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abr 20 2023 Setor leiteiro do RS amplia qualificação com novos cursos
No Brasil, segundo dados da Embrapa, os preços dos lácteos ao consumidor têm ficado acima da inflação, inibindo o consumo
De acordo com o último boletim da Embrapa Gado de Leite, no primeiro trimestre de 2023, a oferta nos principais exportadores tem apresentado um pequeno crescimento.
Estados Unidos e União Europeia registram aumento na produção da leite desde agosto de 2022, mas a demanda continua tímida, com importações chinesas mais fracas, o que mantém os preços dos lácteos em baixa.
No mercado brasileiro, o cenário econômico e de consumo de lácteos continua fraco.
Após um crescimento de 2,9% do PIB em 2022, a mediana das projeções dos agentes econômicos indica apenas 0,91% de crescimento do PIB em 2023.
Os preços dos lácteos ao consumidor têm ficado acima da inflação, inibindo o consumo.
Além disso, os indicadores do mercado de trabalho têm registrado desaceleração, com queda no número de ocupados pelo terceiro mês consecutivo.
O volume de vendas no varejo em janeiro e fevereiro caiu em torno de 7% e 8% na comparação anual, respectivamente.
Do lado da oferta, a preocupação se volta para as elevadas importações, que têm gerado pressões baixistas nos preços.
Nos três primeiros meses do ano, o volume de importações fechou em 506 milhões de litros de leite, e em março foram importados 203 milhões de litros, o que representa cerca de 10% da produção inspecionada do Brasil.
Por outro lado, a sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, com os meses de abril, maio e junho sendo aqueles de menor produção de leite, o que acabou refletindo nos preços neste momento.
Nos últimos trinta dias, observa-se valorização no mercado atacadista e no mercado Spot.
O leite UHT registrou alta de 10% nos últimos quinze dias finalizados em 11 de abril, e no mercado de queijo muçarela, houve elevação de 4,6% no mesmo período.
O leite no mercado Spot também reagiu, subindo 8,4% em Minas Gerais, na primeira quinzena de abril ante a segunda de março, de acordo com levantamentos do Cepea. A entressafra deu fôlego para a alta recente dos preços de leite e derivados, e o custo de produção tem ficado relativamente mais estável.
O momento ainda é de incerteza, com complicações no cenário econômico global e preços internacionais dos lácteos mais baixos. Internamente, a valorização do real frente ao dólar e maior competitividade do produto importado podem colocar dúvidas sobre a sustentação dos preços no mercado brasileiro, sobretudo a partir de julho/agosto, quando a produção doméstica começa.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/
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abr 20 2023 Agronegócio representa 67% das exportações do RS, diz entidade
O Indicador de Inflação dos Custos de Produção (IICP) do Rio Grande do Sul registrou queda pelo décimo mês consecutivo em março de 2023
A agronegócio contribuiu com 67% das exportações do Rio Grande do Sul, com faturamento de US$ 1,2 bilhão e 1,87 milhão de toneladas vendidas para o exterior em março. As informações, divulgadas nesta quarta-feira (19), são da Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
Em nota, a federação informa que na comparação com março de 2022, houve avanço de 4% em valor e 1,63% em volume.
Já na comparação com fevereiro de 2023, o incremento foi de 24% em valor e 31% em volume.
Nos três primeiros meses do ano, as exportações agropecuárias do Rio Grande do Sul atingiram US$ 3,5 bilhões, aumento de 2% em relação ao primeiro trimestre de 2022.
Em volume, foram embarcados 5 milhões de toneladas para o exterior, queda de 15% ante igual período do ano passado.
Segundo a Farsul, a queda em volume nas exportações se justifica pela quebra da safra de soja por causa da estiagem e “por um defeito do ComexStat, ferramenta de dados de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)”.
Além disso, o fato de a China ter suspendido temporariamente as compras de carne bovina do Brasil, por causa de um caso atípico de vaca louca registrado no Pará, também contribuiu para o recuo no volume exportado.
“Já as exportações de carnes de frango e suínos estão aquecidas. No caso da primeira, o principal fator é o temor do mercado internacional em relação à crise de gripe aviária, que atinge diversos mercados. Já a segunda, o motivo são os novos casos de peste suína africana na Ásia”, cita a Farsul, na nota.
Custos de produção no RS
O Indicador de Inflação dos Custos de Produção (IICP) do Rio Grande do Sul registrou queda pelo décimo mês consecutivo em março de 2023, fechando o mês com retração de 0,25% em relação a fevereiro.
Essa queda foi influenciada principalmente pela redução nos preços dos fertilizantes e do frete, que por sua vez foram impactados pelo preço internacional do petróleo.
No acumulado de 12 meses, o IICP teve uma queda significativa de 21,96%, sendo os fertilizantes os principais responsáveis por essa queda. No entanto, é importante destacar que os preços atuais dos fertilizantes ainda estão acima dos patamares registrados antes da forte elevação no início de 2021.
Já o Indicador de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) teve uma deflação de 2,94% em março na comparação com fevereiro, resultado dos preços da soja e do milho, que sofreram uma retração devido à expectativa de safra brasileira recorde e à sazonalidade.
Em 12 meses, o IIPR acumulou uma queda de 15,26%. Enquanto isso, o IPCA Alimentos, índice que mede a inflação dos alimentos nos supermercados, teve um aumento de 7,29% no mesmo período, o que confirma o descolamento entre os preços dos produtos no campo e nas prateleiras. Essa diferença é influenciada por outros fatores, como custos com energia elétrica, mão de obra, combustíveis, entre outros.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/