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Sorgo: cultura cresce no Brasil como alternativa para produção de grãos

“A tolerância do sorgo ao estresse hídrico tem sido a principal razão para o aumento da área plantada”, afirma pesquisador da Embrapa

No Brasil, a cultura do sorgo tem ganhado espaço nas últimas safras e o país se tornou o oitavo maior produtor global. De acordo com os dados de estimativa de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2021/2022, a área de cultivo terá um incremento de 22,6%, chegando a 1,1 milhão de hectares, e a produção terá um incremento de 40,3%, chegando a 2,9 milhões de toneladas.

O crescimento da cultura pode ser associado às alterações climáticas dos últimos anos, com redução de chuvas na estação destinada aos cultivos de segunda safra. Nesse cenário, a cultura do sorgo, por sua adaptação natural a condições ambientais adversas, tem papel cada vez mais importante para a segurança alimentar.

“A tolerância do sorgo ao estresse hídrico tem sido a principal razão para o aumento da área plantada com esse cereal, que ocorre predominantemente na segunda safra no Brasil”, afirma o pesquisador Cícero Menezes, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Onde o cereal surge como opção

O sorgo tem sido uma boa opção para a produção de grãos nas situações em que a falta de água oferece maiores riscos para outras culturas, como o milho. “A planta de sorgo, durante o estresse hídrico, paralisa seu crescimento e volta a crescer quando a chuva retorna, suportando veranicos de até 20 dias, com pouco comprometimento da produção”, explica Cícero.

Em termos mercadológicos, o cultivo de sorgo granífero em sucessão às culturas de verão, principalmente a soja, tem contribuído para a oferta sustentável de grãos de baixo custo para a agroindústria de rações.

“Atualmente, em toda a região produtora de grãos de sorgo do Brasil Central, o produto mostra boa liquidez para o agricultor e preços competitivos para a indústria que, cada vez mais, procura alternativas para compor suas rações com qualidade e menor custo”, afirma o pesquisador da Embrapa.

Fonte: https://www.canalrural.com.br/