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2 de janeiro de 2024

  • El Niño será mais forte em 2024? Veja a previsão

    No Brasil, além das ondas de calor e elevação das temperaturas, o El Niño pode provocar alteração no regime de chuvas

    O ano de 2024 deve ser ainda mais quente do que o de 2023, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), em consequência das mudanças climáticas em curso somadas à ocorrência do fenômeno El Niño, de aquecimento das águas do Pacífico, que se estenderá até meados do ano.

    Novos recordes de temperatura foram batidos em muitos lugares do mundo – inclusive no Brasil – em meio às ondas de calor registradas em 2023.

    Segundo o novo relatório da OMM, agência da Organização das Nações Unidas (ONU), esses eventos representaram o início do colapso climático. Como o El Niño só deve se dissipar entre abril e junho de 2024, é possível esperar novas ondas de calor.

    De acordo com relatório da OMM assinado pelo diretor-geral da organização Petteri Taalas, o principal fator por trás do aumento das temperaturas é o aquecimento global, mas o El Niño “tem impacto na temperatura global, especialmente no ano seguinte ao de sua formação, neste caso, 2024”.

    “Como resultado das temperaturas recordes da superfície e dos oceanos desde junho, 2023 deverá ser o ano mais quente já registrado até hoje, mas a previsão é de que o próximo ano seja ainda mais quente.”

    No Brasil, além das ondas de calor e elevação das temperaturas, o El Niño pode provocar alteração no regime de chuvas, causando novos eventos de secas e estiagens intensas, sobretudo no Nordeste e no Norte, e chuvas acima do normal no Sul, a exemplo do que já ocorreu em 2023. Além disso, incêndios florestais no Cerrado e na Amazônia podem ocorrer com mais frequência.

    Municípios atingidos

    Por causa do fenômeno, em 2023, mais da metade dos 5.568 municípios brasileiros foi afetada por algum evento climático extremo, como tempestades, enchentes e secas. Segundo a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, 2.797 municípios foram reconhecidos em situação de emergência ou estado de calamidade pública. Ao todo, 14.541.438 pessoas foram afetadas e R$ 1,4 bilhão foram gastos na contenção de danos.

    O início do ano foi marcado por chuvas intensas em inundações no litoral de São Paulo, que deixaram 64 mortos e resultaram na interdição da Rodovia Rio-Santos. Ciclones extratropicais atingiram a região Sul do país em junho, deixando 49 mortos e mais de cem municípios afetados, sobretudo no Rio Grande do Sul. Também no Rio Grande do Sul, uma forte estiagem levou à situação de emergência em 252 municípios. Na região Norte, 100 municípios registraram escassez hídrica devido à seca histórica.

    O aumento da temperatura do planeta deve ultrapassar a simbólica marca de 1,5ºC acima da média registrada antes da Revolução Industrial já a partir de 2024. Em 2023, marcado por ondas de calor e vários recordes de temperatura, a média global ficou 1,4ºC acima da marca pré-industrial.

    Pelo Acordo de Paris, de 2015, os países signatários se comprometeram a tentar manter o aumento das temperaturas pelas mudanças climáticas abaixo de 1,5ºC.

    Cientistas vêm alertando que um aumento superior a 1,5ºC deflagraria uma cascata de impactos catastróficos para o planeta, potencialmente irreversíveis.

    Segundo o alerta da OMM, a marca será alcançada pelo menos uma vez nos próximos cinco anos.

    Embora não seja ainda um aumento permanente, representa uma aceleração dos impactos humanos no sistema climático global e lança a humanidade em um “território desconhecido”, segundo a agência da ONU.

    Temperatura média mais quente

    Segundo dados da OMM, o ano de 2023 será o mais quente já registrado, com um aumento médio de 1,4ºC, batendo os recordes anteriores, de 2016, com uma elevação de 1,29ºC, e 2020, com aumento de 1,27ºC.

    “Não temos como fazer uma previsão exata, mas, se em 2024, teremos condições de El Niño durante parte do ano, temos que nos preparar”, afirmou a climatologista Karina Lima, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    “Independentemente do El Niño, que é um fator que contribui, o aquecimento global é o fator principal e continua escalando. Sabemos que, em um mundo mais quente, a tendência geral é de aumento de frequência e intensidade de eventos extremos”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Arroz fecha 2023 com preços recordes, mas com futuro incerto

    Há a perspectiva de que o mercado de arroz mantenha tendência de alta, pelo menos até o início dos trabalhos de colheita da nova safra

     A comercialização de arroz no Brasil terminou o ano bastante restrita, com expectativa de retomada de ritmo apenas na segunda metade de janeiro ou início de fevereiro de 2024.
    Os recessos de fim de ano, a diminuição na demanda doméstica e o significativo esfriamento das exportações contribuem para um cenário de liquidez mínima, segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
    A fraqueza do dólar em relação ao real, aliada à supervalorização das cotações internas, que reduziram consideravelmente a competitividade do cereal brasileiro, complicou a concretização de novos contratos de exportação, fator que vinha contribuindo para os recentes movimentos de alta.

