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6 de março de 2023

  • Trigo transgênico: aprovação traz tranquilidade ao setor, afirma entidade

    Abitrigo entende que decisão dá fim a risco operacional no mercado nacional

    A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) divulgou nota favorável à aprovação do plantio, da importação e da comercialização do trigo transgênico, HB4, da Bioceres. O posicionamento foi apresentado na última sexta-feira (3).

    O documento assinado pelo presidente da entidade, Rubens Barbosa, pondera que a medida resolve o risco operacional que existia desde a aprovação da importação de farinha com trigo geneticamente modificado. Dessa forma, a instituição avalia que a decisão de agora leva “tranquilidade aos diferentes atores do mercado”.

    A Abitrigo reforça que é a favor do desenvolvimento de inovações que tragam benefício à saúde e à segurança alimentar dos brasileiros. Com isso, sinaliza que vai se limitar a “oferecer comentários sobre o aspecto mercadológico da decisão”.

    Trigo transgênico no Brasil

    Como, segundo a entidade, não ocorreram manifestações contrárias ao trigo transgênico desde a aprovação da importação de farinha, e pesquisas realizadas no período deram sinais de que os brasileiros não se opunham ao uso, a entidade acredita que “a palavra final ficará com os consumidores”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Milho: colheita de verão atinge 35,4% no Brasil

    É o que aponta o mais recente levantamento da consultoria Safras & Mercado

    A colheita da safra de verão 2022/23 no Brasil de milho atingia 35,4% da área estimada de 4,188 milhões de hectares até sexta-feira (3), segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado.

    Os trabalhos de colheita atingem 67,2% da área no Rio Grande do Sul, 50,9% em Santa Catarina, 28% no Paraná e 22,4% em São Paulo. Em Goiás, o total colhido chega a 7,1% e em Minas Gerais em 4,8%. No Mato Grosso do Sul, o índice chega a 3,2%. Já no Mato Grosso o total colhido é de 4%.

    No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 44,8% da área estimada de 4,385 milhões de hectares da safra verão 2021/22. A média de colheita nos últimos cinco anos para o período é de 33,5%.

    Desempenho da safrinha de milho

    O plantio da segunda safra de milho 2023 no Centro-Sul do Brasil, popularmente conhecida por safrinha, atingiu 57% da área estimada de 14,952 milhões de hectares, também segundo levantamento da Safras & Mercado, com dados até 3 de março.

    Os trabalhos atingem 33,5% da área no Paraná, de 2,28 milhões de hectares. Em São Paulo, o plantio ocupa 26,8% da área prevista de 527 mil hectares. Em Mato Grosso do Sul, o plantio chegou a 44,6% dos 2,196 milhões de hectares previstos. Dos 2,413 milhões de hectares projetados em Goiás, o plantio alcançou 50,7%. Já em Mato Grosso, o cultivo está em 78,9% dos 6,653 milhões de hectares previstos. Enquanto isso, em Minas Gerais o plantio está em 18,5% dos 883 mil hectares.

    No mesmo período do ano passado o cultivo atingia 70% da área de 14,809 milhões de hectares da safrinha 2022, enquanto a média de plantio para o período nos últimos cinco anos é de 65,2%.

    Na região do Matopiba, os trabalhos atingem 21,2% da área estimada em 1,244 milhão de hectares. No mesmo período do ano passado, o plantio era de 15,9% de 1,192 milhão de hectares cultivados na safrinha 2022. Já a média de plantio para o período nos últimos cinco anos é de 11,8%.

    Até agora, o plantio atinge 40,3% da área prevista de 348 mil hectares no Tocantins e de 7,2% dos 194 mil hectares esperados na Bahia. A semeadura atinge 16,9% no Maranhão e 12,3% no Piauí.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Pecuária leiteira do Brasil é de baixo carbono, destaca estudo

    Pesquisa da Embrapa aponta que, em sistemas intensivos em pastagem, são necessárias 52 árvores por vaca para chegar ao leite carbono zero

    Um estudo conduzido pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP) aponta que são necessárias 52 árvores por vaca nos sistemas intensivos de produção para chegar ao leite carbono zero. O plantio de árvores é uma estratégia de compensação da emissão de gases de efeito estufa (GEEs).

    Podendo ser usado por pecuaristas para o desenvolvimento de uma pecuária mais sustentável e voltada para a descarbonização. Em sistemas extensivos (baixo nível tecnológico), essa quantidade é de 33 eucaliptos.

