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24 de março de 2023

  • Frete sobe 11% em fevereiro puxado por safra de soja

    É o que mostra levantamento do Índice de Frete Repom (IFR)

    O preço médio do frete por quilômetro aumentou 11% ante janeiro e fechou a R$ 7,88 em fevereiro, apontam os dados do levantamento do Índice de Frete Repom (IFR). O valor foi divulgado nesta semana.

    O aumento foi impulsionado pelo frete do agronegócio, que subiu 27% na comparação mensal, e pelo início da safra de soja, já que o custo do transporte da oleaginosa aumentou 10%. Na comparação com fevereiro do ano passado, a alta do preço médio do frete por quilômetro foi de 20%.

    A fatia que corresponde ao diesel na composição do frete em fevereiro foi de 37,63%. Além disso, no dia 17 de fevereiro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a nova tabela do piso mínimo do frete, com redução de -5,72%, resultado da oscilação para menos no preço final do diesel S-10.

    “Temos outro item que vem ganhando relevância na composição do preço do frete por quilômetro rodado e se mantém em alta, que é o impacto dos juros” — Vinicios Fernandes

    “Mesmo com a redução no valor do combustível e, como consequência, no piso mínimo da tabela do frete, além dos reflexos do segmento agro e da soja, temos outro item que vem ganhando relevância na composição do preço do frete por quilômetro rodado e se mantém em alta, que é o impacto dos juros”, disse o diretor da Repom, Vinicios Fernandes, em nota.

    “Um contexto de altas taxas dificulta o acesso dos caminhoneiros ao crédito para capital de giro e para o financiamento de equipamentos. Além disso, o aumento pelo embarcador no prazo de pagamento do frete sobrecarrega ainda mais o bolso dos profissionais da estrada e diminui seu poder de compra”, prosseguiu Fernandes, conforme comunicado à imprensa da Repom.

    O Índice de Frete Repom (IFR)

    O IFR é um índice do preço médio do frete levantado com base nos 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio administradas pela Repom, marca da Edenred Brasil de soluções de gestão e pagamento de despesas para o mercado de transporte rodoviário de carga. A empresa atende a mais de 1 milhão de caminhoneiros em todo o Brasil.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja com genoma editado para tolerância à seca é aprovada pela CTNBio

    Comissão passa a considerar variedade como convencional e não transgênica, tornando os processos de pesquisa menos burocráticos

    A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) acaba de considerar como convencional a soja desenvolvida pela Embrapa para a tolerância à seca, a partir da técnica de edição gênica CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), ou seja, Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas.

    “Ao considerar essa soja como não transgênica, os processos de pesquisa são menos burocráticos e, portanto, conseguimos reduzir o prazo e os custos para que as cultivares tolerantes à seca cheguem ao mercado, com biossegurança assegurada”, comemoram Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja, e a pesquisadora Liliane Henning.

    “Além disso, não haverá a necessidade de conduzirmos o processo complexo de desregulamentação comercial de um produto transgênico, que é demorado e oneroso”, destacam.

    A decisão da CTNBio foi baseada na normativa que regula o uso de técnicas de edição genética no Brasil, a Resolução Normativa nº 16 (RN16), a partir de solicitação da Embrapa Soja (Centro Nacional de Pesquisa de Soja), sediada em Londrina (PR).

    Coleção de sementes de soja

    Primeiramente, os pesquisadores identificaram no Banco Ativo de Germoplasma (BAG), que é uma coleção de sementes com mais de 65 mil acessos de soja (tipos diferentes do grão), quais eram as fontes de tolerância à seca.

    “Essas fontes de tolerância não têm, necessariamente, as características de alta produtividade e sanidade das cultivares comerciais. Por isso, a estratégia da equipe de pesquisa foi utilizar uma cultivar altamente produtiva para alterar seu DNA – via técnica de edição gênica – essa característica que visa reduzir as perdas de produtividade quando da ocorrência de eventos de seca”, defende Nepomuceno.

    Nas casas de vegetação da Embrapa Soja, que são ambientes controlados, a planta editada se mostrou mais tolerante à seca que as outras plantas padrão com que foi comparada. Porém, ainda há necessidade de realizar testes a campo. A partir dessa aprovação da CTNBio, a Embrapa tem a possibilidade de validar a planta editada, em diferentes regiões produtoras de soja.

    “Com esta decisão da CTNBio, teremos condições como empresa pública de testar essa tecnologia a campo e, caso obtenhamos sucesso, reduzir as perdas por falta de água no campo”, explica o chefe-geral da Embrapa Soja.

    Ao se confirmar que a planta editada apresenta as características de tolerância à seca, a soja seguirá as mesmas etapas de desenvolvimento de uma cultivar convencional.

    “Essa soja passará pelos testes que avaliam seu valor quanto ao cultivo e uso, assim como seu comportamento nos diferentes ambientes de produção. Esse processo leva, em média, 3 anos”, explica Henning.

    Perdas causadas pela seca

    A seca é um problema complexo, de ampla abrangência territorial e tem longo histórico de severos danos causados à sojicultura nacional. Levantamento da Embrapa Soja mostra que, na safra 2021/22, os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul perderam mais de R$ 70 bilhões em grãos de soja não colhidos, devido à maior seca das últimas décadas.

    “A tecnologia que estamos desenvolvendo visa ajudar a mitigar estas perdas relacionadas com períodos de veranico”, explica Nepomuceno.

    Edição gênica na Embrapa Soja

    Técnicas para editar e modificar o DNA das espécies são utilizadas desde a década de 1980. Porém, uma das tecnologias mais promissoras na área de edição de genomas é denominada CRISPR. Essa técnica possibilita a identificação de genes de interesse no DNA da espécie em estudo e sua modificação, de acordo com as necessidades da pesquisa. Essa metodologia pode ser considerada revolucionária por permitir a manipulação de genes com maior precisão, rapidez e menor custo.