    Apesar das incertezas atuais, há a perspectiva de que o mercado mantenha sua tendência de alta, pelo menos até o início dos trabalhos de colheita da nova safra, pondera Oliveira.

    Início de ano promissor

    Ao iniciar o ano, o mercado de arroz testemunhava uma dinâmica influenciada por diversos fatores que moldaram seu comportamento nos primeiros meses. O dólar começou 2023 acima de R$ 5,40, tornando o produto brasileiro atrativo para o mercado internacional, resultando em uma boa demanda externa.

    As indústrias, de olho nas primeiras reposições do ano, retornaram gradualmente, elevando suas ofertas e impulsionando o mercado, que ganhou ritmo à medida que o ano se desenrolava.

    Em meio à expectativa de uma quebra na safra 2022/23 de arroz devido aos reflexos do La Niña e uma sólida demanda externa, os preços dispararam. Projetava-se a menor safra em aproximadamente duas décadas, contribuindo para uma relação estoque/consumo em seu mais baixo nível histórico, lembra o consultor.

    Expectativa de recuo

    Neste contexto, a média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou o dia 26 de dezembro cotada a R$ 125,39, apresentando um avanço de 0,45% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia uma alta de 8,80%. E um aumento de 36,11% quando comparado ao mesmo período de 2022.

    A expectativa é de uma possibilidade de recuo nos preços por volta de fevereiro e março, quando se espera uma pressão maior da safra brasileira e um aumento nas importações do Mercosul, prevê o analista. Tradicionalmente, o mercado recua para os níveis de paridade de exportação nesse período, finaliza.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Especialista em tecnologia conta quais são as 5 tendências para o agronegócio em 2024

    Adoção de tecnologias emergentes torna-se vital não apenas para a eficiência operacional, mas também para a gestão estratégica do setor

    O cenário do agronegócio, cada vez mais impulsionado pela inovação tecnológica, projeta para 2024 um ano repleto de avanços que vão desde a Internet das Coisas (IoT) até o Big Data.

    Com o agronegócio representando cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a adoção de tecnologias emergentes torna-se vital não apenas para a eficiência operacional, mas também para a gestão estratégica do setor.

    De acordo com o gerente sênior de Transformação Digital na delaware (empresa global de tecnologia), estas são as 5 tendências para o agronegócio em 2024:

    Internet das Coisas (IoT): Essa tecnologia, embora não seja novidade, continuará desempenhando um papel crucial na agricultura. A coleta de dados da lavoura e a automação de atividades processuais são essenciais para embasar as decisões estratégicas, contribuindo para o crescimento sustentável do setor.

    Sensores: o sensoriamento no agronegócio permanece indispensável, realizando análises do solo e vegetação para combater e controlar pragas. O investimento contínuo nessa prática é essencial para a obtenção de informações valiosas sobre o plantio.

    Inteligência Artificial (IA): complementando a IoT, a IA desempenha um papel fundamental na extração e análise assertiva de informações no campo. A aplicação da IA contribui para uma gestão mais inteligente e eficaz da produção agrícola.

    Drones: a utilização de drones mantém sua eficácia no monitoramento do campo, auxiliando no controle de umidade, pulverização e quantidade de insumos. A capacidade de registrar imagens contribui para maior precisão e controle das operações agrícolas.

    Big Data: a coleta massiva de dados no agronegócio necessita de uma abordagem organizada e estruturada. O Big Data desempenha um papel crucial na interpretação e transformação desses dados em informações inteligentes, fundamentais para a tomada de decisões estratégicas.

    Conforme o especialista, todas essas tendências, quando integradas, proporcionam resultados excepcionais em toda a cadeia produtiva, alinhando-se também aos princípios do ESG (Ambiental, Social e Governança). Elas contribuem não apenas para a eficiência operacional, mas também para a segurança dos trabalhadores e uma governança eficaz.A implementação dessas tendências pode representar um desafio para empresas agrícolas, especialmente aquelas de origem familiar. De acordo com Games, contar com o suporte de consultorias especializadas pode ajudar a identificar demandas, elaborar planos de ação e garantir a integração eficaz dessas tecnologias.

     Fonte: https://www.canalrural.com.br/