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6 de novembro de 2023

  • Crescimento de mercado brasileiro de bioinsumos deve impulsionar fusões e aquisições

    Segundo dados da CropLife Brasil, entidade que representa a indústria de insumos, as vendas de produtos biológicos cresceram 30% em 2023

    O crescimento do mercado brasileiro de insumos biológicos, estimulado pela implementação do Programa Nacional de Bioinsumos e pela busca por uma produção sustentável de alimentos, deve impulsionar as atividades de fusões e aquisições no Brasil, segundo um relatório da Redirection International, assessoria especializada em fusões e aquisições, publicado recentemente.

    O estudo mapeou a indústria brasileira de insumos agrícolas e destaca os fatores que colocam o mercado brasileiro como um dos mais atrativos para investimentos na área de biológicos.

    De acordo com o relatório, a adoção de bioinsumos tem crescido cada vez mais no Brasil e se apresenta como uma alternativa aos produtos químicos que, em geral, têm uma grande dependência do mercado internacional.

    Como exemplo, apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo e o quarto maior consumidor global de fertilizantes, cerca de 80% dos insumos consumidos no país são importados.

    “O conflito entre a Rússia e a Ucrânia escancarou a fragilidade e a dependência que o país tem em alguns insumos agrícolas, ficando mais vulnerável à disparada dos preços internacionais. Por isso, a atenção se volta cada vez mais para alternativas, como por exemplo a remineralização do solo e o uso de bioinsumos, que envolvem a utilização de matérias primas de origem biológica, como microrganismos, materiais vegetais, orgânicos ou naturais”, explica o economista e sócio da Redirection International, Vinicius Oliveira, um dos responsáveis pelo estudo.

    Segundo dados da CropLife Brasil, entidade que representa a indústria de insumos, as vendas de produtos biológicos cresceram 30% em 2023 e a expectativa é fechar o ano com crescimento de 35%, movimentando cerca de R$ 4 bilhões no país.

    O potencial do mercado nacional de bioinsumos também é destacado em uma publicação da Embrapa Soja de 2022, que projeta que o setor alcançará o volume de R$16,9 bilhões em 2030.

    Além da redução da dependência brasileira do mercado internacional, outros fatores também devem impulsionar os investimentos na indústria de produtos biológicos como, por exemplo, a tendência global em busca de cultivos agrícolas ambientalmente sustentáveis (priorizando produtos que já existem na natureza e reduzindo o uso de insumos químicos) e o aumento da produtividade e da segurança alimentar.

    O relatório da Redirection International aponta ainda que os resultados do uso de insumos biológicos são bastante animadores e cita o caso de uma empresa de capital aberto que adotou o uso exclusivo desses insumos no manejo das lavouras, obtendo ganhos de até 15% na produtividade de grãos no Rio Grande do Sul e aumentando a qualidade dos produtos como o café, por exemplo.

    “Como se trata de um mercado embrionário, ainda está sujeito a questões regulatórias, sobretudo a produção ‘on farm’, feita na própria propriedade rural e que, normalmente, não segue critérios rígidos de controle de qualidade. Muitos estudos já apontam para os riscos desse tipo de produção caseira, tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente. Por isso há a expectativa para a regulamentação da cadeia produtiva e a profissionalização do setor nos próximos anos, principalmente devido à implantação do Programa Nacional de Bioinsumos, lançado em 2020, o que deve fomentar o desenvolvimento industrial neste segmento”, ressalta Vinicius Oliveira.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Armazenagem: 61% dos produtores não têm estruturas para guardar grãos

    Estudo do Esalq-Log ainda diz que 25,9% dos produtores desconhecem linhas de crédito específicas para armazenagem

    Uma pesquisa sobre o perfil da armazenagem agrícola no Brasil realizada com produtores rurais demonstra que 61% dos agricultores não têm estruturas de armazenagem na propriedade. O estudo, conduzido pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-LOG), em parceria com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ouviu mais de mil produtores de todo o País.

    Segundo o Esalq-Log, o alto custo de construção, a dificuldade de acesso ao crédito para construção, a falta de capital de giro para manter o negócio e outras prioridades de investimento na propriedade são as principais razões para os produtores não investirem em armazenagem.

    Os principais desafios dos produtores com infraestrutura própria, de acordo com o Esalq-Log, são a falta de pessoal qualificado, a gestão da qualidade e umidade, o manejo de pragas e problemas com energia elétrica. “É notável o aumento do uso de silo-bolsa no Brasil nos últimos anos”, diz o documento.

    Segundo a pesquisa, 9,9% dos produtores utilizaram apenas o silo-bolsa, enquanto 9,2% utilizaram a estrutura como complemento de armazenagem. O estudo mostra que 41,2% dos produtores que possuem armazéns próprios guardaram mais de 75% da produção nos silos-bolsa.

    De acordo com os produtores, o silo é utilizado para evitar gargalos de transporte durante a colheita, como estratégia para obter melhores preços fora da época de colheita e dispor de um espaço para armazenar com vistas a evitar deixar os grãos a céu aberto.

    O Esalq-Log ainda diz que 25,9% dos produtores desconhecem linhas de crédito específicas para armazenagem. Por fim, a pesquisa mostra que as cooperativas são os maiores fornecedores de serviço de armazenagem para os produtores associados (47,1%) e empresas de armazenagem (33,4%). Segundo o Esalq-lOG, a distância média entre a fazenda e o armazém contratado no Brasil é de 35,1 km.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/