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24 de abril de 2023

  • Soja e arroz entram no Sistema de Classificação de Terras para Irrigação

    Sistema é capaz de avaliar a aptidão e o potencial das terras para o desenvolvimento de culturas sob diferentes tecnologias de irrigação

    A Embrapa lançou recentemente a terceira versão do Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação (SiBCTI), agora disponível em todas as regiões do Brasil e capaz de fornecer informações sobre 16 culturas agrícolas, incluindo a soja e o arroz.

    Além disso, o SiBCTI é capaz de avaliar a aptidão e o potencial das terras para o desenvolvimento de culturas sob diferentes tecnologias de irrigação.

    pesquisador da Embrapa, Fernando Cezar do Amaral, explica que o SiBCTI pode indicar a viabilidade técnica e econômica de diferentes sistemas de irrigação em determinadas regiões, com base nas características do solo e do sistema de irrigação.

    Por exemplo, para a cultura do arroz, Amaral aponta a inviabilidade econômica da irrigação localizada em solos com baixa condutividade hidráulica no horizonte superficial, devido à grande quantidade de tubos gotejadores necessários. Em contraste, a irrigação por aspersão utilizando pivôs de irrigação pode ser mais lucrativa em certas regiões.

    Para a cultura da soja, a irrigação pode trazer maior segurança de retorno econômico, ao mesmo tempo em que facilita os tratos culturais e permite o uso de variedades precoces para antecipar os plantios de milho e soja, abrindo a possibilidade de um terceiro cultivo.

    Os pesquisadores que desenvolveram o SiBCTI afirmam que seu uso adequado pode evitar que terras inadequadas para irrigação sejam incluídas no processo produtivo, minimizando o impacto ambiental e a perda de recursos financeiros.

    Além disso, a ferramenta possibilita o uso racional da água nos processos de irrigação e previne a salinização dos solos manejados.

    O SiBCTI pode servir como base para projetos de irrigação e colaborar com a execução de políticas públicas, em especial para a implementação da Política Nacional de Irrigação, conduzida pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), que tem como principal diretriz a indução à eficiência no uso de recursos hídricos para o setor agropecuário.

    O sistema está disponível à sociedade por meio de um software.

    Semiárido motivou a tecnologia

    A primeira versão do SiBCTI era específica para o Semiárido e foi lançada em 2005, fruto da cooperação entre Embrapa e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e com apoio de diversas instituições e profissionais das áreas de pedologia e irrigação.

    Entretanto, a segunda versão, entregue à sociedade em 2012 e ainda voltada apenas ao Semiárido, trazia atualizações e ampliações no banco de dados e novas funcionalidades relacionadas a potencial e limitações dos elementos solo, água e cultura vegetal, com avanços na estrutura de tecnologia da informação, o que permitiu o acesso às informações em ambiente web.

    A partir de 2016, contando com o apoio e financiamento do Ministério da Agricultura e Pecuária, um grupo de trabalho liderado pela Embrapa Solos (RJ) deu início à formulação da versão nacional do SiBCTI, para abarcar todas as regiões brasileiras e ampliar o número de culturas, inserindo café, arroz e soja no rol que já contava com acerola, banana, cana-de-açúcar, capim-elefante, cebola, coco, feijão, goiaba, manga, melancia, melão, milho e uva.

    A terceira versão completa foi disponibilizada em abril deste ano.

    Café, arroz e soja na versão nacional

    A validação para a introdução das culturas café, arroz e soja no SiBCTI foi realizada por meio de campanhas de campo lideradas por pesquisadores da Embrapa Solos (RJ). A observação e o estudo da realidade dos manejos permitiram o fino ajuste das diversas variáveis de solo, água, sistemas de irrigação e especificidades de cada cultura vegetal que compõem o banco de dados do sistema.

    “Quando fomos procurados por técnicos do Ministério da Agricultura para aprofundar e ampliar o sistema, nós sugerimos três culturas: café, soja e arroz, que estão entre as mais cultivadas fora do Semiárido. Somente no Rio Grande do Sul, o arroz tem mais de um milhão de hectares irrigados, e grande abrangência também em Santa Catarina. A soja, apesar de não ter uma área irrigada tão grande, é a principal cultura brasileira. E o café irrigado está crescendo muito no País. Durante nossa campanha pelo Cerrado Mineiro, observamos que as lavouras de café onde era utilizado o pacote tecnológico com irrigação e colheita mecanizada eram muito rentáveis, enquanto as tradicionais vinham registrando prejuízos”, explica Fernando Amaral.

