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31 de março de 2023

  • Soja: cultivo em sulco tem rendido 106 sacas por hectare no RS

    Sistema já é implantado em 500 mil hectares no estado. Veja quanto custa para implantar em uma lavoura, os benefícios e riscos

    Nesta safra, a área de soja no Rio Grande do Sul avançou cerca de 100 mil hectares sobre as regiões de terras baixas em comparação à temporada anterior. Agora, são 500 mil hectares cultivados neste sistema, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

    Pesquisas vem aperfeiçoando o cultivo da oleaginosa em sulco, ou seja, quando o solo está um pouco mais baixo entrelinhas. Com o controle da umidade, a técnica tem alcançado bons resultados de produtividade.

    O técnico agrícola Emerson Peres é um estudioso desse sistema. Ele arrendou uma área de 70 hectares, em Camaquã, que estava degradada. “O sulco pode ser trabalhado em diversas dimensões. Aqui nesta área temos a largura de 1m 35 cm que comporta as plantadeiras tradicionais que têm 45 cm de largura entrelinhas, na qual duas linhas ficam centralizadas em cima do camalhão e a que cai no sulco é desativada e, assim, sucessivamente”, explica.

    Como funciona?

    Para que esse sistema opere é fundamental que o solo esteja suavizado ou nivelado. Funciona da seguinte forma: pelos valos ou sulcos a soja consegue receber água da irrigação e também escoar a chuva quando acontecem altas precipitações. Isso garante que o grão mantenha o seu potencial produtivo mesmo em anos de estiagem, como ocorreu nesta safra.

    A soja de Peres está com bastante vagens e sem sinais de seca. A água entra na hora certa. São colocados tubos na margem da lavoura e a irrigação entra no sulco de forma precisa, conforme a necessidade. A técnica sulco, ou sulco camalhão, quando há uma elevação do solo onde vai a raiz da planta, é estudada pela Embrapa há três safras.

    Segundo o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, José Maria Parfitt, trata-se de um processo irreversível em função dos resultados obtidos. “O produtor sabe que vai lucrar com isso. E outra coisa muito importante é que combina muito bem com o arroz porque numa resteva de soja em sistema sulco camalhão você só vai entaipar a lavoura e plantar arroz”

    Custo de implantação

    O Rio Grande do Sul conta com 70 mil hectares com a técnica e os resultados são animadores, com cerca de 30 sacas a mais por hectare e produtividade de 106 sacas por hectare. Os custos são relativamente baixos:

    • Suavisar o solo: média de 5 sacas/ha e só precisa ser feito no primeiro ano
    • Politubo: custa de duas a quatro sacas/ha
    • Sulcadora: a partir de R$ 60 mil

    O sistema atraiu um grupo de produtores do Paraguai que também cultiva grãos em terras baixas. “Isso é fantástico. Hoje já trabalhamos com irrigação em soja mas nossa preocupação maior é em momentos onde há muita água. Para nós, isso aqui seria o futuro. Nós do Paraguai, quando viajamos ao Brasil, estamos vendo o futuro. Vemos os acertos e os erros para não repetir”, destaca o produtor paraguaio Cristian Reinecke.

    Técnica já utilizada nos Estados Unidos

    No sulco também pode ser plantado milho e trigo, em sucessão ou rotação de culturas. A técnica já é muito usada nos Estados Unidos e também aparece em países como Uruguai e Argentina.

    No Brasil, além do Rio Grande do Sul, há alguns experimentos em Mato Grosso do Sul. O pesquisador Parfitt, da Embrapa, alerta que este é um sistema viável somente para terras baixas e não é viável em outras áreas produtivas em função da declividade e absorção de água do solo.

    O técnico agrícola Emerson Peres também pondera que um único evento de precipitação alta pode trazer um grande problema neste sistema, acabando com até 60% do potencial produtivo da soja.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Emater: todas as culturas do RS registram perdas por estiagem

    Nas lavouras de soja, a produtividade varia entre 300 quilos e 3.000 quilos por hectare, o que mostra a grande diferença das lavouras

    Avança a colheita de grãos no Rio Grande do Sul. Arroz e milho estão mais adiantados, e a colheita da soja alcança 4%. Todas as culturas registram perdas em função da estiagem.

    Conforme os dados divulgados pela Emater, o Rio Grande do Sul, que tem um calendário mais tardio, está começando a colheita da soja. O volume colhido até o momento é de 4%. Nas lavouras já colhidas, a produtividade está entre 300 e 3.000 quilos por hectare, o que mostra a grande diferença das lavouras. No entanto, grande parte da cultura ainda está em enchimento de grãos e maturação. A pouca umidade no solo deixa folhas secas e vagens debulhando ao natural. Na região de Bagé, há lavouras com baixa de 80%, e em Tupanciretã, município com maior área plantada, a produtividade não deve passar de 1.620 kg/ha.

    Na cultura do arroz, a colheita atingiu 34% da área. O tempo seco fez os trabalhos avançarem na última semana, e a produtividade é considerada boa, mesmo com a baixa de quase 6% na média do estado. A região da Fronteira Oeste tem perdas de 15%, e na região metropolitana de Porto Alegre, a radiação solar favorece a cultura.

    No milho, a colheita está bem adiantada e alcança 74%. A produtividade está na casa de 4.440 kg/ha, uma redução de quase 40%. A situação é bem diferente conforme as regiões, e o milho no sulco, em terras baixas, teve bons resultados. Pelo estado, ainda há lavouras em estágios menos avançados, como pendoeamento e colocação de espigas.

    Com a proximidade do inverno, os produtores que retiram as culturas de verão já fazem a implantação das coberturas e pastagens.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/