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17 de abril de 2024

  • Exportações de carne bovina brasileira batem recorde, mas preços seguem em queda

    A China se destacou como o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, representando 41,1% do total movimentado

    Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), as exportações de carne bovina do Brasil alcançaram números recordes no primeiro trimestre de 2024, atingindo um volume de 672.330 toneladas, aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior.

    Essa alta resultou em uma receita de US$ 2,712 bilhões, um incremento de 20% em comparação com o primeiro trimestre de 2023.

    Contudo, mesmo com o aumento das vendas, os preços médios continuaram em queda. Em março de 2024, os preços médios da carne bovina exportada ficaram em US$ 4.158 por tonelada, uma redução em relação aos US$ 4.356 registrados em março de 2023.

    No acumulado do trimestre, os preços caíram de US$ 4.520 por tonelada em 2023 para US$ 4.033 por tonelada em 2024.

    A China se destacou como o principal destino das exportações brasileiras, representando 41,1% do total movimentado.

    No primeiro trimestre de 2024, o país asiático importou 276.337 toneladas, gerando uma receita de US$ 1,222 bilhão.

    Apesar do aumento no volume de compras, os preços médios caíram de US$ 4.900 em 2023 para US$ 4.420 neste ano.

    Já os Estados Unidos, segundo maior comprador da carne bovina brasileira, registraram uma queda ainda mais acentuada nos preços médios. Mesmo com um aumento de 93,5% no volume adquirido em relação a 2023, os preços médios caíram de US$ 4.390 para US$ 2.940 por tonelada.

    Outro destaque foi a entrada dos Emirados Árabes na terceira posição entre os maiores compradores, com um aumento de 275,4% no volume adquirido e uma receita de US$ 188,5 milhões. No entanto, o preço médio pouco variou, passando de US$ 4.650 por tonelada em 2023 para US$ 4.580 em 2024.

    Hong Kong figurou como o quarto maior comprador, registrando um aumento de 19,3% no volume adquirido e uma receita de US$ 94,3 milhões. Os preços médios passaram de US$ 3.070 em 2023 para US$ 3.180 em 2024.

    No total, 80 países aumentaram suas importações de carne bovina brasileira no primeiro trimestre de 2024, enquanto 63 reduziram suas aquisições.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Bactérias do trigo controlam fungo que provoca doença

    Em casos graves, a doença pode reduzir o rendimento do cereal entre 10% e 50%, ou até mais, em casos mais severos

     Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (SP) e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) realizaram estudo que identificou bactérias com potencial de biocontrole contra o fungo causador da mancha marrom em plantações de trigo e cevada. Conhecido por afetar significativamente a produção desses cereais, esse microrganismo pode ser combatido com o uso de biocompostos desenvolvidos a partir de bactérias isoladas do próprio solo no qual o trigo é cultivado.

    Parceria para chegar ao mercado

    Os pesquisadores investigaram a região das raízes das plantas, a rizosfera, ambiente com microrganismos (microbioma) capaz de fornecer serviços ecológicos essenciais para as plantas, como nutrição e proteção contra doenças. “A pesquisa mostrou que, mesmo diante de uma variedade de trigo suscetível ao fungo, a inoculação das bactérias antagonistas conseguiu reduzir a incidência da doença”, conta o doutorando da USP Helio Quevedo, principal autor do estudo.

    A bactéria foi isolada das raízes de trigo crioulo. Com isso, os cientistas conseguiram resgatar bactérias que haviam sido perdidas no processo de domesticação dessas plantas. Elas foram armazenadas na Coleção de Microrganismos de Importância Agrícola e Ambiental (CMAA) e agora podem ser transformadas em tecnologia como base de um insumo biológico voltado ao controle da mancha marrom.

    O pesquisador da Embrapa Rodrigo Mendes, orientador do estudo, explica que as bactérias selecionadas foram capazes de alterar a comunidade microbiana na rizosfera, o que resultou em uma defesa eficaz contra a infecção fúngica. A equipe conseguiu identificar o perfil químico dos inoculantes e as moléculas bioativas responsáveis pelo processo de antagonismo (o combate ao fungo patógeno).

    “A caracterização das biomoléculas permitiu compreender como as bactérias estavam atuando no controle do patógeno. Foram identificados diversos biosurfactantes e peptídeos antimicrobianos capazes de atuar na inibição desses patógenos”, declara o professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) Celio Fernando Figueiredo Angolini, coorientador do estudo.

    Ele relata ainda que, além de apresentar atividade antimicrobiana, as moléculas
    voláteis produzidas pelas bactérias conseguem se dispersar de maneira eficiente no solo, aumentando o seu raio de ação. Esses desdobramentos renderam ao trabalho a medalha Nico Nibbering na III Conferência Iberoamericana de Espectrometria de Massa (III Iberoamerican Conference on Mass Spectrometry).

    O estudo também revelou que a reintrodução de bactérias benéficas, isoladas de variedades tradicionais de trigo, em plantas modernas suscetíveis à mancha marrom, pode restabelecer a proteção contra a doença. Isso sugere que a domesticação das plantas pode ter afetado negativamente a composição do microbioma da rizosfera, enfatizando a importância de se recuperar e utilizar microrganismos benéficos para o controle de doenças.

