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5 de abril de 2023

  • Consultoria indica produção recorde de soja e milho no Brasil

    Segundo a StoneX, Brasil deve atingir 157,7 milhões de toneladas da oleaginosa e 131,34 milhões de toneladas do cereal

    A safra brasileira de soja 2022/23 driblou o clima ruim no Rio Grande do Sul, cuja produção está estimada em 15 milhões de toneladas, e tem avançado significativamente conforme os trabalhos de colheita indicam produtividades excelentes e até mesmo recordes. É o que indica a consultoria StoneX em relatório divulgado nesta semana.

    “A produção de soja pode atingir 157,7 milhões de toneladas, o que tende a resultar em um balanço de oferta e demanda mais folgado neste ano”, indicou a especialista da StoneX, Ana Luiza Lodi, na revisão de abril do grupo. O número divulgado é 3 milhões acima do que havia sido estimado no mês anterior.

    O relatório apontou aumentos da produtividade média em vários estados, como os do Centro-Oeste, do Matopiba, São Paulo e Paraná, além de ajustes positivos de área plantada. Dessa forma, segundo a consultoria, há o total do Brasil para 44,17 milhões de hectares.

    “Com a produção recorde, os estoques finais ainda ficariam em 9 milhões de toneladas” — Ana Luiza Lodi

    Mesmo assim, como a produção mundial é muito concentrada, o mercado especula o quanto de soja a Argentina importará do Brasil, diante das perdas enormes esperadas no país. Com isso, as exportações brasileiras estão estimadas pela StoneX em 96 milhões de toneladas, e o consumo doméstico em 54 milhões. “Caso essa demanda se confirme, com a produção recorde, os estoques finais ainda ficariam em 9 milhões de toneladas”, explica Ana Luiza.

    Além da soja: oferta de milho tem potencial para recorde

    A produção total brasileira de milho 2022/23 foi revisada para 131,34 milhões de toneladas pela StoneX (considerando as três safras), um recorde para o país. O número leva em consideração os ajustes positivos na safra verão e uma leve queda no “safrinha”.

    No caso da safra de verão de milho 2022/23, a StoneX elevou sua estimativa de produção para 28,6 milhões de toneladas, um aumento de 3,8% em relação ao seu relatório de março.

    Nos estados do Sul, a colheita está em sua reta final e foi possível observar produtividades maiores do que as previamente esperadas no Paraná e Santa Catarina. Em São Paulo, apesar da redução na área plantada, a expectativa de maior produtividade resultou em uma oferta mais robusta no estado.

    Já no Maranhão, Tocantins, Piauí e Pará, o bom volume de chuvas ao longo das últimas semanas melhorou as condições hídricas das lavouras, resultando em expectativas mais favoráveis para a produção na região.

    Em relação à segunda safra 2022/23, houve pequena retração de 0,3%, para 100,54 milhões de toneladas. “Grande parte da contração observada pode ser atribuída ao corte realizado no Paraná, onde o atraso no plantio deverá resultar em uma área e produtividade média menores que as esperadas anteriormente, com a janela da semeadura sendo ultrapassada”, explicou o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Pedro Lopes.

    O grupo também revisou para baixo a área plantada de Minas Gerais, motivado pelo receio com o clima e a expectativa menos favorável para os estados do Maranhão, Tocantins e Piauí, que tiveram o plantio prejudicado pelo excesso de umidade. A queda não foi maior em função de perspectivas mais favoráveis para Mato Grosso, São Paulo e Pará.

    No que diz respeito à demanda, existem alguns fatores que devem estimular a procura internacional pelo grão do Brasil, considerando os problemas enfrentados pela safra argentina, a imprevisibilidade ligada aos embarques ucranianos e o acordo para exportação do milho brasileiro para a China.

