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22 de maio de 2023

  • Drones garantem 66% de precisão no monitoramento de pastagens

    Experimentos reforçam a qualificação de drones para aumentar a eficiência da agropecuária

    Pesquisas da Embrapa apontam que o uso de drones para o monitoramento da cobertura e altura de pastagens alcançou 66% de acurácia no Cerrado baiano.

    Os experimentos, realizados entre 2019 e 2021, reforçam a qualificação dessa ferramenta de sensoriamento remoto para aumentar a eficiência da agropecuária, com otimização do tempo, produtividade do trabalho no campo e ampliação da capacidade de observação e controle da produção rural.

    A pesquisa foi desenvolvida na Fazenda Trijunção, no município de Cocos, interior da Bahia, em sistema de pecuária de corte com pastejo rotacionado e uso da braquiária BRS Piatã.

    Segundo a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul (RS) Márcia Silveira, o trabalho comparou os dados digitais da altura do pasto e cobertura do solo, captados a partir das imagens feitas por drones, com os valores observados a campo, a partir de métodos tradicionais de medição, como a avaliação por equipe treinada e mensuração com régua de manejo, bem como avaliação de cobertura do solo e amostragem de forragem.

    “O nosso objetivo foi verificar se um drone comum, passível de ser adquirido por um produtor, aliado a um treinamento de máquina, pode auxiliar na estimativa da cobertura vegetal e altura da planta”.

    Segundo ela, o objetivo era avaliar se o uso correto dessa ferramenta pode ajudá-los na tomada de decisões relacionadas ao manejo do gado, mediante esse comparativo entre as imagens geradas pelo drone e as informações obtidas no campo, considerando medição de altura, corte de forragem e cobertura do solo pela planta forrageira.

    De acordo com a Embrapa, as bandas de imagens realizadas por drones em diferentes épocas, durante dois anos, foram comparadas com três classes de cobertura do solo, que representam o manejo de uma propriedade pecuária:

    • Pré-pastejo;
    • Em pastejo; e
    • Pós-pastejo.

    Além de contar com uma categoria denominada de solo exposto.

    O software R-Studio, de recuperação de dados, foi usado para validação do algoritmo e análise das imagens captadas pelo drone.

    Dessa forma, a fórmula aplicada combinou as diferentes bandas da imagem para predizer a classe de cobertura e altura do pasto. A avaliação da precisão do padrão desenvolvido foi realizada a partir da análise da matriz de confusão (erro) e da matriz de acerto do programa.

    Potencial de drones na pecuária brasileira

    A pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo (MG) e líder do Projeto Trijunção, do qual esse estudo faz parte, Flávia Santos, destaca que o desenvolvimento dos procedimentos para processamento e a análise de imagens de drones realizados pela Embrapa durante a pesquisa reforçam os benefícios do uso do sensoriamento remoto como ferramenta auxiliar no manejo de pastagens.

    “Futuramente, os estudos podem servir como base para a criação de novos produtos, como aplicativos para smartphones, otimizando ainda mais o trabalho no campo”, acrescenta.

    “Com o banco de dados referente a apenas dois anos já foi possível visualizar o potencial desse tipo de informação. Vamos continuar fazendo o monitoramento para obter mais dados e aumentar a robustez do script para o treinamento de máquina. Esperamos, com mais dados, extrapolar esse tipo de informação para diferentes tipos de pastagens”, pontua a pesquisadora.

    Quantidade e qualidade da forragem

    O uso de vants (veículos aéreos não tripulados) é mais uma estratégia para aumentar a eficiência da atividade pecuária, auxiliando no planejamento e manejo das pastagens, a partir do equilíbrio entre oferta e demanda de alimento para os animais.

    O ponto-chave está na disponibilidade de forragem em quantidade e qualidade, além da manutenção das condições de persistência e rebrote das plantas de forma rápida e vigorosa.

    “A altura pode ser utilizada como critério prático para definir o momento ideal de pastejo, bem como permite identificar a necessidade ou não de realização de ajustes de carga animal, visando estabelecer condições ótimas de utilização do pasto mediante os principais processos envolvidos no crescimento e utilização das plantas forrageiras sob pastejo”, diz Márcia.

    Segundo ela, para que essas recomendações de altura possam ser respeitadas, faz-se necessário o monitoramento das áreas de pastagem com maior frequência, no sentido de tomar decisões de ajuste de carga e rotação dos animais entre as áreas de forma mais efetiva.

    “Logo, a utilização de técnicas de monitoramento, como o sensoriamento remoto, apresenta-se como promissora no auxílio às tomadas de decisão referentes ao manejo de pastagens”, conclui.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Confinamento: estudo mostra que nutrição representa 90% do custo de produção

    Levantamento da empresa Ponta considerou bovinos machos em terminação com período de confinamento entre 30 e 200 dias

    nutrição animal tem sido, há quatro anos, a maior vilã dos confinamentos bovinos no Brasil e o cenário deve se repetir em 2023. A avaliação é da Ponta, empresa de tecnologia com foco na gestão da informação e da precisão na pecuária.

    Conforme estudo da empresa, no primeiro trimestre deste ano, o investimento por boi confinado alcançou R$ 1.667,16. Já a nutrição dos animais atingiu R$ 1.492,65 por cabeça, representando quase 90% do custo total de produção.

    O levantamento, que considerou bovinos machos em terminação com período de confinamento entre 30 e 200 dias, também aponta que a alimentação do gado representou 89% dos custos de produção no ano passado, mesmo percentual do início do monitoramento, em 2019. Em 2020 e 2021, foram de 88% e 91%, respectivamente.

    Dólar e Ucrânia afetam custo da nutrição

    O dólar fortalecido e a guerra na Ucrânia devem continuar a causar impacto no valor da nutrição animal, baseada especialmente em milho e farelo de soja. Por isso, o veterinário e líder de Estratégia da Ponta, Marcelo Ribas, disse em nota que é fundamental que o pecuarista invista em tecnologias para otimizar os rendimentos da fazenda.

    “A escalada de preço vem se repetindo com crises sequenciais desde 2019 e se agravou com a chegada da pandemia de covid-19. Por isso, é fundamental ter animais e processos produtivos mais eficientes para poder garantir a margem da fazenda. Uma das soluções está na automatização dos processos que envolvam justamente a nutrição animal”, disse.

    Automatização no confinamento

    Margens estreitas exigem eficiência na engorda. Um dos fatores decisivos para garantir um processo de nutrição estratégico dentro das propriedades é o uso de tecnologias de automatização, que permitem o planejamento de compra de insumos e de dieta e gestão de estoque, na avaliação da Ponta. São softwares robustos de gestão que levam a um maior controle da operação e dos custos.

    Conectada à tecnologia que automatiza a fabricação de ração e o fornecimento do trato dos animais, o que se tem é a redução do tempo de cada operação e, principalmente, o menor desperdício de alimentos.

    Inovação tecnológica constante é uma das apostas da Ponta, que projeta um crescimento de receita de cerca de 150% para os próximos três anos, quando o faturamento deverá chegar a R$ 47,9 milhões.

    Responsável pela gestão de mais de R$ 22 bilhões em ativos, considerando apenas o valor dos animais gerenciados, a companhia atende a 68% do mercado de confinamento no país, gerindo informações de mais de 7 milhões de cabeças (a pasto e confinamento) de nove países, em quatro continentes.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/