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Agricultor aumenta produtividade da soja em 9,5% com práticas conservacionistas

Produtor de São Jorge do Ivaí, no Paraná, também conseguiu menor pressão de ervas daninhas e aumento de matéria orgânica no solo

Qual é o caminho para produzir mais soja em uma mesma área? Este foi o questionamento que levou Gustavo Paes Corazza, produtor em São Jorge do Ivaí (PR), a investir em práticas conservacionistas em sua propriedade.

Não apenas o plantio direto, que já é feito há mais de 30 anos na fazenda, mas a adesão de um conjunto de manejos no pré-plantio o ajudou a melhorar o perfil biológico do solo e aumentar a produtividade da oleaginosa em alguns talhões para quase 9,5% acima da média da fazenda na última safra 21/22.

Corazza faz parte da 3ª geração da família, que cultiva 500 hectares de soja (verão) e 450 hectares de milho (inverno). Com o foco em aumentar a produtividade de forma sustentável, ele buscou intensificar nos últimos cinco anos o acúmulo de matéria orgânica, quando começou a consorciar a braquiária com o milho. Há três anos, decidiu direcionar a lavoura do grão à alta produtividade, diminuindo a área de milho safrinha para poder fazer rotação de cultura.

“Além de plantar a braquiária, comecei a usar mix de plantas de coberturas, que servem de adubação verde e ciclagem de nutrientes”, explica.

O desafio era corrigir o solo para uma agricultura mais moderna, pensando na parte biológica e física, e tornando a lavoura mais resiliente às alterações no clima, cada vez mais instável na região.

Matéria orgânica no solo traz ganhos já a curto prazo

Em 2020, Corazza entrou no PRO Carbono, programa da Bayer voltado a agricultores dispostos a ampliar seu potencial produtivo e aumentar o sequestro de carbono no solo a partir da intensificação de práticas agronômicas sustentáveis.

Assim, o produtor intensificou as práticas já adotadas com foco no aumento de matéria orgânica no solo, investindo em agricultura de precisão, aprimorando por meio de análises e recomendações o consórcio e a rotação de cultura na fazenda, com o apoio de uma consultoria oferecida pelo projeto.

Com isso, notou que no começo do desenvolvimento das culturas, especialmente no milho onde há consórcio com braquiária, a diferença é visível entre as áreas em que há adoção de práticas agronômicas conservacionistas.

Com a adoção de braquiária e mix de cobertura, a melhora na qualidade do solo e o aumento de produtividade foram visíveis na propriedade já nos primeiros anos. “Decidimos investir em matéria orgânica, porque isso é hoje um dos principais fatores de aumento de produtividade na lavoura. Foi aí que decidimos lançar mão de técnicas pensadas a longo prazo, mas que já mostram resultados no ano seguinte”, explica o produtor.

Regulação de temperatura para a soja

O manejo gera um microclima diferenciado. “Onde tem braquiária, a temperatura do solo é amena, porque a palhada mantém o solo úmido e evita a evaporação da água”, acrescenta.

Outro ganho é na parte interna do solo, uma vez que a braquiária tem a capacidade de aumentar a matéria orgânica abaixo da superfície por possuir raízes profundas, que aeram o solo e ajudam a infiltrar a água da chuva.

“Isso é importante porque nosso solo é argiloso e tende a ficar compactado. No talhão que fazemos mix de cobertura, há maior ciclagem de nutrientes, o que resulta num grão com peso maior durante a colheita. No pré-plantio sofremos uma menor pressão de ervas daninhas”, afirma.

Fonte: https://www.canalrural.com.br/