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21 de dezembro de 2023

  • El Niño deve provocar verão quente e seco no Brasil; veja previsão

    O verão começa nesta sexta-feira (22), às 00h27, com previsão de temperaturas acima da média na maior parte do país, com exceção do extremo Sul

    verão começa nesta sexta-feira (22), às 00h27, com previsão de temperaturas acima da média na maior parte do país, com exceção do extremo Sul.

    Sob influência do fenômeno El Niño, o verão será mais quente e mais seco.

    “Estamos prevendo que o verão vai ser mais quente que o normal em todo o país. Só no extremo sul as temperaturas podem ficar dentro do normal, mas nas regiões norte e central, as temperaturas devem ficar acima do esperado”, afirmou o meteorologista Caio Coelho, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

    Segundo ele, a previsão é que o El Niño perca intensidade apenas no fim do verão.

    Uma das características do fenômeno climático é a diminuição das chuvas na região Norte e Nordeste, e aumento da precipitação sobre a região Sul.

    “As chuvas devem continuar acima do que é esperado para essa época do ano na região Sul, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, detalhou a meteorologista Marília Nascimento, do Inpe.

    Já na faixa norte do país, a chuva estará abaixo da normal climatológica. “Principalmente na área mais ao leste, em direção ao Nordeste, e também no semiárido”, completou.

    Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, deve chover dentro na normalidade para a época.

    “O verão começa com chuvas mais abundantes devido à atuação da zona de convergência do Atlântico Sul, e não descartamos a possibilidade de pancadas de chuvas intensas que atinjam essa faixa que engloba a região Centro-oeste e o Sudeste do país e uma área ao norte da região Sul”, explicou Marília.

    Dias mais longos

    Até 20 de março de 2024, por causa da inclinação do seu plano de órbita, os raios solares atingem mais diretamente o hemisfério sul do planeta Terra.

    “Os dias são maiores, o Sol nasce mais cedo e se põe mais tarde, e isso acontece já a partir da primavera e tem o seu ápice no início do verão”, informou a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional.

    Mudanças climáticas

    Os cientistas alertam que as mudanças climáticas estão tornando os eventos climáticos extremos, como o El Niño, mais frequentes e intensos. Isso pode ter um impacto significativo na agricultura, no fornecimento de água e na saúde pública.

    A população deve se preparar para o verão com as seguintes recomendações:

    • Fique hidratado, beba bastante água e sucos naturais.
    • Use roupas leves e frescas, de preferência de algodão.
    • Evite atividades físicas ao ar livre durante o período mais quente do dia.
    • Se estiver no litoral, tome cuidado com as altas temperaturas e a correnteza.
    • Se estiver em áreas propensas a secas, tome medidas para economizar água.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Ferrugem-asiática dispara 234% na safra 23/24 de soja

    Dados do Consórcio Antiferrugem comparam média de incidência das últimas cinco safras com a atual. Especialista dá dicas de combate

    Nas últimas cinco safras, a média de casos de ferrugem-asiática nas lavouras de soja registradas até o dia 20 de dezembro foi de 33. Nesta temporada 2023/24, já são 111. Com isso, as ocorrências da pior doença a afetar a cultura estão 234% superiores agora.Os dados são provenientes do Consórcio Antiferrugem, iniciativa liderada pela Embrapa Soja. De acordo com a instituição, esse aumento vertiginoso se deve ao fato de a região Sul do país ter tido um inverno menos rigoroso, favorecendo a emergência da soja voluntária, que já estava com inóculos do fungo.

    A concentração de casos nos três estados da região justificam a explicação:

    • 83 registros no Paraná;
    • 17 no Rio Grande do Sul;
    • 4 em Santa Catarina.

    Também já foram reportados três casos em São Paulo, dois em Minas Gerais e dois em Mato Grosso do Sul.

    Cenário propício à ferrugem

    A maior distribuição de chuvas, intercaladas com veranicos, efeitos do fenômeno climático El Niño, tem dificultado o estabelecimento da soja, com atraso no plantio e necessidade de replantios em diversos locais, como em Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa.

    Segundo o engenheiro agrônomo e gerente de portfólio nacional de fungicidas para soja na Bayer, Carlos Toscano, esse cenário se torna muito propício para a ocorrência da ferrugem asiática.

    “É a doença mais agressiva que temos na cultura da soja, podendo ocasionar perdas de até 90% caso não seja controlada. Nesta safra já temos relatos da ocorrência dos sintomas da doença de forma muito precoce nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e em países vizinhos como Paraguai e Bolívia”, afirma.

    Manejo contra a doença

    O foco do agricultor nesse momento é adotar a melhor estratégia de manejo de fungicidas, sempre atento aos desafios que a ferrugem traz, de acordo com Toscano.

    Segundo ele, as medidas mais importantes para a redução dos danos da doença são os seguintes:

    • Usar o sistema de plantio direto com culturas que ajudem a recobrir o solo com palhada;
    • Respeitar o período de vazio sanitário;
    • Dentro de um limite agronômico, semear mais cedo para evitar as épocas mais favoráveis às doenças;
    • Usar produtos químicos ou biológicos preventivamente;
    • Escolher produtos eficazes, com doses assertivas para controlar as principais doenças da soja, como a ferrugem asiática, mancha alvo, mofo branco e podridão de grãos;
    • Escolher variedades de soja que possuam tolerância a alguns destes problemas;
    • Uso de ferramentas digitais que contribuem para o monitoramento e controle efetivo nos talhões afetados.

    Além disso, segundo o engenheiro agrônomo da Bayer, para maximizar os ganhos com a cultura da soja, o agricultor deve levar em consideração o manejo contra a ferrugem e demais doenças fúngicas nos seguintes momentos:

    • Aplicação do vegetativo: sua função é reduzir a pressão inicial de doenças;
    • Pré-fechamento da linha: aplicação mais importante e, assim, deve-se usar o produto mais robusto, preferencialmente misturas mais completas com ativos altamente eficientes. “Essa aplicação do pré-fechamento não deve ser postergada em função da aplicação do vegetativo”, adverte;
    • 2ª aplicação: deve ocorrer até 14 dias após a aplicação dos produtos pré-fechamento. “Nesse momento, a preocupação com a ferrugem e a podridão de grãos deve ser redobrada, dando preferência ao uso de produtos com uma carboxamida moderna e eficiente”, instrui.;
    • 3ª e 4ª aplicações: deve-se utilizar misturas de triazol+estrobirulinas, sempre acompanhadas de fungicidas protetores.

    “Portanto, vale a atenção do produtor para a adoção de boas práticas, tais como respeitar os intervalos de aplicações de até 14 dias; associar fungicidas sistêmicos juntamente com os multissítios e usar volume de calda e doses dos produtos conforme recomendado em bula e buscando sempre a melhor tecnologia de aplicação dentro dos melhores períodos do dia. Tudo isso contribuirá para um melhor controle da doença e minimização dos prejuízos”, finaliza Toscano.

    Na safra 2022/23 de soja, foram reportados 295 casos de ferrugem-asiática. Mais uma vez, o Paraná liderou em número de casos, com 83 na ocasião, seguido de Mato Grosso do Sul, com 57.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/