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12 de fevereiro de 2024

  • Exportação de carne bovina cresce 28% em janeiro

    A China se manteve como o principal cliente da carne bovina brasileira, mas importou 3,1% menos em janeiro de 2024

    exportação de carne bovina (in natura e processada) em janeiro cresceu 28% em volume ante igual mês de 2023, de 183,81 mil toneladas para 235,34 mil toneladas.

    Os preços médios caíram de US$ 4.630 por tonelada em janeiro de 2023 para US$ 3.954 por tonelada em janeiro de 2024 (-14,6%).

    A receita total atingiu US$ 930,6 milhões contra US$ 851,1 milhões em janeiro do ano passado, crescimento de 9,3%.

    As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

    A China se manteve como o principal cliente da carne bovina brasileira, mas importou 3,1% menos em janeiro de 2024 – de 100,16 mil toneladas para 97,05 mil toneladas.

    O preço médio pago pela China caiu de US$ 4.845 para US$ 4.404 em janeiro deste ano (-9%).

    Os Estados Unidos foram o segundo maior importador da carne bovina brasileira em janeiro. O volume aumentou de 15,29 mil toneladas para 49,85 mil toneladas (+225,9%). Mas o preço recuou 43,3%, de US$ 5.214 por tonelada para US$ 2.957 por tonelada.

    Os Emirados Árabes Unidos ficaram em terceiro lugar entre os maiores importadores. Foram 11,80 mil toneladas (alta de 309,9%). Hong Kong, com 10,71 mil toneladas, e Egito, com aquisição de 7,29 mil toneladas, completaram a relação dos cinco maiores importadores de carne bovina do Brasil em janeiro.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Cientistas usam sinais vibratórios para manejar pragas nas lavouras

    Equipamento eletrônico reproduz vibrações que percevejos usam para se comunicar e é capaz de interferir evitando a reprodução da praga

    O uso de sinais vibratórios é a nova arma da ciência para ajudar no controle de pragas agrícolas, como os percevejos, popularmente conhecidos como marias-fedidas e agrupados em, aproximadamente, 900 gêneros e 5 mil espécies.

    A tecnologia desenvolvida digitaliza esses sinais que os insetos usam para se comunicar e os reproduz artificialmente a fim de atraí-los ou afastá-los.

    Para chegar a esse resultado, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) – em parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) – desenvolveu um dispositivo e um método para armazenamento, geração e reprodução desses sinais vibratórios.

    Esse é um dos primeiros estudos no mundo visando a aplicação dos conhecimentos de comunicação vibracional para o manejo de percevejos na agricultura. A patente da tecnologia foi depositada em dezembro, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

    Como funciona?

    “O método consiste em digitalizar os sinais vibracionais emitidos pelos insetos e reproduzi-los, de maneira contínua e repetidamente, para interferir no comportamento deles, a fim de, por exemplo, atraí-los ou afastá-los”, detalha o pesquisador Raúl Alberto Laumann, membro da equipe do Laboratório de Semioquímicos.

    Assim, é possível fazer a manipulação comportamental e o controle de insetos-praga em áreas de plantio pela redução da densidade populacional.

    Além disso, a tecnologia permite que os sinais sejam reproduzidos em diferentes superfícies, como o caule e as folhas das plantas, ou outros substratos sólidos, o que possibilita sua aplicação sob condições diversas, atendendo a diferentes particularidades de controle.

    “Embora a invenção do dispositivo e do método tenha sido motivada pela necessidade de manejo de percevejos, a tecnologia pode ser aplicada a uma vasta variedade de insetos”, assinala o pesquisador.

    Comunicação entre percevejos

    Nos percevejos, os sinais vibratórios atuam na troca de informação entre os indivíduos quando eles se encontram a distâncias moderadas (1 a 2 metros) ou curtas (poucos centímetros ou contatos físicos).

    “Por meio desses sinais vibratórios, eles recebem e enviam informação a respeito do sexo do inseto que está ‘cantando’, receptividade para a cópula e distribuição espacial”, conta o cientista.