    Além de analisar as alterações no microbioma e os mecanismos de defesa das plantas, a pesquisa procurou elucidar os efeitos dos inoculantes na supressão do patógeno. Testes mostraram que a severidade da doença foi significativamente reduzida nas plantas tratadas com as bactérias antagonistas, em comparação àquelas inoculadas apenas com o patógeno.

    Esse avanço representa uma nova frente na luta contra doenças de plantas, combinando conhecimentos de ecologia microbiana com biotecnologia. A equipe de Quevedo e Mendes espera que essas descobertas abram caminho para o desenvolvimento de soluções sustentáveis e eficazes para o controle de patógenos em culturas agrícolas, beneficiando produtores e o meio ambiente.

    Mancha marrom

    A mancha marrom é uma doença causada por fungo que afeta as folhas do trigo e pode causar perdas significativas na produção.

    • Sintomas e identificação: Os sintomas iniciais incluem pequenas manchas amarelas nas folhas, que eventualmente se transformam em manchas necróticas com centros cinzentos e bordas marrons. Pontos pretos, que são os picnídios do fungo, podem ser observados no centro das manchas. À medida que a doença progride, pode levar à morte do tecido foliar, afetando a fotossíntese e, consequentemente, a produção de grãos.
    • Condições favoráveis: A mancha marrom é favorecida por umidade elevada e temperaturas moderadas. A dispersão do patógeno é facilitada pela chuva e pelo vento, o que pode causar epidemias em regiões com essas condições climáticas durante a estação de crescimento.
    • Perdas na produção: As perdas causadas pela mancha marrom do trigo variam de acordo com a severidade da infecção, a suscetibilidade da variedade de trigo, as condições climáticas e o manejo da cultura. Em casos graves, a doença pode reduzir o rendimento da lavoura, entre 10% e 50%, ou até mais, em casos mais severos.
    • Manejo e controle: O manejo integrado da mancha marrom inclui a utilização de variedades resistentes, rotação de culturas para reduzir a carga de inóculo no solo, manejo adequado de resíduos de cultura, e aplicação de fungicidas quando necessário. Monitoramento regular e aplicação de fungicidas com base no limiar de dano econômico são práticas recomendadas para minimizar as perdas.
    • Resistência a fungicidas: A resistência do patógeno a certos fungicidas pode ser um desafio no controle da mancha marrom. A rotação de fungicidas com diferentes modos de ação é recomendada para manejar a resistência do patógeno.

    O impacto econômico da mancha marrom do trigo pode ser considerável, especialmente em regiões propensas a condições climáticas que favorecem o desenvolvimento da doença. Assim, a adoção de práticas de manejo integradas é essencial para proteger a produção de trigo e reduzir as perdas econômicas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Comercialização da soja 23/24 no Brasil atinge 41,6%, diz consultoria

    O ritmo das vendas de soja avançou 8,4% no mês, mas ainda está abaixo dos 43% observados em igual período do ano passado

    A comercialização brasileira da safra 2023/24 de soja alcançou 41,6% da produção esperada. É o que diz o levantamento realizado pela Datagro Grãos com dados coletados até o dia 5 de abril.

    O ritmo das vendas avançou 8,4% no mês, mas ainda está abaixo dos 43% observados em igual período do ano passado e muito distante do recorde de 71,5% da safra 19/20.

    Apesar do ritmo lento em comparação com anos anteriores, o avanço nas negociações em abril foi considerado positivo pelos analistas da Datagro, especialmente em um contexto de valorização dos preços da soja e necessidade de recursos para a compra de insumos para as próximas safras.

    “O ritmo melhor dos negócios ficou dentro de nossa expectativa, pois a valorização dos preços foi confirmada, além de absorver a alavancagem de recursos para a compra de insumos da safra de inverno e da safra 2024/25”, comenta Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da Datagro Grãos.

    Considerando a atual estimativa de produção em 146,3 milhões de toneladas, os produtores brasileiros negociaram, até a data analisada, 60,9 mi de t de soja. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava maior em termos relativos e absolutos, chegando a 68,9 mi de t.

    Safra 2024/25: primeiras negociações começam com ritmo lento

    As negociações da safra 2024/25 de soja também iniciaram, mas ainda estão em ritmo lento.

    Até o dia 5 de abril, 2,7% da produção estimada já havia sido negociada, um avanço mensal de 1,4 ponto percentual.

    No entanto, esse volume ainda está abaixo da média dos últimos anos e muito distante do recorde de 19,9% da safra 2020/21.

    A Datagro projeta uma safra de soja de 160,5 milhões de toneladas para 2024/25, o que representaria um crescimento de 9% em relação à safra atual.

    Milho

    A comercialização da safra 2023/24 do milho de verão no Centro-Sul também acelerou no mês de abril. Até o dia 5 de abril, 19,9% da produção estimada já havia sido negociada, um avanço de 8,4 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior.

    Apesar do aumento, o ritmo de comercialização ainda está abaixo da média dos últimos anos.

    No caso do milho de inverno da região Centro-Sul, a comercialização da safra estimada em 81,9 milhões de toneladas chegou a 19,5%, contra 14,4% no levantamento anterior.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/