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24 de abril de 2024

  • Colheita de soja atinge 86,8% no país; milho chega a 56,7%, diz Conab

    Trabalhos na cultura de feijão somam 76,7% da área total, e no arroz, 70,6%

    A colheita da safra brasileira de soja 2023/24 atingia, até o dia 21 de abril, 86,8% da área plantada no país, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em levantamento semanal de progresso de safra. Há atraso de 2,2 pontos percentuais (pp) em relação a igual período do ano passado e avanço de 3,6 pp em uma semana.

    Entre os estados que estão retirando a oleaginosa do campo, apenas São Paulo concluiu os trabalhos. Em seguida, vem Mato Grosso, com 99,5% dos trabalhos concluídos, seguido por Mato Grosso do Sul, com 99% da área colhida.

    O Rio Grande do Sul, o último a iniciar a colheita, conta com 47% da área colhida, avanço de 9 pp em relação à semana anterior.

    Colheita de milho

    A colheita da primeira safra de milho alcançou, no país, 56,7% da área plantada, avanço de 3,8 pontos percentuais na semana e atraso de 2,9 pp entre as temporadas. São Paulo já concluiu a colheita. O Paraná, em seguida, conta com 96% da área colhida, seguido por Santa Catarina, com 90%, e Rio Grande do Sul, com 82%. A Bahia colheu 32,8% da área de milho verão e Goiás conta com 6% da área trabalhada.

    A Conab informou, ainda, que o plantio da segunda safra 2023/24 de milho foi concluído no país, avanço de 0,1 pp na semana e igual status ante igual período da temporada anterior.

    Feijão e arroz

    O levantamento da estatal também mostrou que a colheita da safra de feijão alcançou 76,7% da área semeada, 4,5 pontos porcentuais mais que há uma semana e 10,2 pp atrás de igual período da temporada passada.

    Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Paraná já concluíram a retirada do grão, enquanto Santa Catarina está à frente nos trabalhos de campo, com 99,4% da área colhida, seguido por Rio Grande do Sul, com 94%.

    A colheita das lavouras de arroz alcançava 70,6% da área prevista, avanço de 17,7 pontos percentuais em uma semana e atraso de 9,6 pontos porcentuais na comparação entre as safras. Santa Catarina (90%), Goiás (80%) e Rio Grande do Sul (74%) são os Estados mais avançados na retirada do cereal do campo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Descoberta a planta de cobertura que aumenta a produtividade da soja em 17%

    Levantamentos técnicos da Fundação MS realizados ao longo de três anos encontrou substituto ao milho safrinha e a outras forrageiras

    Após três anos de levantamentos técnicos, a Fundação MS desvendou qual é a melhor planta de cobertura para consorciar com a soja e aumentar os níveis produtivos.

    Ao longo do estudo, notou-se avanço de rendimento médio de 17% na oleaginosa com o uso da Brachiaria brizantha, cultivar Piatã, em comparação a outras culturas de outono-inverno.

    “Foram observadas melhorias na cobertura do solo, na parte química e na redução de nematoides”, explica o pesquisador da Fundação MS, Douglas de Castilho Gitti.

    Segundo ele, o Piatã como alternativa ao milho safrinha tardio sobressaiu-se ao milho solteiro, ao milheto mais guandu, à aveia preta mais nabo forrageiro, ao sorgo granífero e ao sorgo forrageiro.

    “O ambiente com o Piatã proporcionou melhorias para que a soja produzisse mais, com uma produção adequada de palha, cobrindo mais o solo, por uma duração mais prolongada e de melhor qualidade, sem decomposição rápida”, explica.

    De acordo com ele, o desenvolvimento do capim proporciona melhor fertilidade ao solo, atribuindo melhorias na nutrição e no volume de raízes da soja, uma vez que contribui no incremento do potássio no solo, disponibilizando mais nutrientes para a planta.

    “Além disso, auxilia na redução de alguns nematoides, principalmente do gênero Rotylenchulus, que causam redução das radicelas (raízes mais finas) do sistema radicular da soja, assim permitindo boas condições de solo e raízes saudáveis à soja”.

    Planta na integração

    O presidente da Fundação MS, Daniel Franco Pereira, é um dos agricultores adeptos à integração lavoura-pecuária e confirma resultados positivos.

    “Há cerca de 20 anos meus pais já trabalhavam com integração, mas com o passar do tempo fomos adotando novas estratégias. Inicialmente dividimos uma área em quatro módulos, deixando cada talhão com capim, no prazo de um ano e meio, e só então passava para agricultura, que se estabelecia por quatro anos, até girar novamente”, explica.

    No entanto, nos últimos três anos, começou a fazer diferente. “Deixamos de plantar milho safrinha em uma determinada área, e nesse talhão semeamos o mix de duas braquiárias: ruzizienses e Piatã. Esse modelo, nas últimas seis safras, nos rendeu oito sacas a mais por hectare”, pontua.