    Estudos do processo de comunicação dos percevejos indicam que a comunicação entre eles se dá por meio de vibrações entre 60 e 130 hertz (Hz), produzidas pelo abdômen do inseto, as quais são transferidas para os tecidos da planta por suas patas, nas quais também se encontram os receptores sensoriais dos sinais vibratórios.

    Desse modo, a utilização dessas vibrações pode ser uma alternativa ou complemento ao uso de feromônios para serem incorporados em armadilhas de monitoramento. Os feromônios são sinais químicos que também fazer parte do sistema de comunicação dos insetos.

    “Adicionalmente, sinais vibratórios com efeito repelente ou que interferem na comunicação têm potencial para o manejo dessas pragas agrícolas, num sistema similar ao da confusão sexual com interrupção do acasalamento, sem o uso de substâncias químicas”, completa.

    Alternativa ao uso de produtos químicos

    Atualmente, os percevejos são pragas primárias das principais culturas de grãos no Brasil, sendo que nos últimos anos sua incidência tem se estendido a outras culturas, com relatos de ataques severos em algodão, hortaliças e mamona, entre outras.

    Os métodos de controle mais comuns baseiam-se na utilização de inseticidas sintéticos, que estão relacionados a riscos e efeitos negativos ao meio ambiente e à saúde humana.

    “Mas o uso excessivo de agrotóxicos torna os sistemas agrícolas instáveis em decorrência da eliminação conjunta de inimigos naturais e da indução ao aumento de resistência dos insetos-praga. Isso gera condições que favorecem a ação dos insetos herbívoros e, por conseguinte, a ocorrência de ataques mais severos e com dano de maior intensidade às culturas”, alerta Laumann.

    Assim, a possibilidade de interferir na comunicação e no comportamento sexual dos insetos e, consequentemente, no seu sucesso reprodutivo, é uma das estratégias com grande potencial para o manejo eficiente de suas populações, sem o uso de agrotóxicos.

    “Várias etapas do comportamento reprodutivo de percevejos envolvem troca de informações. Os tipos de sinais mais conhecidos e estudados nesse grupo de insetos são os feromônios, mas os percevejos também trocam informações usando os sinais vibratórios”, destaca Laumann.

    Para o pesquisador, já se observa uma crescente demanda por soluções que produzam, nas próximas décadas, alimentos, fibras e outros materiais derivados da agricultura com baixos níveis de impacto ao meio ambiente, principalmente nas áreas de preservação e mananciais.

    A aplicação de práticas sustentáveis na agricultura mostra-se prioritária para atingir essa meta. É nesse contexto que o controle biológico e a manipulação comportamental de insetos se apresentam com grande potencial para uso no manejo de pragas, pois permitem minimizar o uso de agrotóxicos.

    “Embora já existam práticas de controle biológico, ainda não há tecnologia de manipulação comportamental de insetos direcionada às principais pragas agrícolas que mantenha os índices de qualidade de vida e preservação ambiental, bem como os principais grãos livres de resíduos químicos”, afirma Laumann.

    Pode ser associada a feromônios

    “Um dos objetivos iniciais do desenvolvimento desse sistema foi a possibilidade de usá-lo para reproduzir sinais vibratórios de percevejos nas armadilhas de monitoramento populacional contendo o feromônio sexual, visando incrementar a eficiência de captura e a precisão das estimativas de densidade populacional. Assim, a ferramenta se tornaria mais precisa e útil para os produtores”, assinala Laumann.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

     
  • Cultivar de capim mostra bom desempenho ao anteceder a soja

    O controle do capim BRS Zuri com uso de herbicidas antes do plantio da soja é uma estratégia de manejo eficiente e segura para os produtores

    Estudo realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) mostrou que o uso da cultivar de capim BRS Zuri antecedendo a soja é viável e pode trazer bons resultados em sistemas de integração-lavoura-pecuária (ILP).

