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30 de outubro de 2023

  • Cotrijuc participa de encontro de cooperativas FecoAgro/RS e Caravana Celeiro/Riagro, na CCGL

    A Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) sediou, na sexta-feira, 27 de outubro, o encontro inaugural da Caravana Celeiro/Riagro, organizada pela Celeiro Agrohub e pela Rede de Inovação do Agronegócio do RS (RIAGRO). O evento teve como propósito a apresentação de soluções tecnológicas desenvolvidas por dez startups, com a possibilidade de serem incorporadas pelas cooperativas ligadas a Smartcoop – FecoAgro/RS, com destaque para apresentações de pitches e uma produtiva rodada de negócios. O evento contou com participação de representantes da Cotrijuc, que acompanharam a apresentação dos pitches, avaliando a possibilidade de incorporação, diante das demandas da cooperativa.

    O presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), senhor Darci Hartmann, enfatizou a importância da tecnologia no contexto do agronegócio, ressaltando a necessidade de investimentos em iniciativas e soluções que otimizem os processos e impulsionem a lucratividade na produção.

    Guillermo Dawson Jr, diretor superintendente da CCGL, apresentou a plataforma Smartcoop aos participantes do evento. Ele contextualizou a origem da plataforma, que foi planejada sob liderança da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (FecoAgro/RS) e foi desenvolvida durante sua tese de doutorado, destacando que quem utiliza a plataforma tem acesso ao que há de mais avançado em termos de agricultura 4.0. Isso inclui a capacidade de utilizar imagens de satélite, previsões meteorológicas e manejos, identificando os melhores momentos para realizar aplicações fitossanitárias, além de monitorar a produtividade da produção.

    A Celeiro Agrohub é um hub que busca soluções para os desafios comuns do agronegócio, promovendo a integração entre produtores, empresas, cooperativas, startups, pesquisadores e investidores. O encontro foi mediado pelo professor Luís Humberto Villwock, Head do Celeiro Tecnopuc e coordenador da RIAGRO.

    Durante a manhã, dez startups apresentaram suas metodologias de trabalho e os resultados entregues aos produtores, empresas e cooperativas por meio de soluções digitais. A primeira delas foi a Elysios, uma plataforma que possibilita o gerenciamento integrado da cadeia de fornecimento, incluindo registros de campo, assistência técnica, estimativas de safra e agendamentos de entrega. Em seguida, a startup DigFarmz apresentou sua plataforma digital, que combina dados de pesquisa, informações climáticas, genética de cultivares e outros parâmetros para fornecer recomendações inteligentes que auxiliam produtores, agrônomos e consultores no manejo fitossanitário das doenças da soja.

    A terceira iniciativa apresentada foi a Performance Vegetal, um software de nutrição de plantas que integra dados de análise de solo, folha, clima, irrigação e manejo por meio de inteligência artificial, resultando em informações mais precisas para a lavoura. Outra startup apresentada foi a Potassium, que fornece fertilizantes de alta qualidade à base de potássio para agricultores em todo o mundo.

    A startup Grazing também foi destacada, com seu software e aplicativo offline integrado para o manejo eficiente das pastagens, que utiliza dados de pesquisa, imagens de satélite e informações meteorológicas. Em seguida, a startup Raks apresentou uma plataforma que simplifica a visão da rotina de campo, tanto no computador quanto no celular.

    Depois, foi a vez da apresentação da Nutrindo Soluções, um sistema de dados que compila os principais requisitos legais e identifica o status de conformidade do produtor, proporcionando soluções ágeis e assertivas.

    Outra startup, a Ventiur, oferece aceleração de startups e suporte para estruturar o negócio, reunindo founders, investidores, mentores e fundos para impulsionar o crescimento. A Volters foi apresentada com a proposta de eliminar atritos e burocracias relacionadas ao fornecimento de energia limpa, com transparência e agilidade. Por fim, a AgroKaisen busca aumentar a sustentabilidade no processo de pós-colheita por meio de soluções de engenharia orientadas à AGENDA ESG.

    Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de interagir com os representantes das startups por meio de perguntas e respostas. O encontro foi concluído com uma produtiva rodada de negócios.

    Texto e fotos: Divulgação CCGL

  • Plataforma identifica no solo microrganismos causadores de doenças

    Tecnologia auxilia agricultores a tomar decisões para aumentar a produtividade e reduzir o uso de agroquímicos

    Um dos maiores desafios da agricultura de precisão é o mapeamento da comunidade de microrganismos benéficos e causadores de doenças (patogênicos) presentes no solo. Para auxiliar nesse processo, o biólogo Rafael Silva Rocha criou a startup de biotecnologia ByMyCell.

    Por meio de sequenciamento de DNA de nova geração, os pesquisadores da empresa são capazes de identificar em amostras de solo a diversidade de microrganismos (microbiota), de forma rápida, com alta resolução e custos mais acessíveis que outras alternativas existentes no mercado.

    Dessa forma, conseguem detectar focos de patógenos e auxiliar o produtor a tomar decisões para aumentar a produtividade e reduzir o uso de agroquímicos.

    “Fornecemos genômica de maneira facilitada, em uma plataforma de análise de dados robusta e em nuvem, que agiliza a pesquisa e desenvolvimento dos clientes”, diz Silva Rocha.

    A partir dessa atuação, a equipe criou uma solução para o agronegócio — e, atualmente, tem voltado seus esforços para o segmento.

    Inicialmente, o objetivo era atender à demanda de empresas e grupos de pesquisa. Tanto que a lista de clientes da ByMyCell inclui instituições como as universidades de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp), Estadual Paulista (Unesp), universidades federais, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Butantan, entre outros. Mais de 200 clientes já utilizaram a plataforma.