    Utilização do sistema

    O SiBCTI é um sistema especialista de tomada de decisão cujo elemento principal é a informação. Seu objetivo é armazenar e tratar os dados fornecidos pelo próprio usuário do software do sistema para entregar a classificação automática da terra para fins de irrigação. Bastam alguns cliques de escolha de campos e a inserção de dados de entrada.

    Estando sem pendências e sem valores anormais, o programa cruza todos os dados relacionados aos diferentes planos de informação (solo x cultura vegetal x qualidade e custo da água x sistema de irrigação) e apresenta a classificação final indicada para aquela situação apresentada pelo usuário.

    As informações solicitadas são 18 parâmetros relacionados ao solo, como profundidade, quantidade de cálcio e magnésio, pH do solo medido em água, capacidade de água disponível, condutividade elétrica, mineralogia da argila, posição na paisagem, topografia, condutividade hidráulica, velocidade de infiltração básica, pedregosidade e rochosidade; além de parâmetros relativos à qualidade e ao custo de captação da água para irrigação, relação ou razão de adsorção de sódio, distância da captação d’água e presença de boro, ferro e cloreto.

    “Um dos planos de informação inclui ainda as variáveis relacionadas às características das plantas de cada uma das 16 variedades habilitadas no sistema. A classificação é feita analisando as limitações do ambiente, especificamente a cada cultura vegetal e a cada sistema de irrigação. A metodologia conta ainda com uma classificação generalizada, que se aplica bem aos estudos de pré-viabilidade e a levantamentos de solo, de menor escala ou mais generalizados”, acrescenta Amaral.

    Para facilitar a operação do sistema foram elaborados um manual de métodos dos parâmetros exigidos pelo sistema e um documento que detalha os valores e intervalos de todos os parâmetros solicitados pelo software por cultura agrícola e método de irrigação.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Governo prorroga nota fiscal eletrônica para produtor rural

    O prazo anterior para que produtores com faturamento bruto anual inferior a R$ 200 mil adotassem a nota fiscal eletrônica era 1º de julho

    Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) prorrogou para o dia 1º de maio de 2024 a obrigatoriedade da emissão da nota fiscal eletrônica (NFP-e) por pequenos produtores rurais em todo o país. A medida foi publicada no Diário Oficial da União de quarta-feira (19).

    O Confaz atendeu um pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), das federações estaduais de agricultura e da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).

    O prazo anterior para que produtores com faturamento bruto anual inferior a R$ 200 mil adotassem a Nota Fiscal de Produtor Eletrônica (NFP-e) para comercializar seus produtos era a partir do dia 1º de julho deste ano.

    Em audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, afirmou que os pequenos produtores não estariam preparados para atender o prazo, mesmo diante do aumento do uso de ferramentas tecnológicas.

    De acordo com Conchon, apenas 28% dos estabelecimentos rurais no Brasil possuem acesso à internet e desses, 12,1% receberam assistência técnica ou informações online.

    “Ainda existe uma falha de conectividade, principalmente nas regiões Norte e Nordeste”, informou.

    Ele explicou ainda que, mesmo com a possibilidade de emissão da nota em modo offline, muitos produtores se deparam com dificuldades operacionais no aplicativo.

    Durante a audiência, representantes da Receita Federal, do Confaz, da OCB, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e Secretaria da Fazenda de Santa Catarina estiveram presentes.

    A prorrogação da obrigatoriedade da emissão da Nota Fiscal Eletrônica trará mais tempo para que os pequenos produtores rurais possam se adaptar à nova medida tecnológica.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Colheita da soja atinge 91,1%. Confira desempenho de cada estado

    Após atrasos no decorrer de todo o ciclo, os produtores finalmente conseguiram acelerar os trabalhos de retirada da oleaginosa do solo

    A colheita da safra de soja 2022/23 do Brasil está em 91,1% da área total esperada. A estimativa parte de levantamento da última quinta-feira (20) da consultoria Safras & Mercado.

    Na semana anterior o índice era apontado em 86%. Em igual período do ano passado, os trabalhos atingiam 91,4%. A média dos últimos cinco anos é de 91,7%.

    Assim, após atrasos no decorrer de todo o ciclo, os produtores finalmente conseguiram acelerar os trabalhos de retirada da oleaginosa do solo, contando com a ajuda de tempo mais firme em grande parte do país.

    Veja a evolução atual dos principais estados produtores na colheita da soja:

    • Rio Grande do Sul – 54%
    • Paraná – 99%
    • Santa Catarina – 70%
    • Mato Grosso – 100%
    • Mato Grosso do Sul – 100%
    • Goiás – 100%
    • São Paulo – 99%
    • Minas Gerais – 99%
    • Bahia – 95%
    • Maranhão – 98%
    • Piauí – 97%
    • Tocantins – 100%
    • Outros – 73%

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/