    Isso é possível adotando-se uma estratégia de manejo adequada. Essa cultivar é conhecida pela elevada produção de forragem, alto valor nutritivo, resistência à cigarrinha-das-pastagens e à mancha das folhas, o que a torna interessante para a alimentação do gado. Por outro lado, essa forrageira necessita de manejo especial para que ela não permaneça no campo na hora de plantar a soja.

    “As cultivares mais vigorosas, como os capins BRS Zuri, Mombaça e Miyagui, têm sido deixadas de lado pelo fato de serem mais tolerantes ao herbicida glifosato, por formarem touceiras e devido ao porte elevado, que dificulta um pouco o plantio da cultura em sucessão”, completa o pesquisador da Embrapa Luís Armando Zago Machado.

    Ele salienta que esses capins são os mais produtivos, em condição de pastejo, capazes de produzir 40 arrobas de carcaça por hectare, por ano, quando em sistemas de integração lavoura-pecuária.

    “Esse potencial de produção do capim BRS Zuri foi o que motivou estudar seu controle com herbicidas, já que, nos sistemas integrados, a pecuária necessita ser muito lucrativa para justificar sua rotação com culturas anuais”, declara Machado.

    Quando o capim BRS Zuri foi avaliado nos ensaios de valor de cultivo e uso, ele foi mais produtivo que os capins Tanzânia e Mombaça, além de apresentar melhor valor nutricional que esse último.

    Ao ser avaliado em sistemas integrados, foi obtida produtividade de 20% a 40% maior que a braquiária. “Porém, os P. maximum são mais exigentes em adubação, para que expressem todo seu potencial de produção, por isso eles vão tão bem nos sistemas integração lavoura-pecuária”, alerta Zago.

    Resultados obtidos com a dessecação do capim BRS Zuri

    O uso de cultivares de P. maximum de porte alto como a BRS Zuri nos sistemas integrados é bem-sucedido quando as plantas são rebaixadas. Esse trabalho comprovou que o sucesso do controle químico consiste na aplicação de duas doses de herbicida sistêmico ou a primeira com sistêmico e a segunda de contato, antes do plantio da soja. A primeira aplicação deve ser realizada com 12 a 14 dias antes do plantio da soja.

    A segunda aplicação pode ser feita de quatro a dez dias após a primeira, dependendo da dose e do produto aplicado. Essas duas aplicações foram eficientes para a dessecação do capim. Foram utilizados os herbicidas sistêmicos (glyphosate ou haloxyfop) ou de contato (glufosinato) e ambos apresentaram resultados positivos.

    O estudo comprovou que o controle do capim BRS Zuri com uso de herbicidas antes do plantio da soja é uma estratégia de manejo eficiente e que pode ser usada com segurança pelos produtores. “Com essa informação, é possível realizar o controle e diminuir o intervalo para posterior semeadura da soja”, diz Zago.

    O capim BRS Zuri é mais uma espécie a ser empregada nos sistemas de integração lavoura-pecuária, possibilitando a diversificação das forrageiras, principalmente, com as do gênero Brachiaria, que são bastante cultivadas e apresentam características muito interessantes, segundo os pesquisadores.

    Eles recomendam manter alguns talhões com Brachiaria, já que elas são menos estacionais, ou seja, a redução na produção de forragem durante a seca é menor em Brachiaria, em relação a Panicum.

    Outro aspecto a ser considerado no estabelecimento do capim BRS Zuri em sucessão à soja é o percevejo barriga-verde, que é uma praga secundária da soja, mas pode inviabilizar o estabelecimento desse capim. Nesse caso, está sendo avaliado em outro projeto o controle dessa praga.

    Observou-se que a pulverização de inseticida é pouco eficiente, já que a planta fica abrigada sob a palha da soja. Os melhores resultados têm sido obtidos com o tratamento das sementes da forrageira.

    Zago acrescenta que, no sistema ILP, o capim desempenha um papel fundamental na rotação de culturas e estruturando o solo, que pode contribuir para intensificar e gerar melhorias no ambiente de produção e, consequentemente, promover o aumento de produtividade nas lavouras de soja de forma sustentável.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/