    O trabalho, divulgado na publicação internacional Frontiers in Veterinary Science, avaliou o efeito de vacas holandesas (HPB – Preto e Branco) e de jersolandas em diferentes níveis de intensificação – pastejo contínuo com baixa taxa de lotação e rotacionado irrigado com alta taxa de lotação – e a interação entre esses dois fatores na mitigação de GEEs.

    No experimento, foi realizado o balanço de carbono entre as emissões de GEEs (inclusive de metano – CH4 entérico) e as remoções de GEE, por meio do sequestro de carbono do solo. Essas variáveis ​​foram usadas para calcular o número de árvores necessário para mitigar a emissão e o efeito poupa-terra.

    Segundo informações da Embrapa, foram considerados dois diferentes modelos produtivos brasileiros a pasto – extensivo e intensivo. O trabalho também comparou duas raças, a HPB e a jersolanda, tradicionalmente utilizadas no País para a produção de leite.

    Considerando apenas a raça, na comparação entre as holandesas e as jersolandas, estas são mais eficientes em relação às emissões. Com o plantio de 38 árvores por vaca, o produtor faz a compensação; os que utilizam a raça holandesa precisam de oito árvores a mais por vaca.

    De acordo com a pesquisadora Patrícia P. A. Oliveira, a pecuária brasileira é realizada principalmente em pastagens. Dessa forma, a demanda de redução das emissões e da pegada ambiental, dá uma vantagem a mais ao País. Sendo os bovinos criados a pasto, a necessidade de árvores para a compensação das emissões de GEEs é menor, porque na contabilização do balanço de carbono, o sequestro de carbono do solo, positivo nos dois sistemas testados, contribui na compensação das emissões.

    A produção de leite brasileira e as questões de sustentabilidade

    O Brasil produz 35 bilhões de litros de leite por ano, ocupando o terceiro lugar no ranking mundial. As propriedades, a maioria de pequeno e médio porte, estão distribuídas em 98% dos municípios brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No total, mais de quatro milhões de pessoas estão envolvidas na produção de leite no país.

    “As gramíneas são a principal fonte de alimento para o gado leiteiro em sistemas baseados em pastagens de qualidade comprometida” — Patrícia P. A. Oliveira

    No entanto, a produtividade é muito baixa na maior parte dessas fazendas. A média de litros de leite por vaca em lactação é em torno de quatro litros ao dia no Brasil, enquanto a média mundial é próxima a 10 litros diários. “Esse cenário discrepante de baixa eficiência sistemática pode ser explicado pelo modelo de produção adotado. As gramíneas são a principal fonte de alimento para o gado leiteiro em sistemas baseados em pastagens de qualidade comprometida, que muitas vezes são manejados abaixo de sua taxa de lotação potencial, com uma média nacional de uma vaca por hectare”, complementa a pesquisadora.

    O setor, além de ter a demanda de elevar a produtividade, viu aumentar nos últimos anos as expectativas dos consumidores em relação à qualidade do produto e às questões de sustentabilidade e bem-estar animal. É crescente a preocupação com as mudanças climáticas. No Brasil, a agropecuária é responsável por 33,6% das emissões brasileiras de GEE, sendo 19% vindas da fermentação entérica. O rebanho bovino contribui com 97% das emissões de metano, sendo 86% do rebanho de corte e 11% do gado leiteiro.

    “Estratégias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como mudanças no manejo de sistemas de produção de leite a pasto, por meio da intensificação da utilização de forragem e uso de raças e cruzamentos de animais mais especializados, podem contribuir para compensar as emissões de GEE. Comparados aos sistemas leiteiros tradicionais são sumidouros de carbono. Essas ações – melhorar a fertilidade do solo e manejo das pastagens, a nutrição e a genética animal são pontos básicos e de fácil adoção – podem contribuir para o balanço de carbono das fazendas leiteiras e diminuir a necessidade de outros procedimentos externos, como a compra de créditos de carbono para compensar as emissões”, enfatiza a pesquisadora.

    A intensificação sustentável dos sistemas de produção de pecuária leiteira pode se tornar uma tecnologia chave para a mitigação das mudanças climáticas. “Resultados de experimentos de longo prazo nesta área são importantes para regiões tropicais e subtropicais e precisam ser realizados, mesmo sendo bastante onerosos e laboriosos”, acrescenta.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/