    Com isso, a StoneX aumentou novamente sua estimativa de exportação para a temporada 2022/23, em 1 milhão de toneladas, para 48 milhões. Em meio às alterações realizadas, os estoques finais recuaram para 13,83 milhões de toneladas, o que representa uma relação estoque/uso de 10,7%.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Cereais de inverno podem substituir principais insumos da ração para aves e suínos

    A busca por alternativas para a alimentação de aves e suínos é importante para garantir a sustentabilidade do setor e reduzir custos

    Com o alto custo do milho e do farelo de soja, principais insumos da ração para aves e suínos de produção, produtores e profissionais da avicultura e suinocultura estão em busca de alternativas para garantir a alimentação dos animais. E uma solução pode estar nos cereais de inverno, como trigo, aveia, centeio, cevada e triticale.

    Segundo pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Trigo (RS) e Embrapa Suínos e Aves (SC), esses cereais são opções viáveis para substituir o milho na formulação de rações e concentrados para alimentar suínos e aves.

    Além de reduzir a dependência desse grão na Região Sul, cuja produção não tem sido suficiente para atender à demanda, o resultado amplia o mercado para os cereais de inverno, que ocupam cerca de 20% da área potencial de cultivo.

    Atualmente, a produção desses cereais não é suficiente para atender à demanda no país.

    Porém, de acordo com a Embrapa, ainda existem cerca de 5 milhões de hectares para sua produção na região Sul do Brasil. As áreas de lavoura de inverno representam apenas de 10% a 15% das áreas de cultivo de verão, o que indica um grande potencial de crescimento na produção de cereais de inverno.

    Essa busca por alternativas para a alimentação de aves e suínos é importante para garantir a sustentabilidade do setor e reduzir custos.

    Os produtores e profissionais da avicultura e suinocultura precisam se adaptar às mudanças no mercado e buscar soluções inovadoras para continuar produzindo com qualidade e eficiência. Os cereais de inverno surgem como uma opção promissora nesse sentido.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Relatório do USDA pode trazer suporte ao preço da soja no Brasil

    Consultor de mercado pondera que safra norte-americana apenas será maior do que a anterior se o clima for perfeito, algo improvável

    O relatório de intenção de plantio da soja nos Estados Unidos, divulgado pelo Departamento de Agricultura daquele país (USDA) na última sexta-feira (31 de março) repercutiu fortemente no mercado. Isso porque a área indicada pelo órgão foi inferior à esperada pela maioria dos analistas.

    O país norte-americano deve semear a oleaginosa em 87,5 milhões de acres (35,4 milhões de hectares), enquanto o previsto por consultores era de, no mínimo, 88 milhões de acres. No ano passado, os produtores estadunidenses plantaram o grão em 87,45 milhões de acres.

    “O indicado para esta safra é irrisoriamente maior do que a semeada no ano passado, ou seja, não houve diferença significativa. Isso traz um potencial produtivo menor para a safra norte-americana”, avalia o consultor de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

    Segundo ele, para a safra norte-americana ser recorde, o clima precisa ser perfeito durante todo o desenvolvimento das lavouras, algo improvável. “Chicago tem, agora, um suporte adicional no curto-prazo, sendo que o mercado climático norte-americano será mais sensível de maio a agosto”, enfatiza.

    Preços da soja no Brasil

    Ainda que uma menor oferta de soja por parte dos Estados Unidos seja uma possibilidade, Roque não acredita que os preços vão se valorizar em Chicago no curto-prazo. Isso porque o mercado segue pressionado pela entrada da safra brasileira, praticamente já consolidada como a maior da história.

    “Eventualmente, algum ajuste positivo em Chicago pode ajudar esse preço a não cair tanto, como está acontecendo. No entanto, não acredito que teremos movimento positivo nos preços no Brasil neste momento, exceto se o câmbio subir muito. Os prêmios estão bem negativos, algo que não é possível segurar”.

    Com isso, o consultor da Safras indica que, no momento, cabe ao produtor brasileiro apostar em um problema climático nos Estados Unidos, embora anos de El Niño, fenômeno que pode ser confirmado em meados de junho pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), costumem ser positivos para a safra norte-americana.

    Roque pondera que o relatório do USDA indica área inicial de soja. Contudo, este número será confirmado, ou não, no pós-plantio, em junho. “Eu apostaria em uma área maior, pois há espaço disponível. Enquanto isso, o mercado vai especular e estará mais sensível a questões climáticas nos próximos meses”, contextualiza o consultor.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/