    Além da produtividade

    Pesquisador há 27 anos do sistema de integração, o agrônomo e doutor em zootecnia, Luis Armando Zago Machado, da Embrapa Agropecuária Oeste, é um dos entusiastas desse modelo de produção, mas destaca que nem tudo é produtividade e que os benefícios vão além.

    “O principal benefício é a estabilidade da produção. O pico de produtividade não será na integração, mas as menores produtividades na época de seca também não acontecerão na integração”, destaca Zago.

    Segundo ele, o sistema tem sim condição de incrementar níveis produtivos de soja, mas isso nem sempre acontecerá. “Em geral sim, mas serão picos. E os benefícios são sustentáveis, por uma questão econômica, já que diminui os riscos ao agricultor”.

    Zago ainda sinaliza as vantagens do sistema para o solo e justifica o porquê da estabilidade na soja.

    “Quando falamos de lavoura tendemos a corrigir o solo quimicamente, mas parte da matéria orgânica é queimada por microrganismos. Então, quando introduzimos capim, gramíneas, leguminosas, fica muita folha, muito pau, isso colabora, com reflexo físico no solo, com nutrientes, mais disponibilidade de água, e avança a ambiência com a temperatura. Com isso, a questão biológica melhora, precisamos de palhada para ter a biologia funcionando”, completa.

    Futuro da agricultura

    O pesquisador da Embrapa relata que há pelo menos quatro milhões de hectares de baixa fertilidade e com aptidão para a soja em Mato Grosso do Sul e cabe ao sistema de integração com o uso de plantas forrageiras direcionar o avanço da produção.

    “Precisamos construir essa fertilidade, onde tem baixa disponibilidade de água, pouca precipitação, onde armazena menos água e sofre com altas temperatura. Então, a integração é fundamental para o estado, que para expandir, necessariamente, precisa ter o capim junto”, finaliza Zago.

    Apesar dos resultados satisfatórios dos levantamentos técnicos, o pesquisador lembra que ainda há muito o que ser estudado em relação às alternativas ao milho de inverno.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Transporte fluvial de grãos cresce 782% no Brasil em 13 anos

    Em 2010, o modal hidroviário representava apenas 8% do transporte de grãos no Brasil. Em 2023, esse número subiu para 19%

    O transporte de grãos por rios no Brasil registrou um aumento de 782% ao longo de 13 anos, conforme dados do Anuário Agrologístico 2024, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Segundo o estudo, o volume de soja e milho transportado por rios passou de 3,4 milhões de toneladas em 2010 para 30 milhões de toneladas no último ano.

    O transporte de grãos por rios no Brasil registrou um aumento de 782% ao longo de 13 anos, conforme dados do Anuário Agrologístico 2024, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Segundo o estudo, o volume de soja e milho transportado por rios passou de 3,4 milhões de toneladas em 2010 para 30 milhões de toneladas no último ano.

    “Os embarques de milho e soja pelos portos da região Norte já representam cerca de um terço do volume exportado pelo país. Esse resultado é obtido a partir do desenvolvimento do setor, impulsionado pela Lei dos Portos de 2013”, avalia o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth. “Vale destacar que os investimentos em infraestrutura não aparecem de imediato, levando tempo para serem percebidos”, completa.

    A Lei dos Portos de 2013 teve um papel crucial nesse crescimento, impulsionando investimentos e pedidos por novas instalações portuárias.

    De acordo com a Infra S.A., os pedidos para autorização de instalações portuárias privadas após a promulgação da lei saltaram de 3 em 2013 para 75 em 2014.

    Já a partir de 2015, essas solicitações por ano aumentaram em cerca de 4 vezes se comparadas com o período anterior à nova legislação.

    Atualmente, o país conta com 253 Terminais de Uso Privado (TUPs) e 247 Terminais Públicos.

    “Nós temos um crescimento de logística nos Rios da Amazônia que faz uma redução de custo, uma melhoria de receita ao produto e, sobretudo, não podemos esquecer que reduz o tempo de caminhão na estrada, com isso menos produção de produtos [gases] que possam afetar o meio ambiente”, ressaltou o diretor do Departamento de Análise Econômica e Políticas Públicas do Ministério da Agricultura e Pecuária, Silvio Farnese.

    Apesar do crescimento expressivo, o modal hidroviário ainda enfrenta desafios para alcançar seu pleno potencial. Segundo Thomé Guth, é preciso investir na melhoria das vias navegáveis e na construção de terminais de transbordo para impulsionar a intermodalidade no país. “Quando olhamos o modal hidroviário, apesar do aumento na participação no transporte de grãos, ainda é preciso superar desafios”, pondera o superintendente.

    Além do hidroviário, a integração com outros modais, como ferrovias e rodovias, também é fundamental para aumentar a competitividade dos grãos brasileiros no mercado internacional. “A ferrovia Norte-Sul, por exemplo, amplia as escolhas do produtor ao abrir um novo corredor logístico e traz competitividade no momento de exportar seus produtos, seja pelo litoral da Região Sudeste ou pelo Norte do país”, exemplifica Guth.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/