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5 de setembro de 2022

  • Sorgo: cultura cresce no Brasil como alternativa para produção de grãos

    “A tolerância do sorgo ao estresse hídrico tem sido a principal razão para o aumento da área plantada”, afirma pesquisador da Embrapa

    No Brasil, a cultura do sorgo tem ganhado espaço nas últimas safras e o país se tornou o oitavo maior produtor global. De acordo com os dados de estimativa de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2021/2022, a área de cultivo terá um incremento de 22,6%, chegando a 1,1 milhão de hectares, e a produção terá um incremento de 40,3%, chegando a 2,9 milhões de toneladas.

    O crescimento da cultura pode ser associado às alterações climáticas dos últimos anos, com redução de chuvas na estação destinada aos cultivos de segunda safra. Nesse cenário, a cultura do sorgo, por sua adaptação natural a condições ambientais adversas, tem papel cada vez mais importante para a segurança alimentar.

    “A tolerância do sorgo ao estresse hídrico tem sido a principal razão para o aumento da área plantada com esse cereal, que ocorre predominantemente na segunda safra no Brasil”, afirma o pesquisador Cícero Menezes, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

    Onde o cereal surge como opção

    O sorgo tem sido uma boa opção para a produção de grãos nas situações em que a falta de água oferece maiores riscos para outras culturas, como o milho. “A planta de sorgo, durante o estresse hídrico, paralisa seu crescimento e volta a crescer quando a chuva retorna, suportando veranicos de até 20 dias, com pouco comprometimento da produção”, explica Cícero.

    Em termos mercadológicos, o cultivo de sorgo granífero em sucessão às culturas de verão, principalmente a soja, tem contribuído para a oferta sustentável de grãos de baixo custo para a agroindústria de rações.

    “Atualmente, em toda a região produtora de grãos de sorgo do Brasil Central, o produto mostra boa liquidez para o agricultor e preços competitivos para a indústria que, cada vez mais, procura alternativas para compor suas rações com qualidade e menor custo”, afirma o pesquisador da Embrapa.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços dos derivados lácteos recuam em agosto

    Os preços dos derivados lácteos no mercado atacadista recuaram no mês de agosto, revertendo a trajetória de alta

    Os preços dos derivados lácteos no mercado atacadista recuaram no mês de agosto, revertendo a trajetória de alta iniciada em fevereiro deste ano, de acordo com boletim da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

    O mercado spot também registrou forte queda na comparação com julho.

    “O enfraquecimento da demanda, que foi atenuado pela alta de preços dos derivados lácteos ao consumidor em junho e julho, somado ao aumento da oferta na região Sul e incremento das importações, acabaram causando essa queda”, diz a empresa, acrescentando que outro fator para esse movimento foi o endurecimento das negociações com varejistas, que acabou levando a uma baixa nas cotações no mercado atacadista.

    A Embrapa apurou que no mês passado o preço do leite ao produtor registrou aumento na comparação com julho, atingindo recorde nas cotações.

    Para o pagamento de setembro, todos os Conseleites (associação civil, regida por estatuto e regulamentos próprios, que reúne representantes de produtores rurais de leite dos Estados e de indústrias de laticínios) indicaram movimentos de baixa, em linha com o observado no mercado atacadista e spot.

    As quedas variaram entre 5,1% em Minas Gerais e 14,8% no Rio Grande do Sul, conforme o boletim.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Agricultor aumenta produtividade da soja em 9,5% com práticas conservacionistas

    Produtor de São Jorge do Ivaí, no Paraná, também conseguiu menor pressão de ervas daninhas e aumento de matéria orgânica no solo

    Qual é o caminho para produzir mais soja em uma mesma área? Este foi o questionamento que levou Gustavo Paes Corazza, produtor em São Jorge do Ivaí (PR), a investir em práticas conservacionistas em sua propriedade.

    Não apenas o plantio direto, que já é feito há mais de 30 anos na fazenda, mas a adesão de um conjunto de manejos no pré-plantio o ajudou a melhorar o perfil biológico do solo e aumentar a produtividade da oleaginosa em alguns talhões para quase 9,5% acima da média da fazenda na última safra 21/22.

    Corazza faz parte da 3ª geração da família, que cultiva 500 hectares de soja (verão) e 450 hectares de milho (inverno). Com o foco em aumentar a produtividade de forma sustentável, ele buscou intensificar nos últimos cinco anos o acúmulo de matéria orgânica, quando começou a consorciar a braquiária com o milho. Há três anos, decidiu direcionar a lavoura do grão à alta produtividade, diminuindo a área de milho safrinha para poder fazer rotação de cultura.

    “Além de plantar a braquiária, comecei a usar mix de plantas de coberturas, que servem de adubação verde e ciclagem de nutrientes”, explica.

    O desafio era corrigir o solo para uma agricultura mais moderna, pensando na parte biológica e física, e tornando a lavoura mais resiliente às alterações no clima, cada vez mais instável na região.

    Matéria orgânica no solo traz ganhos já a curto prazo

    Em 2020, Corazza entrou no PRO Carbono, programa da Bayer voltado a agricultores dispostos a ampliar seu potencial produtivo e aumentar o sequestro de carbono no solo a partir da intensificação de práticas agronômicas sustentáveis.

    Assim, o produtor intensificou as práticas já adotadas com foco no aumento de matéria orgânica no solo, investindo em agricultura de precisão, aprimorando por meio de análises e recomendações o consórcio e a rotação de cultura na fazenda, com o apoio de uma consultoria oferecida pelo projeto.

    Com isso, notou que no começo do desenvolvimento das culturas, especialmente no milho onde há consórcio com braquiária, a diferença é visível entre as áreas em que há adoção de práticas agronômicas conservacionistas.

    Com a adoção de braquiária e mix de cobertura, a melhora na qualidade do solo e o aumento de produtividade foram visíveis na propriedade já nos primeiros anos. “Decidimos investir em matéria orgânica, porque isso é hoje um dos principais fatores de aumento de produtividade na lavoura. Foi aí que decidimos lançar mão de técnicas pensadas a longo prazo, mas que já mostram resultados no ano seguinte”, explica o produtor.

    Regulação de temperatura para a soja

    O manejo gera um microclima diferenciado. “Onde tem braquiária, a temperatura do solo é amena, porque a palhada mantém o solo úmido e evita a evaporação da água”, acrescenta.

    Outro ganho é na parte interna do solo, uma vez que a braquiária tem a capacidade de aumentar a matéria orgânica abaixo da superfície por possuir raízes profundas, que aeram o solo e ajudam a infiltrar a água da chuva.

    “Isso é importante porque nosso solo é argiloso e tende a ficar compactado. No talhão que fazemos mix de cobertura, há maior ciclagem de nutrientes, o que resulta num grão com peso maior durante a colheita. No pré-plantio sofremos uma menor pressão de ervas daninhas”, afirma.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/