    Ao notar que o agronegócio tem dificuldade para identificar microrganismos patogênicos, os fundadores da ByMyCell decidiram mudar a direção e “pivotar” a empresa: o termo pivot, do inglês, significa “mover-se em torno do próprio eixo”.

    “Fizemos algumas modificações na plataforma e passamos a oferecer a solução para produtores rurais. Foi uma necessidade que surgiu durante o processo”, explica Silva Rocha.

    A plataforma da ByMyCell, aprimorada por meio de um projeto apoiado pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fapesp, é capaz de identificar qualquer microrganismo: com uma única análise, é possível mapear mais de 300 mil agentes. “E o melhor: o custo é bem acessível”, afirma Silva Rocha.

    No caso do agronegócio, a metodologia tem sido aplicada na identificação de fungos patogênicos — o principal problema do setor.

    Apesar de ter concorrentes, o modelo da ByMyCell é único: não há quem ofereça o mesmo serviço no Brasil — a maioria fornece dados brutos, compara o pesquisador. “Isso nos permitiu crescer rápido. Algumas empresas têm soluções importadas, mas o custo é alto e a precisão é baixa, já que não são específicas para o Brasil.”

    O sistema da ByMyCell calcula o risco de doença em uma propriedade, compara com o banco de dados exclusivo criado pela própria equipe e aponta previsões. “Isso vai tanto em forma de tabela quanto diretamente no mapa da fazenda. Para o agrônomo, é muito mais intuitivo: ele consegue ver espacialmente onde exatamente cada microrganismo pode atuar”, avalia.

    Além disso, a empresa oferece sugestões de bioinsumos nacionais que podem tratar cada doença.

    Atualmente, 50% do custo de produção é direcionado a produtos químicos importados.

    “Essa é a despesa que o produtor busca reduzir. Com o mapeamento, a atuação se torna mais precisa, já que os microrganismos estão identificados. E ele pode adotar produtos nacionais e mais sustentáveis”, aponta.

    Atualmente, perdem-se, em média, no mundo, 23% das produções agrícolas por doenças causadas por fungos. É possível que, a médio e longo prazos, as análises proporcionadas pela plataforma levem a uma redução nessa incidência, uma vez que as pragas serão atacadas corretamente. “O produtor pode controlar doenças que nem sabia que tinha”, diz Silva Rocha.

    O pesquisador destaca que o preço da análise varia de 0,3% a 0,5% do custo de produção. “É um percentual muito baixo, especialmente quando comparado com os 50% dedicados a químicos”, avalia.

    Parceria com universidades

    O biólogo tem vasta experiência no segmento. Graduado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), fez doutorado em um centro de biotecnologia de Madri, na Espanha, onde se especializou em bioinformática. Depois disso, passou pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto durante o pós-doutorado e atuou como professor na USP.

    Em 2022, entretanto, decidiu se dedicar integralmente à criação e à operação da ByMyCell. Toda sua expertise de análise de dados genômicos foi, então, aplicada no desenvolvimento da solução. “Identifiquei a demanda por esse produto quando ainda atuava na universidade”, diz.

    A startup ainda mantém parcerias com a academia. “Temos três projetos em andamento. Enquanto a empresa tem a agilidade que não está disponível na universidade, a universidade tem benefícios que a empresa não tem”, compara. “Esses convênios auxiliam na formação de recursos humanos: ou seja, permitem o desenvolvimento dos profissionais e oferecem a possibilidade da incorporação dos talentos à empresa.”

    Silva Rocha conta que, hoje, no Brasil, poucas universidades trabalham com genômica 100% em nuvem. “Até pouco tempo atrás, ainda compravam servidores físicos. Então, muitos estudantes não têm experiência com nuvem. A USP tem sido muito parceira: trazemos estagiários do último ano, treinamos nessa tecnologia e os deixamos preparados para o mercado de trabalho. Dos cinco que estiveram conosco nesse período, dois já foram efetivados.”

    A startup tem dois sócios-fundadores e dez funcionários. Nos últimos dois meses, a equipe aumentou 100% por meio do projeto apoiado pelo PIPE-FAPESP.

    “A ByMyCell já fatura, já paga suas contas, e os recursos do projeto foram dedicados a criar um grupo de pesquisa e desenvolvimento”.

    Até o fim do ano, mais especialistas devem ser integrados à equipe e o total de funcionários deve chegar a 15.

    Segundo ele, o PIPE-FAPESP foi fundamental para o crescimento da empresa, que fez um movimento diferente do que é feito pela maioria das startups apoiadas pela instituição. “Quando iniciamos a startup, usamos capital próprio. Em seguida, recebemos um investimento-anjo, que permitiu acelerar o desenvolvimento.” Com o aprendizado obtido diretamente com os clientes, a ByMyCell pôde se candidatar ao PIPE no início de 2023.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: diferença entre valores de compra e venda diminui liquidez no Brasil

    De acordo com o Cepea, produtores de soja estão focados nas atividades de campo, cautelosos quanto às irregularidades climáticas no país

    Com a maior disparidade entre os valores pedidos por vendedores e os ofertados por compradores, a liquidez no mercado interno da soja esteve menor na última semana.

    De acordo com pesquisadores do Cepea, sojicultores estão focados nas atividades de campo, cautelosos quanto às irregularidades climáticas no país, e sem interesse em comercializar grandes volumes no spot nacional.

    Já consumidores estão afastados das compras, indicando estarem abastecidos para o médio prazo.

    Esses demandantes também estão atentos ao elevado excedente da safra 2022/23 e à possibilidade de chuvas nos próximos dias nas principais regiões, o que, por sua vez, tende a reforçar as expectativas de produção recorde de soja na temporada 2023/24.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/