    A Embrapa Soja vem testando várias metodologias de edição gênica desde 2015. Em setembro de 2022, a CTNBio aprovou a primeira edição no genoma da soja, conduzida pela Embrapa com a técnica CRISPR para desativar alguns fatores antinutricionais (lectina).

    “A lectina, quando presente em rações de aves e suínos, dificulta a absorção de nutrientes, por isso a importância de sua inativação”, explica a pesquisadora Liliane Henning.

    A pesquisadora ressalta que na indústria de rações, esta inativação é feita por calor que gera custos ao setor. “Com a soja que desenvolvemos, a proposta é reduzir estes custos e aumentar a eficiência de ganho de peso em animais que utilizam estas rações”, ressalta.

    Tanto na soja mais tolerante à seca, quanto na soja com fatores antinutricionais desativados, a Embrapa tem utilizado a técnica de CRISPR-Cas9, após obtenção de licença junto à empresa Corteva.

    Harmonização na legislação mundial

    A decisão da CTNBio, respaldada na legislação brasileira (RN16), está alinhada com o que vem ocorrendo na maioria dos países que desenvolvem tecnologias para a agricultura, como os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, o Japão, a China e Argentina.

    “O entendimento é que a biossegurança é mantida quando as alterações no DNA feitas com técnicas de edição gênica reproduzem mutações que poderiam ocorrer naturalmente ou então serem obtidas por técnicas de melhoramento genético tradicional”, relata Nepomuceno. “Por isso, esses organismos com genoma editado não têm sido considerados organismos transgênicos mas, sim, convencionais”, reforça.

    Nepomuceno pontua que a União Europeia (UE), que era a única região do mundo que ainda considerava que qualquer técnica de alteração genética deveria ser considerada como transgenia, alterou sua posição em fevereiro de 2023.

    “A Europa era o último grande player mundial a considerar transgênicos esses organismos com genoma editado. Essa decisão da UE é um grande passo para a harmonização da legislação mundial no que diz respeito ao uso de técnicas de biotecnologia principalmente na agricultura”, ressalta Nepomuceno.

    Democratização no uso das técnicas

    Segundo ele, os países que adotaram inicialmente este procedimento já estão observando um aumento na formatação de pequenas e médias empresas trabalhando nesta área de edição gênica.

    “Está ocorrendo uma democratização no uso destas técnicas, permitindo mais opções tecnológicas ao setor produtivo. Se mais empresas participam desse mercado com diferentes tecnologias, isso favorece que custos reduzam no médio e longo prazo”, diz.

    A Embrapa já havia desenvolvido plantas tolerantes à seca via transgenia, utilizando genes de outras plantas em soja. “Infelizmente, a polêmica em cima desta tecnologia tão importante tornou o custo para uma liberação comercial proibitivo para empresas públicas como a Embrapa, ou nossas universidades. Agora, na era da edição gênica, temos uma grande chance de trazer tecnologias importantes para a agricultura”, explicam Nepomuceno e Henning.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Qualificação técnica marca o lançamento da Operação 365

    O programa tem como objetivo melhorar a qualidade do solo e o sistema produtivo no Rio Grande do Sul

    A Operação 365 tem como objetivo estabelecer um programa para estimular a melhoria da qualidade química, física e biológica dos solos agrícolas, visando elevar a sustentabilidade, a estabilidade produtiva das lavouras e maximizar a rentabilidade das propriedades rurais no Rio Grande do Sul. A CCGL, através da RTC – Rede Técnica Cooperativa e em conjunto com a EMBRAPA e outras instituições parceiras, realizou na última sexta-feira (17/03), no auditório da CCGL, a qualificação técnica para 97 técnicos de 18 cooperativas associadas, marcando assim o início oficial da Operação 365.

    Os técnicos habilitados na qualificação serão certificadores pelo programa e poderão realizar avaliação em talhões de produtores associados às cooperativas. Para que o produtor receba o certificado, os talhões deverão ser cadastrados na plataforma SmartCoop, que será o ambiente para o gerenciamento de dados registrados em cada talhãoA avaliação será feita através dos critérios do Índice de Qualidade do Manejo (IQM), estabelecido pela Operação 365. Nos critérios do IQM são avaliados fatores como: práticas de produção, uso de plantas de cobertura, permanência de palhada, indicadores de custo, questões físicas e químicas do solo, dentre outras.

    De acordo com o nível de certificação de cada talhão, o produtor estará apto a receber benefícios da cooperativa em que é associado. Os benefícios têm como objetivo valorizar os produtores que realizam o manejo adequado, fomentar o uso de boas práticas agrícolas, além de servir como exemplo para outros produtores. Para o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemanski, com o trabalho que será desenvolvido na Operação 365 todos têm a ganhar. – Com o sucesso de um produtor, seu município ganha, sua cooperativa ganha e o Estado vivencia os resultados positivos de uma boa safra. Além disso, a visibilidade das lavouras que estão no nível de excelência permite que as lavouras que não estão com bom resultado sejam diagnosticadas e, assim, surjam opções para soluções, completou Jorge.

    O Gerente de Pesquisa da CCGL/RTC, Geomar Corassa, ressalta que a Operação 365 é um trabalho coletivo em prol da agricultura. – Acreditamos que vamos contribuir para a melhoria da qualidade das áreas da produção do Rio Grande do Sul e, naturalmente, contribuiremos para o aumento da produtividade e da eficiência agrícola tanto de grãos, leite ou carne, completou Geomar.

    Fonte: ASCOM CCGL