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Pesquisador da CCGL alerta sobre crescente incidência de estria bacteriana na cultura do milho no RS

A cultura do milho no Rio Grande do Sul enfrenta um desafio significativo com o aumento da incidência de estria bacteriana. Esta patologia, ainda pouco conhecida pela maioria, tem se manifestado de maneira preocupante nas lavouras do estado, trazendo à tona a necessidade de medidas eficazes de controle.

O pesquisador em fitopatologia da CCGL, Dr. Carlos Pizolotto, explica que a estria do milho foi originada na década de 50, no continente africano, e ganhou destaque nos Estados Unidos durante a safra 2014/15, evidenciando seu potencial epidêmico. No Brasil, primeiros relatos no oeste do Paraná na safrinha de 2018 sinalizaram a presença da doença, que agora se expande notavelmente no Rio Grande do Sul, sendo observada em maior escala nesta safra.

A causa da estria bacteriana reside em uma bactéria capaz de sobreviver em plantas tigueras de milho, plantas daninhas e restos culturais da própria cultura. A capacidade das bactérias de utilizar aberturas naturais nas plantas para colonizar o tecido agrava a situação. Condições climáticas específicas, como períodos com temperaturas elevadas em torno de 28º e elevada disponibilidade hídrica, criam um ambiente propício para a disseminação da doença.

O desafio para os produtores é agravado pela limitada eficácia dos fungicidas convencionais sobre a bactéria. Medidas de controle, portanto, exigem uma abordagem proativa, incluindo a antecipação das aplicações e a consideração de reforços que vão além dos fungicidas tradicionais. O pesquisador explica que, durante viagem feita ao estado de Nebraska, nos Estados Unidos, observou a vulnerabilidade das folhas do baixeiro em anos mais chuvosos, quando há a disseminação por respingos de chuva e vento.

Outro ponto evidenciado pelo pesquisador é a diferenciação de sintomas, já que a estria bacteriana pode ser confundida com outras doenças, como a cercosporiose. Caracterizada por pequenas pontuações que evoluem para estrias entre as nervuras, a bacteriose requer uma identificação precisa para a implementação de estratégias de manejo eficazes.

Fonte: Comunicação CCGL