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21 de agosto de 2023

  • Pecuária: ferramenta auxilia produtores a otimizar cruzamentos

    Com a ferramenta da Embrapa, pecuarista vai ter uma previsão do desempenho esperado nos filhos de cada acasalamento

    Embrapa e a Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) desenvolveram uma ferramenta informatizada para ajudar o pecuarista a selecionar os cruzamentos entre os touros reprodutores e as vacas matrizes, de forma a definir o melhor acasalamento para gerar progênies com características específicas desejadas pelo pecuarista.

    A tecnologia vai ser lançada durante a 46ª edição da Expointer em Esteio (RS), entre os dias 26 de agosto e 6 de setembro.

    A ferramenta permitirá que o criador selecione suas matrizes com base em informações das avaliações genéticas atualizadas, inclusive aprimoradas pela genômica quando for o caso, e escolha possíveis reprodutores para a cruza, tanto dentro de seu rebanho quanto entre touros de outros pecuaristas ou de centrais de inseminação.

    Assim, o produtor poderá visualizar quais resultados os cruzamentos irão gerar em relação a cada uma das DEPs (diferença esperada na progênie) disponíveis pelo programa de melhoramento genético da ANC, o Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo).

    “A Calculadora permite que o criador selecione as matrizes que ele quer cruzar com os reprodutores, tanto dele como de outros que tenham sêmen disponível para inseminação artificial”, explica Fernando Cardoso, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul.

    “Assim, será possível prever qual vai ser o resultado de cada um dos touros que ele escolher, com as vacas que ele tem. Com isso, o criador vai saber o desempenho esperado nos filhos desse acasalamento e, comparando cada um dos acasalamentos, ele pode escolher qual o mais adequado”, completa Cardoso.

    Conforme o chefe-geral, a Calculadora também permite prever e evitar resultados negativos nos acasalamentos.

    “O pecuarista pode escolher características para evitar que os animais tenham um desempenho desfavorável. Por exemplo, um animal com peso ao nascer muito alto, que pode dar problema de parto, um animal que tenha o umbigo ou o prepúcio do macho muito comprido, e pode dar lesão, a questão da ausência de pigmentação ocular para as raças Hereford e Braford, etc”, frisa o superintendente.

    “Então ele pode evitar um desempenho ruim em características importantes, o que chamamos de caracterizar o nível de problema esperado e as chances de descarte involuntário dos animais que serão gerados. Assim, conseguimos minimizar o nível de problema e maximizar os índices e o valor genético dos animais”, destaca.

    A Calculadora fornece, ainda, um algoritmo que propõe as melhores combinações para os animais selecionados pelo pecuarista. Ou seja, em vez de definir o acasalamento avaliando os dados manualmente, a ferramenta faz uma indicação de melhor cruza.

    “Essa indicação, logicamente, pode ser adotada ou não, afinal lá no campo, na prática, é o criador que decide o touro que ele vai acasalar com a vaca, mas nós provemos todo esse nível de informação para que ele possa tomar a melhor decisão possível”, completa Cardoso.

    Esse algoritmo foi desenvolvido no âmbito do mestrado em computação aplicada à agropecuária, desenvolvido por meio de parceria entre a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e a Embrapa.

    Outra função importante da calculadora é fornecer o nível de consanguinidade entre os animais escolhidos para o acasalamento. Este limiar deve ser mantido baixo, para evitar problemas reprodutivos, de adaptação e a manifestação de defeitos genéticos recessivos.

    “É uma ferramenta que simplifica o balanceamento entre diferentes índices na busca de um objetivo. É mais um passo para aprimorar a seleção dos rebanhos. Fazemos tudo o que está ao nosso alcance para facilitar a vida do criador e simplificar o uso de dados do nosso programa de melhoramento genético” comenta o presidente da ANC, Joaquin Villegas.

    Onde encontrar? A Calculadora de Acasalamento é uma ferramenta informatizada, disponível dentro das páginas Origen, para os criadores vinculados à ANC.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: Chicago está em alta mesmo após relatório do USDA. Por quê?

    Reação inesperada da CBOT ao longo da semana é avaliada pelo analista de Safras & Mercado. Veja o que mais mexeu com o mercado

    O relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no último dia 11, centralizou as atenções do mercado.

    “Isso porque se esperava que finalmente o USDA reduziria a produtividade média estimada para as
    lavouras norte-americanas, visto que as condições delas estão abaixo das registradas no ano passado”, explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

    O USDA confirmou o sentimento do mercado, cortando produtividade, produção e estoques. “Mas, apesar de os cortes terem sido superiores aos esperados, Chicago demonstrou pouca reação”, pondera o analista.

    Recuperação argentina

    Para Roque, esse movimento do mercado pode ser motivado pelo sentimento de que, mesmo com uma safra menor nos Estados Unidos, a tendência de recuperação da produção da América do Sul, em especial da Argentina, deve colocar uma oferta maior de soja no mundo na temporada 2023/24.

    “Esse fator deve pesar sobre os contratos futuros de 2024”, acredita.

    Produção de soja nos EUA

    O USDA indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,205 bilhões de bushels em 2023/24, o equivalente a 114,44 milhões de toneladas.

    O número ficou abaixo da previsão do mercado, que era de 4,240 bilhões de bushels, ou 115,4 milhões de toneladas. No relatório anterior, a previsão era de 4,300 bilhões ou 117,02 milhões de toneladas.

    A produtividade foi indicada em 50,9 bushels por acre, contra 52 bushels por acre estimado no relatório anterior. Os estoques finais estão projetados em 245 milhões de bushels ou 6,67 milhões de toneladas.

    O mercado apostava em carryover de 261 milhões ou 7,1 milhões de toneladas. Em julho, o número era de 300 milhões ou 8,16 milhões de toneladas.

    Estimativa de safra mundial

    Com relação ao quadro mundial, o USDA projetou safra mundial de soja em 2023/24 de 402,79 milhões de toneladas. Em julho, a previsão era de 405,31 milhões.

    Já os estoques finais foram reduzidos de 120,98 milhões para 119,4 milhões de toneladas. O mercado esperava um número de 120 milhões de toneladas.

    O órgão projetou a safra brasileira em 163 milhões de toneladas. Para a Argentina, a previsão é de 48 milhões de toneladas.

    A China deverá importar 99 milhões de toneladas. Nesse quesito, não houve alterações na comparação com o relatório anterior.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/