, os bioinsumos garantem mais flores à planta de soja, o que poderá gerar mais vagens, e com isso as plantas tendem a aumentar o potencial produtivo.

    Para garantir a eficiência do uso dessa tecnologia e do bom crescimento da planta da soja é necessário que produtor e equipe conheçam as particularidades da sua lavoura e de sua região. Só depois de informações nas mãos é que se decide qual, como e onde os organismos podem ser introduzidos na cultura.

    manejo integrado e a adoção de ações multidisciplinares são apontados pelo pesquisador como essenciais para a garantia da performance produtiva da planta de soja. Além de saber o momento certo de introduzir os microrganismos, também é importante criar o nicho favorável. Ou seja, o que é preciso fazer para que esse microrganismo tenha sua melhor performance.

    A presença de palhada, a rotação de culturas, a aplicação bem no início do ciclo, com umidade do solo são ferramentas apontadas por Medeiros como itens fundamentais para conciliar com a aplicação do produto biológico para maximizar a eficiência do produto em relação ao alvo que se deseja aplicar e com isso ter uma menor redução de produtividade decorrente das ocorrências de doenças radiculares.

    “Quando se aplica o microrganismo, ele tem ainda um efeito fisiológico na planta. Vimos resultados com relação a maior atividade antioxidante no teço inferior, por exemplo, de folhas. Isso vai reduzir os sintomas de doenças, mas também vai aumentar a retenção foliar, e com isso temos maior fotossíntese, maior enchimento de grãos e maior produtividade. Então há várias métricas que o controle biológico encaixou como uma ferramenta importante para trabalhar o manejo integrado”, explicou.

    Bioinsumos devem ser integrados ao manejo integrado

    Os bioinsumos disponíveis no mercado devem ser, segundo o pesquisador Flávio Medeiros, empregados para o manejo de doenças de plantas dentro de uma proposta de manejo integrado. Para as doenças radiculares tem produtos que são voltados exclusivamente para controle de nematoides, tem produtos específicos para controle de doenças fúngicas, e tem produtos que manejam os dois problemas.

    “Em relação a parte área, temos duas abordagens: uma é para patógenos necrotróficos, pensando na colonização dos restos culturais para evitar a esporulação do fungo e a outra a proteção do tecido foliar combinando com mecanismos diferentes dos fungicidas, ou seja, tendo um maior espectro de ação e através de mecanismo de ação diferentes para ter redução na severidade da doença”, disse o especialista.

    Na palestra realizada em Campo Verde (localizado na região sudeste de Mato Grosso), o professor explicou que os bioinsumos são tecnologias baseadas em bactérias e em fungos. Ambos agem no controle de pragas e insetos transmissores de doenças a partir da introdução de seus inimigos naturais no sistema.

    “Mas eles não devem ser usados isoladamente. São mais uma ferramenta que podem ser otimizadas às práticas de manejo integrado, que inclui o uso em conjunto com os produtos químicos. Quanto mais diversificado o sistema de produção, mais diversificado é o conjunto de microrganismos”, destacou.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Colheita de soja 22/23 atinge 17% da área, diz AgRural

    Maior intervalo de tempo firme ajudou a colheita a “tomar impulso” em vários estados do Brasil, com destaque para Mato Grosso

    A colheita da safra brasileira de soja 2022/23 atingia na quinta-feira (9) 17% da área cultivada, ante 9% uma semana antes e 24% em igual período do ano passado, de acordo com dados da AgRural, divulgados nesta segunda-feira (13).

    Conforme a consultoria, o maior intervalo de tempo firme ajudou a colheita a “tomar impulso” em vários estados do Brasil, com destaque para Mato Grosso, onde 44,10% dos 11,8 milhões de hectares destinados para a cultura já foram colhidos.  No Rio Grande do Sul, onde ainda não há soja pronta para retirada do solo, as lavouras seguem perdendo produtividade devido ao calor e à irregularidade das chuvas.

    Por outro lado, nos demais estados do país, a expectativa é de rendimentos “muito bons”, de acordo com a empresa.

    Milho verão

    Em relação ao milho primeira safra (verão), a área colhida no Centro-Sul alcança 14%, ante 10% uma semana antes e 23% um ano atrás. Já o plantio da segunda safra (safrinha) atinge 25% da área esperada, em comparação com 12% uma semana antes e 42% no mesmo período do ano passado.

    Os trabalhos mantiveram-se concentrados em Mato Grosso, mas as plantadeiras também já começaram a entrar em ação em Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.

    Segundo a AgRural, de um modo geral, os produtores ainda têm tempo para tirar o atraso do plantio da safrinha até o fim de fevereiro ou meados de março, “dependendo das janelas locais de semeadura”.

    Para a consultoria, há preocupação, porém, no sudoeste e no oeste do Paraná, onde o atraso é muito grande e o plantio dificilmente será feito dentro da janela, já que há previsão de mais chuvas para essas regiões.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Ministério da Agricultura registra fungicida inédito no Brasil

    Foi registrado um fungicida com ingrediente ativo Tiafenacil; o produto é um novo herbicida, usado no plantio direto

    O Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou o Ato n° 05, no Diário Oficial da União desta segunda-feira (13), tornando público o registro de 22 produtos formulados, sendo um fungicida inédito no Brasil.

    Essa publicação divulga quais foram os produtos formulados que foram registrados e efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores.

    Dos produtos registrados hoje, quatro são de materiais biológicos inofensivos a seres humanos e outros animais.

    Eles são compostos por Beauveria bassiana, Bacillus licheniformis, Bacillus subtilis Trichoderma harzianum, Trichoderma viride; além do baculovirus de Spodoptera frigiperda, específicos de lagartas.

    “Até uns três anos atrás, grande parte dos produtos que eram utilizados para o controle de pragas eram de origem química e poucos de origem biológica. Porém, de alguns anos pra cá esse cenário vem mudando e hoje percebemos que os produtos de origem biológica vêm ganhando mercado. Isso é demonstrado pelo crescente número de registro de produtos de baixo impacto para controle de pragas”, explica a diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, Edilene Soares.

    Em relação aos produtos químicos, foi registrado um fungicida com ingrediente ativo Tiafenacil, que é inédito no Brasil.

    Este produto é um novo herbicida, muito usado em procedimentos adotados no plantio direto, em especial as dessecações pré-plantio e pré-colheita nas culturas agrícolas de algodão, feijão, milho e soja. O ingrediente ativo em questão já está aprovado nos Estados Unidos da América e na Austrália.

    Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país.

    Os novos registros são importantes pois diminuem a concentração do mercado de defensivos e aumentam a concorrência. Isso acaba resultando em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.

    Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pela Anvisa, pelo Ibama e pelo Mapa, órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, respectivamente, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/