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3 de maio de 2023

  • Leite: preço pago pelo litro no RS segue abaixo da média Brasil

    Com mais uma estiagem no estado e custos maiores, produtores tentam se reinventar para não abandonar a atividade

    O preço pago pelo litro do leite do Rio Grande do Sul segue abaixo da média Brasil. Segundo o último levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), referente a março, o litro nas propriedades gaúchas saiu por R$ 2,71, cerca de 10 centavos a menos que a média no país

    Com mais uma estiagem no estado e custos maiores, produtores tentam se reinventar para não abandonar a atividade.

    Menor número de produtores de leite no estado

    Vacas leiteiras são cada vez menos comuns no Rio Grande do Sul. Entre 2015 e 2021, metade dos produtores desistiu da atividade. Segundo a Emater, atualmente o estado conta com 40 mil produtores de leite, mas o novo levantamento que sai em agosto deve mostrar um recuo ainda maior, depois de três estiagens.

    Com seca e temperaturas altas, o estresse térmico causou mais doenças nas vacas e queda de produtividade. Um levantamento da Secretaria da Agricultura mostra que os maiores impactos estão nas bacias leiteiras do noroeste gaúcho. Mas há reflexos em todo estado.

    A primeira safra de silagem não rendeu e para alimentar as 25 vacas de Juliana Löff, de 27 anos e da terceira geração de uma família de produtores de leite. Ela precisou investir R$ 70 mil na propriedade em Salvador do Sul, na Serra Gaúcha. Também investiu em um galpão de confinamento para diminuir as doenças e aumentar a produção. Tudo é custo e pesa no rendimento final.

    Esse cenário de dificuldades deve estar entre os assuntos discutidos durante a Fenasul Expoleite, que vai reunir o setor entre 17 e 21 de maio, no parque da Expointer, em Esteio. O evento lançado nesta quarta-feira (3) também deve apresentar tecnologias, genética e debater soluções como uma competição mais justa com importações e outros estados.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços da carne devem melhorar, ao contrário da soja e do milho, diz Ipea

    Alto volume de grãos no mercado, puxado por Brasil e EUA, tende a pressionar os preços internos e externos das commodities

    A expectativa de recorde na produção de várias commodities na safra 22/23 e a previsão de crescimento de 11,6% do PIB do agro neste ano coloca o Brasil como um dos principais players no mercado internacional. Esse fator é reforçado pela nota ‘Preços e Mercados Agropecuários’, divulgada nesta terça-feira (2) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

    O estudo também aponta para um movimento de queda nos preços domésticos e internacionais de alguns dos principais produtos, como soja, milho e trigo no primeiro trimestre deste ano.

    Segundo o coordenador de Crescimento e Desenvolvimento Econômico do Instituto, José Ronaldo Souza Júnior, a soja está sendo negociada agora no menor patamar desde 2020, mesmo com uma possível menor oferta pela quebra de safra na Argentina e no Uruguai. Porém, a oferta do grão não está ameaçada. “Isso porque o Brasil, que é o maior produtor e exportador do grão, está tendo um crescimento bastante expressivo, uma safra recorde. Há boas perspectivas também para os Estados Unidos”.

    Assim, de acordo com ele, o cenário não indica aumento de preços para a oleaginosa. “Os preços efetivamente pagos, os mais recentes, continuam ainda com essa tendência de queda. Essa produção bastante grande que estamos vendo limita a capacidade de retomada desse preço”, afirma Souza Júnior.

    Preços do milho e da carne bovina

    A safra recorde de milho no Brasil também pressiona os preços internos. Contudo, para o coordenador do Ipea, o cenário do cereal não seja tão negativo quanto o da soja porque os patamares produtivos não seguem tão positivos em termos mundiais. “O cenário em abril não foi positivo em termos de preço, mas acredito em uma queda mais limitada”.

    Quanto à carne bovina, o especialista enxerga particularidades. “Temos barreiras às exportações em diversos países e tivemos o problema localizado da ‘vaca louca’ que trouxe impactos temporários nos embarques, sendo que o Brasil mesmo adotou medidas restritivas que foram retiradas posteriormente, mas isso trouxe impactos negativos nos primeiros meses”.

    Para Souza Júnior, isso explica as disparidades entre preços internos e externos porque não há tanta liberdade de exportação na carne quanto existe em outras commodities, como a soja. “Com a melhora das exportações, tendo em conta o fim dessas restrições, há tendência de melhora de preços e aumento de exportações, ou seja, é um cenário diferente do que vemos para os grãos”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/