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4 de maio de 2023

  • Vacas não obesas se recuperam melhor no pós-parto

    Alteração da condição corporal das vacas durante o período seco é associada a diversas doenças no período de transição

    Evitar a obesidade das vacas no último terço da gestação é essencial para que se tenha animais saudáveis tanto na reta final da gravidez quanto no pós-parto. Ainda que pareça contraditório, vacas que se encontram obesas 60 dias antes do parto perdem muito peso até o nascimento dos filhotes, o que é danoso para a saúde dos ruminantes.

    Essa foi a conclusão de estudo conduzido pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (PPGCA) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Ruã Darós, com pesquisadores do Canadá.

    “Perder condição corporal nos dois últimos meses de gestação é prejudicial à saúde das vacas. Vacas que estão muito obesas nesse período perdem bastante peso até o parto, independentemente do quanto elas comam por dia. De nada adianta, portanto, tentar alimentá-las mais”, enfatiza.

    Segundo ele, vacas não obesas são capazes de manter o peso ideal até a data do parto, o que explica melhor sua saúde após dar à luz. “Assim, para termos vacas mais saudáveis no período pós-parto, precisamos evitar que elas fiquem obesas no terço final da gestação”, afirma Darós, lembrando que a gravidez das vacas varia de 280 a 290 dias, tendo uma base de nove meses.

    Atenção à saúde dos animais

    O pesquisador da PUCPR explica que a alteração da condição corporal das vacas durante o chamado período seco, que compreende os dois últimos meses de gestação, é associada a diversas doenças no período de transição, que se refere ao intervalo que vai das três semanas que antecedem o parto às três semanas após o animal parir. Por isso, é fundamental se atentar à saúde dos animais nesses momentos específicos.

    “Importante ressaltar ainda que diversas pesquisas apontam que, em fazendas de produção de leite, entre 50% e 70% das vacas desenvolvem algum tipo de doença nas duas primeiras semanas após o parto”, alerta Darós.

    Para realizar o estudo, foram utilizadas 100 vacas da estação experimental da Universidade de Guelph, no Canadá, das quais foram coletados dados de obesidade (condição corporal) dos animais durante a fase final da gestação, no dia do parto e após. Também foram medidos o consumo de alimentos diários de cada vaca durante os 60 dias que antecederam o fim da gestação.

    Além de Darós, participaram do estudo os pesquisadores Casey Haervekes e Trevor DeVries, da Universidade de Guelph. A pesquisa “Body condition loss during the dry period: Insights from feeding behavior studies” (“Perda de condição corporal durante o período seco: insights de estudos de comportamento alimentar”, em tradução livre) foi publicada no Journal of Dairy Science, revista científica oficial da American Dairy Science Association (Associação Americana de Ciência da Produção Leiteira).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Projeção da safra brasileira de soja 2022/23 é aumentada novamente

    Colheita do grão está virtualmente finalizada, o que permite mais assertividade nas estimativas de área semeada e produzida

    O quarto levantamento da Datagro Grãos para a safra brasileira 2022/23 de soja, com a colheita virtualmente encerrada, mantém a projeção da área cultivada com a oleaginosa no país em 44,22 milhões de hectares, 2,8% superior aos 43,02 mi de ha da intenção de plantio, divulgada em julho de 2022, e 4,9% acima da safra 2021/22, de 42,16 mi de ha.

    A estimativa de produção foi revisada para cima, passando de 153,70 milhões de toneladas para o novo recorde histórico de 155,60 milhões de toneladas. Caso se concretize, esse volume representaria um incremento de 19,2% na comparação com a frustrada safra colhida no ano passado, de 130,58 mi de t.

    “Em relação ao levantamento anterior, tivemos ajustes para cima na produtividade média esperada em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Paraná e Rondônia – e para baixo apenas em Santa Catarina”, diz o economista e líder de pesquisa da consultoria, Flávio Roberto de França Junior.

    Estimativas para o milho

    A nova análise da Datagro mostra que a área de milho da safra brasileira de verão 2022/23 caiu 3,0%, para 4,47 mi de ha. No Centro-Sul do País, ficou em 2,90 mi de ha – 7,0% inferior aos 3,12 mi de ha da safra passada. Já nas regiões Norte e Nordeste, 1,57 mi de ha, ante 1,49 mi de ha em 2021/22 (+5,4%).

    Considerando clima irregular no Rio Grande do Sul, a 1ª safra de milho teve a sua produção revisada para 26,68 mi de t – 19,43 mi de t do Centro-Sul e 7,25 mi de t do Norte/Nordeste – um pouco abaixo da estimativa anterior, de 26,79 mi de t, mas 5,5% a mais ante as 25,30 mi de t da frustrada safra colhida em 2022.

    Safra de inverno

    Para a safra de inverno de 2023, a estimativa de área recuou um pouco ante a última projeção devido ao atraso na semeadura. Projeta-se 18,69 mi de ha, aquém dos 19,10 mi de ha de março, apenas 1,6% superior aos 18,39 mi de ha do último ano – 15,75 mi de ha do Centro-Sul e 2,94 mi de ha do Norte/Nordeste.

    Ainda considerando o clima regular, o potencial de produção do país para a 2ª safra é de 100,52 mi de t, 5,3% acima da temporada anterior – 95,45 mi de t. Desse total, a região Centro-Sul responderia por 90,97 mi de t e o Norte/Nordeste por 9,55 mi de t.

    No total das duas safras, o Brasil tem previsão de área para 2022/23 de 23,16 mi de ha, 0,7% acima dos 23,00 mi de ha de 2021/22. A produção potencial é de 127,21 mi de t, aquém das 129,40 mi de t estimadas no levantamento passado, mas 5,4% superior à safra recorde anterior, de 120,75 mi de t.

    Colheita da soja virtualmente encerrada

    Levantamento realizado pela Datagro Grãos até o dia 28 de abril mostra que a colheita brasileira de soja chegou a 95,5% da área esperada para a safra 2022/23, após registrar avanço de 3,3 pontos percentuais em sete dias.

    O fluxo está um pouco acima dos 94,9% observados no mesmo período de 2022, mas ainda inferior à média normal de 96,1%.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/