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23 de junho de 2023

  • Exportações brasileiras de soja e milho podem cair, diz Conab

    Com as quedas nas cotações e nos prêmios de exportação, a tendência é que os produtores optem por manter estoque

    No mês de maio, as exportações de soja atingiram 15,59 milhões de toneladas, em comparação com 14,34 milhões no mês anterior e 10,64 milhões no mesmo período de 2022.

    Apesar desse aumento, espera-se uma diminuição nas vendas internacionais da oleaginosa nos próximos meses.

    De acordo com a análise do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na quarta-feira (21), o crescimento recente das exportações se deve, em grande parte, às vendas antecipadas e à preparação para a nova safra.

    No entanto, devido à queda nas cotações e nos prêmios de exportação, que declinaram mais intensamente desde março, é provável que os produtores optem por manter a soja em estoque, aguardando uma melhoria nos preços previstos para o segundo semestre.

    Demanda da China e impacto nas inspeções em cargas de soja

    A Conab informa também que a China, mesmo importando um quantitativo recorde de 34,4 milhões de toneladas de soja em grãos do Brasil até agora, adotou um processo de inspeções mais demorado para as cargas de soja que chegam ao país.

    Isso prolonga os tempos de liberação do produto e torna o escoamento mais lento e custoso em território chinês, o que pode atrasar o comércio com aquele país.

    Exportações de milho já apresentam queda devido à redução nos prêmios e cotações

    No caso do milho, as exportações já apresentaram uma leve queda, atingindo 0,38 milhão de toneladas em maio, em comparação com 0,47 milhão de toneladas observado em abril. Essa queda é influenciada pela diminuição dos prêmios e cotações, o que tem provocado uma redução significativa nas vendas externas.

    superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth, destaca que as excelentes condições da lavoura brasileira neste ano, aliadas ao início do plantio da safra americana, estão pressionando os preços em Chicago, em meio às previsões de uma oferta mundial recorde.

    No entanto, a seca esperada para as próximas semanas nos EUA tem adicionado prêmio às cotações naquele país, devido à preocupação com as condições climáticas.

    Fretes e implementação do novo corredor de importação de fertilizantes

    No mês de maio, foi implementado o novo corredor de importação de fertilizantes do Arco Norte, no porto do Itaqui, em São Luís/MA.

    Essa nova infraestrutura interliga o Terminal da Copi, no Maranhão, ao Terminal Integrador de Palmeirante, em Tocantins, e possibilita o transporte da produção de grãos até o porto do Itaqui, enquanto o retorno é utilizado para o transporte de fertilizantes.

    Essa nova infraestrutura tem uma capacidade operacional inicial de 1,5 milhão de toneladas por ano e atende aos produtores sediados em vários estados. Com essa melhoria, a cadeia produtiva de grãos desses estados tende a buscar sua autossuficiência no abastecimento de fertilizantes.

    Além disso, é importante ressaltar que o frete ferroviário pode ser até 40% mais barato do que o rodoviário em percursos superiores a 800 quilômetros, o que pode resultar em economia significativa.

    Variações nos preços de fretes rodoviários e movimentação nos portos

    Em relação aos preços de fretes rodoviários, houve aumento na média das cotações no Distrito Federal e nos estados do Piauí, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, enquanto houve variação negativa nas praças do Paraná, Minas Gerais e Tocantins.

    Nos estados da Bahia e Goiás, os valores contratados se mantiveram estáveis.

    No que diz respeito ao escoamento de milho, os portos do Arco Norte voltaram a ganhar participação em relação aos demais portos do país, representando 35,8% da movimentação nacional em maio, em comparação com 26,1% no mesmo período do ano anterior.

    Quanto à soja, 38,9% das exportações brasileiras foram escoadas pelo porto de Santos no mesmo período, em comparação com 40,9% no exercício anterior. As cargas para exportação do país tiveram origem principalmente nos estados de Mato Grosso, Goiás, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços do leite cru indicam queda após período de altas consecutivas

    O comportamento incomum dos preços em 2023 se deve à safra pouco expressiva, o que resultou em oferta limitada e, consequentemente, valorização das cotações

    Depois de um período de altas consecutivas nos primeiros quatro meses do ano, os preços do leite cru sinalizam uma queda. O comportamento incomum dos preços em 2023 se deve à safra pouco expressiva, o que resultou em oferta limitada e, consequentemente, valorização das cotações. No acumulado do ano, os preços subiram 11,8%, atingindo R$ 2,8961 por litro em abril, o que representa um aumento de 9,3% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando a correção pela inflação.

    No entanto, a tendência de alta dos preços deve se encerrar no terceiro quadrimestre, o que é incomum para o setor, uma vez que historicamente esse período é marcado por elevação das cotações devido à queda sazonal na produção.

    Em maio, os preços sofreram uma queda devido à pressão dos produtos importados e ao fraco consumo interno. Segundo relatos de colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a concorrência entre os laticínios na venda de derivados para os canais de distribuição aumentou significativamente nesse período.

    As importações de lácteos tiveram um aumento de 43% em maio, em comparação ao mês anterior, totalizando 208,8 milhões de litros em equivalente leite. Esse volume é três vezes maior do que o adquirido em maio de 2022. No acumulado do ano, as compras externas somam quase 878 milhões de litros, um aumento de 213,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Além disso, o custo operacional efetivo da pecuária leiteira registrou uma queda de 2,31% entre abril e maio, considerando a média dos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Esse movimento foi impulsionado pela desvalorização de alguns dos principais insumos que influenciam os custos de produção, como concentrados, adubos e corretivos.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/